domingo, setembro 29, 2013
De Hitler aos Hippies: a Kombi no cinema em dez filmes
domingo, setembro 29, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A Volkswagen anunciou o encerramento da
produção da Kombi no Brasil, o último país que ainda produzia esse veículo.
Junto com o fusca, a Kombi transformou-se em um arquétipo moderno e o significante cultural
de uma constelação de conceitos que vão da esfera política às noções
espirituais de jornada e liberdade. A presença da Kombi no cinema vai refletir
esse imaginário irônico onde, apesar de nascido de um projeto nacionalista de
Hitler e depois sintonizado com o lazer e o consumo individualista de
pós-guerra, transformou-se em ícone da contracultura e representante de um
estilo de vida antimaterialista e solidário. Abaixo, uma lista de dez filmes
onde a Kombi é um personagem cinematográfico com seus múltiplos simbolismos.
Ao lado do fusca, foi o veículo
que fez parte do imaginário de uma geração. A Kombi (abreviação da expressão
alemã “kombinationsfahrzeug” – traduzindo, “van cargo-passageiro”), nos EUA
chamada de VW Bus, acabou tornando-se
mais do que um veículo de transporte: deu colorido e ressonância à cultura
moderna, transformando-se em um arquétipo cultural, significante de uma
constelação de conceitos que vai da esfera política (contracultura e a ética
anticonsumista) à espiritual (viagem e liberdade).
O
Brasil era o único país que ainda produzia esse veículo. Mas, segundo a
Volkswagen, a produção será encerrada dia 31 de dezembro desse ano com a
produção de uma última série limitada e comemorativa unindo todas as
características de design das várias versões da Kombi nesses 63 anos.
sexta-feira, setembro 27, 2013
Hollywood produz mais filmes-catástrofe em épocas de crise global
sexta-feira, setembro 27, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Pesquisando o banco de
dados das produções cinematográficas por gênero do IMDB (Internet Movie Data
Base) descobrimos uma curiosa recorrência: os filmes-catástrofe, gênero fílmico
surgido na década de 1970, encontra seu pico de produção a cada contexto de
crises econômicas globais. Vivemos atualmente a terceira grande onda de filmes
desse gênero que coincide com a crise da Zona do Euro. Será apenas
coincidência? Historicamente Hollywood moldou o imaginário social por meio de uma
tática de deslocamento: a transformação em “objeto fóbico” de tudo aquilo que
nos causa medo e repulsa. Com os filmes-catástrofe temos a confirmação disso: a
naturalização das crises por meio dos cataclismos geológicos ou cósmicos
ficcionais e a criação de uma fobia ou medo coletivo por qualquer aspiração por
mudança.
O cinema sempre teve uma íntima
ligação com os momentos históricos de crise, sejam elas econômicas, políticas
ou sociais. Podemos considerar o cinema um perfeito sismógrafo das tendências
implícitas da sociedade que o produz, como solução imaginária de tensões
sociais ou ainda como sintoma coletivo. A análise dos filmes, principalmente no
que se refere à evolução dos seus gêneros (terror, sci-fi, drama etc.), são excepcionais por revelar verdadeiros
sintomas sociais. Como veremos, é o caso do gênero disaster movies, ou “filmes-catástrofe”.
Desde o início, nos dois lados
do oceano Atlântico, o cinema mostrava essa excepcional característica
sismográfica. Filmes expressionistas alemães como “O Gabinete do Dr. Caligari”
de Robert Wiener (1920), “Nosferatu” de F.W. Murnau (1922), “Dr. Mabuse, O
Jogador” (1922), “Metrópolis” (1926) e
“O Vampiro de Dusseldorf” de Fritz Lang com suas atmosferas de pesadelo
dominadas por linhas e planos tortuosos coincidiam com a turbulenta fase da República
de Weimar na Alemanha e anunciavam a chegada iminente do nazismo.
