sexta-feira, setembro 30, 2022

Debate da Globo tenta abduzir Lula e dar pernas à terceira via para forçar segundo turno


Não é por menos que sempre o último debate antes da eleição ocorre na maior emissora do País, a Globo – emissora com maior audiência, é sempre a janela de oportunidade para a “bala de prata”: a criação de um acontecimento que controle o cenário eleitoral, seja com um freio ou um contrapeso. Pela primeira vez a “Terceira Via” atuou em casa, ou seja, na emissora que a criou e deu pernas. Para gerar o contrapeso que impeça a vitória de Lula no primeiro turno. Aquilo que foi esboçado no debate da Band, na Globo foi colocado exponencialmente em prática: abduzir Lula para o ciclo vicioso de ataques e pedidos de resposta, enquanto Tebet, Soraya e D’Ávila olhavam para a câmera, balançando a cabeça e se queixando da “polarização” que impede “propostas”. Além do chefe do Executivo poder contar com um alter ego, o simulacro de padre chamado “Kelmon”, fazendo o trabalho “hard” para Bolsonaro poder falar mais mansinho. Para a Globo, ficou um farto material para uma possível edição “matadora” às vésperas da eleição.

quinta-feira, setembro 29, 2022

O smartphone matou a experiência urbana do flâneur


Já se tornou um lugar-comum na paisagem urbana: pessoas caminhando, sentadas em pontos de ônibus ou em terraços de café ou bares com as costas curvadas, cabeça inclinada e olhares fixos para a tela do smartphone. As nossas vidas nas bolhas das redes sociais e nos aplicativos de mensagens instantâneas nos obriga a olhar para baixo, blindando-nos de “felizes acidentes”, o acaso, o espanto, insight, a experiência do sublime ou mesmo inspiração poética no espaço real das ruas e parques. Em síntese, a experiência urbana do flâneur, tão enaltecida tanto por Charles Baudelaire quanto pelo filósofo Walter Benjamin como o personagem que fazia ponto crítico ao capitalismo, por estar no contrafluxo, resistindo à disciplina. Mas o capitalismo não pode tolerar tempo e espaço livres. A indústria cultural foi o primeiro passo para a disciplina do tempo livre. Depois, inventaram o smartphone.

quarta-feira, setembro 28, 2022

Filme 'A Mulher Rei' é a 'smoking gun' da Era Joe Biden


Sempre soubemos que Hollywood é o braço ideológico do império americano. Principalmente quando suas produções entram no terreno da História: começam a torcer os fatos para que se transformem em contos morais que justifiquem as agendas políticas do presente. O filme “A Mulher Rei” (The Woman King, 2022) é o mais novo exemplo, mas com uma torção histórica tão exagerada que virou a verdadeira “smoking gun” (objeto ou fato que serve como prova conclusiva de um crime) da propaganda política da Era Joe Biden – que acabou gerando um crescente movimento de boicote ao filme nos EUA: “#BoycottWomanKing”. O filme transforma o Reino de Daomé e seu exército de amazonas “Agojies” em um libelo do empoderamento feminino e da luta racial (historicamente, a violenta economia de Daomé era baseada na captura e comercialização de escravos para o tráfico europeu). “A Mulher Rei” é uma peça de propaganda dos chamados “Novos Democratas”, cujo apoio aos movimentos identitários serve para “colorir” a geopolítica do “Big Stick” ("Grande Porrete"), vigente desde a Era Roosevelt. 

sábado, setembro 24, 2022

Nesse domingo, The Doors e PsyOp hippie, Las Vegas, Rosswell e crítica midiática: o custo semiótico da vitória de Lula


