sábado, setembro 30, 2017
Wokesploitation é a fronteira final do reality show em "Esta é a Sua Morte"
sábado, setembro 30, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois de explorar as mazelas do sexo e
da vida, a última fronteira da TV é a morte. Mas não a das vítimas, mas
daqueles que querem dar cabo das suas próprias vidas. Depois de décadas de
críticas e sátiras cinematográficas ao gênero televisivo do reality show, “Essa
é a Sua Morte” (2017) evoca a tendência atual do “Wokesploitation” – chamar a
atenção das injustiças da mídia e sociedade por meio da hiper-violência e muito
sangue, como na franquia “Uma Noite de Crime”. Mas é um reality show sobre
suicidas endividados através do viés “camp”, “trash” como fosse uma típica “soap
opera” norte-americana. Um filme que vai além da crítica ao reality show:
mostra a fase terminal da TV, agora obcecada em procurar de forma tautista “a
realidade do real” numa sociedade na qual a morte se tornou mais lucrativa do
que a vida, seja no sistema econômico quanto no político.
quinta-feira, setembro 28, 2017
Globo vive da crise com sósias de "Os Trapalhões" e "Escolinha do Professor Raimundo"
quinta-feira, setembro 28, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Parece que o tempo parou ou estamos
presos em algum infernal eterno retorno. É essa a sensação ao vermos o canal
fechado “Viva” da Globosat: ao assistirmos às reapresentações de novelas e
programas de humor dos anos 1980 e 1990 temos uma estranha sensação de
atualidade nos personagens, gags e bordões do passado inspirados na crise política
e econômica daqueles tempos: desemprego, preconceito, desesperança, corrupção,
violência de classes. Tudo continua o mesmo! E para aumentar essa atmosfera de
realismo fantástico, agora o canal "Viva" exibe remakes de “Os Trapalhões” e “Escolinha do
Professor Raimundo” com atores sósias dos personagens originais revelando uma
bizarra dialética: o presente que repete o passado, também recorre aos mesmos bordões
e gags anteriormente trágicas, mas que agora ecoam como farsa, fazendo-nos dar
amargas risadas pela sensação de que o tempo parece não andar para frente, pelo menos
por essas plagas. Mas também revela o “tautismo” da Globo: os Marinhos sabem
que o monopólio da emissora está fundamentado na forçada recorrência brasileira
da crise e inércia política e econômica.
terça-feira, setembro 26, 2017
O estranho que se esconde no cotidiano em "Survivor Style 5+"
terça-feira, setembro 26, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Cinco modos de sobrevivência. Um marido
que não consegue matar a esposa; uma dupla de ladrões gays enrustidos; uma
criativa que produz vídeos publicitários que só ela consegue gostar; um pai de
família que pensa ser uma pomba depois de um show de hipnose mal sucedido; e um
assassino de aluguel que faz a mesma pergunta a todos que querem contratá-lo:
“qual a sua função na vida?”. Mas sobreviver a quê? Ao cumprimento obrigatório
dos papéis familiares, de gênero, profissionais, familiares etc. Esse é o
estranho e bizarro filme japonês “Survivor Style 5+” (2004) uma avalanche de
alusões, referencias e metalinguagens de “O Iluminado”, “Laranja Mecânica”,
Kubrick, Tarantino e Guy Ritchie. Onde, em questão de segundos, a narrativa vai
dos extremos do assustador e da comédia. “Survivor Style 5+” revela não só como
a cultura pop japonesa liquefaz toda a cultura Ocidental como também, através
da estética do chamado “filme estranho” ("Weird Movies"), chama
a atenção para o mal estar que coexiste no cotidiano não só japonês, mas da
sociedade em geral.
domingo, setembro 24, 2017
A gnose de um fantasma em "A Ghost Story"
domingo, setembro 24, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Muitas religiões falam de um ponto entre
a vida e a morte no qual vagam, entre os vivos, fantasmas daqueles que por
algum motivo não conseguem deixar esse mundo. Mas “A Ghost Story” (2017) nos
apresenta um fantasma diferente: um jovem morto prematuramente coberto por um
lençol como um fantasma de Halloween. Um observador silencioso preso a uma casa
que vê moradores chegando e mudando-se. Um filme sobre a percepção do tempo e a
permanência. O que o prende naquela casa, silenciosamente observando os vivos?
