sexta-feira, agosto 30, 2024
O obscuro objeto da sexualidade em 'Sexo, Mentiras e Videotape'
segunda-feira, março 11, 2024
40 anos de 'Chaves': Commedia Dell'Arte, astrologia e pecados capitais, por Claudio Siqueira
Como dito pelo humilde blogueiro deste Cinegnose, estão fazendo 40 anos da estreia da série mexicana “Chaves” no Brasil, e nada mais justo do que homenagearmos alguns dos comediantes mais queridos da criançada latino-americana. Por incrível que pareça, nem mesmo essa comédia infantil deixa de ter suas eminências pardas ocultas. O Cinegnose vem falar mais um pouquinho sobre El Chavo del 8, a influência da Commedia Dell’Arte na confecção de seus personagens e como cada personagem representa um astro, sendo 7 cada um dos Pecados Capitais.
sexta-feira, fevereiro 02, 2024
Filme 'Red Rooms', Marques de Sade e Dark Web: "o Mal deve ser praticado sem paixão"
Se nos anos 1970 tínhamos a lenda urbana dos “snuff movies” (vídeos comercializados com sexo abusivo, violento, sadomasoquista e sempre terminando na morte da vítima), na Dark Web temos o roax das “Red Rooms” - transmissões ao vivo de estupro, torturas e assassinatos de vítimas sequestradas para um público disposto a pagar pelo entretenimento voyeurista. O filme canadense “Red Rooms” (Les Chambres Rouges, 2023), de Pascal Plante, começa com o julgamento de um pedófilo que sequestrou menores para seus shows nas Red Rooms. Mas o foco não é o julgamento, mas duas mulheres obcecadas pelo caso. Uma, uma groupie apaixonada pelo réu que virou uma celebridade. E outra fria e enigmática. Figura incômoda para o espectador, porque nunca sabemos qual o seu real interesse no caso. Uma personagem está no passado (a cultura das celebridades no século XX) e outra no futuro: o interesse insalubre e amoral pelo mal na Internet. Revivendo em pleno século XXI a máxima do velho Marques de Sade: “Para o libertino o Mal deve ser praticado sem paixão”.
quinta-feira, janeiro 11, 2024
Filme 'Intruso' e o amor na era da inteligência artificial
A premissa de “Intruso” (Foe, 2023) soa familiar, sobre a ideia de robôs e androides se tornarem tão reais que percamos as fronteiras entre simulação e realidade. Mas, lembre-se! Não estamos mais diante de replicantes sencientes e autônomos. Mas agora lidamos com inteligência artificial machine learning – algoritmos que “aprendem” conosco e não mais emulam, mas imitam. Num futuro em que o planeta está ambientalmente agonizante e a saída é o espaço sideral, um casal que mora em uma fazenda remota no Centro-oeste americano recebe a visita de um representante do governo convocando o marido para uma missão em uma colônia em outro planeta. Para dar continuidade ao casamento, no lugar ficará um clone com o qual a esposa nem perceberá a diferença. Para garantir isso, um pesquisador deverá passar um tempo com o casal para recolher o máximo de informações para que o clone seja o mais real possível. Em “Intruso” acompanhamos o que poderá ser o amor em tempos de inteligência artificial.
sábado, janeiro 06, 2024
Culpa e fúria nos 40 anos da série 'Chaves' no Brasil
Está fazendo 40 anos da estreia da série mexicana “Chaves” (El Chavo Del Ocho) aqui no Brasil Criado por Roberto Gómez Bolaños, falecido em 2014, era apelidado de Chespirito - “Pequeno Shakespeare”. Mas ele sempre esteve muito mais próximo de Stephen King e do escritor francês Camus. Se King dizia que o inferno era a repetição e Camus via no homem moderno atualização do mito de Sísifo, Bolaños vai mixar esses insights em uma pequena vila de pobres e remediados em algum lugar no Distrito Federal do México. Uma galeria de personagens que parecem condenados a repetir seus pecados na eternidade, assim como Sísifo rolava uma pedra montanha acima numa tragédia sem fim. Mas se fosse apenas isso, “Chaves” não seria tão cultuado por tantas gerações. Há algo mais: se por um lado a série revela um sentido auto moralizante onde cada personagem repete "ad aeternum" seus pecados mortais, do outro ninguém demonstra o menor respeito pela Ordem, seja a de Deus ou a do Diabo. A receita de um cult: a ambígua da mistura da culpa com a fúria.
sábado, julho 01, 2023
Sexta temporada de 'Black Mirror': o que resta à série dizer sobre nosso futuro?
