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sexta-feira, novembro 22, 2024

'Plano Punhal Verde e Amarelo', não-acontecimento e paralisia estratégica


Com quatro pistolas, quatro fuzis, uma metralhadora, um lança-granada e um lança-rojão o “Plano Punhal Verde-Amarelo” da trupe dos kids pretos de Bolsonaro pretendia dar um golpe de Estado em 2022, assassinando Lula, Alckmin e “Xandão” com “veneno, bombas e tiros”. E depois, um “núcleo jurídico” daria sustentação ao Estado de Exceção. Bom, parece ser mais efetivo do que a história do cabo e um soldado para fechar o STF. O que chama a atenção é a sincronia do indiciamento da PF (logo depois que o Tiü França se autoexplodiu) e o timing (a vitória do Itamaraty no G-20 e o contra-ataque de Haddad ao divulgar planilha das empresas beneficiadas por renúncia fiscal – destaque para a própria mídia). Um golpe ao estilo república de bananas caribenha em pleno século XXI de golpes híbridos? Ou um não-acontecimento? Para quê? Manter em cartaz o plot do “Ataques à Democracia” e reforçar a paralisia estratégica da esquerda. Mas com um desejado efeito residual que a mídia começa a dar pauta: mudança na Lei Antiterrorismo para criminalizar a própria esquerda em um futuro próximo.

sexta-feira, outubro 11, 2024

Em 'Megalópolis', a Nova Roma construída através da economia, jornalismo e sex appeal


 
A América atual é como o império romano e está destinada a ser derrubada pela ganância e arrogância de alguns homens loucos pelo poder. Essa é a ideia central da loucura retro-futurista de Coppola “Megalópolis” (Megalopolis, 2024). Em uma Nova York alternativa, transformada na Nova Roma, um prefeito conservador e um arquiteto visionário estão em confronto: um apenas quer se manter no poder; e o outro, projetar a Utopia cujo otimismo está na relação direta da sua arrogância. Duas concepções diferentes sobre a inerência humana: ela é má ou boa? Uma de inspiração hobbesiana contra a rousseauniana. Ambas pode dar resultados sinistros: a Economia, o Jornalismo e o Sex Appeal – draconianas medidas de austeridade que sufocam uma metrópole, os escândalos midiáticos que desviam a atenção dos problemas fundamentais e a ilusão hedonista sedutora.

sexta-feira, outubro 04, 2024

Pós-meritocracia: grande mídia foi traída pela Faria Lima


Poucos estão percebendo uma sutil ironia que envolve o crescimento desse novo ecossistema digital composto, de um lado, pelas apostas e cassinos online; e do outro, a atração da classe média pela diversificação das carteiras de investimentos no alcance dos dedos na tela de um smartphone. “Colonistas” da grande mídia estão se sentindo traídos pelo seu maior aliado e patrocinador, a Faria Lima, a “elite irresponsável” que se apaixonou pelo “forasteiro” Pablo Marçal. Mais do que um hype, Marçal é um sintoma do zeitgeist desse novo ecossistema digital: a pós-meritocracia e a gameficação. Que coloca em xeque a ideologia do mérito-empreendedorismo que o jornalismo corporativo abraçou como a terra prometida pós golpe de 2016. Não chegamos a nenhuma terra prometida, enquanto a Faria Lima descobriu que está no mesmo negócio de apostas e cassinos. Pós-meritocracia: o povo não quer mais empreender, quer jogar!

terça-feira, setembro 24, 2024

Em defesa de Pablo Marçal: ponham ele na conta da grande mídia



Se a lei eleitoral desobriga à grande mídia convidar Pablo Marçal, por que insiste em colocá-lo nos debates? Mesmo com os recorrentes problemas, como no último debate Flow Podcast? Hipocritamente, o jornalismo corporativo se posiciona com a vestal da moralidade política e continua denunciando as “cenas deprimentes”. Marçal é a garantia de audiência e clickbaits de um produto midiático que se tornou engessado e monótono ao longo dos anos. Além de garantir dissonância cognitiva necessária para desmoralizar a política - que alimenta a extrema direita. É hora de defender Marçal, colocando-o na conta da grande mídia: ele é seu filho dileto. Mais do que isso: representa a “pós-meritocracia” dentro do ecossistema atual dos jogos e apostas online e do cassino dos investimentos financeiros para as “sardinhas” iludidas da classe média. Pós-meritocracia: caldo cultural que envolve o ideário da autoajuda, messianismo coach e a promessa do enriquecimento rápido através da gameficação generalizada nesse novo ecossistema da mídia convergente. 