Talvez, os mesmos motivos que fazem os vivos serem prisioneiros dessa vida, sem jamais alcançarem a gnose. E
como as questões nietzschianas como a morte de Deus e o eterno retorno permeiam
a angústia existente tanto nos vivos como nos mortos. Outro filme sugerido pelo nosso intrépido leitor Felipe Resende.
sábado, setembro 23, 2017
Resposta ao post "Sexo e Luto: Nietzsche, Wagner e as músicas mais tocadas nas rádios brasileiras", por Elvis Silva
sábado, setembro 23, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Publicamos o comentário do nosso leitor Elvis de Almeida
Silva sobre a recente postagem desse Cinegnose de 17/09/2017 “Sexo e Luto: Nietzsche,
Wagner e as músicas mais tocadas nas rádios brasileiras” como um artigo, pela
sua riqueza de informações e argumentos que ajudam a detalhar aspectos
polêmicos da postagem anterior. Principalmente a afirmação de Nietzsche de que
“Wagner é uma neurose” e sua implicações com o nazismo. Uma discussão
importante para entendermos como a moderna indústria do entretenimento consegue
absorver tudo aquilo que em dado momento na arte e na cultura foi vanguardista,
inovador e arrojado. Para depois ser padronizado e estereotipado.
quinta-feira, setembro 21, 2017
Curta da Semana: "State of Emergency Motherfucker!" - distraídos venceremos!
quinta-feira, setembro 21, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um fantasma ronda o Poder e
o Estado. O fantasma da apatia e indiferença das massas para o quê quer eles
façam ou planejem. Não por serem “alienadas”. Mas simplesmente porque as
pessoas estão absorvidas pela absoluta banalidade da vida. Dois jovens muçulmanos
comem kebab em uma lanchonete, concentrados num hilariante relato de uma
aventura amorosa do Dia dos Namorados. Absolutamente distraídos e indiferentes à chegada de
policiais que os abordam como os suspeitos de sempre, com ações cada vez mais
invasivas e violentas. O que se segue é uma narrativa de humor surreal e
absurdo: a contradição entre uma animada conversa sobre façanhas amorosas e a
violência policial que não consegue quebrar a atenção daqueles jovens
adolescentes. Esse é o curta State of
Emergency Motherfucker! (Etat D’Alert Sa Mere!, 2017) do belga Sebastién
Petretti.
terça-feira, setembro 19, 2017
Atacante corintiano Jô foi vítima da "Pan Lava Jato" da Globo
terça-feira, setembro 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Pobre Jô!,
atacante corintiano que fez um gol com o braço e determinou a vitória do
Corinthians sobre o Vasco no último domingo. A Globo, com a sua tradicional
máquina de moer reputações para confirmar a pauta do jornalismo, elegeu o
atacante como caso exemplar de todas as mazelas que o País precisa sanar na sua
cruzada moralizadora anticorrupção. Lava Jato no futebol, pela honestidade no
esporte! Implantado na Alemanha e Portugal, lá o árbitro de
vídeo é uma decorrência da evolução natural da tecnologia no esporte. Mas aqui,
é resultado da narrativa global da "Pan Lava Jato" na qual todas as editorias do
jornalismo da emissora precisam ser encaixadas. Imolado em praça pública, Jô
foi mais uma vítima do “modus operandi” da TV Globo: escândalo moral de uma
suposta vitória injusta, o bate-bumbo dos seus apresentadores e comentaristas,
o pronto julgamento moral e sentença do atacante corintiano e, no final, a "delação premiada" do Jô para tentar se safar da condenação.
