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segunda-feira, agosto 21, 2017
Receita para fazer uma Revolução Popular Híbrida... mas não conte para a esquerda!
segunda-feira, agosto 21, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Primaveras”,
“levantes”, “jornadas”, “protestos”, não importa o nome. Egito, Ucrânia, Síria,
Brasil: em todos eles, a mídia corporativa viu os acontecimentos sob a
narrativa do “espontâneo”, do “novo”, da “renovação na política”. E sempre pelo
mesmo viés: a “velha política” não conseguiria dar mais conta das
insatisfações, principalmente dos jovens. O roteiro de todas essas “primaveras”
é praticamente idêntico (ONGs e fundações educacionais dando apoio financeiro e
operacional, jovens lideranças formadas em universidades dos EUA, faixas e
cartazes em inglês, vítimas em manifestações principalmente femininas,
vazamentos oportunos do Wikileaks etc.) sugerindo algo como uma receita de bolo
com ingredientes bem definidos. Propaganda,
branding management, técnicas avançadas de psicologia de massas fermentam toda
essa “espontaneidade” com objetivos geopolíticos bem definido contra o
governo-alvo. Mas não conte para a esquerda – afinal, tudo não passa de “teorias
conspiratórias”.
quinta-feira, agosto 10, 2017
Três didáticos casos de guerra híbrida e bombas semióticas que a esquerda finge não ver
quinta-feira, agosto 10, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Três didáticos
casos sobre o alcance da atual guerra híbrida que a esquerda parece fingir que
não existe, encastelada na sua “estratégia política” ao dar corda para o
desinterino Temer supostamente se enforcar: o porquê das panelas não baterem
mais; o “conto maravilhoso” do ex-executivo que virou sem teto; e a minissérie
da TV Globo “Sob Pressão”. Três pequenos casos exemplares de como as bombas
semióticas, mobilizadas pela guerra híbrida, constroem a atual mitologia
meritocrática que vige no País legitimando as reformas do ensino, trabalhista e
previdenciária – uma mitologia que não nega a realidade, mas a pontua através
da ficção, despolitizando o debate e normatizando a crise como fosse mais um
desses desafios que surgem em nossas vidas, somente superados pelo esforço
pessoal.
domingo, agosto 06, 2017
Curta da Semana: "This Is Why Eating Healthy Is Hard (Time Travel Dietician)" - vivendo e não aprendendo
domingo, agosto 06, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A lista dos
alimentos saudáveis e não-saudáveis é mutante: muda ao sabor da última pesquisa
científica de alguma universidade famosa ou artigo publicado em um revista
médica. O que era cancerígeno no passado, pode ser a salvação na semana que
vem. O curta “This Is Why Eating Healthy Is Hard - Time Travel Dietician” (2017), do
site de vídeos de humor “Funny or Die” leva essa situação à ficção científica –
em 1979, um casal vê o seu almoço interrompido por um nutricionista que veio do
futuro. Para impedir que comam ovos: basta um para aumentar as chances de
infarto! O nutricionista vai e volta do futuro várias vezes em questão de segundos, sempre com
descobertas contraditórias – o ovo já não mata mais... agora é a carne
vermelha. Ovos agora são saudáveis... e assim por diante. E o pobre casal não
consegue almoçar. O humor “hipo-utópico” do curta levanta algumas questões: o
problema da midiatização da Ciência e porque o Tempo e a História não são
capazes de nos ensinar.
terça-feira, julho 25, 2017
Luta simbólica da esquerda é vulnerável contra retórica da guerra híbrida midiática
terça-feira, julho 25, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O escritor e dirigente sindical Roberto Ponciano no seu artigo “Cultura, Violência e Direito à Insurreição”
observa uma “docilidade cultural” que parece tomar as manifestações no Brasil e
alerta: “Nesse ritmo de paz e amor em que estamos, embalados pelos showmícios
de Caetano, ao menos nos tornaremos escravos mais alegres do mundo”. O editor
do blog “O Cafezinho”, Miguel do Rosário, aponta que essa opinião revela “a
inapetência da esquerda em fazer luta simbólica”, luta que corresponderia ao
próprio campo da Comunicação”. Porém, essa “luta simbólica” confronta a chamada
“Guerra Híbrida” cuja principal estratégia é a dessimbolização ou retórica da
destruição. Diante disso, a criação de simbolismos de “luta e resistência” mais
parece uma prescrição alopática de cura pelos opostos: se a mídia desinforma,
vamos informar. Se a mídia dessimboliza, vamos então criar símbolos. Por que
não a metodologia, por assim dizer, homeopática: a cura pelos semelhantes?
