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terça-feira, novembro 19, 2024

Desconstruindo os novos yuppies das startups tecnológicas no filme 'A Hipnose'


Lá nos distantes dos anos 1980-90 tínhamos os jovens profissionais urbanos de sucesso chamados “Yuppies” – agressivos, amorais e politicamente incorretos, cujo ícone é Donald Trump. Hoje, foram substituídos pelos noviços das startups tecnológicas, éticos e sustentáveis. Mas com um forte filtro linguístico de eufemismos e jargões que obscurecem o imediatismo nada sustentável e ético dos financiadores. O filme sueco “A Hipnose” (Hypnosen, 2023, disponível na MUBI) é uma sátira sombria desse universo. Antes de participar de um evento nacional de startups, Vera decide deixar de fumar através de uma terapia por hipnose. Junto com seu parceiro André, vão ao evento apresentar o seu aplicativo de saúde para “países emergentes” aos ricos financiadores. Mas ela está diferente: mais assertiva, crítica, dando vazão a sua “criança interior”. Colocando em xeque a falsa autenticidade daquele universo. 

quarta-feira, novembro 06, 2024

'Imaculada': e se Jesus resolvesse voltar novamente através de uma virgem no século XXI?


E se Jesus resolvesse voltar usando o mesmo modus operandi: através do Espírito Santo, conceber o Salvador sem o pecado original e sem nenhum pecado mortal ou venial, isto é, sem uma relação sexual e gozo? “Meu corpo, minhas regras!” pensaria a nova candidata a Santa. E denunciaria ao #MeToo o suposto abuso divino. Ou renderia um bom filme de terror como “Imaculada” (Immaculate, 2024) dentro da nova onda do horror à gravidez no cinema. Uma noviça americana vai para um convento remoto na Itália para fazer seus votos finais à Igreja. Para descobrir que está grávida, mesmo sendo casta. A volta de Jesus? Ou algum tipo de conspiração maligna? Certa vez o desenhista Robert Crumb falou sobre a sua versão em HQ da Bíblia Sagrada: “A Bíblia já é muito louca, não precisa ser satirizada”.

sexta-feira, outubro 25, 2024

Os relacionamentos dos vivos se deterioram mais rapidamente do que os zumbis em 'Lá Fora'


O subgênero hollywoodiano sobre o fim do mundo tem uma contradição cuja solução é sempre artificial: o apocalipse é de natureza coletiva, mas o espectador somente consegue se identificar com dramas pessoais. A solução é o clichê de protagonistas que, apesar de tentarem salvar o mundo, sempre arrumam um tempinho para uma discussão de relacionamento: salvar um casamento, reconquistar a ex-esposa ou o amor dos filhos. A produção Netflix filipina “Lá Fora” (Outside, 2024) inova o concorrido tema do apocalipse zumbi ao conseguir fazer uma união orgânica entre os tropos do subgênero zumbi e o quadro das consequências da deterioração de um casamento. Não é o apocalipse que afetou o relacionamento deles. São eles mesmos, confinados em uma fazenda para tentar fugir do apocalipse – revelando como os vivos podem ser tão ou mais assustadores do que o zumbis.

sexta-feira, setembro 13, 2024

O Brasil pega fogo: Jornalismo Tostines e Capitalismo de Catástrofe



Olhamos para as imagens dos incêndios que estão fazendo o País arder e pensamos imediatamente em apocalipse e nas imagens hollywoodianas de filmes como Mad Max. Por que é mais fácil a gente pensar no fim do mundo do que no fim do Capitalismo? Por que falar em Capitalismo? Por que todos esses incêndios guardam um padrão que o jornalismo hegemônico quer esconder: recorrência, sincronismo, sequencialização e precipitação, apontando para uma engenharia política do caos. Muito além do “Aquecimento Global”. E que toda a catástrofe ambiental brasileira é provocada pelo modelo produtivo neocolonial digital de exaustão de todos os biomas. Entra em ação o “jornalismo Tostines”, de viciosidade e “rocambole semiótico”. Mas nem tudo está perdido: a Faria Lima descobriu o Capitalismo de Catástrofe e as Climatechs. Como a catástrofe pode se transformar numa lucrativa commodity. 