Mídia contamina fronteira entre sanidade e loucura em "O Sinal"
terça-feira, setembro 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Desde “A Noite
dos Mortos Vivos” (1968), filmes sobre pragas zumbis e contaminações virais se
consolidaram como um subgênero do terror com uma característica recorrente: o
foco narrativo sempre está nos sobreviventes ou cientistas que tentam salvar o
mundo através da racionalidade ou da coragem. “O Sinal” (The Signal, 2007) subverte
esse cânone do terror: o que aconteceria se um filme se concentrasse no ponto
de vista dos zumbis? Como eles veem a si mesmos? Para eles quais seriam as
fronteiras entre normalidade e loucura? O resultado é um filme sem
heróis: apenas pessoas normais que não possuem a menor consciência de que foram
contaminados por um misterioso sinal transmitido pela TV e dispositivos de
áudio como CD players e de comunicação como telefones e rádios. “O Sinal” apaga
a fronteira entre a normalidade e a loucura. Mas não espere zumbis canibais se arrastando
pelas ruas – apenas pessoas aparentemente normais e até com intenções altruístas.
Mas de repente podem matar impiedosamente aqueles que supostamente estejam no
caminho da sua felicidade. Outro filme sugerido pelo nosso implacável leitor
Felipe Resende.
domingo, setembro 17, 2017
Sexo e luto: Nietzsche, Wagner e as músicas mais tocadas nas rádios brasileiras
domingo, setembro 17, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Se até a
explosão do sertanejo e forró eletrônicos as músicas vivam no trinômio Festa,
Sexo e Amor, hoje a parada de sucesso parece viver uma atmosfera mais sombria: de
um lado, nas letras, processos de lutificação (perdas, separações etc.); e do outro
acumulação de uma tensão sexual neurótico-compulsiva. Se revisitarmos as
críticas que Nietzsche fez ao seu ex-amigo, o compositor Richard Wagner,
veremos que guardam uma similaridade com os tempos atuais. Nietzsche via na
música de Wagner uma arte feita para o “homem doente de si mesmo”, que
necessita de três estimulantes psíquicos para sobreviver numa cultura decadente: “a
brutalidade, o artifício e a candura idiotizante”. A estrutura musical da
música de Wagner (leitmotiv, cromatismo extremo etc.) foi precursora da moderna
música de sucesso da indústria cultural. Portanto, na atual trilha musical da
crise brasileira podemos encontrar os elementos Wagnerianos
denunciados por Nietzsche – fragmentação, a sedução, a memória sobreposta a
expressão das emoções, repetição e previsibilidade, o artifício, a brutalidade. Seriam os sinais de uma caminhada para
a “décadence” e niilismo similares a de uma Alemanha que Nietzsche via
caminhando a passos rápidos para o abismo nazi-fascista?
quinta-feira, setembro 14, 2017
A controvérsia da "Queermuseu", o software que detecta gays e a animação "Divertida Mente"
quinta-feira, setembro 14, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O cancelamento
unilateral da exposição “Queermuseu” em Porto Alegre após protestos de grupos
neoconservadores; o desenvolvimento de um software por pesquisadores da
Universidade de Stanford cujo algoritmo reconhece a orientação sexual e até a
tendência política através das feições faciais de uma foto; e a animação da
Pixar “Divertida Mente” (2015) cujo argumento foi inspirado em pesquisas
psicológicas da CIA. O atual “revival” do bestiário pseudocientífico do século
XIX (antropologia criminal de Lombroso, Eugenia de Galton etc.) favorecido pela
escalada planetária do neoconservadorismo está criando bizarras ligações
perigosas entre eventos aparentemente distantes no tempo e no espaço. O
cancelamento do “Queermuseu” é mais uma amostra do “zeitgeist” do século XXI: como
um zumbi que retorna dos mortos , o bestiário pseudocientífico anterior ao
século XX retorna com roupagem high tech (algoritmos e Inteligência Artificial)
ou sob o discurso da “nova política” das chamadas “revoluções coloridas”.