quarta-feira, setembro 25, 2013
A condição humana entre a loucura e transcendência no filme "K-Pax"
quarta-feira, setembro 25, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Filme precursor de um subgênero chamado “psicodrama alt. Sci-fi” (filmes
que usam argumentos sci-fi para, na verdade, discutir temas bem terrestres com
baixos orçamentos e nenhum efeito especial), “K-Pax - O Caminho da Luz” (K-Pax, 2001) foi injustamente
esquecido pela crítica e público. Um homem é internado em hospital psiquiátrico
afirmando ser um visitante de um planeta distante. Astrônomos e psiquiatras
tentam encaixá-lo em algum script racionalizante que tente explicar seus
conhecimentos, mas os paradoxos colocados pelo seu comportamento colocam em
xeque todos ao redor: será que uma vida inteira dedicada à ciência terá sido
para nada?
Um filme que acabou esquecido
pelos críticos e público, principalmente por ter sido lançado a pouco mais de
um mês depois dos atentados de 11 de setembro em Nova York. Talvez poucas
pessoas estivessem interessadas em discussões filosóficas em torno de um potencial
visitante de outro planeta que nos visita sob a forma humana, chamado Prot
(Kevin Spacey) e que se encontra preso em um hospital psiquiátrico em
Manhattan. Se ele é de fato um visitante do planeta K-Pax ou apenas um louco
“com a história mais convincente que eu já vi”, como confessa o psiquiatra que
tenta “curá-lo”, é a dúvida que acompanhará o espectador até a última cena,
cabendo a ele fazer uma contabilização das pistas deixadas ao longo da
narrativa.
Provavelmente o filme “K-Pax”
pode ser considerado o precursor de uma espécie de subgênero que sob o pretexto
de abordar temas caros da ficção científica (visitantes extraterrestres, viagem
no tempo, eventos cósmicos etc.), através de filmes com baixo orçamento e
praticamente sem nenhum efeito especial discute temas bem terrestres e
familiares: dilemas dos relacionamentos, a alteridade, conhecimento, hierarquia
e autoridade. O nosso leitor Ricardo Afonso percebeu a essência desse novo
subgênero: “A cena em que ele [Prot] simula uma viagem no tempo simplesmente nos faz
rir de nossa própria limitação, quando acreditamos que para tal empreitada
seriam necessárias luzes, cenas e cenários dignos de ficção cientifica de
Hollywood”.
domingo, setembro 22, 2013
Conheça as dez maiores conspirações no cinema
domingo, setembro 22, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Estariam as estrelas de Hollywood sendo assassinadas em série por um sinistro grupo oculto? Alguns filmes foram de fato
amaldiçoados por forças malignas de outro mundo? Ou trazem mensagens cifradas
sobre comandos de controle da mente ou desafios diretos ao Illuminatis? Kubrick
teria dirigido o filme “O Iluminado” para espalhar pistas sobre o falso pouso da Apolo 11
na Lua que ele próprio teria ajudado a produzir? Esse é o estranho mundo das
mais bem elaboradas e paranoicas teorias da conspiração envolvendo o cinema.
Para seus autores, ir ao cinema é uma perigosa aventura onde o espectador
desatento poderá ser programado por mensagens ocultas. Por que tantas
conspirações cinemáticas? Talvez porque um produto cultural que atinge tão
diretamente nossos corações e mentes seja, afinal, produzido por uma indústria
de entretenimento anônima e corporativa.
quarta-feira, setembro 18, 2013
As imagens seduzem e iludem no filme "Cópia Fiel"
quarta-feira, setembro 18, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Cópia Fiel” (Copie Conforme, 2010) é um curioso olhar etnográfico de um
diretor iraniano para a cultura das imagens ocidental: Abbas Kiarostami vai ao polo
irradiador do cânone da ilusão figurativa das imagens (a Itália dos museus,
igrejas e arte sacra) para mostrar, paradoxalmente por meio do artifício (um
escritor que promove um livro sobre o valor das cópias em relação a obra
artística original e que voluntariamente participa de um “role-playing”
proposto por sua admiradora), que as imagens são intransitivas, não remetem a
nada fora delas mesmas, seja uma suposta natureza divina ou real. Elas sempre
foram meros simulacros.
