quarta-feira, novembro 30, 2016
Grande mídia no limiar da Parapolítica com Doria Jr. e Justus
quarta-feira, novembro 30, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em 2010, no programa “Show Business”, João
Doria Jr e Roberto Justus especulavam a possibilidade de ambos serem candidatos
a algum cargo público. Tudo em tom de brincadeira. Hoje, o primeiro já é
prefeito e o segundo cogita ser candidato à presidência em 2018, na esteira
de Trump, também ex-apresentador do reality Show “O Aprendiz”. Enquanto isso, a
crise política criada pelo demissionário ministro do MinC, Marcelo Calero, repercute na vida real o drama ficcional do filme “Aquarius” – Calero tentou faturar
politicamente na entrevista concedida ao “Fantástico” da Globo. Em política não
há coincidências: há conspiração ou sincronismo. E a junção estratégica
desses dois elementos chama-se Parapolítica. Enquanto a Política faz isso de
maneira empírica e irrefletida, a Mídia e Indústria do Entretenimento conseguem
fazer esse alinhamento de forma consciente. Justus, Trump e Doria Jr. têm a
interpretação naturalista: falam o tempo inteiro que não são políticos. São
“gestores” e “administradores”, assim como um ator faz o chamado “laboratório”
de um personagem para representar de forma naturalista o papel. Tão
naturalista, que passa acreditar na própria interpretação. Ao contrário do
político tradicional, que ainda vive a tensão entre a verdade e a mentira – a
dissimulação. É o limiar de um momento histórico: a guinada
para a midiatização da Política (Parapolítica), sem intermediários ainda
apegados ao jogo cênico teatral das aparências dissimuladas.
segunda-feira, novembro 28, 2016
Curta da Semana: "Poet Anderson: The Dream Walker" - como escapar das armadilhas dos sonhos?
segunda-feira, novembro 28, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O cinema sempre mostrou um interesse pelo mundo
dos sonhos. Certamente por que o dispositivo cinematográfico (projetor e tela)
simula a “tela mental” dos sonhos - o mundo onírico como projeções dos nossos
próprios medos, desejos e fantasias. Porém, a inconsciência dessa tela mental
pode nos tornar prisioneiros do “terror noturno” ou das formas-pensamento
plasmadas no mundo etérico. Esse é o tema do curta de animação “Poet Anderson –
The Dream Walker” (2014) dirigido por Tom DeLonge, ex-guitarrista da banda Blink-182.
O curta é mais um exemplo da tendência recente da abordagem dos sonhos no
cinema e audiovisual: a abordagem mais hermética e esotérica sobre os sonhos lúcidos. Curta sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
sábado, novembro 26, 2016
Filme chinês "Kaili Blues" desafia espectador ocidental com sensibilidade budista
sábado, novembro 26, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Numa dos mais ousados planos-sequência do
cinema recente, 40 minutos acompanhando a viagem do protagonista no interior de
pequenos povoados da China, o diretor Gan Bi busca uma sensibilidade budista
mística sobre os pequenos eventos do cotidiano. O filme “Kaili Blues” (2015) é
um desafio para um espectador ocidental: enquanto estamos acostumados com um
cinema que tematiza as crises existenciais e da perda de identidade, o cinema
chinês de Gan Bi busca, ao contrário, o fluxo e a superfície das águas de um rio
– a crise surge quando tentamos buscar a permanência nas memórias e na própria
identidade. Ilusões que escondem o fluxo contínuo (“samsara”) da vida. Fluxo
tão desafiador como o plano-sequência no qual acompanhamos a viagem de um
médico que retorna a sua terra natal passando por uma estranha cidade.
quinta-feira, novembro 24, 2016
Por que Wall Street investe na deficitária indústria de Hollywood?
quinta-feira, novembro 24, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Franquias hollywoodianas como “Jurassic World”,
“Star Wars” e “Velozes e Furiosos” são celebradas pela grande mídia como responsáveis por supostos recordes históricos na indústria do cinema dos EUA. Porém, essa é a superfície
de uma auto-imagem que Hollywood faz questão de criar, girando em torno do
glamour do Red Carpet e mansões de atores-celebridades nas colinas de Beverly
Hills. Porém, a realidade é outra: apenas 5% dos filmes a cada ano são
rentáveis. O restantes fica entre pesadas perdas e a falência. Mas desde os
anos 1980 cresce o investimento dos fundos de Wall Street nos grandes estúdios
e independentes, apesar do negócio ser incerto e com lucros decrescentes diante
de filmes com orçamentos e retorno imprevisíveis. Por que os ricos fundos de
investimento de Wall Street continuam a financiar produções do cinema, quando poderiam investir em negócios mais seguros? É a pergunta que faz
o artigo “The Hollywood Economics” de Sophie Leech, do site “The Market Mogul”.