Responder à simulação e mentira com ações diretas dentro do campo da comunicação
também com simulações e mentiras, direcionadas ao próprio campo de
dessimbolização da mídia corporativa. Táticas de “pegadinhas” e “trolagens” já
existem – Cuture Jamming e Media Prank, por exemplo.
sábado, julho 08, 2017
Filme "O Círculo" reforça a "Hipótese Fox Mulder"
sábado, julho 08, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Ao lado da
torta de maçã e da bandeira estrelada dos EUA, não há nada mais norte-americano
do que a imagem do ator Tom Hanks. Pois agora, no filme “O Círculo” (The
Circle, 2017) ele é um vilão, o CEO de uma poderosa empresa de tecnologia de
informação que emula o Google e o Facebook com sombrios projetos de vigilância
e invasão da privacidade global. O que significa um filme estrelado pelo
patriótico Tom Hanks denunciando a ameaça de uma dominação orwelliana pelo
maior produto norte-americano, a tecnologia da informação desenvolvida pelo
Vale do Silício? “O Círculo” transpõe para a ficção toda a agenda crítica
relacionada a ameaça da espionagem e vigilância global através das comunicações
eletrônicas e do “big data” extraído das redes sociais digitais. Será que a
repercussão hollywoodiana das denúncias sobre os supostos planos de dominação
global do Vale do Silício confirmaria a hipótese conspiratória do agente
especial Fox Mulder da série “Arquivo X”? Seria “O Círculo” uma tentativa de
tornar a crítica uma ficção? Assim como os filmes “Margin Call” e “A Grande
Aposta” ficcionalizaram os motivos da explosão da bolha financeira de 2008?
segunda-feira, abril 17, 2017
Propaganda e a demonização do inimigo, por Marcelo Gusmão
segunda-feira, abril 17, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme “1984” foi exibido esse ano em 165
cidades nos EUA como forma de protesto contra o presidente Donald Trump. Ele
demoniza imigrantes e a oposição também o demoniza, definindo-o como o “novo
Big Brother”. Enquanto isso o Brasil está um caos, dividido, semelhante a final
de um campeonato: de um lado do campo os “Coxinhas”, no outro lado os “Mortadelas”.
Há quem prefira dizer “esquerda” contra “direita”, ou ainda “amarelos”
(canarinhos) contra os “vermelhos”. Essa divisão não é novidade - desde que o
mundo é mundo há violência e luta pelo poder. “Nós contra Eles” sempre foi um
princípio de identidade entre os “Iguais” das diversas irmandades, seja times
de futebol, equipes em gincanas escolares, entre bairros, cidades, países,
partidos políticos e, é claro, ideologias. Demonização e a divisão do inimigo
são grandes princípios de propaganda e persuasão. Como lidar com essa
dualidade? Qual a sua origem? Há como
anular sua força?
terça-feira, março 28, 2017
Ocultismo midiático e a psicanálise em Justin Bieber, por Marcelo Gusmão
terça-feira, março 28, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O grande dia para muitos jovens e adolescentes fãs da cultura pop está chegando. Dia 29 de março acontece no Rio de Janeiro o show tão esperado do cantor canadense de 23 anos e fenômeno midiático, Justin Bieber. Para muitos este momento é esperado com ansiedade desde fevereiro de 2016. Criticados por muitos e admirados por outros estes fãs se revezaram em um acampamento no local do show para garantir os melhores lugares. Mas afinal o que explica tamanha dedicação? Expressão incômoda de amor, ou pura alienação moldada por uma indústria midiática mestre no controle mental manipulando anseios e desejos de toda uma geração? Apenas as técnicas de publicidade e relações públicas não explicam o sucesso de Justin Bieber, assim como de tantos ídolos pop. Haveria um lado obscuro composto pelo psiquismo coletivo e o "ocultismo midiático" - a introdução de antigos e milenares símbolos de tradições esotéricas oriundas das escolas de mistérios.
