quinta-feira, novembro 30, 2017
O jogo da simulação de censura Globo/Gabriel Bá
quinta-feira, novembro 30, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nas
redes sociais indignação. O desenhista Gabriel Bá apareceu no talk show da
Globo “Conversa com Bial” com seu indefectível boné verde – marca registrada do
artista. Só que dessa vez com a estrela vermelha coberta de forma improvisada
com duas fitas isolantes preta. “Evite números ou símbolos para que não haja
associação a marcas ou partidos políticos”, teriam dito os figurinistas nos
camarins. “Censura!”, gritaram internautas. Se foi mesmo censura, como pode a
Globo fazê-la de forma tão tosca e improvisada? O episódio apresenta algumas
dissonâncias que sugerem mais uma estratégia de manipulação. Mas dessa vez não mais no campo
semiótico da “dissimulação” – esconder, mentir, censurar. Mas agora no campo da
“simulação”: propositalmente tornar o evento visível (a suposta “censura”).
Para quê? Para a Globo tentar se livrar de mais um dos seus dilemas: depois de
anos de oposição política explícita explorando símbolos e números de forma até
subliminar, agora, candidamente, tenta demonstrar que possui uma linha
editorial “imparcial”. E o artista, assim como os indignados críticos,
participaram inconscientes desse blefe.
quarta-feira, novembro 29, 2017
"Crumbs": o primeiro sci-fi da Etiópia é sobre o apocalipse ocidental
quarta-feira, novembro 29, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em um mundo pós-apocalíptico, um homem fará uma jornada espiritual em busca do... Papai Noel, para que realize seu sonho de leva-lo para uma espaçonave que está parada no céu. Enquanto isso, sua esposa reza num altar com a foto de Michael Jordan para que divindades como “Justin Bieber IV” e “Paul MacCartney XI” os proteja nessa difícil missão. Esse é o primeiro filme de ficção científica da Etiópia: “Crumbs” (2015) de Miguel Llansó sobre um futuro em que tudo o que restou da antiga civilização foram brinquedos, objetos e detritos de plástico e vinil da extinta cultura pop. Sem terem a memória do mundo anterior ao apocalipse, criaram uma nova mitologia transformando todos esses restos do passado em símbolos místico-religiosos e amuletos de sorte. Toda a bizarrice e surrealismo de “Crumbs” nos faz pensar: assim como eles, será que também mitologizamos símbolos e objetos antigos, criando novas religiões tão loucas quanto as do filme “Crumbs”?
segunda-feira, novembro 27, 2017
Curta da Semana: "Happiness" - quando a felicidade vira ideologia
segunda-feira, novembro 27, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Como
pode ser prometida a felicidade numa sociedade de competição generalizada? Uma
competição tão naturalizada e entranhada cuja narrativa teria seu início na
seminal corrida dos espermatozoides na reprodução humana. A felicidade somente
seria possível no plano da ideologia: a felicidade individual às custas da
infelicidade da maioria. Esse é o tema do curta de animação “Happiness” (2017)
do britânico Steve Cutts: ratazanas antropomorfizadas correm frenéticas em
metrôs, ruas, calçadas e shoppings lotados, lutando entre si pela posse de
mercadorias em uma Black Friday selvagem. E todos cercados por centenas de
peças publicitárias que prometem felicidade com a compra de qualquer coisa.
Quanto maior a infelicidade que a competição provoca, mais valorizada é a mercadoria
“felicidade” no mercado. A sátira social do curta “Happiness” questiona o
modelo de felicidade prometido, com ácida ironia.
domingo, novembro 26, 2017
Filme "Solaris" de Tarkovsky é o anti-"2001" de Kubrick
domingo, novembro 26, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Andrei
Tarkovsky considerava “2001: Uma Odisseia no Espaço” de Kubrick um filme
“estéril”. Por isso, “Solaris” (1972), produção do cineasta soviético, foi
considerado pela crítica o filme “anti-2001”: se os EUA ganharam a corrida
espacial colocando o primeiro homem na Lua, no cinema a URSS ganharia a Guerra
Fria fílmica ao desconstruir o gênero ficção científica que legitimava
a conquista do espaço. De certa forma, Solaris foi o primeiro filme
PsicoGnóstico: há uma planeta, uma estação espacial e astronautas. Mas tudo não
passa de um álibi para discutir como o tema das viagens espaciais são um mito
que esconde a verdadeira viagem: lá em cima, ao descobrirmos que estamos só em
um Universo vazio e sem propósito, faremos uma viagem no interior do nosso próprio
psiquismo. Um planeta com um misterioso oceano que prova aos cientistas de uma
estação espacial de que não precisamos de outros mundos. Precisamos de
espelhos.