Afinal, qual é o tipo de lucro procurado por Wall Street? Financeiro ou
ideológico e político?
quarta-feira, novembro 23, 2016
Em "As Filhas do Fogo" o mundo dos mortos encontra os vivos em plena ditadura militar
quarta-feira, novembro 23, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Muitas vezes acusado de fazer filmes “vazios”
ou “sem brasilidade”, em pleno processo da abertura política na ditadura
militar o cineasta Walter Hugo Khouri escreveu e dirigiu o filme “As Filhas do Fogo”
(1978) com um casal lésbico como protagonista em uma clássica trama gótica na qual os universos
dos vivos e dos mortos se encontram, sob a trilha musical sombria e hipnótica
do maestro Rogério Duprat. Um momento onde a abertura a temas espiritualistas,
místicos e parapsíquicos andou ao lado da abertura política brasileira. Um
filme que vale à pena ser revisto, principalmente pela forma como Khouri
constrói uma trama que aspira à universalidade nas locações de Gramado e
Canela/RS – objetos, personagens e a natureza circundante que parecem encarnar
arquétipos tanto freudianos quanto gnósticos. Tudo isso no momento em que a
ditadura militar desmontava o cinema brasileiro por meio da Embrafilmes.
segunda-feira, novembro 21, 2016
Vídeo revela surto semiótico-esquizofrênico que se espalha pelo País
segunda-feira, novembro 21, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Compenetrada e
em tom de grave denúncia, um dos manifestantes que invadiram a plenária da
Câmara dos Deputados na semana da passada, pedindo “intervenção militar
institucional” no País, gravou um vídeo no qual aponta para um painel dos 100
anos da imigração japonesa dizendo: “cena nojenta, a nossa bandeira com o
símbolo vermelho...”, numa alusão a um suposto complô comunista para alterar a
bandeira nacional. Na verdade a bandeira era do Japão. E o círculo vermelho, o
simbólico Sol Nascente. O vídeo da manifestante viralizou nas redes sociais
como uma insólita gafe que, no máximo, provocaria apenas vergonha alheia.
Porém, é mais do que isso: é um sintoma de um País doente, um surto
semiótico-esquizofrênico. Patologia que, recentemente, acometeu até uma emérita
professora de Semiótica que viu nas ciclofaixas pintadas de vermelho uma cilada
subliminar do Comunismo em São Paulo. Originado no próprio cotidiano esquizoide
das classes médias (submetidas a mensagens contraditórias da sociedade de
consumo), e após ser açodada pela grande mídia para apoiar o recente golpe
político, hoje a patologia espalha-se endemicamente na sociedade expondo três
sintomas principais: paranoia, hebefrenia e catatonia.
sexta-feira, novembro 18, 2016
Em "Sid & Nancy" lixo e fúria no drama gnóstico do Punk Rock
sexta-feira, novembro 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Poucos meses
depois da suspeita de ter matado a própria namorada, Nancy Spungen, o baixista
da banda punk Sex Pistols, Sid Vicious, morreu numa overdose de heroína aos 21
anos. O que lhe valeu um lugar no panteão dos ícones trágicos, ao lado de James
Dean, Marilyn Monroe e Elvis Presley. Nele, lixo e fúria se encontraram em um
drama muito maior do que a história de um menino que não estava preparado para
a fama. “Sid & Nancy – O Amor Mata” (1986), de Alex Cox, mais do que um
Romeu e Julieta entre cuspes e palavrões, expõe um drama arquetípico para todas
as sociedades: o drama gnóstico do último grito de revolta do jovem antes de
ser sacrificado nos rituais de passagem para a vida adulta sem esperança. E
como a Luz espiritual do jovem (alegria, confiança, boa fé, fúria e revolta) é
roubada como combustível que dá vida a uma indústria de entretenimento vazia,
assim como mostrado em filmes gnósticos como “Show de Truman” e “Matrix” –
protagonistas prisioneiros para servirem de estoque de energia para manter funcionando
seja um reality show ou um mundo virtual.
quarta-feira, novembro 16, 2016
"Doutor Estranho" submete elementos místico-gnósticos ao clichê da quebra e retorno à ordem
quarta-feira, novembro 16, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Por um lado,
“Doutor Estranho” é uma evolução no universo Marvel: no lugar de super-soldados
e playboys tecnológicos, a magia e a inteligência. Mas do outro, a magia (com
referencias gnósticas e budistas) não é libertária mas destinada a manter a
“ordem natural”: a seta do Tempo, a entropia e a morte – justamente as falhas
cósmicas que o Gnosticismo de produções como “Matrix” ou “Sense8” e o budismo
tibetano (uma fonte de inspiração do personagem) denunciam como prisões na “Roda do Samsara” – ciclo vicioso da
morte/reencarnação. Em "Doutor Estranho" quem pretende romper com a ilusão são os vilões (a “Dimensão Negra” ) e os heróis são aqueles que punem quem pretende quebrar a
Ordem. "Doutor Estranho" explicita o clichê narrativo hollywoodiano que é o cerne
ideológico do entretenimento comercial: "quebra-da-ordem-e-retorno-à-ordem" – a luta para que a ordem seja mantida. Mas o que realmente
fascina o público no filme é o show da possibilidade de que a ordem será toda
mandada pelos ares. Até a magia colocar tudo no lugar.