Com três anos de atraso, chega a sexta temporada da série “Black Mirror” (2011-). Que enfrenta uma dúvida existencial: se o mundo real e a série atingiram um ponto tão elevado de convergência, o que resta à série dizer sobre o nosso futuro? Parece que todos os dias vemos uma nova profecia de “Black Mirror” sendo realizada. Por isso, nessa sexta temporada há uma estranha atmosfera na maioria dos episódios: ao invés de imaginar futuros hipo-utópicos (futuros que projetam de forma exagerada mazelas já existentes no presente), vemos narrativas em uma espécie de futuro do passado ou histórias fora dos temas clássicos da série. O criador Charlie Brooker estaria encontrado seu limite: a estranheza do mundo parece superar a imaginação ficcional.
sexta-feira, junho 30, 2023
Na série 'Mrs. Davis' a vida com algoritmos é um gigantesco "McGuffin"
Durante séculos os seres humanos permitiram que aspectos vitais da sua vida fossem impulsionados e organizados pela religião. Mas o que aconteceria se algoritmos e a inteligência artificial passassem a ter esse mesmo tipo de poder de moldar o mundo? A vida se tornaria um gigantesco “McGuffin” - dispositivo narrativo na forma de algum objetivo ou objeto desejado que o protagonista persegue sem nenhuma explicação narrativa ou importância. Essa é a série cômica “Mrs. Davis” (2023- ): uma IA torna-se o tecido da vida cotidiana. Mas uma freira acha que há algo errado com algo tão onisciente e onipresente – seria como adorar um falso Deus. E planeja desligá-la, após encontrar o Santo Graal. “Mrs. Davis” é a série mais comicamente niilista da temporada: e se religião e tecnologia forem a mesma coisa?
domingo, setembro 20, 2020
Curta da Semana: 'Lady Gaga: 911" - o esotérico airbag mental diante da morte
sábado, agosto 22, 2020
Série "Sl⌀born": a pandemia é uma profecia autorrealizável?
Uma pandemia global avança pelo planeta. Numa comunidade em uma pequena ilha no Mar do Norte as telas de TV mostram o drama que avança pelo mundo. Mas todos estão indiferentes, imersos em seus próprios problemas pessoais. Até que um veleiro abandonado encalha em uma das praias, mudando para sempre o destino da ilha: traz a cepa do vírus que fará aquela ilha fazer parte de uma crise sanitária global sem precedentes. A primeira temporada da série alemã “Sl⌀born” (2020-) descreve de forma precisa e detalhada todas as consequências que estamos vivendo nos últimos meses – políticas, sociais e econômicas. Porém, as coisas ficam mais assustadoras quando sabemos que a série foi rodada e produzida no ano passado – em todos os detalhes, os episódios parecem antever a pandemia COVID-19. Ao lado do “Event 201” de 2019, vazamentos de informações da comunidade de inteligência do EUA e de outros filmes como Contágio (2011), “Sl⌀born” seria mais uma peça de uma gigantesca profecia autorrealizável? Peça de um “Grande Reset” do Capitalismo?
segunda-feira, agosto 10, 2020
Por que comemos pipoca no cinema?
domingo, julho 19, 2020
Série "Dark": o campo unificado da ciência com a tradição mística ocidental
A série alemã “Dark” (2017-2020) coloca o último grão de areia que faltava na ampulheta das viagens no tempo no cinema e audiovisual: a “Teoria de Tudo” ou do “Campo Unificado” - ao lado dos campos nucleares (fortes e fracos), eletromagnético e da força gravitacional, também o campo do conhecimento hermético. A grande novidade na abordagem de “Dark” sobre a viagem no tempo é que ela não é exatamente sobre o “Tempo”, no sentido dado pelos cânones da ficção científica. Viagem no tempo tem a ver com metáforas de passagens, túneis, buracos negros, buracos de minhoca, labirintos criados pelas diferentes linhas de tempo. Tudo isso remete à milenar mitologia das cavernas (elemento central na série), que condensa a tradição mística Ocidental: Tábua de Esmeralda, Alquimia, Ouroboros etc. – Imitar Deus dominando o Tempo para escapar do loop que nos prende ao perverso eterno retorno criado por Ele.
