Não é por menos que sempre o último debate antes da eleição ocorre na maior emissora do País, a Globo – emissora com maior audiência, é sempre a janela de oportunidade para a “bala de prata”: a criação de um acontecimento que controle o cenário eleitoral, seja com um freio ou um contrapeso. Pela primeira vez a “Terceira Via” atuou em casa, ou seja, na emissora que a criou e deu pernas. Para gerar o contrapeso que impeça a vitória de Lula no primeiro turno. Aquilo que foi esboçado no debate da Band, na Globo foi colocado exponencialmente em prática: abduzir Lula para o ciclo vicioso de ataques e pedidos de resposta, enquanto Tebet, Soraya e D’Ávila olhavam para a câmera, balançando a cabeça e se queixando da “polarização” que impede “propostas”. Além do chefe do Executivo poder contar com um alter ego, o simulacro de padre chamado “Kelmon”, fazendo o trabalho “hard” para Bolsonaro poder falar mais mansinho. Para a Globo, ficou um farto material para uma possível edição “matadora” às vésperas da eleição.