sábado, novembro 25, 2017
Grande mídia transforma Black Friday em Teleton da Era Temer
sábado, novembro 25, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um
repórter cobrindo ao vivo um congestionamento de empilhadeiras em um depósito
central de produtos vendidos pela Internet. Enquanto isso, uma outra repórter
foi destacada para ficar o dia inteiro numa espécie de “sala de guerra” na
qual, através de um telão, as vendas e os números acumulados dos valores dos descontos eram acompanhados em tempo real . Agora o viés da grande mídia para a Black
Friday virou uma espécie de Teleton comercial. Só que ao invés de um evento em
prol de crianças que necessitam de cuidados especiais, agora virou uma espécie
de contagem progressiva de um País que estaria saindo da crise. Basta um
simples exercício de jornalismo comparado para perceber a radical mudança de
viés, principalmente da Globo: se de 2010 a 2015 (período do jornalismo de
guerra e de esgoto) era “Black Fraude” e “Black Friday da crise”, agora tornou-se
indicador de um País que lentamente estaria saindo do buraco depois da
“irresponsabilidade fiscal” do passado. Além de revelar mais uma contradição em
que a Globo se mete: ao mesmo tempo que pede a cabeça de Temer para aparentar
imparcialidade, tem que defender as reformas daquele que supostamente quer
derrubar.
quarta-feira, novembro 22, 2017
O niilismo gnóstico de Tarkovsky contra Ciência, Religião e Arte em "Stalker"
quarta-feira, novembro 22, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Stalker”
(1979), segundo filme de ficção científica do soviético Andrei Tarkovsky após
“Solaris” (1972), está conectado tanto com o passado quanto futuro: com a
misteriosa explosão em Tunguska, Sibéria, em 1908 e com o acidente nuclear de
Chernobyl em 1986, cujo argumento do filme foi estranhamente profético. Um
stalker (guia ilegal) conduz um cientista e um escritor para “A Zona” – região
misteriosa desértica e em ruínas (lá teria caído um asteroide ou nave
alienígena) cercada por forte aparato policial. Nessa zona proibida existiriam
estranhos poderes capazes de realizar os desejos mais recônditos de quem sobrevivesse
a suas armadilhas mortais. Para Tarkovsky, “A Zona” seria o microcosmo da
própria vida: Ciência, Arte e Religião se confrontam em uma batalha niilista
para ver quem herdará o que restou da sociedade moderna – mesmo depois do fim, a ilusão, a fé vulgarizada e oportunismo lutam entre si.
domingo, novembro 19, 2017
Hollywood abriu as portas para ocultismo e maldições com o filme "Incubus"
domingo, novembro 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Os
críticos consideram o filme “mais amaldiçoado da história do cinema”. Um
filme que abriu as portas para o ocultismo e hermetismo em Hollywood numa
década de “despertar místico e religioso” através das viagens alucinógenas do
psicodelismo e estados alterados de consciência. O Filme “Incubus” (1966) foi
dirigido e escrito por Leslie Stevens (criador da série de TV “Quinta Dimensão”)
e protagonizado por William Shatner, um ano antes de viver o capitão Kirk da
série “Star Trek”. Desde sua estreia, “Incubus” foi marcado por suicídios,
assassinatos, falências, divórcio e incêndio. Tão amaldiçoado que o diretor
tirou o filme de circulação e os negativos foram destruídos. Para em 1996 uma
cópia ser encontrada na França e recuperada para relançamentos em VHS e DVD. E
logo em seguida reiniciaram as “coincidências” fatais. Muitos pesquisadores em
Sincromisticismo consideram Hollywood um “centro de recrutamento de médiuns”,
manipulando voláteis e perigosas formas-pensamento e arquétipos do inconsciente
coletivo. “Incubus” seria um caso exemplar.
