sábado, agosto 29, 2015
Curta da Semana: "The Horribly Slow Murderer With The Extremely Inefficient Weapon" - a colher e a Gota Chinesa
sábado, agosto 29, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma simples colher pode se transformar em uma arma cruel? Teria o diretor
desse curta se inspirado na célebre técnica de tortura da Gota Chinesa? Por que
esse curta é um sopro de criatividade numa indústria cinematográfica cujo lobby
da indústria de armas quer sempre mostrar novos modelos de revolveres e
metralhadoras nos filmes? “The Horribly Slow Murderer With The Extremely
Inefficient Weapon” (2008) é o curta da semana sugerido pelo nosso leitor
Felipe Resende.
Cansado de assistir filmes como muitas armas, facas, serras elétricas e
raios? Mas mesmo assim gosta de filmes de terror ou ação? Pois a solução para esse tédio mortal (desculpem o trocadilho) é
conferir o inacreditável curta The Horribly Slow Murderer With The Extremely
Inefficient Weapon (“O Assassino Horrivelmente Lento com a Arma
Extremamente Ineficiente”) - veja o vídeo abaixo.
O curta é um trailer fake de 10 minutos para um filme que teria
supostamente nove horas de duração. É a história de um homem (Jack, um
patologista forense interpretado por Paul Clemens) que se encontra com o
assassino mais implacável dos últimos tempos, uma estranha entidade do Mal (um
“Ginosaji” performado por Brian Rohan) que o persegue golpeando-o seguidamente com
uma… colher.
sexta-feira, agosto 28, 2015
Por que Hollywood está interessada na mente humana?
sexta-feira, agosto 28, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Por que Hollywood anda tão interessada na mente humana? De filmes como
“Amnésia” (2000) até a atual animação da Pixar “Divertida Mente” (2015) é
recorrente o tema da possibilidade representação, mapeamento ou virtualização
da mente para que possamos melhor controlá-la ou aumentar suas potencialidades.
Sabendo-se que desde a II Guerra Mundial Hollywood tornou-se uma poderosa
ferramenta de repercussão das agendas políticas ou econômicas dos EUA, o que
representaria essa recorrência temática desse início do século? Esse foi o tema
desenvolvido por esse humilde blogueiro na CONACINE 2015, onde procurei expor
que nesse momento o cinema estaria repercutindo duas agendas: uma
“tecnognóstica” e a outra religiosa, cujo epicentro estaria no Vale do Silício: a propagação da “religião das máquinas”.
Por que o roteiristas e diretores do cinema andam tão interessados pelo
tema da mente humana? É visível a recorrência desse tema na cinematografia
desse início de século, desde Amnésia (2000), passando por Vanilla
Sky (2001) e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004) até os
recentes Transcendence, Lucy e a animação da Pixar Divertida Mente.
Nesse conjunto de filmes está sempre presente a ambição pela
possibilidade de mapeamento, simulacão e controle da mente humana. Por que esse
tema é tão recorrente no cinema nesses últimos tempos?
domingo, agosto 23, 2015
Estágio meteorológico da informação cria presunção da catástrofe
domingo, agosto 23, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Já foi a época em
que a Previsão do Tempo nos telejornais era uma prestação de serviços para os
espectadores saberem se teriam que sair de casa de guarda-chuva ou então se o
próximo final de semana seria aproveitável para passeios. Hoje tornou-se um
jogo televisual onde os dados dos satélites e os infográficos animados
representando depressões atmosféricas e deslocamentos de massas de ar
tornaram-se alibis da busca de uma amarração ideal das seguintes pautas: a
“crise hídrica”, a presunção da catástrofe climática e a descontextualização
das notícias. É o "estágio meteorológico da informação", onde os boletins da previsão do tempo sucedem ou precedem notícias que precisam ser semioticamente maquiadas.
A sessão da
Previsão do Tempo nos telejornais tornou-se peça subliminar daquilo que
chamamos de “jornalismo metonímico” – a ordem em que as notícias são colocadas
em um telejornal cria uma narrativa para confirmar predisposições, visões de
mundo e ideologias políticas pré-existentes nas reuniões de pautas das
editorias.