Faltando uma semana para o fim, quer dizer... as eleições, a Live Cinegnose 360 #74 desse domingo (25/09), às 18h, no YouTube, vai ter vinis, filmes, o incidente de Rosswell, Las Vegas, Gnosticismo e... Crítica Midiática. Na sessão clássica dos vinis, The Doors: será que Jim Morrison foi a “laranja mecânica” da PsyOp dos hippies? Depois, os filmes “Rubikon” (a hipo-utopia de um planeta totalmente privatizado) e “Land of Dreams” (o olhar lynchiano para o sonho americano de uma dupla de cineastas iranianos). E aprofundando o tema de “Land of Dreams”, vamos mergulhar nos arquétipos contemporâneos irradiados para o mundo pelos EUA, iniciados por três eventos seminais no Deserto de Nevada: Las Vegas, a bomba atômica e Rosswell. Na crítica midiática: grande mídia passa pano no voto de cabresto corporativo em Itapecerica da Serra/SP; Steven Levitsky no Roda Viva; grande mídia aceitará vitória de Lula, mas com alto custo semiótico; o caso Ciro Gomes e a estratégia alt-right de comunicação... e outras bombinhas semióticas. É tudo nesse domingo! 

Grande mídia quer aceitar vitória de Lula com custo semiótico o mais alto possível


Diante de uma bancada de “isentões” que acreditam estar vivendo num processo eleitoral absolutamente normal, no “Roda Viva” da TV Cultura, o cientista político Steven Levitsky, autor do livro “Como as Democracias Morrem”, pediu que os brasileiros “acordem”. Para evitar uma crise, seria necessário “uma oposição massiva e uma vitória no primeiro turno”. O oposto da atual estratégia do jornalismo corporativo: dentro do script da “normalidade” que executa, agora os “colonistas” defendem um “debate transparente com propostas”. Falam que a polarização está impedindo um “debate com propostas” e numa vinheta os apresentadores do JN aparecem folheando as páginas da Constituição. Jogo de cena para dar pernas à “terceira via” e arrastar a eleição para o segundo turno. No qual será cobrado um custo semiótico o mais alto possível à vitória de Lula.

sexta-feira, setembro 23, 2022

A hipo-utopia de 'Rubikon': o futuro já está entre nós


Hipo-utopia: diferentes das distopias que imaginam mundos futuros totalitários com tecnologias e sociedades tão inéditas que se diferem das atuais, nas hipo-utopias vemos as tendências e mazelas atuais projetadas no futuro de forma hiperbólica. É o caso do filme austríaco “Rubikon” (2022) no qual vemos um futuro que é uma versão degradada e perversa do mundo que conhecemos. Em 2056 países e governos foram extintos, e cada região da Terra foi tomado e dividido entre corporações gigantes, cada qual com seu exército. Ricos escapam de uma atmosfera terrestre que virou tóxica enquanto a maioria luta para não morrer. Em uma estação espacial privada na órbita terrestre cientistas cultivam algas que produzem oxigênio. Dilema moral: entregam a descoberta para a empresa e salvam uma sociedade perversa ou assistem de camarote a erradicação da raça humana da superfície terrestre.  

quarta-feira, setembro 21, 2022

Filme 'Land of Dreams': qual foi seu último sonho?


Os EUA irradiaram para todo o planeta uma autoimagem que mistura realidade e ficção, a tal ponto que a ilusão parece sempre preceder a realidade. Só um estrangeiro para entender a dinâmica onírica dessa nação. Ou melhor, dois estrangeiros: a dupla de cineastas iranianos Shirin Neshat e Shoja Azari, que dirigiu e adaptou um roteiro de Jean-Claude Carrière, colaborador de longa data de Luis Buñuel. É o filme “Land of Dreams” (2021) que acompanha uma recenseadora do US Census Bureau que faz uma pergunta inusitada aos entrevistados: qual foi seu último sonho? Além de querer entender o porquê de o Estado Profundo estar tão interessado em colecionar os sonhos dos cidadãos, o filme faz um mergulho no imaginário dos EUA. "Land of Dreams" não esconde suas intenções políticas: mostrar um país construído por imigrantes que se tornaram invisíveis

domingo, setembro 18, 2022

Live Cinegnose: Mamonas Assassinas e o Plano Real, como combater fake news e crítica midiática da semana