terça-feira, setembro 12, 2017
"Onde Está Segunda?" faz elogio subliminar do controle populacional
terça-feira, setembro 12, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em sua época,
filmes distópicos como “Farenheit 451” (1966) e “Planeta dos Macacos” (1968)
foram denúncias de como a sociedade estaria próxima de futuros sistemas
totalitários. Hoje, esse subgênero sci-fi entregou-se à crítica moralista, ao
maniqueísmo e a pura propaganda subliminar da agenda científica dominante. A produção
Netflix “Onde Está Segunda?” (What Happened to Monday, 2017) é o exemplo mais
flagrante: em um futuro próximo no qual a explosão populacional levou ao
esgotamento dos recursos do planeta e os alimentos transgênicos salvaram a
humanidade da fome, a Natureza veio cobrar seu preço – o efeito colateral dos
alimentos geneticamente modificados foi o explosivo nascimento de gêmeos,
agravando o problema populacional. É criada a “Lei de Alocação Infantil”: cada
casal pode ter apenas um filho. Os irmãos excedentes são confinados em ambiente
criogênico. E os cidadãos são submetidos a vigilância implacável de uma
agência. O filme deixa a
tese do controle populacional fora de qualquer crítica. A Ciência chega ao
Poder numa política de terra arrasada, sem qualquer discussão ou
questionamento. Congelar crianças (pobres) excedentes? OK! O problema é apenas
a cientista vilã que gerencia o processo: corrupta, má e ambiciosa. Filme sugerido pelo nosso leitor Dudu Guerreiro.
domingo, setembro 10, 2017
Santos à espera do tsunami no feriado de sete de setembro
domingo, setembro 10, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Cidade de
Santos/SP. Feriado nacional de sete de setembro. Esse humilde blogueiro em mais
uma caminhada pela cidade natal juntando lembranças da infância e juventude se
confronta com uma sucessão de sintomas de um País psiquicamente doente. Ao
redor do tradicional desfile cívico-militar na orla da praia, de singelas
selfies de famílias com filhos e cachorros tiradas com soldados em trajes de
ações de choques civis (talvez antevendo futuros distópicos) com reluzentes
espadas a pessoas transtornadas gritando xingamentos contra Lula, Dilma etc..
Tudo isso ao lado de sem tetos e catadores de latas de alumínio nos jardins da
praia replicando o mesmo ódio, dessa vez contra um escultor de areia acusado de
fazer uma estátua da Dilma... A ex-presidenta falou em “calmaria que antecede o
tsunami”. Mas talvez esse tsunami seja uma explosão de ressentimento sem
direção ou sentido, apenas à espera de um gatilho sócio-econômico. Um tsunami bem
longe da tradicional narrativa de “luta e resistência” tão apreciada pela
esquerda.
sexta-feira, setembro 08, 2017
Cinco evidências de que Bitcoin é uma religião
sexta-feira, setembro 08, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Criada em 2009,
Bitcoin é uma moeda digital controlada por uma rede peer-to-peer sem depender
de bancos centrais e com um mercado de bilhões de dólares. Bitcoin parece ser
movido por um ímpeto anarquista porque seus seguidores odeiam governos e
autoridades financeiras. Mas suas ações são espirituais, lembrando uma religião
com um Criador, messias profetas, confirmando a tendência humana de perceber no
dinheiro e valor atributos inerentemente mágicos e místicos. E como toda
religião, tem a cortina que esconde o Mágico de Oz: o “fetichismo da
mercadoria”, tal como diagnosticou Karl Marx no século XIX sobre o velho Capitalismo,
a cortina que esconde a reprodução da desigualdade. O “Cinegnose” lista cinco
evidências de que o Bitcoin é mais uma religião, porém mais “cool” do que a
Teologia da Prosperidade das igrejas neopentecostais. Porque Deus desceu ao
mundo não mais sob a forma de dinheiro, mas agora como Criptografia e
Matemática.