O pensador francês
Jean Baudrillard já observava esse fenômeno em 1995 ao afirmar que a informação
estava entrando no “estágio meteorológico”: na televisão francesa as notícias
sobre Bolsa de Valores e Economia sempre antecediam ou sucediam os boletins
meteorológicos como que as previsões e incidentes climáticos naturalizassem as flutuações especulativas – a
especulação dos mercados financeiros não são eventos políticas, mas fenômenos parecidos
como os da Natureza – leia BAUDRILLARD, Jean. “A Informação no Estágio
Meteorológico” In: Idem, Tela Total,
Porto Alegre: Sulina, 1997.
sábado, agosto 22, 2015
Curta da Semana: "Puppets" (2011) - Eu sou aquilo que não penso?
sábado, agosto 22, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com a sessão
"Curta da Semana" o Cinegnose vai celebrar a presença do Surreal, do
Gnóstico, do Estranho e do Enigmático no universo das produções em curta metragem.
Esse gênero de filme vem se tornando verdadeira incubadora de novos diretores e
roteiristas, em um tipo de produção que permite liberdade em experimentar novos
temas, estéticas, linguagens e efeitos especiais. E como primeiro "Curta
da Semana" selecionamos uma produção dos Daniels (Daniel Kwan e Daniel
Schneiter), "Puppets". Seguindo os passos de diretores
como Spike Jonze (“Her”) e David Fischer (“Clube da Luta”), os
Daniels tentam fazer uma analogia perfeita do processo criativo problemático
dos roteiristas e diretores com atores e personagens... ou será um simbolismo
da manipulação das nossas identidades?
Dois diretores lutam por uma cena de um filme. Um pensa que que tudo é muito clichê e o outro pensa que é melhor retornarem para o interior de seus personagens-fantoches. Os próprios Daniels aparecem no curta como os manipuladores interiores dos atores-fantoches, criando uma curiosa situação de humor negro e bizarrice.
O curta tem um quê
de Jonze e Fischer, algo entre O Clube da
Luta e Quero Ser John Malkovich.
Parece ser uma brincadeira da dupla de diretores sobre o próprio processo
criativo. Ou, como no filme Quero Ser
John Malkovich, uma fábula sobre a possível existência de alguém ou algo
que nos controla por dentro manipulando nossas identidades.
segunda-feira, agosto 17, 2015
Editor do "Cinegnose" participa com palestra no CONACINE 2015
segunda-feira, agosto 17, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Este humilde
blogueiro participará da segunda edição do Congresso Nacional de Cinema
(CONACINE), que vai acontecer de 17 a 21 de agosto. Participarei no dia 20 às
13 horas com a palestra on line “Cartografias da Mente Cibernética: o cinema e a
virtualização da mente humana”.
O evento é
totalmente online. Quem se inscrever terá o direito de assistir às palestras de
sua escolha, gravadas em vídeo e exibidas no site do evento em datas e horários
específicos. Os interessados podem se inscrever no site do CONACINE. O endereço
é www.conacine.org.
sexta-feira, agosto 14, 2015
Datena, Russomanno e Doria Jr candidatos em 2016? É a mídia, estúpido!
sexta-feira, agosto 14, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Junto com o midiático Celso Russomanno, somam-se para as próximas
eleições à prefeitura de São Paulo os televisivos José Luiz Datena e João Doria
Jr. Cientistas políticos vêm interpretando esse fenômeno como crescimento do
conservadorismo de uma cidade que em outros tempos elegeu Maluf, Celso Pitta e
Ademar de Barros. Ou como reflexo do “vácuo político” decorrente da
judicialização da Política feita pela Operação Lava Jato. Mas haveria algo
mais, um projeto que estaria sendo gestado e que tornaria São Paulo o
laboratório de uma experiência de vanguarda: a midiatização total da vida
pública. Esses personagens midiáticos representam a quintessência do imaginário
paulistano: justicialismo, meritocracia e consumo. Mas desta vez, sem
intermediários: diferente dos políticos, ainda presos na cena teatral, Datena,
Russomanno e Doria Jr. vivem na cena midiática - pelo menos sabem ler um teleprompter e se
posicionam bem diante das câmeras.
O blogue Cinegnose vem considerando em postagens
recentes que São Paulo é um enclave conservador dentro do Brasil. Exemplos
disso seriam os protestos e resistências a medidas civilizatórias globais como
a construção das redes de ciclovias e a redução da velocidade dos carros. E, o
que é pior, protestos que muitas vezes associam essas medidas a um suposto
totalitarismo bolivariano cuja solução final seria um golpe militar.