Artifício, ilusão, simulação,
mentira. Essas são algumas críticas feitas à civilização ocidental das imagens
feitas por autores como Guy Debord (Sociedade do Espetáculo), Jean Baudrillard
(Simulacros e Simulações) chegando a filmes como “Matrix” onde a imagem
tecnológica alcança o paroxismo ao criar mundos virtuais onde o homem torna-se
prisioneiro.
O aclamado
diretor iraniano Abbas Kiarostami vai ao centro irradiador dessa cultura da
imagem no Ocidente (a Itália, repleta de arte sacra, afrescos religiosos
renascentistas e ícones cristãos por todos os lados em pequenas capelas,
Igrejas e lojas de antiguidades) para fazer uma reflexão dos problemas
filosóficos que envolvem as imagens que nos cercam e a nossa percepção delas. E
talvez mais do que isso: mostrar como fomos seduzidos pela ilusão.
domingo, setembro 15, 2013
O cacoete jornalístico e a agenda invisível
domingo, setembro 15, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Continuando nossa incansável e perigosa busca de “bombas semióticas” na
mídia, encontramos outra de uma nova espécie, dessa vez involuntária, produzida por uma
espécie de cacoete jornalístico: o furor em estabelecer conexões, religações ou
cadeias de causa-efeito entre notícias distantes. O que o Jornal “Hoje” da TV
Globo quis nos dizer ao aproximar a notícia de um incêndio em uma fábrica no
interior de São Paulo com a sessão do tempo prevendo altas temperaturas e
baixíssima umidade? De tanto forçar a barra na interpretação do noticiário político
e econômico a partir de uma espécie de agenda nacional e global invisível que reina nas redações das grandes mídias, acabou criando um "modus operandi",
um cacoete em que mesmo os "fatos diversos" acabam sendo involuntariamente tratados da
mesma forma pelos jornalistas - como a materialização de um script
político-ideológico pré-estabelecido.
Quinta-feira, 12 de setembro de
2013. O telejornal “Hoje” da TV Globo já havia apresentado os primeiros blocos
noticiosos das chamadas hard news
(política e economia) e entrava na sua parte final com o que se chama em
jornalismo faits divers (fatos
diversos – notícias locais, curiosidades, cultura, tempo etc.). De repente,
entra um link ao vivo: incêndio de grandes proporções em uma fábrica de
bebedouros na cidade de Itu, interior de São Paulo. Atrás do repórter vemos
grossos rolos de fumaça negra subindo a dezenas de metros de altura contra um
profundo céu azul. Corta para o estúdio. Sandra Annenberg imediatamente convoca
a jornalista do tempo Michelle Loreto e pergunta: “vai cair alguma gota de
chuva naquela região?”. Michelle responde negativamente e explica apresentando
em um mapa as zonas de alta pressão e temperaturas elevadas esperadas para
grande parte do país. Após a rápida previsão do tempo, Sandra Annenberg
finaliza com uma expressão grave: “é... e não chove há uma semana naquela
região...”
sexta-feira, setembro 13, 2013
A Internet demasiado humana no filme "Disconnect"
sexta-feira, setembro 13, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um soco emocional. Assim pode ser definido o filme independente
“Disconnect” (2012): três histórias baseadas em fatos reais tendo como cenário
Facebook, Twitter, smartphones, tablets e laptops. Cyberbullyings, crimes
cibernéticos e sites eróticos que exploram menores encontram pessoas
fragilizadas emocionalmente cujas relações com parentes e amigos são
superficiais e vazias enquanto toda a atenção se volta aos gadgets tecnológicos.
O filme “Disconnect” representa a destruição do segundo mito
da Internet: depois do fim da utopia das empresas “ponto com” em 2000, agora a
diluição do mito do novo mundo trazido pela “inteligência coletiva” digital. A tecnologia apenas
ampliaria as velhas mazelas da condição humana. A Internet ainda continua
humana, demasiado humana.