sexta-feira, novembro 17, 2017
FBI, FIFA e a nota oficial "tautista" da Globo
sexta-feira, novembro 17, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nem a
Patafísica (a “ciência das soluções imaginárias”) de Alfred Jarry ou o teatro
do Absurdo de Backett conseguiriam imaginar um texto tão tautológico, circular,
auto-referencial e metalinguístico como a nota oficial da Globo diante do
escândalo das denúncias na Justiça dos EUA do pagamento de suborno pela
emissora para a FIFA para ter a exclusividade nas transmissões do futebol:
“após dois anos de investigações internas, a Globo apurou que jamais realizou
pagamentos não previstos em contratos...”, leu a nota um constrangido jogral de
apresentadores do JN. Desde que o ex-apresentador do Globo Esporte, Tiago
Leifert, transformou a inauguração de um ônibus-estúdio em notícia mais
relevante do que o próprio treino da seleção brasileira que deveria cobrir, a emissora
vive um processo de negação “tautista” (tautologia + autismo) no qual
transforma “eventos” em produtos próprios, criando uma atmosfera de amoralidade
e blindagem. Assim como as telenovelas. Mas isso pode lhe custar caro: não
perceber que a investida do FBI contra a FIFA (atingindo diretamente a Globo) é
mais uma estratégia de lawfare na geopolítica dos EUA. Dessa vez, para
reconfigurar o cenário da grande mídia mundial.
quarta-feira, novembro 15, 2017
A fé em um mundo sem Deus no filme "Entre o Bem e o Mal"
quarta-feira, novembro 15, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Entre o
Bem e o Mal” (“Adams Æbler”,
2005), comprova a tese de que os melhores filmes religiosos no cinema foram
feitos por ateus. Escrito e dirigido pelo dinamarquês Anders Thomas Jensen, é
uma tragicomédia de humor negro sobre um neonazista condenado a prestar
serviços comunitários em uma remota igreja no campo. Lá encontra um padre cuja
fé é baseada em um patológico otimismo de negação da realidade, e dois
ex-presidiários: um muçulmano que continua roubando postos de gasolina à noite
e um ex-jogador dinamarquês de tênis profissional, alcoólatra e cleptomaníaco.
Mas o sacerdote acredita na bondade humana, mesmo em um neonazista que esmurra
sua cara. O filme baseia-se em um argumento paradoxal: pouco importa sabermos
se Deus existe, se continuaremos sofrendo do mesmo modo. Portanto, só nos
restaria a solução introspectiva pessoal: a fé em um mundo sem Deus. Filme
sugerido pelo nosso leitor... você sabe quem: Felipe Resende.
segunda-feira, novembro 13, 2017
Hans Donner mostra nova bandeira no "Fórum do Amanhã" olhando para o ontem
segunda-feira, novembro 13, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
As leis
trabalhistas foram “modernizadas”, assim como o próprio trabalho com os ventos “modernizadores”
do empreendedorismo e agora luta-se para que toda essa “modernização” alcance
também a Previdência Social. Mas falta algo, alguma coisa que sinalize essa
nova visão de país e inspire o povo. Para o designer gráfico Hans Donner, isso
somente será possível com uma bandeira nacional também “modernizada” – com
degradês, efeitos 3D, e a palavra “Amor” antes do lema “Ordem e Progresso” com
a faixa apontando para cima, para dar “poder” ao povo... O designer austríaco
apresentou o projeto em um evento chamado “Fórum do Amanhã” em MG, e pretende
levá-lo ao Congresso para implementação. Ironicamente, em um evento sobre o
“amanhã”, Donner apresenta uma bandeira retro-futurista igual a marca visual da
Globo das décadas passadas, que hoje nem a própria emissora adota mais,
privilegiando um visual “orgânico” e menos artificial. A “nova” bandeira
nacional de Hans Donner certamente está menos na estética, e muito mais no campo
dos sintomas: sinais expressados por uma elite que fala em futuro, mas com os
olhos sempre mantidos no passado. Para deixar o presente igual o ontem: o
futuro do pretérito.
domingo, novembro 12, 2017
Curta da Semana: "Working With Jigsaw" - Como se vingar do chefe com jogos mortais
domingo, novembro 12, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A
franquia “Jogos Mortais” acabou e o pequeno fantoche Jigsaw teve que se virar e
arrumou um emprego em um escritório como qualquer mortal. Mas velhos hábitos
são difíceis de esquecer. E Jigsaw inferniza os seus colegas de trabalho com
mais jogos “mortais”, dessa vez com ameaçadores post-its, fitas adesivas, pop
ups pornográficos saltando em telas de computadores e mouses com alfinetes...
