O planeta sai do eixo devido a uma exploração geológica predatória no Polo Norte. O dia e noite começam a mudar instantaneamente. Os animais fogem ou enlouquecem. Mas na pequena cidade de Centerville todos ignoram, imersos em que estão na sua pacata rotina. Até que os mortos ressuscitam, transformados em zumbis. Mas eles não querem apenas comer os vivos: querem voltar a consumir produtos e objetos de que gostavam quando eram vivos. Essa é a comédia de humor negro de Jim Jarmusch “Os Mortos Não Morrem” (The Dead Don’t Die, 2019), um filme político e espiritualmente amargo: retoma o simbolismo político original de George Romero em “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968) para dar uma complementação existencial gnóstica: e se nos formos como os mortos-vivos, vagando pela Terra sonolentos e arrastados?