sábado, março 11, 2017
A fronteira final: neoliberalismo vai ao espaço com Elon Musk
sábado, março 11, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“O Espaço, a fronteira final...”. Os leitores
devem conhecer a introdução dos episódios da série Jornada nas Estrelas. Mas
dessa vez, não teremos o Capitão Kirk ou o Sr. Spock. Mas o jovem empresário
Elon Musk que promete com a empresa SpaceX levar turistas para dar volta na Lua
e colonos para Marte e além. Cientistas e operadores de Wall Street o
qualificam como alguma coisa entre “fraude” e “máquina de queimar dinheiro”,
embolsando verbas públicas enquanto faz intrincadas manobras societárias com suas empresas como a Tesla Motors e a SolarCity. Em
muitos aspectos lembra a trajetória do ex-oitavo homem mais rico do planeta,
Eike Batista. Mas a retórica de Musk enche os olhos da grande mídia: é o “Tony
Stark da vida real”, pronto para provar como os velhos valores do capitalismo
(competição e mercado) podem ser combinados com economia sustentável e
“tecnologias limpas” do século XXI. Ele promete levar o neoliberalismo à última
fronteira. Mais do que ninguém, Elon Musk sabe como são voláteis as fronteiras
entre a especulação do mundo das finanças e da mídia.
terça-feira, fevereiro 21, 2017
Comercial vende carro e ética na política detonando bomba semiótica
terça-feira, fevereiro 21, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Bombas semióticas 2, A Missão! O Império
Contra-ataca! Após as recentes pesquisas revelarem que Lula está mais vivo do
que nunca, liderando com folga todos os cenários eleitorais para 2018, e que ainda
seus principais adversários estão se desgastando com a evaporação do mar de
rosas que, acreditava-se, seria o País pós-impeachment, o complexo
jurídico-midiático reage. Depois de novos vazamentos seletivos e busca de mais
espécimes assustadores do “Brasil profundo” para figurar na capa de revistas
semanais, retiram mais uma vez do paiol midiático a artilharia pesada das
bombas semióticas. Dessa vez, em um comercial para TV da GM Brasil no qual se
posiciona sobre temas como “ética” e “política” para vender o novo Chevrolet
Cruze. Mais uma vez, a tática de engenharia
de percepção – por meio de gestalt, cores e a palavras metonimicamente
contaminadas, bombas semióticas criam um pano de fundo para tornar mais crível
o cenário político do momento. Reforçam subliminarmente pautas, slogans e
clichês disseminados liminarmente pela grande mídia. Um exemplo de como a
criação publicitária torna volátil a fronteira entre consumo e cidadania.
terça-feira, janeiro 24, 2017
Globo virou black bloc
terça-feira, janeiro 24, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A Globo ainda tinha a tênue esperança de que
delegados dissidentes do Colégio Eleitoral não ratificassem a vitória de Trump.
Mas a cerimônia da posse e o discurso “porrada” do presidente arrasaram
qualquer sonho dos ainda incrédulos correspondentes da emissora nos EUA. Mais
eis que os esquecidos black blocs voltam a ação nas manifestações anti-Trump em
Washington, tirando os analistas da emissora da depressão. Entusiasmada, a
Globo News até reprisou o documentário sobre os black blocs exibido na época
das manifestações de rua em 2013 no Brasil. Agora a Globo assume uma espécie de
anarcotautismo: entrar na onda de turbinar as manifestações contra Trump, assim
como fez nas manifestações anti-Dilma. Mas o tautismo crônico da sua bolha
virtual não consegue perceber os movimentos do “deserto do real” que Trump
representa: a crise do “neoliberalismo progressista” que sustenta a ordem da
Globalização: o alinhamento perverso entre correntes dos movimentos sociais
(feminismo, LGBT, antirracismo, multiculturalismo, entre outros), o setor de
negócios baseados em serviços simbólicos e tecnológicos (Vale do Silício e
Hollywood) e o capitalismo cognitivo representado por Wall Street e a
financeirização.