segunda-feira, novembro 14, 2016
"Enter The Void", drogas e o Livro Tibetano dos Mortos
segunda-feira, novembro 14, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um cineasta ateu
que não crê em reencarnação faz um filme inspirado no “Livro Tibetano dos
Mortos”. Essa é a principal virtude de “Viagem Alucinante” (“Enter The Void”,
2009) do diretor argentino Gaspar Noé. Dessa maneira, o diretor consegue demarcar
a diferença entre filmes religiosos e doutrinários daqueles que nos desafiam a
pensar. “Enter The Void” é tão extremo, sincero e desafiador como a produção
anterior “Irreversível” (2002): as visões flutuantes sobre Tóquio a partir da alma do
protagonista que foi mortalmente baleado sob efeito da droga DMT, acompanhando
os três níveis de consciência pós-morte tais como descritas no livro tibetano.
Neon e profusão de luzes de uma Tóquio que mais parece uma máquina de pinball vão
acompanhar uma jornada espiritual de autoconhecimento em meio a sexo e
violência.
domingo, novembro 13, 2016
Curta da Semana: "Are You Lost In The World Like Me?" - o espelho negro do smartphone
domingo, novembro 13, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Mais um
protesto antissistema que parte do interior do próprio mainstream musical. É o
vídeo-clip “Are You Lost In The World Like Me?” do DJ norte-americano Moby. Uma
animação onde Disney parece se encontrar com Aldous Huxley. Um mundo distópico
de tecno-fatalismo no qual todos são escravos dos verdadeiros espelhos negros
narcísicos atuais representados pelas telas dos smartphones. Como todo produto
industrializado que quer ser anti-establishment, forma e conteúdo estão em
conflito – invoca o arquétipo do Estrangeiro (alienação e estranhamento) mas,
ao mesmo tempo, cria um melancólico conformismo com a previsível estética da
animação vintage e o retrô musical dos anos 1980. É a “Adgnose” na Publicidade
atual.
sábado, novembro 12, 2016
Tautismo e Sincromisticismo na profecia de "Os Simpsons"
sábado, novembro 12, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em 2000, o
cenário com Donald Trump presidente era o mais insano e ridículo que os
criadores de “Os Simpsons” poderiam imaginar. Para o criador Matt Groening
“estava além da sátira”. O episódio “Bart To The Future”, há 16 anos,
mostrando uma Lisa Simpson adulta eleita presidenta para tentar consertar o país
após um catastrófico governo Trump, viralizou nos últimos dias como uma
estranha profecia. A lembrança desse episódio fez parte de uma série de reações
tautistas (autismo + tautologia) ao inesperado terremoto Trump que parece ter
desligado alguma espécie de Matrix: depois de toda uma geração viver no
interior de um “efeito-bolha” liberal, globalizado e cosmopolita criado pelos
algoritmos da Internet e grande mídia (cujos centro espiritual são as startups
do Vale do Silício), de repente descobriu uma América profunda vivendo no
deserto do real – “hillbillies”, “rednecks”, “Hicks” e toda sorte de “white
trash”. E, como sempre, a grande mídia brasileira tautista tenta enxergar nos
EUA a repetição da crise política brasileira que ela própria ajudou a criar.
quinta-feira, novembro 10, 2016
Por que "O Aprendiz" está por trás das vitórias de Trump e Doria Jr.?
quinta-feira, novembro 10, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois da
vitória de Doria Jr. nas eleições à prefeitura em São Paulo, o reality show “O
Aprendiz” faz mais um vitorioso: Donald Trump, eleito presidente dos EUA para
surpresa da grande mídia. Mera coincidência? Principalmente em política, não há
causalidades, mas sincronismos. Há um gênio por trás desse evento sincrônico: o
britânico Mark Burnett, atualmente a figura mais poderosa no mercado global dos
reality shows televisivos, idealizador e produtor de franquias como “No Limite”
(“Survivor”), “O Aprendiz” (“The Apprentice”) e “The Voice”. Mas é na
trajetória de Burnett que podemos encontrar sincronismos entre a vida pessoal,
a narrativa desses reality shows e os seus subprodutos famosos: Dória Jr. e
Donald Trump. O gênio de Burnett foi expressar sua experiência de vida nos
shows televisivos que ele idealizou e produziu.
quarta-feira, novembro 09, 2016
O drama sobrenatural de uma perda inexplicável em "Absentia"
quarta-feira, novembro 09, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A cada ano
milhares de pessoas simplesmente desaparecem no mundo sem deixar pistas.