Depois de uma semana inteira de propaganda política e bombas semióticas explodindo por aí, venha fazer um detox mental na Live Cinegnose 360 #73, nesse domingo (18/09), às 18h, no YouTube. Nesse domingo, mais uma sessão híbrida vinil/CD com o fenômeno brasileiro “Mamonas Assassinas”: a Teoria da Classe Ociosa de Thorstein Veblen e a MPB no auge do Plano Real. Vamos também discutir os filmes “A Garota Ideal” (Pets, boneca sexual inflável e multidão solitária) e “O Preço do Amanhã” (controle do Tempo é poder). Depois, vamos terminar a série sobre a classe média, estudando o seu papel na guerra híbrida brasileira. Na crítica midiática: a inutilidade do combate contra fake news ao confundir informação e comunicação; Por que as pesquisas eleitorais estão apresentando resultados tão divergentes? A bomba semiótica da violência e do medo na política; o “match” da grande mídia com Bolsonaro na propaganda política; Bolsonaro e TV Globo: “eu sei o que vocês fizeram no verão passado”; o “apito de cachorro” no caso da jornalista Vera Magalhães.  

sábado, setembro 17, 2022

Mito da informação e fake news: como grande mídia confunde comunicação com informação


Agências de checagem, projetos de educação midiática em escolas públicas da periferia e nos grupos de WhatsApp, além da cada vez maior judicialização da política. Tudo apoiado pela grande mídia que acredita que o único antídoto para fake news é a informação. Pudera! É o produto que ela vende. E seu marketing é o mito da informação: a ingênua crença propagada para o distinto público de que a informação verdadeira é a única forma para combater a mentira. Do ponto de vista da ciência da Comunicação é um esforço inútil, porque há um mal-entendido conceitual: confundir os conceitos de sinalização, informação e comunicação. Fake news são fenômenos comunicacionais, enquanto as metodologias de checagem e apuração estão no campo da informação. Como combater um acontecimento comunicacional com informação? Como enfrentar um acontecimento a priori com uma informação a posteriori? Com o mito da informação grande mídia quer ocultar a causa de todas as fake news: a privatização da esfera pública. 

quinta-feira, setembro 15, 2022

'O Preço do Amanhã': a imortalidade de poucos implica na mortalidade de muitos


Sempre ouvimos falar que Tempo é dinheiro. Com a financeirização do capital e a crescente utilização do dinheiro eletrônico e digital no lugar do papel-moeda, esse provérbio torna-se cada vez mais metafórico: não se trata mais tanto de dinheiro, mas da logística do Tempo – quanto mais rápido, maior oportunidade de lucros no cassino global em que se transformou o Capitalismo. Mas ainda temos que manipular signos do dinheiro (títulos, ações etc.). Mas, e se o próprio Tempo em si virar uma moeda acumulável e estocável? Esse é o intrigante argumento de “O Preço do Amanhã” (In Time, 2011), num futuro em que a imortalidade de poucos implica na mortalidade de muitos: uma elite consegue estocar séculos de Tempo, tornando-se virtualmente imortal, enquanto a maioria corre da morte (contada retroativamente num relógio subcutâneo), lutando para ganhar Tempo, seja através do salário, doações ou empréstimos. Nova forma de Capitalismo em que o Tempo vira moeda de especulação, reprodução da desigualdade e controle populacional.

quarta-feira, setembro 14, 2022

Boneca sexual, multidão solitária e alienação no filme 'A Garota Ideal'



Um filme que tinha tudo para dar errado pelo seu argumento: um homem solitário, incapaz de se relacionar com a própria família e conhecidos no trabalho, compra através da Internet uma boneca sexual de látex em tamanho natural. Ela se chama Bianca e, orgulhoso, apresenta a todos como sua “namorada”. O que poderia virar um conjunto de piadas grosseiras se transformou em um filme inteligente, reflexivo e tocante. Ele usa Bianca como uma espécie de alter-ego terapêutico para seus traumas familiares e uma forma de conseguir aprovação social.  O filme “A Garota Ideal” (“Lars and the Real Girl”, 2007) expressa o fenômeno psicológico comum numa sociedade de multidões solitárias: de animais de estimação aos gadgets promovidos pela sociedade de consumo, nos alienamos de nós mesmos para nos projetarmos em pets e objetos em busca de gratificação e aprovação do mundo externo.

sábado, setembro 10, 2022

Detox do domingo: Jungle Music, o gnóstico 'Liquid Sky', o gato no telhado do Brasil e pânico semiótico da mídia