Esse é o impagável argumento do curta “Working With Jigsaw”(2016) no qual o
sádico fantoche vinga-se dos seus chefes que acusam seus jogos de diminuir a
“produtividade” e “sinergia” da empresa. Um curta que suscita uma interessante
analogia: como os jogos das relações humanas corporativas muitas vezes podem
ser tão sádicos e arbitrários quanto os do filme “Jogos Mortais”.
sábado, novembro 11, 2017
A cobertura midiática do Enem: muito além do "fact-checking"
sábado, novembro 11, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Até 2015, o Enem era noticiado pela
grande mídia como “eleiçoeiro” e “populista”, uma “fogueira” (a “fogueira do
Enem”) na qual os alunos viviam assustados e lesados com sucessivas denúncias
de fraude e desorganização. A partir do ano passado, tudo mudou como num passe
de mágica: agora é o “Enem nota 1.000” para aqueles alunos mais “focados e
determinados” no qual fraudes são problemas pontuais tecnicamente resolvidas,
sem mais o protagonismo do Judiciário. Depois de anos do jornalismo de guerra
no esgoto, a grande mídia tenta recuperar o seu produto tão vilipendiado: a
notícia. Enquanto joga ao mar antigos líderes como o jornalista William Waack
para recuperar uma suposta isenção, apoia agências de “fact-checking” para se prevenir
das “fake news” que ela própria inventou. Mas pela sua missão de salvar as
aparências, o “fact-checking” ignora as mudanças do viés atribuídos aos fatos
ao longo do tempo, de acordo com a mudança do contexto. A mudança da cobertura
midiática dada ao Enem de 2009 a 2017 é um caso exemplar: a mentira não está
apenas no ocultamento ou na invenção – está na angulação, seleção e edição.
sexta-feira, novembro 10, 2017
Globo despacha William Waack para tirar a lama das próprias mãos
sexta-feira, novembro 10, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Assim como no episódio do assédio sexual
do ator José Mayer (naquele momento a Globo fez o cast feminino da casa vestir
uma camiseta estampada “Mexeu com uma mexeu com todas”), da mesma maneira
prontamente a emissora despachou William Waack depois da repercussão de um
antigo vídeo no qual o jornalista fazia afirmações racistas em tom de galhofa
enquanto aguardava para entrar ao vivo. Fosse em outros tempos, episódios como
esses entrariam para o folclore da história dos bastidores televisivos. Quem armou essa cilada contra William Waack
levou em conta o atual contexto delicado da Globo: depois de seu jornalismo de
guerra nos últimos anos ter dado visibilidade e repercussão à direita raivosa (aquela
que vê o “politicamente correto” como “conspiração comunista”) para acirrar a
crise política que culminaria no impeachment, agora a emissora tenta limpar
suas mãos da lama que estrategicamente revolveu por anos. Disse em nota que é
“visceralmente contra o racismo”. A Globo tenta ignorar de forma tautista a
patologia psíquica que ajudou a incitar, da mesma maneira como até hoje tenta
provar que nada teve a ver com a lama da ditadura militar que ajudou a esconder.