sexta-feira, setembro 13, 2024

O Brasil pega fogo: Jornalismo Tostines e Capitalismo de Catástrofe



Olhamos para as imagens dos incêndios que estão fazendo o País arder e pensamos imediatamente em apocalipse e nas imagens hollywoodianas de filmes como Mad Max. Por que é mais fácil a gente pensar no fim do mundo do que no fim do Capitalismo? Por que falar em Capitalismo? Por que todos esses incêndios guardam um padrão que o jornalismo hegemônico quer esconder: recorrência, sincronismo, sequencialização e precipitação, apontando para uma engenharia política do caos. Muito além do “Aquecimento Global”. E que toda a catástrofe ambiental brasileira é provocada pelo modelo produtivo neocolonial digital de exaustão de todos os biomas. Entra em ação o “jornalismo Tostines”, de viciosidade e “rocambole semiótico”. Mas nem tudo está perdido: a Faria Lima descobriu o Capitalismo de Catástrofe e as Climatechs. Como a catástrofe pode se transformar numa lucrativa commodity. 

terça-feira, setembro 03, 2024

O candidato coach, a Sociedade do Cansaço e o Capitólio Tabajara


O ex-coordenador da campanha de Trump, Steve Bannon, disse certa vez a jornalistas: “vocês ainda terão saudades de Trump”. Nada é surpreendente no candidato coach Pablo Marçal: ele é apenas a evolução natural da estratégia alt-right de comunicação: forçar os limites de regras, legislações e instituições que supostamente defenderiam a Democracia. O que surpreende é observar como a sociedade não consegue oferecer nenhuma resistência: por todos os lados ou há omissão e negação ou, no caso da grande mídia, hipernormalização. De um lado, o candidato coach é o sintoma daquilo que o filósofo Byung-Chul Han chama de “Sociedade do Cansaço” – uma sociabilidade limítrofe e no espectro do déficit de atenção na qual o excesso de positividade normaliza a própria disfunção; e do outro, Marçal é personagem necessário para reforçar a narrativa do “Capitólio Tabajara” – que a suposta tentativa do golpe de Estado no 08/01 falhou porque “as instituições estão funcionando”.

quinta-feira, agosto 22, 2024

O coach venceu, agora só se fala no coach! Como aloprar a política com a comunicação indireta



O coach venceu! Agora só se fala no candidato coach à prefeitura de São Paulo, condenado por crimes de fraudes bancárias e suspeitas de conexões com o crime organizado. Mas tais denúncias parecem dar ainda mais luz própria a Pablo Marçal. As imagens nos bastidores pós-debate na TV Bandeirantes, cercado por câmeras, microfones e celulares de repórteres dão a dimensão do processo de normalização de mais uma metástase que promete destruir a política de dentro para fora. Ele é a confirmação prática de uma profecia que Paulo Virilio fez em 1995 para o século que viria: o ciberespaço vai destruir a democracia através do tempo real e interatividade digital. Marçal está sintonizado com o zeitgeist: a maneira como a técnica de comunicação indireta alt-right ganha força com os fenômenos do dilema midiático, lavajatismo, o “efeito Padre Kelmon”, alopragem política e a necessidade midiática da demonstração de que “as instituições estão funcionando”. 

sábado, agosto 17, 2024

A alopragem política da Folha e as estratégias de comunicação 'alt-right'


As estratégias de comunicação alt-right da extrema-direita basicamente se estruturam em dois princípios: a “alopragem política” e a “comunicação indireta”. O não-acontecimento da matéria de Glenn Greenwald e Fabio Serapião na Folha contra a “falta de ritos” de Alexandre Morais, abrindo uma espécie de “Vaza Xandão” e a denúncia de “perseguição política” contra bolsonaristas flagrantemente revela isso. Principalmente com o timing no momento em que a ultradireita na Venezuela espelha o modus operandi da extrema-direita brasileira, colocando a grande mídia, que incensa Xandão como o guardião da Democracia, numa espécie de saia justa. Por que lá pode e aqui não? Folha não quer impeachment do Xandão, mas duas mais valias semióticas: (a) gerar mais uma crise e continuar suprindo a grande mídia de acontecimentos (alopragem política); (b) com o barulho todo, o efeito Firehose e dissonâncias cognitivas, criar o background subliminar da simetria lulismo-bolsonarismo.