Depois do Sete de Setembro, nada melhor do que fazer um detox na Live Cinegnose 360 #72, nesse domingo (11/09), às 18h, no YouTube. Para esquentar, uma seção híbrida CD/vinil com jungle music de Shy-FX e Uk Apache: luta de classes, racismo e gentrificação musical. Depois, vamos discutir os filmes “O Grande Hotel Budapeste” (o estranho imaginário dos hotéis no cinema) e “Liquid Sky” (mitologia gnóstica pop de sexo, drogas e euforia). Em seguida, vamos continuar dissecando o imaginário da classe média, agora no cinema e audiovisual. Na crítica midiática da semana, filme “No” e a derrota da esquerda no plebiscito chileno: o gato subiu no telhado? O Sete de Setembro e a estratégia de apropriação semiótica alt-right; a morte da Rainha Elizabeth e o pânico semiótico do jornalismo corporativo e mais... é o detox mental de todo domingo!

Morte da rainha evita pânico semiótico do jornalismo corporativo


“Saída pela direita!”, dizia o Leão da Montanha naquele velho desenho animado da Hanna-Barbera. Parece que o espírito do felino animado possuiu o jornalismo corporativo que viu na morte da Rainha Elizabeth II a saída mais rápida do pânico semiótico após o Sete de Setembro protagonizado por Bolsonaro: o forçoso desgaste do malabarismo semiótico que teria que despender - como normalizar, neutralizar e diluir os crimes eleitorais em série que o chefe do Executivo cometeu no suposto desfile cívico militar? Como, mais uma vez, executar o script da normalidade e dizer que “as instituições estão funcionando”? Saindo rapidamente pela direita, jornalistas e “colonistas” mergulharam no infotenimento + viralatismo para deixar tudo esfriar. Porém, criou a prova do pudim para si mesma: como mostrar ao vivo as psyOps de Bolsonaro para depois dizer ser contra? Como defender pautas identitárias sem disfarçar o fascínio por uma monarquia colonialista, racista e genocida?

sexta-feira, setembro 09, 2022

'O Grande Hotel Budapeste': lapsos de civilização no matadouro que conhecemos como humanidade


No cinema, o imaginário em tornos dos hotéis os torna intrinsecamente estranhos. De Norman Bates em “Psicose” a Jack Torrance de “O Iluminado”, esse imaginário parece traduzir uma ambiguidade desse serviço entre o turismo e os negócios: são lugares transitórios, mas também um lugar que, por um tempo, podemos chamar de lar. Wes Anderson brinca com esse imaginário em “O Grande Hotel Budapeste” (2014): um hotel decrépito entre as montanhas, mas que teve seus tempos aristocráticos de opulência. Com sua linguagem irônica e cenas densamente compostas, com aventuras que mais lembram as HQs de “Tintim”, Wes Anderson nos conta um tema sério e sombrio: como a guerra total nazista destruiu uma bela e frágil civilização da Europa Central, trazendo uma modernidade que alterou drasticamente os hotéis e o turismo – de “lapsos de civilização no matadouro bárbaro que conhecemos como humanidade” a filiais padronizadas e despersonalizadas de grandes cartéis internacionais de turismo.

quarta-feira, setembro 07, 2022

Filme 'No' e derrota da esquerda no plebiscito chileno: será que o gato subiu no telhado?


A direita ganhou no plebiscito que recusou a nova constituição para o Chile. Quer entender o porquê? Então assista ou reveja o filme “No” (2012) – indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2013. Um filme sobre outro plebiscito chileno, trinta e quatro anos atrás, no qual o país decidiria se o General Augusto Pinochet permaneceria mais nove anos no poder, estendendo a ditadura militar. Um filme sobre a campanha de propaganda do “Não” que enfrentou vitoriosamente a campanha de desinformação do “Sim”, mostrando que o “hype” das fake news não é nenhuma novidade. Porém, o que torna as estratégias nas redes digitais mais letais do que a propaganda política do passado é sua contaminação semiótica de natureza metonímica, exponencial, em tempo real – muito além da velocidade processual da Justiça e das legislações. Às vésperas das eleições brasileiras, a esquerda deve se precaver: será que o gato está subindo no telhado? 

