Mostrando postagens com marcador Cinetanatologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cinetanatologia. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, maio 11, 2023

Hiperliberalismo, pós-morte e Cinetanatologia na série 'Amanhã'


As representações no cinema e audiovisual sobre o Além e a vida após a morte são um verdadeiro sismógrafo do que ocorre aqui entre os vivos. É o que este Cinegnose chama de “Cinetanatologia”: o estudo das diferentes representações da morte e do além-túmulo no cinema e audiovisual. Um bom exemplo é a série Netflix sul-coreana “Amanhã” (Tomorrow, 2022- ) que revela como a representação do além-túmulo daquele país reflete o mal-estar entre os vivos: a crescente onda de suicídios, bullying e violência escolar. Um Céu corporativo preocupa-se com a ameaça da falência decorrente da superpopulação de almas de suicidas que chegam. Por isso, cria uma equipe de “Gestão de Riscos” para convencer depressivos, desempregados e perdedores em geral do país para não se matarem. “Amanhã” é uma série de comédia dramática que revela como o céu ficcional reflete o hiperliberalismo sul-coreano: a religião secularizada da meritocracia.

sexta-feira, janeiro 20, 2023

Vampiros e gnosticismo vão à ficção científica no subestimado '2019 - O Ano da Extinção'


A Era “Crepúsculo” acabou dominando o mercado dos vampiros que caminham durante o dia na primeira década desse século. O que deixou a produção australiana "2019 - O Ano da Extinção" (Daybreakers”, 2009) em busca de um público. Acabando esquecida com o passar dos anos. É um filme extremamente subestimado no qual os vampiros passam para o campo sci-fi – um futuro em que eles estão no controle do mundo. Na maioria das narrativas vampiros são seres que se escondem nas trevas e têm vidas secretas. Mas nesse filme tudo se inverte: são os humanos que escondem sua humanidade numa sociedade em que foram transformados em rebanho para colheita de sangue, algo parecido com “Matrix”. Vampiros, assim como zumbis, são fascinantes porque lembram para nós a própria condição gnóstica humana: nem a morte é suficiente para escaparmos desse mundo. Mas em “Daybreakers’ eles passam para o outro lado: são entidades inteligentes e demiúrgicas que controlam os humanos.

sábado, outubro 30, 2021

Cinetanatologia: imagens do pós-morte no cinema falam mais dos vivos do que dos mortos



Sabemos o que é morrer, mas nada sabemos sobre o que vem depois. A não ser testemunhos de supostos espíritos ou as controversas experiências de quase-morte tão estudadas por médicos, psiquiatras e neurocientistas. Mas há também as representações do cinema e audiovisual. Uma verdadeira “Cinetanatologia” na qual fala-se muito menos do Grande Além e muito mais das mazelas do mundo dos vivos – as representações fílmicas do pós-morte seriam verdadeiros sismógrafos das ansiedades ou temores de cada época, criando modelos diferentes de “céus” ou “infernos”: de representações objetivas a solipsistas. Porém, o século XXI revela uma mudança nas representações: deixa de ser um momento conclusivo ou de passagem para algo totalmente outro, tornando-se um evento absolutamente banal – continuação da mesma banalidade de quando éramos vivos. Ou uma prisão cósmica de multiversos quânticos e de inspiração gnóstica.

Tecnologia do Blogger.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Bluehost Review