Quando a televisão surgiu era
rotineiramente acusada por devorar a atenção das pessoas e destruir a
comunicação. Produtora de solidão, emburrecedora e responsável por distúrbios
oculares eram o mínimo de que se acusava a TV. Com a Internet alarmes
semelhantes retornam, porém com um outro viés: os caminhos dessa terra de
ninguém são potencialmente perigosos – alguns são predadores, outros são
viajantes ingênuos que se aventuram por territórios dominados por tribos e
cibercriminosos. O risco de ser emboscado, espoliado e humilhado é
considerável. Muitas vezes a aplicação da lei é incapaz de apanhar os
trapaceiros, que se mantêm sempre à frente do jogo.
Esse é o tema do filme “Disconnect”
do documentarista Henry Rubin (do documentário “Murderball”) em sua estreia em
um filme com narrativa ficcional. A partir de um roteiro escrito por Andrew
Stern, Rubin apresenta um verdadeiro soco emocional para aqueles que convivem
diariamente com Facebook, Twitter, Skype, webcams e smartphones: um retrato da
crueldade desencadeada por ladrões que alegremente se escondem por trás de
falsas identidades virtuais, desenterram informações pessoais e com algumas
teclas pode ser capaz de destruir a vida de uma pessoa.
quarta-feira, setembro 11, 2013
A bomba semiótica das pegadinhas do "Fantástico" e "CQC"
quarta-feira, setembro 11, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Ensinar lições de moral e cidadania através de simulações. Mais
precisamente através de “pegadinhas”, dessa vez “do bem” e na TV. Cuidado! Sob
o pretexto de nobres propósitos programas como o “Fantástico” da Globo e “CQC”
da Band estão detonando mais uma “bomba semiótica”, dessa vez sob a forma do “infotenimento”
(informação + entretenimento), com situações do cotidiano simuladas para
flagrar contraventores da ordem, da moral e dos princípios de cidadania para
nos ensinar que o bem sempre compensa. Ambos os programas alinham-se à pauta
atual imposta pela mídia: a pauta da moralidade e do combate à corrupção, o
último papel de protagonismo que lhe resta no cenário político atual.
Vamos desmontar mais uma “bomba
semiótica”. Porém esta é de um tipo sofisticado e difícil de lidar
semioticamente, pois envolve um elemento “meta”: a simulação, e não
simplesmente uma simples manipulação ou encobrimento de fatos como
habitualmente estamos acostumados a ver em telejornais ou revistas impressas.
O “Fantástico” estreou
recentemente um quadro chamado “Vai Fazer o Quê?” no qual o repórter Ernesto
Paglia conduz uma série de “experiências” para descobrir como reagem as pessoas
diante de situações polêmicas como pit
boys que ofendem um mendigo e tentam expulsá-lo de uma praça pública ou uma
cuidadora que maltrata seu paciente idoso. O repórter privilegia mostrar
aqueles que atuaram corretamente, pede desculpas ao estresse que os atores
criaram na simulação, constrange os cidadãos menos valorosos que nada fizeram
com perguntas do tipo “você ficou ali olhando, mas não reagiu...” e discorre
como os espectadores devem agir em uma situação dessas.
domingo, setembro 08, 2013
Dez sinais de que você participa de uma seita.
domingo, setembro 08, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Acreditamos que só loucos e estúpidos fazem parte de cultos ou seitas. Mas não se engane: esse é um estereótipo midiático mostrado pelas notícias sensacionalistas que nos apresentam fanáticos fazendo parte de cultos comandados por gurus enlouquecidos. Desde a década de 1930 quando a literatura de autoajuda começou a abandonar o campo da psicologia e flertar com o misticismo e esoterismo até transformar-se em técnicas motivacionais, os dispositivos de controle mental dos cultos começaram a se espalhar por empresas, movimentos políticos, grupos de autoajuda e outros tipos de organizações. Fique atento aos dez dispositivos de controle mental das seitas, sejam elas de culto a líderes, metas ou missões. Você pode estar dentro de uma delas e não sabe...