terça-feira, setembro 05, 2017
Poder, Nietzsche e fast food no filme "Obediência"
terça-feira, setembro 05, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O telefone toca
e uma estressada gerente de uma lanchonete fast food ouve a voz de um policial
avisando que uma atendente da loja roubou dinheiro de uma cliente que veio
prestar queixa. Nas próximas horas ela cegamente obedecerá as ordens de um
suposto policial ao telefone para além dos limites dos seus valores e
consciência. Baseado num caso real absurdo e bizarro em uma lanchonete
McDonald’s nos EUA, o filme “Obediência” (“Compliance”, 2012) narra como a
tendência humana de ceder à autoridade leva a atitudes tão irracionais como os
maiores crimes da História: nós apenas sempre “obedecemos ordens”. Se para
Nietzsche a consciência é a principal fonte de enganos como o medo e o espírito
gregário, “Obediência” politiza esse insight do pensador alemão: as organizações
sociais e corporativas verticalizadas nos tornam ainda mais vulneráveis. Mais
uma sugestão do nosso indefectível leitor Felipe Resende.
segunda-feira, setembro 04, 2017
Curta da Semana: "Epic Fail" - quando o deserto do real implode os algoritmos das redes sociais
segunda-feira, setembro 04, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Greg Barth é um
cineasta que em seus curtas e vídeo clips musicais combina, em estilo único,
minimalismo com surrealismo. Premiado em 2014 no Festival de Cannes, no recente
trabalho chamado “Epic Fail” (2017), Barth apresenta um honesto insight sobre
como a atual tecnologia da informação distorce a realidade política e social
por meio de verdadeiras realidades alternativas criadas pelos algoritmos das
redes sociais. Lugares falsamente tranquilizadores porque filtram apenas aquilo
que fortalece o que já pensamos. Em “Epic Fail” faz uma sátira disso ao
imaginar um cenário no qual a paz mundial foi colocada em votação. Enquanto os
comentaristas da TV têm um discurso pouco confiável como fake news, nas redes
sociais reina a indiferença, aversão à política e a busca por mais “likes” e
“seguidores”. Até o momento em que ocorre uma “Falha Épica”.
domingo, setembro 03, 2017
"Comunistas Fazem Sexo Melhor?": sexo em um país dividido
domingo, setembro 03, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A oposição entre Capitalismo e Comunismo durante a Guerra Fria não significou somente a divisão entre diferentes modelos econômicos e políticos. Mas também diferentes vidas sexuais em cada lado do muro que dividia a Alemanha. O documentário “Comunistas fazem Sexo Melhor? – Sexo na Alemanha Dividida” (2006) confirmaria décadas depois as teses da chamada Nova Esquerda alemã nos anos 1970 a respeito da exploração da sexualidade pela “indústria da consciência”: enquanto na Alemanha Oriental o sexo era francamente discutido nas escolas e na TV, no Ocidente a chamada “revolução sexual” teria sido apenas uma “revolução de vendas” com a expansão da indústria pornográfica e publicitária.
sábado, setembro 02, 2017
Em "Herostratus" a subversão vira mais um produto à venda
sábado, setembro 02, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um filme
esquecido por quase 50 anos e só recentemente lançado em DVD. E certamente o filme desconhecido mais influente na
história do cinema. Só para começar, inspirou Kubrick a criar o atormentado
personagem Alex do filme “Laranja Mecânica” de 1971. “Herostratus” (1967), o
primeiro e único longa metragem do diretor Don Levy, conta estória de Max, um
jovem poeta rebelde que num gesto para ele subversivo, vende seu próprio
suicídio para uma empresa de marketing como um espetáculo midiático para as
massas. Um retrato da revolta jovem na Grã-Bretanha do Pós-Guerra: jovens
presos entre os extremos de riqueza e pobreza, enquanto eram bombardeados por
efeitos psicológicos eroticamente carregados da publicidade e sociedade de
consumo. E como o marketing e a publicidade são capazes de diluir qualquer rebelião
e transformá-la em tendência de moda. Filme sugerido pelo nosso leitor Higor Camargo.
Tecnologia do Blogger.