terça-feira, julho 16, 2024

Os tiros contra Donald Trump não aconteceram


Foi visível a perplexidade inicial do jornalismo corporativo diante dos disparos contra Donald Trump em um comício na Pensilvânia, tanto pela conveniência dos tiros à sua campanha quanto pela flagrante complacência do serviço secreto na segurança. Que posteriormente a mídia normalizou como “milagre” que supostamente teria salvo a vida do ex-presidente. Essa perplexidade e mal-estar são típicos quando estamos diante de não-acontecimentos, que sequer a mídia pode discutir a hipótese: põe em risco a própria matéria-prima da notícia: o acontecimento. É tudo coisa de “chapéus de alumínio”, têm que dizer para salvaguardar a própria profissão. Porém, o resultado, a mais-valia semiótica da fotografia perfeita, mais uma vez revela didaticamente as características de um não-acontecimento: timing, sincronismos, anomalias e chantagem midiática.

quinta-feira, julho 04, 2024

Dez anos do 7 a 1 da Alemanha: uma goleada geopolítica


Nesse dia 08 de julho chegamos aos dez anos do chamado “Massacre de Belo Horizonte” ou simplesmente “Mineiraço”: a humilhante goleada de 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil na semifinal da Copa do Mundo de futebol de 2014. Uma anomalia em um esporte marcado por baixas contagens, principalmente em semifinais com equipes de forças equivalentes. Tão anômalo que mereceu uma análise exclusiva sobre a performance do jogador David Luiz, feita pelo New York Times. O fato é que num espaço de 48 horas após a goleada, a mídia internacional especializada foi dominada pela ideia de que o resultado da semifinal foi muito mais do que um evento esportivo: foi uma goleada geopolítica. Por que a mídia internacional politizou tão rapidamente um evento esportivo? O “Mineiraço” simplesmente aconteceu como um evento lógico e conveniente dentro da escalada de eventos que se iniciou nas Jornadas de Junho. O pontapé inicial do jogo da guerra híbrida que transformaria o 7 a 1 numa goleada geopolítica. 

quarta-feira, junho 26, 2024

Da Lava Jato ao PL do Estupro: CogWar, OTAN e a nova etapa da Guerra Híbrida


Hoje uma nova operação Lava Jato seria impossível. A agenda da guerra híbrida mudou: enquanto a primeira fase (as “primaveras” e “revoluções coloridas”) foi marcada por operações psicológicas, nesse momento a guerra híbrida entrou no modo Guerra Cognitiva (CogWar). É o que mostra o relatório resultante de painéis de discussões da OTAN “Mitigating and Responding to Cognitive Warfare”, de 2023. Enquanto as PsyOps visavam a influência das crenças, a CogWar age sobre cognições, excesso sensorial e perceptivo; saturação da atenção e geração de viéses cognitivos. Trata-se agora tornar o debate público irracional, forçando vieses baseados em religião, valores e costumes. O “PL do Estupro” é um exemplo que cria o chamado “efeito firehose”, aversão à política e despolitização.

quinta-feira, maio 30, 2024

'O Podcast': MacGuffin, luta de classes e paranoia viral audível



Uma jornalista perde a credibilidade e o emprego depois de uma reportagem catastrófica.  Tenta salvar sua carreira aceitando uma tarefa ignóbil e humilhante: começar um podcast. Um “podcast click bait” sobre mistérios e conspirações. Até que acaba tropeçando em um e-mail com um número de telefone que será a descida na toca do coelho de uma suposta conspiração global sobre “tijolos pretos” que surgem do nada, governos ou, quem sabe, aliens.  Esse é o filme australiano “O Podcast” (Monolith, 2022, disponível no Max) que utiliza o célebre recurso narrativo de Hitchcock: o “objeto McGuffin”- os “tijolos pretos” são apenas pretextos para evidenciar a ansiosa e paranoica viralidade audível podcast e a intrusão dos ressentimentos da luta de classes na bolha digital.  

sábado, maio 18, 2024

Pânico cromático: por que jornalistas corporativos têm tanto medo da cor vermelha?