quinta-feira, novembro 09, 2017
A vida entre o milagre e o caos em "The Frame"
quinta-feira, novembro 09, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Cada vez mais filósofos, físicos e matemáticos
suspeitam que o Universo seria um gigantesco game de computador ou algum tipo
de simulação tecnológica. Qual a principal evidência? A capacidade humana de
também criar simulações e ilusões narrativas como o Cinema, TV e games de
computador. Em “The Frame” (2014), Jamin Winans (“Ink”) propõe uma espécie de
quebra-cabeças metafísico inspirado no célebre “Princípio da Correspondência”
do Hermetismo: assim como roteiristas escrevem narrativas e dramas de
protagonistas enquadrados pelos planos de câmera vistos pelos espectadores no
cinema e na TV, será que da mesma forma nossas vidas seriam, nesse momento,
roteirizadas e editadas como algum tipo de série assistida por alguma divindade
malévola no além? Os produtos audiovisuais funcionariam como pequenos fractais
– tal como o fracta na geometria, um fragmento que reproduz dentro de si,
infinitamente, o padrão do todo. Esta é a curiosa “narrativa em abismo”
gnóstica proposta por Jamin Winans em “The Frame”.
segunda-feira, novembro 06, 2017
O sonambulismo gnóstico-noir em "Sleepwalker"
segunda-feira, novembro 06, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma mulher traumatizada pela morte do seu marido convive com sérios distúrbios do sono: sonambulismo, insônia e pesadelos. Sob tratamento em uma clínica especializada, finalmente consegue um sono reparador. Porém, algo de assustador começa a acontecer: a cada despertar, é como se acordasse em uma realidade alternativa com um novo sobrenome e pessoas conhecidas que não se lembram dela. “Sleepwalker” (2017) é um curioso filme que transita entre a estética “noir” (ninguém é o que aparenta ser), uma estranha atmosfera retro atemporal e a narrativa gnóstica sobre uma protagonista que parece navegar por diversas realidades em busca de memórias perdidas e crescente paranoia. O sonambulismo é o elo que em “Sleepwalker” une o “noir” com o gnóstico: estar desperto em um sonho é um evento marcado por uma forte carga simbólica de alguém que tenta acordar e encontrar a verdade. Filme sugerido pelo nosso antenado leitor Felipe Resende.
sábado, novembro 04, 2017
Fantasma do Gnosticismo ronda CERN: para pesquisadores Universo não deveria existir!
sábado, novembro 04, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Quanto mais a Ciência se distancia do
antigo modelo mecanicista de Universo, curiosamente mais se aproxima da antiga
Cosmogênese do Gnosticismo e da mitologia grega na qual mesmo o poderoso Zeus
estava submetido às leis do Senhor do Tempo – Cronos. Pesquisadores do CERN
perplexos afirmam: o Universo não deveria existir! Sem conseguirem encontrar
assimetria entre matéria e anti-matéria, os pesquisadores atestam que o
Universo deveria ter se auto-aniquilado no segundo seguinte à Criação após o
Big Bang. Ao mesmo tempo, cientistas do Instituto Max Planck na Alemanha chagaram
a dados relativos à energia interna de um buraco negro que inesperadamente
confirmam a hipótese do Universo Holográfico – em algum lugar nos limites do
Universo existiu uma superfície 2D que “codificou” toda a informação que
descreve a nossa realidade 3D + Tempo. A improbabilidade do Universo seria mais
uma evidência do cosmos ser uma simulação finita?
quarta-feira, novembro 01, 2017
As 10 revelações gnósticas na série "Philip K. Dick's Electric Dreams"
quarta-feira, novembro 01, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Philip K. Dick escreveu seus contos sob a
sombra do macarthismo da Guerra Fria onde a lealdade e confiança eram as
principais armas contra a traição e delação de um sistema totalitário. Mas para
ele, esse sistema não era apenas político, mas cósmico – obra de um Deus
demente, um Demiurgo Criador que nos aprisiona por meio da ilusão moral (culpa)
e ontológica (o princípio de realidade). A nova série da rede britânica Channel
4 “Philip K. Dick’s Electric Dreams” (2017-) adapta esses contos de ficção
científica que conduziram o escritor até a violenta epifania mística em 1974,
na qual teve visões, sonhos e revelações místico-religiosas que o levaram ao
gnosticismo cristão. Os 10 contos que compõem a primeira temporada da série
apresentam não só a atmosfera do anticomunismo da Guerra Fria do momento em que
foram escritos. Mas didaticamente nos mostra os 10 grandes princípios da
Revelação Gnóstica que orientaram toda a obra do escritor. Por isso Philip K.
Dick tornou-se visionário: cada vez mais a realidade atual se assemelha a um
conto dele.
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