Quando ouvimos a palavra “culto”
lembramos de religiões neopentecostais, manipulações religiosas de estranhas
seitas ou obscuros cultos de grupos místicos cujos símbolos somente os
iniciados podem compreender. Vêm-nos à mente fanáticos desequilibrados, líderes
carismáticos manipuladores e suicídios grupais por causas bizarras.
No entanto essa é apenas a
aparência sensacionalista e midiática que parece encobrir uma realidade de
natureza bem diversa: ao lado das técnicas de manipulação de massas por meio da
propaganda e do marketing político, de marcas e de consumo, uma outra forma de
manipulação cresceu e vem se expandindo por todos os setores da sociedade – a
manipulação das relações humanas por intermédio do controle das relações
pessoais por lideranças e pequenos grupos.
sábado, setembro 07, 2013
Monty Python contra o cinismo contemporâneo
sábado, setembro 07, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Há quarenta e quatro
anos ia ao ar pela TV BBC o primeiro “Monty Python’s Flying Circus” com
uma trupe de comediantes ingleses cujo humor era marcado pelo absoluto cinismo
e non sense. Suas experiências formais (programa estruturado como “fluxo de
consciência”) e sketches demolidores influenciam há décadas gerações de
comediantes e redatores. Recuperando a melhor tradição do humor físico de
Chaplin e Jacques Tati, mesclou tudo isso com um estilo de comédia que
desconstruía ilusões e mentiras dos papéis sociais, mostrando de forma
engraçada como nossa existência parece ser baseada em mentiras e ilusões.
Diante do “cinismo esclarecido” contemporâneo a que se refere o filósofo alemão
Peter Sloterdijk, o grupo inglês criou uma técnica de humor que remontava às
próprias origens filosóficas radicais da escola dos cínicos: o "kynismo" grego da
antiguidade helenística de Diógenes e Pirro.
Quando pensamos em filmes
gnósticos, logo imaginamos ficções científicas dramáticas como “Cidade das
Sombras” ou “Matrix” com protagonistas procurando saídas de um universo
conspiratório em narrativas tensas e repletas de simbolismos enigmáticos.
Terror, drama, thriller, suspense ou ficção científica parecem ser os gêneros
propícios para questionamento gnósticos sobre a condição humana. Mas e a
comédia? É claro que nesses últimos
quatro anos em que esse blog procurou mapear a presença de elementos gnósticos,
esotéricos, ocultistas e míticos na produção cinematográfica popular recente,
encontramos tais elementos em produções que primam pelo humor negro como no
filme “Como Fazer Carreira em Publicidade” (How to Get Ahead in Advertising, 1989) ou em animações como a
trilogia “Toy Stories”.
Mas se pensarmos a comédia muito
mais do que um gênero, isto é, como técnica de humor (onde elementos como o
cinismo, a ironia, a parodia e o sarcasmo podem se transformar em instrumentos
de crítica social tão poderosos como a Filosofia e a Psicanálise) podemos
encontrar a presença do espírito gnóstico da desmistificação da irrealidade do mundo.
quarta-feira, setembro 04, 2013
Em Observação: "Sapphire & Steel" (1979-1982)
quarta-feira, setembro 04, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Imagine uma série como "Dr. Who" misturada com alquimia e ocultismo. Foi a antiga série televisiva britânica chamada "Sapphire & Steel". Com baixo orçamento e filmado quase totalmente em cenários interiores, criou uma abordagem totalmente diferente sobre os problemas metafísicos que envolvem o Tempo. Ao contrário da abordagem tradicional que o cinema faz baseada nos paradigmas da Física (relatividade, continuum tempo-espaço, universos alternativos etc.), essa antiga série cult abordava o tema a partir de referenciais alquímicos e ocultistas. Telecinese e Psicometria convivem com transmutações e seres elementais que são, na verdade, guardiões do Tempo que assumem formas humanas. Elementais que parecem ter saído de uma Tabela Periódica de química e que lutam contra entidades malignas que querem explorar os pontos fracos dos corredores do Tempo.
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