quinta-feira, agosto 22, 2024

O coach venceu, agora só se fala no coach! Como aloprar a política com a comunicação indireta



O coach venceu! Agora só se fala no candidato coach à prefeitura de São Paulo, condenado por crimes de fraudes bancárias e suspeitas de conexões com o crime organizado. Mas tais denúncias parecem dar ainda mais luz própria a Pablo Marçal. As imagens nos bastidores pós-debate na TV Bandeirantes, cercado por câmeras, microfones e celulares de repórteres dão a dimensão do processo de normalização de mais uma metástase que promete destruir a política de dentro para fora. Ele é a confirmação prática de uma profecia que Paulo Virilio fez em 1995 para o século que viria: o ciberespaço vai destruir a democracia através do tempo real e interatividade digital. Marçal está sintonizado com o zeitgeist: a maneira como a técnica de comunicação indireta alt-right ganha força com os fenômenos do dilema midiático, lavajatismo, o “efeito Padre Kelmon”, alopragem política e a necessidade midiática da demonstração de que “as instituições estão funcionando”. 

sábado, agosto 17, 2024

A alopragem política da Folha e as estratégias de comunicação 'alt-right'


As estratégias de comunicação alt-right da extrema-direita basicamente se estruturam em dois princípios: a “alopragem política” e a “comunicação indireta”. O não-acontecimento da matéria de Glenn Greenwald e Fabio Serapião na Folha contra a “falta de ritos” de Alexandre Morais, abrindo uma espécie de “Vaza Xandão” e a denúncia de “perseguição política” contra bolsonaristas flagrantemente revela isso. Principalmente com o timing no momento em que a ultradireita na Venezuela espelha o modus operandi da extrema-direita brasileira, colocando a grande mídia, que incensa Xandão como o guardião da Democracia, numa espécie de saia justa. Por que lá pode e aqui não? Folha não quer impeachment do Xandão, mas duas mais valias semióticas: (a) gerar mais uma crise e continuar suprindo a grande mídia de acontecimentos (alopragem política); (b) com o barulho todo, o efeito Firehose e dissonâncias cognitivas, criar o background subliminar da simetria lulismo-bolsonarismo.

quinta-feira, agosto 01, 2024

Bomba semiótica wokeísta e guinada na propaganda política nos Jogos de Paris



Que os Jogos Olímpicos são uma arma de propaganda política, não é novidade para ninguém. Porém, os Jogos Olímpicos de Paris apresentaram duas novidades: um sintoma que reflete o atual zeitgeist geopolítico europeu e uma guinada na propaganda política - uma cerimônia de abertura que abandonou os princípios da propaganda tradicional nesses eventos (nacionalismo, doutrinação ideológica, retórica e sedução) para detonar uma bomba semiótica wokeísta às margens do Rio Sena, com uma paródia de diversidade numa estilização da “Última Ceia”. Enquanto a propaganda clássica visava a esfera pública, a bomba semiótica cria ondas de impacto no contínuo midiático atmosférico: calculadamente “irritar” bolhas de extrema-direita e a “maioria silenciosa” para criar cismogênese – destruir aquilo que havia de civilizatório na democracia liberal burguesa: o ideal de uma tolerância em uma perspectiva cosmopolita, o equilíbrio entre tolerância e a aspiração à universalidade. 

terça-feira, julho 16, 2024

Os tiros contra Donald Trump não aconteceram


Foi visível a perplexidade inicial do jornalismo corporativo diante dos disparos contra Donald Trump em um comício na Pensilvânia, tanto pela conveniência dos tiros à sua campanha quanto pela flagrante complacência do serviço secreto na segurança. Que posteriormente a mídia normalizou como “milagre” que supostamente teria salvo a vida do ex-presidente. Essa perplexidade e mal-estar são típicos quando estamos diante de não-acontecimentos, que sequer a mídia pode discutir a hipótese: põe em risco a própria matéria-prima da notícia: o acontecimento. É tudo coisa de “chapéus de alumínio”, têm que dizer para salvaguardar a própria profissão. Porém, o resultado, a mais-valia semiótica da fotografia perfeita, mais uma vez revela didaticamente as características de um não-acontecimento: timing, sincronismos, anomalias e chantagem midiática.

sábado, maio 18, 2024

Pânico cromático: por que jornalistas corporativos têm tanto medo da cor vermelha?