domingo, julho 12, 2020
Don't F**k With Cats: mais do que a morte, tememos a solidão
O serial killer vitoriano Jack, O Estripador jamais procurou a notoriedade: vivia no anonimato o seu inferno pessoal de violência e culpa e jamais foi descoberto. Muito diferente da sociedade midiática em que vivemos, onde assassinos seriais querem dar visibilidade aos seus atos para virarem celebridades - numa cultura em que a popularidade midiática é sinônimo de amor. A minissérie documental da Netflix “Don’t F**k With Cats: Uma Caçada Online” (2019) mostra como um exército de detetives on-line tentaram rastrear um assassino de gatos em aterradores vídeos postados na Internet. E ingenuamente retroalimentaram com a visibilidade até o assassino partir para humanos. Um documentário que ajuda a refletir como os psicóticos caçadores da fama não são apenas “lobos solitários” que a qualquer preço tentam fugir da própria infelicidade. Mas também são produtos de um sistema de entretenimento. Principalmente no contexto digital das redes sociais no qual os cliques e os likes passam a ser os novos vetores da fama e sinônimos de amor ou amizade. Confirmando o insight freudiano: mais do que a morte, o que homem mais teme é a solidão.
quarta-feira, julho 08, 2020
Vídeos da Quarentena da Universidade Anhembi Morumbi #4 - Sociologia da Comunicação
Com esse quarto volume encerramos a série “Vídeos da Quarentena da Universidade Anhembi Morumbi”, trabalhos de conclusão de curso das disciplinas ministradas por esse editor do “Cinegnose”. Para fechar, quatro vídeos de conclusão produzidos pelos alunos da disciplina Sociologia da Comunicação, do curso de Jornalismo. Walter Lippmann, Jürgen Habermas, Durkheim, Max Weber, Karl Marx, Theodor Adorno e Max Horkheimer são os autores cujos conceitos são aplicados para analisar o cenário político e cultural atual – do fenômeno do K-Pop à ascensão do bolsonarismo e a crise política e sanitária do coronavírus no Brasil.
domingo, julho 05, 2020
Vídeos da Quarentena da Universidade Anhembi Morumbi: comunicação, mídia e política #3
O Rei do Camarote (alguém aí ainda lembra dele?) ensina os internautas a fazer um meme de sucesso. Enquanto isso, o criador do termo “meme”, o biólogo Richard Dawkins, entrevista o agente funerário do Congo que inspirou a criação do chamado “Meme do Caixão”. Esses são dois vídeos surreais em “deep fake” que dá continuidade à série “Vídeos da Quarentena”, trabalhos de conclusão da disciplina Teorias da Comunicação ministrada por esse editor do Cinegnose. O terceiro volume da série é complementado por uma análise das mudanças da recepção de produtos audiovisuais através das plataformas de streaming, pelo ponto de vista da Teoria Culturológica, do francês Edgar Morin.
sexta-feira, julho 03, 2020
Vídeos da Quarentena da Universidade Anhembi Morumbi: Comunicação, Mídia e Política #2
quarta-feira, julho 01, 2020
Vídeos da Quarentena da Universidade Anhembi Morumbi: Comunicação, Mídia e Política #1
Essa é a primeira postagem da série “Vídeos da Quarentena” – uma coletânea de vídeos produzidos pelos alunos da Universidade Anhembi Morumbi na disciplina Teorias da Comunicação, ministrada por este editor do Cinegnose. Fizeram parte dos trabalhos de conclusão da disciplina nos quais os grupos se concentraram em estudos de casos para aplicar conceitos de diversas teorias da história das pesquisas em comunicação – teorias clássicas e atuais, como Media Life e Memética. Um semestre inédito no qual aulas on line substituíram as presenciais por conta da pandemia e quarentena. Um desafio para o trabalho em equipe que envolve as produções de natureza audiovisual. Neste primeiro volume da série, o cinema entre guerras; Media Life e redes sociais; fake news; programa Fantástico; reality shows e Agenda Setting; e as conflituosas relações entre o grupo Racionais MC’s e a grande mídia.
domingo, maio 31, 2020
Na série "The Midnight Gospel" zen-budismo é a filosofia perfeita para nosso universo simulado
quarta-feira, maio 20, 2020
"Novo normal": a nova expressão da reengenharia social do coronavírus
quarta-feira, abril 22, 2020
Curta da Semana: "Apocalypse Norway": o vírus nos expulsará desse mundo
terça-feira, março 24, 2020
A luta de classes zumbi em "Corona Zombies": o primeiro filme baseado no coronavírus