segunda-feira, setembro 05, 2022

O lado oculto do universo de Sandman, por Andreas Dao


"Sandman", a aclamada obra-prima em quadrinhos do genial escritor e roteirista Neil Gaiman, finalmente ganhou sua versão live action pela plataforma de streaming Netflix. Como admirador da obra me sinto honrado em poder escrever este artigo para os leitores do blog Cinegnose! Nas próximas linhas vamos entrar no universo de Sandman, analisando alguns aspectos ocultos da obra num contexto não linear, abrangendo diferentes campos do saber (Xamanismo, Hinduísmo, Budismo, Cabala, Psicanálise etc.) e como não poderia deixar de ser, o tema principal serão os sonhos!

sábado, setembro 03, 2022

No discurso midiático da polarização, a vítima também é culpada por "polarizar"


Diante da adversidade de ver Lula livre dos cárceres da PF de Curitiba, a grande mídia rapidamente buscou uma mais-valia semiótica: criou o discurso da “polarização” – Lula livre faria crescer a “radicalização”, atrapalhando as “reformas” que fariam a economia “crescer”. O discurso da polarização criou toda a mitologia da “terceira via”: o bom-senso, o nem-nem, e toda uma associação de ideias que desmoraliza a política e a militância, enaltecendo o “suprapartidário” e o “ativismo social”. Nesse ano eleitoral, o discurso da polarização ganha novos sentidos estratégicos: empoderar a terceira via para forçar um segundo turno (no qual o consórcio PMiG e grande mídia apontarão seus tradicionais canhões semióticos) e reforçar a pedagogia do medo ao associar a violência política com a polarização – na qual a própria vítima é também culpada por “polarizar”. E mantendo as ruas vazias e as esquerdas presas ao jogo da judicialização. 

Venha polarizar no domingo! Banda 801, fantasmas da classe média, mídia ataca com 'nem-nem', um Taxi Driver na Argentina?


Para a grande mídia, “polarização” é a raiz de todos os males. Mas nesse domingo (04/09), às 18h, no YouTube, a Live Cinegnose 360, na edição #71, vai polarizar. Depois dos comentários aleatórios, na sessão dos vinis do humilde blogueiro, vamos falar de um obscuro experimento musical dos anos 1970: a banda 801 – banda-conceito e psico-história. Depois, vamos discutir os filmes “Não! Não Olhe!” (a monetização do horror cósmico) e “Freeway” (Chapeuzinho Vermelho nos anos 1990 se reencontra com suas origens). Em seguida, vamos fazer um inventário dos fantasmas e do imaginário da classe média como paiol da guerra híbrida. E na crítica midiática da semana: uma análise semiótica do debate na Band; a crítica da polarização e a mitologia midiática do “nem-nem”; o quase assassino de Cristina Kirchner: entre “Taxi Driver” e papagaio de pirata das TVs; jornalismo metonímico entra em ação para turbinar Bolsonaro... e dessa vez vai: Conversas Aleatórias com os cinegnósticos. Venha polarizar também nesse domingo! 

Na segunda-feira, no YouTube, o leitor encontra a Live Cinegnose 360 #71 com minutagem, bibliografia e discografia. 



sexta-feira, setembro 02, 2022

'Freeway': Chapeuzinho Vermelho cai nos anos 1990. E descobre que os lobos são mais malvados



Desde que o conto de Chapeuzinho Vermelho chegou na Europa em 1697, passou por um longo processo de depuração. Até os Irmãos Grimm tirarem todo o sangue e canibalismo da versão original. E Disney transformar em entretenimento moral. Porém, na década de 1990 Chapeuzinho descobriu que os lobos são maiores e mais malvados. Lenhadores não irão salvá-la e a heroína precisará de muito mais recursos. Essa é a premissa do filme “Freeway – Sem Saída” (1996) um filme que, à época, passou sem o devido impacto. Porém, envelheceu bem, virando um cult. Principalmente pela performance selvagem de Reese Witherspoon e Kiefer Sutherland. Uma “white crap” foge dos pais delinquentes e da assistente social e viaja para a casa da avó. Mas no caminho, está a sua espera um pedófilo e assassino em série. Um mix enlouquecido de Chapeuzinho Vermelho, David Lynch e Tarantino. 

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