O pânico cromático provocado pela cor vermelha está de volta. Dessa vez, para tentar salvar das enchentes o governador do RS, Eduardo Leite. Depois do pânico das ciclofaixas pintadas de vermelho em SP, do pavor de símbolos vermelhos entrarem na bandeira brasileira e de a Folha exaltar a retirada da cor vermelha dos pilares do MASP, agora o pânico cromático retorna na politização da catástrofe ambiental que o jornalismo corporativo diz que não deve ser feito. A jaqueta vermelha do ministro da Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, provocou pavor semiótico na Globo News. O apalermado Eduardo Leite estaria de cara amarrada por estar diante de uma propaganda política explícita do PT. Segundo a Globo News, ao contrário, o jovem ativo político midiático estaria “neutro”, com colete da Defesa Civil. Grande mídia diz combater as fake news da extrema direita. Mas continua alimentando com pautas, imagens etc. as redes bolsonaristas. “Eritrofobia” é termo psiquiátrico dado ao pavor irracional pela cor vermelha... será que os jornalistas corporativos sofrem disso? 

sexta-feira, maio 10, 2024

Jornalismo metonímico da grande mídia dá munição às fake news de olho no impeachment


Vivemos mais um hype na grande mídia sobre as chamadas “fake news”. Que agora miram a calamidade ambiental no Rio Grande do Sul. Os “colonistas” do jornalismo corporativo mostram todo o seu repertório de indignação moral e amaldiçoam essa praga supostamente exclusiva das redes sociais. Mais uma vez, o hype midiático sobre fake news ocorre como estratégia diversionista para esconder algo. Dessa vez, a forma inovadora pela qual o chamado “jornalismo profissional” está fornecendo munição para algo que vai muito além das “fake news”: uma estratégia ampla de contrainformação com dois objetivos: tirar o protagonismo de Lula e espalhar cascas de bananas orçamentárias (sob a lupa do TCU) para, quem sabe, servir de álibi para um processo de impeachment. A novidade semiótica é o “jornalismo metonímico para recorte”: como passar munição para a extrema-direita por baixo da mesa. 

quinta-feira, março 28, 2024

O drama hermenêutico da incomunicabilidade semiótica em 'Anatomia de uma Queda'


O filme francês premiado pelo Oscar “Anatomia de uma Queda” (Anatomie d’une Chute, 2023) é mais precisamente uma anatomia da incomunicabilidade – drama hermenêutico sobre a impossibilidade de se encontrar a verdade sob camadas e camadas de signos e interpretações.  Um casal alemão e francês que vê no inglês o ponto comum para haver comunicação. E um tribunal que tenta julgar o caso equilibrando-se entre o francês e o inglês com tradução (traição) simultânea. Choque e incomunicabilidade por todos os lados, seja na esfera conjugal quanto jurídica. Uma escritora famosa é acusada de ter matado o marido, enquanto seu filho deficiente visual tem que enfrentar um dilema moral como testemunha. Tal qual o signo na Semiótica, cada um tem um interpretante particular da realidade. Porém, a verdade não é a soma desse todo. 

sexta-feira, novembro 17, 2023

Dois lados de uma mesma moeda: Guerra Israel/Hamas e fenômenos extremos climáticos


Dois lados de uma mesma moeda: Guerra Israel/Hamas e a onda de calor dos fenômenos extremos climáticos. Quem nos dá esse insight? A improvável jovem ativista Greta Thunberg. “Não há justiça climática para terras ocupadas”, puxou um coro tentando sobrepor as duas agendas. Atirou no que viu e acertou no que não viu: são eventos sincrônicos. Tanto a guerra quanto a urgência climática se deslocaram para um único campo: o retórico e propagandístico. E, mais profundamente, para o campo da simulação dos não-acontecimentos. Na guerra, o meta-terrorismo transpolitico de simulação israelenses de inimigos imaginários criados por "inside job" e "false flag". E a urgência climática: quando o debate científico sobre a discussão de múltiplas causalidades se torna retórica unidimensional no campo da propaganda, marcado por recorrências, figuras aristotélicas de retórica, contaminações metonímicas e inversões entre causas e efeitos. 