Misture esse dado estatístico real à influência do horror fantástico de H.P.
Lovecraft com a simbologia arquetípica dos túneis. O diretor independente Mike
Flanagan fez isso e resultou no filme “Absentia” (2011), um “terror silencioso”
que pode causar estranheza aos espectadores incautos acostumados ao “gore” da
violência e sangue. Como a dor psicológica da perda inexplicável evolui para o
medo do sobrenatural, em uma narrativa que mistura dramas familiares e
conjugais com o sobrenatural que jaz em
um túnel para pedestres no final da rua de um subúrbio de Los Angeles. Filme
sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
segunda-feira, novembro 07, 2016
Tautismo da Globo "prevê" resultado de sorteio de mando da final da Copa do Brasil
segunda-feira, novembro 07, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Repercutido nas
redes sociais e dando a oportunidade para toda sorte de especulações, na semana
passada o noticioso da Globo “Hora 1” "previu" o mando da partida final da
Copa do Brasil, mais de 24 horas antes do sorteio público realizado na sede da
CBF no Rio de Janeiro. E a Globo “acertou” o resultado – a finalíssima será em
Porto Alegre. De jornalismo “de hipóteses”, a emissora passou para o jornalismo “de previsões”? Parajornalismo? Ou o tautismo
(autismo + tautologia) da Globo, que atualmente contamina o jornalismo,
telenovelas e esporte da emissora, banalizou-se? Ao ponto de ficção e realidade se
confundirem com a própria descrição que a emissora faz de si mesma, levando a
apresentadora Monalisa Perrone a espontaneamente externar o que já era corrente nos bastidores
do jornalismo global. Seria para a Globo (dona do futebol brasileiro) a “previsão” mais conveniente a seus interesses políticos e comerciais?
Principalmente depois do resultado das eleições em Belo Horizonte?
sábado, novembro 05, 2016
Neon e maquiagem mascaram a morte em "Demônio de Neon"
sábado, novembro 05, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O mundo da Moda
como máquina que tritura a inocência e juventude de modelos é um tema nada novo
no cinema. Mas ao contar a história de uma modelo iniciante que entra no
universo de estilistas e fotógrafos de Los Angeles que mais parece um clube
soturno relacionado com o ocultismo de Aleister Crowley ou o satanismo de
Charles Manson, o filme “Demônio de Neon” (2016) aproxima-se da mitologia gnóstica –
rostos robóticos e sorrisos frios de um mundo sem vida que necessita sugar
vitalidade e inocência dos mais jovens. Um mundo que necessita do neon e
maquiagem para criar a aparência de glamour e brilho, para atrair a juventude
que ponha em funcionamento um mundo que aprisiona a todos. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende
quinta-feira, novembro 03, 2016
O que há em comum entre Cosme e Damião, Halloween e Finados?, por Claudio Siqueira
quinta-feira, novembro 03, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Festa importada
dos Estados Unidos da América, muitos criticam o Halloween como um
estrangeirismo desnecessário. Nos dias 26 (para os católicos) ou 27 de setembro
(para o Candomblé e a Umbanda), comemora-se o dia de São Cosme e São Damião,
mas, ao contrário do que acusam os críticos do sincretismo, o santo doppelgänger
também é fruto de hibridismos gnósticos e representa um arquétipo astrológico.
Quais as conexões entre o sincretismo católico de Cosme e Damião, Halloween e o
Dia de Finados?
Anomalias semióticas no II Congresso do Movimento Brasil Livre
quinta-feira, novembro 03, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Há
algo estranho no material de divulgação do II Congresso Nacional do Movimento
Brasil Livre, a ser realizado esse mês em São Paulo. Um dos principais
protagonistas no impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o MBL divulga uma
rodada de palestras encabeçada pela foto do ministro do STF Gilmar Mendes. Mas
há anomalias semióticas: para começar, a foto com o rosto soturno e patibular do ministro emoldurado por uma composição gráfica de estilo visual vintage e retro-futurista que
lembra alguma coisa entre os créditos de um filme sci-fi dos anos 1970, os bitmaps
de um game Atari ou Nintendo ou capas de discos New Wave dos anos 1980. Para um
movimento que vê a si mesmo como o “novo” e o “futuro”, o que representa esse
irônico futuro retro-vintage? Ato falho? Ou há algo mais? A intenção de
produzir uma comunicação visual deliberadamente pastiche e de mal gosto para
ocultar alguma outra coisa?
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