Mas, temos que dar
a mão à palmatória. Na verdade, São Paulo está na vanguarda. Um exemplo desse
vanguardismo estaria na praça ecologicamente correta chamada de Praça Victor
Civita - sincronicamente localizada ao lado da decadente Editora Abril, da sucateada
Sabesp e do fétido Rio Pinheiros). Como esse blogue observou em outra
oportunidade, a praça é mais do que um símbolo da sustentabilidade: é o símbolo
da vanguarda de um projeto que pretende se expandir para todo o País – por meio
do sucateamento deliberado do Estado, tornar escasso todos os bens tidos como
universais (água, educação, energia etc.) para, depois, serem entregues à
regulação do mercado como simples mercadorias – sobre isso clique
aqui.
segunda-feira, agosto 10, 2015
Um salto para o fundo infinito da mente no filme "Nothing"
segunda-feira, agosto 10, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com inegável influência do grupo inglês de humor Monty Python, “Nothing” (2003) acompanha a vida de dois amigos que inexplicavelmente pulam para uma outra dimensão onde apenas restaram eles próprios e a casa, cercados pelo Nada – um aparente gigantesco fundo infinito branco. Ou será que estão prisioneiros no interior de suas próprias mentes? Dirigido por Vincenzo Natali (diretor do cult de terror “Cube”), o filme é uma experiência minimalista com argumento PsicoGnóstico: naquele nada, acharam que viraram deuses, capazes de deletar qualquer coisa de que não gostem (inclusive suas memórias). Mas há um perigo: poderão deletar a si mesmos. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
sábado, agosto 08, 2015
Por que salas de cinema atraem atiradores?
sábado, agosto 08, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Atiradores que abrem fogo em escolas e salas de cinema já tornaram-se
eventos icônicos na cultura pop atual. Acompanhamos nas últimas semanas dois
episódios nos EUA envolvendo salas multiplex: Lafayette (onde exibia o filme “Trainwreck”
– “Descompensada” no Brasil) e em Antioch (em cartaz o filme “Mad Max: Estrada
de Fúria”). O Brasil também teve tiros em sala de cinema num shopping em 1999
onde era exibido “O Clube da Luta”. Por que salas de cinema atraem atiradores?
O tom que a mídia aborda esses episódios é monocórdico: sempre retratados como atiradores solitários,
sem conexões, e que de repente decidem abrir fogo contra uma plateia. Há algo
mais por trás desses eventos? É o que pretende demonstrar as hipóteses do
Efeito Copycat, do Sincromisticismo e sobre secretas conexões entre Cinema e
Guerra.
Duas semanas
depois de um atirador ter aberto fogo contra a plateia em um cinema em Lafayette,
Louisiana nos EUA, outro atirador armado com espingarda e um machado, no dia 05
de agosto, foi abatido por policiais em um cinema que exibia Mad Max: Estrada da Fúria em Antioch, no
Tenessee.
O atentado
anterior, no dia 23 de julho, foi há exatamente três anos do atentado em
Aurora, Colorado, onde James Holmes atirou na plateia que assistia ao filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge.
quarta-feira, agosto 05, 2015
Filtro-bolha da Internet aprisiona usuários em "mônadas" virtuais
quarta-feira, agosto 05, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com o cálculo infinitesimal e o primeiro sistema numérico binário, o filósofo e matemático Leibniz criou as bases metafísicas do ciberespaço e Internet no século XVII. E também a Monadologia: a busca da unidade última e indivisível do Ser. Quando Mark Zuckerberg diz que na Internet “saber que um esquilo está morrendo no seu quintal pode ser mais relevante para seus interesses nesse momento do que saber que pessoas morrem na África”, inadvertidamente está realizando através da tecnologia o projeto metafísico das “mônadas” de Leibniz. Uma pista disso é a fala do ciberativista Eli Pariser no “TED Talks” alertando sobre como as moderações algorítmicas nos sites de busca e redes sociais estaria criando o “filtro-bolha” – para cada usuário, resultados de busca e timelines diferentes de acordo com a sua vida online. A Internet estaria gerando bolhas viciosas e virtuais, impedindo que usuários tenham acesso a outras notícias, filmes ou informações que supostamente não façam parte do seu interesse. Como escrevia Leibniz, mônadas não possuem janelas.
domingo, agosto 02, 2015
Amor e paradoxos quânticos no filme "Em Algum Lugar do Passado"
domingo, agosto 02, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Por que um filme tão odiado pela crítica especializada na sua época como “Em Algum Lugar do Passado” (Somewhere in Time, 1980) em pouco tempo tornou-se um novo clássico e um fenômeno cult? Diferente de outros filmes sobre viagem no tempo com forte ênfase social, “Em Algum Lugar do Passado” é uma tragédia amorosa, melodramática sob a trilha onipresente de Rachmaninoff. Porém, há algo mais pulsando por trás de camadas e camadas de romantismo hollywoodiano: o primeiro filme a aproximar o tema do amor aos paradoxos quânticos do tempo, assim como hoje fazem filmes como “Interestelar” de Nolan ou “Amantes Eternos” de Jarmusch.
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