sexta-feira, agosto 11, 2023

A esquerda precisa construir um novo imaginário


Desde que os nazistas e fascistas chegaram ao poder na Europa com o apoio do rádio e cinema, a esquerda continua sem entender até hoje o que aconteceu. Ainda acha que as massas são enganadas pelas ideologias, manipulações e mentiras. E que a sua missão (inglória) é denunciar fake news, desmascarar farsas, na esperança de que um dia as massas caiam em si e descubram a verdade. A questão é que a ideologia não se define pela “falsa consciência”, mas pela força do imaginário. E o imaginário não é derrotado pela “razão”, “verdade” ou “Ciência”. Somente um outro imaginário pode derrotar o imaginário dominante. Depois de uma história vendo seus oponentes usando a vanguarda midiática e tecnológica para impor seu imaginário, a esquerda ainda insiste na “crítica ideológica”. Sua única chance será criar um outro imaginário, muito diferente do atual, auto descritivo: o imaginário da “luta e resistência”.

sexta-feira, junho 09, 2023

Lula escapa do ardil semiótico da Marcha de Jesus... e Folha tenta lucrar com isso


Parece haver alguma inteligência semiótica no governo Lula. O presidente recusou o convite para participar da Marcha para Jesus 2023, em São Paulo. O ardil era evidente: se Lula fosse à Marcha, daria a deixa para a narrativa da “polarização” do jornalismo corporativo: “Lula repete Bolsonaro e politiza evento religioso”. Nunca a polarização foi uma questão para a grande mídia. Passou a ser quando Lula saiu dos cárceres de Curitiba, gerando uma mais-valia semiótica midiática: Bolsonaro e Lula são iguais, polarizam, mas apenas têm sinais trocados. É a retórica “nem-nem”, colocada em ação desde as últimas eleições. Nesse momento, o jornalismo hegemônico mobiliza seu arsenal retórico do “Lula repete Bolsonaro”, estratégia subliminar para substituir a política pelo “bom-senso” neoliberal. Enquanto isso, a “Folha” tenta lucrar mercadologicamente com tudo isso, com a “campanha para incentivar furo de bolhas e diversidade de ideias”.

sexta-feira, abril 21, 2023

Vazamento da CNN revela que ataques de Brasília foram uma bomba semiótica transmídia


O “vazamento” da CNN do vídeo que fez cair o ministro-chefe do GSI foi a evidência de que os ataques de 08/01 em Brasília foram muito mais uma calculada bomba semiótica transmídia, do que uma tentativa real de um clássico golpe de Estado. O suposto vazamento tornou inevitável para o Governo a CPI, prometendo expandir o universo narrativo dos ataques de janeiro em múltiplas mídias e plataformas – cada vez mais o circo midiático das CPIs é transmídia. Bomba semiótica completa: polissemia, novidade, efemeridade, movimento e imprevisibilidade. E, principalmente, os sincronismos em torno do “vazamento” nesta semana. A invasão de Brasília foi um golpe virtual para a TV. O início de um universo em expansão que ameaça virar um golpe real.

quinta-feira, fevereiro 09, 2023

Banco Central autônomo: o mercado vota todo dia na grande mídia


Como a grande mídia percebeu que dar chiliques não está dando certo (vide os casos da AGu querendo combater fake news e a “moeda única” do Mercosul), partiu para outra estratégia: cobertura ansiosa dos acontecimentos. Se nas eleições do Senado, a Globo criou um estúdio dentro do Congresso para o corpo-a-corpo, agora na “guerra” entre Lula e Banco Central coloca em ação seus informantes de pauta das mesas de operações das corretoras de valores. E até trazem para os estúdios, numa ação rara ou inédita. George Soros disse certa vez: “o mercado vota do dia”. No campo econômico, vota através da “porta giratória” das políticas monetárias do Banco Central. E no campo semiótico através da cegueira da patuleia com efeitos midiáticos de ciência econômica: números, tabelas e infográficos caprichados, com operadores sendo entrevistados tendo ao fundo múltiplas telas com gráficos coloridos – criando o efeito de tecnicidade neutra.  Enquanto Lula é “palanqueiro” e faz “jogadas”, Roberto Campos Neto divulga “atas”, faz “política monetária” e “não gosta de fortes emoções”.