quinta-feira, janeiro 12, 2017
A ficção contaminou a Política no documentário "HyperNormalisation"
quinta-feira, janeiro 12, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Era uma vez o colapso econômico da antiga
União Soviética. Diante da inevitável decadência do modelo comunista de Estado,
seus dirigentes partiram para uma inédita tática de “gestão da percepção”:
manter a aparência de normalidade através de narrativas ficcionais que minavam
a percepção das pessoas, criando aversão à política fazendo-as tocarem a vida
como se nada estivesse acontecendo. Isso chama-se “HiperNormalização”, tática
copiada pelo Ocidente desde Ronald Reagan nos anos 1980 – levar conceitos do teatro
de vanguarda e dos roteiros hollywoodianos para o centro da Política a tal
ponto que a diferença entre realidade e mentira passa a ser desprezada pelas
pessoas e pelo próprio jornalismo. Dessa maneira, Trump “surpreendentemente”
chegou a poder nos EUA. Esse é o tema do documentário da BBC
“HyperNormalisation” (2016), realizado pelo britânico Adam Curtis. A história
de como a política foi derrotada pela ilusão enquanto as pessoas apolíticas
desistiram de mudar o mundo, refugiando-se no ciberespaço. Enquanto isso,
corporações e o sistema financeiro administram tranquilamente o deserto do real.
quinta-feira, dezembro 15, 2016
Pesquisa coloca Brasil entre países mais "ignorantes" do planeta
quinta-feira, dezembro 15, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Certa vez o sociólogo francês Pierre Bourdieu
provocou: “a opinião pública não existe”. A pesquisa “Perils of Perception 2016”
(Perigos da Percepção) do instituto britânico Ipsos Mori parece confirmar isso:
na verdade a opinião confunde-se com percepção, assim como nos telejornais
atuais as notícias são confundidas com “sensações”, seja dos jornalistas ou dos
telespectadores. O resultado da pesquisa foi a criação do “Ranking da
Ignorância” – a distância entre a percepção que as pessoas têm da realidade em
que vivem e os dados oficiais de cada país. O Brasil ocupa os primeiros
lugares, atrás da Índia, China e EUA. Entre os países menos “ignorantes”,
Holanda e Coréia do Sul. Incapacidade de entender estatísticas, preconceito, atalhos
mentais, ignorância racional e o “poder das anedotas” das mídias estão entre os
fatores apontados pela disparidade entre percepção e realidade. Também há um
fator comum entre os países primeiros colocados: o monopólio midiático.
quinta-feira, novembro 24, 2016
Por que Wall Street investe na deficitária indústria de Hollywood?
quinta-feira, novembro 24, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Franquias hollywoodianas como “Jurassic World”,
“Star Wars” e “Velozes e Furiosos” são celebradas pela grande mídia como responsáveis por supostos recordes históricos na indústria do cinema dos EUA. Porém, essa é a superfície
de uma auto-imagem que Hollywood faz questão de criar, girando em torno do
glamour do Red Carpet e mansões de atores-celebridades nas colinas de Beverly
Hills. Porém, a realidade é outra: apenas 5% dos filmes a cada ano são
rentáveis. O restantes fica entre pesadas perdas e a falência. Mas desde os
anos 1980 cresce o investimento dos fundos de Wall Street nos grandes estúdios
e independentes, apesar do negócio ser incerto e com lucros decrescentes diante
de filmes com orçamentos e retorno imprevisíveis. Por que os ricos fundos de
investimento de Wall Street continuam a financiar produções do cinema, quando poderiam investir em negócios mais seguros? É a pergunta que faz
o artigo “The Hollywood Economics” de Sophie Leech, do site “The Market Mogul”.