O pânico cromático provocado pela cor vermelha está de volta. Dessa vez, para tentar salvar das enchentes o governador do RS, Eduardo Leite. Depois do pânico das ciclofaixas pintadas de vermelho em SP, do pavor de símbolos vermelhos entrarem na bandeira brasileira e de a Folha exaltar a retirada da cor vermelha dos pilares do MASP, agora o pânico cromático retorna na politização da catástrofe ambiental que o jornalismo corporativo diz que não deve ser feito. A jaqueta vermelha do ministro da Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, provocou pavor semiótico na Globo News. O apalermado Eduardo Leite estaria de cara amarrada por estar diante de uma propaganda política explícita do PT. Segundo a Globo News, ao contrário, o jovem ativo político midiático estaria “neutro”, com colete da Defesa Civil. Grande mídia diz combater as fake news da extrema direita. Mas continua alimentando com pautas, imagens etc. as redes bolsonaristas. “Eritrofobia” é termo psiquiátrico dado ao pavor irracional pela cor vermelha... será que os jornalistas corporativos sofrem disso? 

sexta-feira, maio 10, 2024

Jornalismo metonímico da grande mídia dá munição às fake news de olho no impeachment


Vivemos mais um hype na grande mídia sobre as chamadas “fake news”. Que agora miram a calamidade ambiental no Rio Grande do Sul. Os “colonistas” do jornalismo corporativo mostram todo o seu repertório de indignação moral e amaldiçoam essa praga supostamente exclusiva das redes sociais. Mais uma vez, o hype midiático sobre fake news ocorre como estratégia diversionista para esconder algo. Dessa vez, a forma inovadora pela qual o chamado “jornalismo profissional” está fornecendo munição para algo que vai muito além das “fake news”: uma estratégia ampla de contrainformação com dois objetivos: tirar o protagonismo de Lula e espalhar cascas de bananas orçamentárias (sob a lupa do TCU) para, quem sabe, servir de álibi para um processo de impeachment. A novidade semiótica é o “jornalismo metonímico para recorte”: como passar munição para a extrema-direita por baixo da mesa. 

terça-feira, maio 07, 2024

Celebração de Madonna, fiasco do 1º de Maio e calamidade pública no RS: espasmos da realidade


O escritor Norman Mailer dizia que no despertar de grandes acontecimentos ocorrem estranhas coincidências, como fossem espasmos da realidade. A semana passada ocorreu um fenômeno sincrônico com três coincidências significativas num mesmo espaço de tempo: começou com o fiasco do Primeiro de Maio na quarta-feira, encerrando com a simultaneidade da calamidade pública no Rio Grande do Sul enquanto Copacabana fervia com o show gratuito de Madonna para mais de um milhão de pessoas. Eventos sincrônicos revelam a ironia das causas-efeitos: enquanto um banco comemorava 100 anos celebrando em um megashow a sua concepção de projeto de Nação imposto ao País pela hegemonia do financismo, os efeitos desse projeto repercutiram – a precarização de uma força de trabalho dessindicalizada e a catástrofe ambiental que veio depois do comemorado superavit fiscal dos ajustes das contas públicas do RS. 

terça-feira, abril 23, 2024

'Guerra Civil' alinha-se a agenda do Grande Reset Global e manda democracia às favas



Há uma urgência da destruição no cinema americano: aliens, terroristas, asteroides, zumbis etc. Mas “Guerra Civil” (Civil War, 2024), ironicamente dirigido por um britânico, Alex Garland, foi diabolicamente inteligente: dessa vez o espetáculo não é ver edifícios icônicos de Washington DC indo pelos ares. O que principalmente está indo pelos ares é a própria ideia da democracia burguesa. Mais do que isso, o que está em questão em “Guerra Civil” é o próprio fim da ilusão que perpetrou o mito da democracia americana. “Guerra Civil” é uma distopia política que faz todo o sentido Hollywood irradiar para todo o planeta. Porque reforça a mitologia da polarização política como motivo para a crise da democracia – o álibi para justificar a escalada da extrema-direita por todo o mundo no contexto do chamado Grande Reset Global do Capitalismo. 

sexta-feira, março 22, 2024

O ardil midiático da "crise da comunicação" do governo Lula e contínuo midiático atmosférico