sexta-feira, janeiro 06, 2023

Inclusão social ou fiscalismo? Mídia com sintomas de bipolaridade e Síndrome de Procusto


Desde a cobertura jornalística do Governo de Transição, a grande mídia entrou numa saia justa semiótica. O jornalismo corporativo foi obrigado a participar do consenso político da necessidade do combate à fome e da inclusão social. Porém, como conciliar a agenda social com a inclemente defesa do discurso fiscalista sobre tetos e responsabilidades cobrados pela Banca patrocinadora do jornalismo corporativo? Na primeira semana do ano, jornalões e canais de notícias assumiram um malabarismo retórico com dois sintomas: o transtorno bipolar e a Síndrome de Procusto (relativa ao mito grego do gigante Procusto). A única maneira para conciliar o psiquismo de “colonistas” que ora são liberados a se emocionar até às lágrimas e ora são instados a defenderem a intransigência de “responsabilidades” e “tetos”.

segunda-feira, dezembro 26, 2022

O pseudoevento da bomba de Brasília feita para explodir no campo semiótico

A bomba do terrorista George Washington de Souza (que nome síncrono!) não foi detonada. Mas explodiu no campo semiótico – parece até que ela foi feita para isso, não ser detonada no mundo real e criar um pseudoevento canastrão. Este Cinegnose chega a essa hipótese amparada na análise das primeiras páginas e manchetes dos jornalões, repletas de termos tautológicos (“bolsonarista radical”), difusos (“provocar o caos”), além da indefectível estratégia de contaminação metonímica para gerar novos sentidos maliciosos. Grande mídia está mais interessada em jogar o problema no colo do futuro governo do que nas autoridades atuais. E “acender a luz vermelha” da posse. Do terrorismo do mercado ao terrorismo “patriota”, é a continuidade da estratégia de emparedar o futuro governo. E para completar, entra em ação a “lupa identitária” da contabilidade de quantas mulheres e negros ocupam o futuro ministério... só que para o jornalismo corporativo não valem negros e mulheres indicadas por petistas.

sábado, novembro 26, 2022

Mídia preguiçosa não quer recuperar símbolos nacionais roubados pela extrema-direita



Nesse momento de Copa do Mundo no Catar, grande mídia e mercado publicitário estão fazendo a cobertura esportiva e veiculando comerciais na TV dentro do espírito “o verde-amarelo é de todos”. Supostamente tentando recuperar as cores e símbolos nacionais apropriados pela estratégia de comunicação “alt-right”. Que veste grupos que agora bloqueiam e fazem atentados em estradas. Mas será que tentam recuperar mesmo? Para eles, a torcida brasileira unida na Copa por si só resolveria tudo: uma simples transposição dos símbolos nacionais do extremismo político para o esporte, apenas com os sinais trocados. Porém, essa preguiçosa contraofensiva semiótica é insuficiente frente à sofisticada estratégia de dessimbolização da extrema-direita internacional. Como demonstrado na Finlândia quando o extremismo se apoderou do símbolo nacional do leão e da cruz. Ou será que grande mídia não quer mesmo é se livrar do ativo sociopolítico que representa o “Exército Psíquico de Reserva”. Que poderá ser útil no futuro?

sexta-feira, novembro 18, 2022

Grau Zero da Política e Reset do Capitalismo mostram as garras para Lula


Bolsa derrete! Dólar sobe! De onde vai sair o dinheiro da PEC da Transição?”. Grande mídia mostra as garras e repete um velho script, vinte anos depois da primeira posse de Lula. Afinal, por que todo “freak out” depois de Lula ter sido arrastado para o segundo turno para que sua vitória tivesse um alto custo semiótico (como acompanhamos nesse momento)? Não deu tudo certo? Depois de dois mandatos, ele não seria o presidente mais previsível dos últimos anos? A verdade está em outra cena, muito além da espuma midiática. “Teto de Gastos”, “Responsabilidade Fiscal” ou as pragas do Egito das bolsas derretendo, dólar e inflação subindo são apenas racionalizações de algum imperativo mais estrutural. Imperativo que envolve a sinergia de dois fatores: o “Grau Zero da Política” e o chamado “Grande Reset do Capitalismo”.

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