Afinal, qual é o tipo de lucro procurado por Wall Street? Financeiro ou
ideológico e político?
sábado, julho 30, 2016
Notícias de ataques inspiram "assassinos copycat"?
sábado, julho 30, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Diante da sequência de ataques ocorridos na Alemanha, o site da Deutsche
Welle (empresa de radiodifusão alemã) cogitou a possibilidade de o país estar
sofrendo uma sequência de “assassinatos copycat”, efeito de contágio
desencadeado por uma “fórmula dramatúrgica” através da qual a mídia vem
tratando diferentes eventos. Atentados terroristas genuínos e ataques de
assassinos solitários são descritos dentro de um mesmo script sensacionalista,
criando um gigantesco “efeito Heisenberg”: a mídia está cada vez mais cobrindo
a si mesma e os seus efeitos sobre as pessoas.
domingo, julho 24, 2016
O evento-encenação da "célula amadora" dos terroristas de paintball
domingo, julho 24, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Saem
bolivarianos e comunistas e agora entram terroristas islâmicos. Sim! Nós também
temos terroristas. “Células amadoras” onde o batismo é feito através de webcam,
compram armas do Paraguai pela Internet e pretendem fazer “treinos de lutas
marciais” a poucos dias dos jogos olímpicos, suposto alvo dos intolerantes
religiosos. Isso quem disse foi Alexandre de Moraes, ministro da Justiça, em
uma coletiva convocada numa atmosfera de pompa e gravidade. Uma “investigação
sigilosa” que, ao mesmo tempo, pode ser divulgada à Imprensa. E a grande mídia
repercute com seus correspondentes no Exterior para que, definitivamente, esse
País seja levado à sério. Esse é mais um exemplar de uma longa história de
“eventos-encenação” (Umberto Eco) que começa com o casamento de Lady Di e Príncipe
Charles, passando pelos mísseis jogados no Sudão e Afeganistão por Bill Clinton
para desviar a atenção de um escândalo sexual em 1998 até essa desajeitada
estratégia do governo Temer repleta de contradições, timing e oportunismo, com
direito a foto de um “terrorista de paintball”.
segunda-feira, julho 18, 2016
Ataque em Nice: entre "False Flag" e o "Efeito Copycat"
segunda-feira, julho 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Atualmente
ataques e atentados parecem se tornar relações públicas de si mesmos: buscam
sempre a máxima repercussão e visibilidade. Dos “frames” escolhidos pelos
fotógrafos até a própria tragédia, tudo é retoricamente tão saturado que entra
no campo das mitologias midiáticas. A narrativa é sempre a mesma: o ataque de um “lobo solitário”; a ação
que interrompe festas, prazer e diversão, o timing, o oportunismo e,
finalmente, a morte/suicídio final do
terrorista. O ataque em Nice mais uma vez repetiu o plot. Porém dessa vez
acrescentou mais um elemento: a ambiguidade – ataque terrorista? Apenas um
louco que odeia o mundo? Por isso no ataque em Nice podem ser encontrados
elementos tanto de "Operação Bandeira Falsa" (“False Flag”) como do chamado “efeito Copycat” (imitação). E
a coincidência da estreia do filme de ação “Bastille Day” (cujo plot é a luta para impedir um atentado em Paris) no dia do ataque
reforça essa hipótese.
quinta-feira, julho 07, 2016
Filme "Sonho Tcheco" pergunta: publicitários mentem?
quinta-feira, julho 07, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Dois estudantes da Academia de Cinema
de Praga (FAMU), República Tcheca, têm a ideia de produzir um documentário
cínico e irônico sobre a campanha publicitária de um hipermercado. Ele se chama
“Sonho Tcheco”, tem jingle, logotipo, folhetos distribuído por toda cidade,
outdoors em rodovias, o rosto carismático dos gerentes em comerciais de TV,
spots de rádio, mas... o hipermercado não existe! O filme “Sonho Tcheco”(Cesky
Sen, 2004) nos mostra como na República Tcheca pós-comunismo os hipermercados
viraram para muitos o único programa de lazer. E como a Publicidade e Relações
Públicas, por meio de estratégias etnográficas e neuromarketing, conseguiram levar três mil pessoas a um descampado para a inauguração de um hipermercado fictício onde apenas havia uma fachada
sustentada por andaimes metálicos. De forma estranhamente engraçada, o
documentário mostra como publicitários são capazes de mentir de forma
consciente, sob o pretexto de apenas “atender a um cliente”.