A volta do jornalismo de guerra. Nesse momento a grande mídia tenta criar a tempestade perfeita com um concerto de crises: alta dos alimentos, Petrobrás, dengue, segurança pública, Saúde, diplomática, climática, queda da aprovação do governo Lula etc. Porém, nos últimos dias esse modus operandi da mídia hegemônica revelou uma nova faceta: a preocupação com comunicação do Governo – por que, apesar dos bons feitos na Economia, os resultados não chegam ao povo? Mais uma crise, a da comunicação que, como sempre, reativamente, faz Lula convocar ministros. Qual o ardil desse súbito interesse da grande mídia na comunicação? No afogadilho da “crise”, induzir Lula a fazer mais do mesmo: confundir comunicação com propaganda. Enquanto grande mídia e as bolhas virtuais das redes estão articuladas em uma operação semiótica que vai muito além desse senso comum da comunicação: o acontecimento comunicação provocadas pelas bombas semióticas detonadas num contínuo midiático atmosférico.   

sexta-feira, março 01, 2024

Esquerda descobre que militares fazem operações psicológicas... mas confunde com propaganda


Somente assim a esquerda iria descobrir. A investigação da PF sobre os atos anti-democrátios acabou resvalando na existência do Batalhão de Operações Psicológicas do Exército. Freak out! Para quê serve? Qual a utilidade de uma unidade desse tipo de operação em tempo de paz? Para usar o próprio povo como alvo? O que poderia ser um vislumbre de esperança de a esquerda entender a radicalidade de uma operação psicológica por trás de um golpe militar híbrido, resultou em apenas mais do mesmo: achar que a Op. Psic. é apenas mais uma mera forma de propaganda. Só que mais “ameaçadora” ou “subliminar”. Se não entendermos a natureza completamente oposta da Propaganda e de uma Operação Psicológica militar continuaremos limitados a um estreito horizonte teórico. Prisioneiros de uma agenda de blefes como não-acontecimentos, pseudo-eventos, eventos-encenação etc. que agendam a política brasileira com fantasmas e chantagens.

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Tautismo e viralatismo: como dar pernas à não-notícia do "Holocausto"



A última vez foi quando o então presidente Obama humilhou a repórter Globo News, Sandra Coutinho, em uma coletiva para imprensa, em 2015, na Casa Branca ao desmenti-la quando tentou colocar uma opinião da Globo na boca dele. E agora, o drible humilhante que o secretário de Estado Antony Blinken deu na correspondente em Washington, Raquel Krähenbühl, tentando dar pernas à não-notícia da palavra que Lula jamais disse: “Holocausto”. Mais uma vez a emissora submete jornalistas ao vexame, revelando o seu tautismo (tautologia + autismo midiático) e viralatismo crônicos. Tautista, não entende que Globo é uma emissora do quintal geopolítico dos EUA. E que sua única função é o de caixa de ressonância da extrema-direita: se limitar a repercutir postagens de Netanyahu e Israel Katz para tentar das pernas à não notícia, pelos menos até à manifestação convocada pelo inelegível e sem cargo Bolsonaro.

sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Bolsonaro-Tamagotchi NÃO pode ser preso! Deve ser esquecido


Bolsonaro NÃO pode ser preso! Calma! Esse humilde blogueiro não trocou de lado. Hoje a grande mídia faz a pergunta para os indefectíveis especialistas: “Bolsonaro pode ser preso?” Ela já está calculando a mais-valia semiótica que ganhará com a prisão. Como parte de uma Operação Psicológica de guerra híbrida da inteligência das Forças Armadas: todas as etapas do projeto manchuriano Bolsonaro (iniciado em 2014) podem ser encontradas no “Manual de Campanha de Operações Psicológicas” do Estado-Maior do Exército, de 1999. Tal como aquele bichinho virtual, o Tamagotchi, que precisava ser alimentado, a Op Psi Bolsonaro precisa ser alimentada midiaticamente, através da hipernormalização do jornalismo corporativo. Tamagotchi morria quando era esquecido. Esse é o único antídoto contra esse golpe militar híbrido. Mas como esquecer (isto é, pular fora de uma agenda criada pelo próprio inimigo) se a própria mídia progressista está sendo alegremente conduzida para esse desfecho?

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