sábado, junho 18, 2016
Tudo está à venda no filme "Huckabees - A Vida é uma Comédia"
sábado, junho 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Quando lançado foi desprezado como
uma enorme baboseira pretensiosa e cheia de diálogos sem sentido. Doze anos depois,
“Huckabees – A Vida é uma Comédia” (2004) ganha sentido e atualidade e vale à pena ser revisto. Além de
mostrar como é possível aliar entretenimento com uma séria discussão
filosófica, o filme faz uma surreal metáfora da vida como uma grande loja de
departamento onde tudo está à venda – da doença até o suposto remédio que iria
nos curar com a paz de espírito. Como a esquizofrênica imagem da rede de lojas
Huckabees (vende ao mesmo tempo consumismo e mensagens ecologicamente
responsáveis) contamina a vida dos protagonistas que buscam soluções possíveis:
ou a melancolia e pessimismo ou a fé nas imagens de sucesso. Mas outros
vendedores aparecerão para lhes oferecer conforto no mercado filosófico:
aristotélicos, sofistas e céticos.
domingo, maio 08, 2016
Bombas Semióticas, ligações perigosas e as oportunidades perdidas
domingo, maio 08, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com o impeachment da presidenta Dilma
aproxima-se o desfecho de uma campanha iniciada ha dez anos com as denúncias do
mensalão. Mas em 2013 teve uma virada que acelerou o processo: a nova
estratégia semiótica de engenharia de opinião pública com a implementação no
Brasil da “guerra virtual” e da “social engineering”. Naquele ano, a grande
mídia brasileira levou algum tempo para fazer a ficha cair, acostumada que estava com velhas estratégias hipodérmicas dos tempos do IPES-IBAD nos anos 1960 - surgia no País a "primavera brasileira" com manifestações tomando as ruas. A multipolarização criada pelos BRICS forçou
os EUA a implementar estratégias resultantes de uma longa tradição acadêmica de pesquisas sobre engenharia social naquele país: a Mass Communication Research de Lazarsfeld,
Agenda Setting de McCombs e Shaw e as pesquisas em “ações não violentas” do cientista político
Gene Sharp. Logo a grande mídia brasileira entrou em sintonia com a geopolítica
dos EUA ao criar as “bombas semióticas” a partir da matéria-prima das
manifestações que começaram por “apenas” 20
centavos.
quinta-feira, fevereiro 18, 2016
Comercial da Samarco é aula sobre as técnicas indiretas e a canastrice da propaganda
quinta-feira, fevereiro 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma desastrada estratégia de gestão de crise? Ou um exemplo daquilo que o pai das Relações
Públicas, Edward Bernays, chamava de “técnica indireta”? O fato é que o
comercial da Samarco "É sempre bom olhar para todos os lados" veiculado em horário nobre na TV (que a revista “Meio & Mensagem” chama elogiosamente de “prestação de contas” das medidas de
controle de danos ambientais) revoltou muitos internautas. Mas como diria Nick
Naylor (o relações públicas do Tabaco no filme “Obrigado Por Fumar”) “Eu não
quero convencer você, mas eles!”, diz apontando para as pessoas anônimas que
caminhavam ao redor – a Opinião Pública. O comercial da Samarco é uma aula sobre
todas as táticas de propaganda que envolvem as chamadas "técnicas indiretas": naturalizações, descontextualizações,
inversões de hierarquia e, no final, a cereja do bolo: a canastrice da
linguagem audiovisual.
Sobrinho de Freud
e considerado o pioneiro das técnicas de relações públicas, Edward Bernays no
seu livro Crystallizing Public
Opinion (1923) nos oferece um exemplo que abriria a nova era das chamadas
“técnicas indiretas” de manipulação da opinião pública: Os proprietários de um
decadente hotel consultam um conselho de relações públicas. Eles perguntam como
melhorar o prestígio do hotel e incrementar os seus negócios.
Tecnologia do Blogger.