Depois de quase
duas décadas de “false flags” e “inside jobs”, desde os ataques de 2001 nos EUA,
para justificar a agenda geopolítica norte-americana, esses não-acontecimentos
se tornaram autoconscientes. O mesmo roteiro repetido “ad nauseam” se tornou
cada vez mais evidente até para veículos de grande mídia com CNN cujos
analistas e repórteres vem soltando termos como “psy ops” e “false flags”. Por
isso, desde os ataques ao Charlie Hebdo em Paris começamos a acompanhar
elementos da tática diversionista do “meta-terrorismo” cujo ápice foi alcançado nesses
ataques a London Bridge e Borough Market: policiais flagrados trocando
rapidamente de roupa por trás de vans, como estivessem mudando de figurino para
desempenhar novos papéis, ou tatuagens nos braços de um dos terroristas mortos
(proibidas pela religião muçulmana) parecem indícios plantados propositalmente
para simular uma produção mal feita, feitos para atrair câmeras e celulares e
repercutirem em redes sociais, desmoralizando críticas sérias como “teorias
conspiratórias”. Mais camadas de simulações para tornar ainda mais opaco para a
opinião pública os não-acontecimentos.
Certa vez esse
humilde blogueiro discutia com alunos os conceitos de simulacro e simulação do
pensador francês Jean Baudrillard (1929-2007). Sugeri para a classe um episódio hipotético
para análise: uma quadrilha vai assaltar um banco usando um engenhoso
ardil – o grupo de criminosos iria se passar por uma equipe de filmagem, com atores, câmeras, rebatedores de luz, spots e toda a parafernália de um set de
filmagem.
Entrariam no
banco, em plena luz do dia e repleto de clientes, combinaria a logística com o
gerente e montaria o equipamento diante dos curiosos funcionários e
correntistas. E mais: a imprensa seria convidada para assistir a um “ensaio
aberto” no qual jornalistas e câmeras de TV poderiam fazer a cobertura.
Ninguém
desconfiaria: entrariam e sairiam do banco sob camadas de simulacros e
simulações – temos, portanto, (a) o ardil dos criminosos; (b) criminosos que
fingem ser atores; (c) "atores" que fingem ser criminosos; e (d) imagens da TV
que cobre um evento como fosse “real”.
Os criminosos
teriam que simular que estavam simulando um assalto (live action). Mas não
poderiam se portar com assaltantes reais: simulariam que eram atores simulando
um crime. Enquanto as câmeras de TV mostrariam imagens de uma suposta
realidade, os criminoso teriam que propositalmente estereotipar suas linhas de
diálogo e atitudes para criar um curioso efeito de realidade: o show de um
crime real que se esconde sob a hiper-realidade de supostos atores que encenam
um assalto real.
Confuso? Pois é essa a essência do
meta-terrorismo: a false flag ou não-acontecimento autoconsciente cujo
estado da arte parece que foi alcançado nesses supostos atentados terroristas
na London Bridge e Burough Market.
O objeto do
assalto (o dinheiro do banco) no caso é o sequestro da opinião pública pelo
medo e terror. Enquanto o atentado que simula ser real (não-acontecimento)
paradoxalmente simula a si mesmo como não-acontecimento ou false flag, ao deixar propositalmente pelo caminho das ações dos supostos
terroristas linhas soltas, ambiguidades e anomalias como fosse uma encenação
mal produzida.
O mesmo script
O novo atentado
de Londres, duas semanas depois do ataque à Arena Manchester, como sempre apresenta
a mesma narrativa de Estocolmo, Paris, Nice, Berlim, etc.: os terroristas
sempre morrem no final (mortos não falam); são conhecidos pelos serviços de
inteligência (o que não impede de cometerem ataques e andarem livremente pelo
Reino Unido);
Exercícios de
simulação antiterror foram realizadas no local um pouco antes dos ataques (uma
unidade de elite SAS, conhecida como “Blue Thunder Squad” performou exercício
de simulação em 19 de março no mesmo local), repetindo os antecedentes dos
ataques de 2001 nos EUA, Boston (2013), Paris (2015) , Nice (2016) , Berlim
(2016) e Bruxelas (2016) etc.;
E a óbvia
resposta à pergunta “quem ganha?” com os ataques: a primeira-ministra Thereza May está apenas um
por cento à frente do candidato de oposição do Partido Trabalhista, Jeremy
Corbyn. Os ataques em Londres são muito convenientes num momento em que
pesquisas apontam uma reviravolta até as eleições de 8 de junho, com o
candidato da oposição ultrapassando a outrora favorita Thereza May. Como
sempre, busca-se a famosa “bala de prata” a poucos dias que antecedem as
eleições gerais.
Theresa May ganha: unificação pelo terror e medo |
Elementos do meta-terrorismo em Londres
Mas esses novos
ataques confirmam uma hipótese já sugerida pelo Cinegnose desde os ataques ao Charlie Hebdo em Paris: sobre a
narrativa desses não-acontecimentos, está sendo criada uma outra narrativa, por
assim dizer, polissêmica – ambiguidades são plantadas para dar margens a várias
interpretações, sendo a principal de que tudo não passa de false flag.
Tal como os
assaltantes do banco do exemplo acima, temos uma false flag (o roubo do banco da opinião pública) que procura
simular ser de fato uma false flag,
para que qualquer suspeita séria sobre uma verdadeira false flag seja ridicularizada como “conspiratória”.
Se não,
vejamos:
(a) Atores trocando de figurino?
Há diversas
vídeos mostrando homens trocando de roupa por trás das vans da polícia. Vemos
um deles, um suposto policial com barba, tirando as calças do uniforme policial
e colocando calças cargo militar de camuflagem, semelhantes as de um dos
terroristas mortos pela ação policial.
Há algo de Show
de Truman nessas imagens, como a cena do filme na qual do protagonista Truman
inadvertidamente flagra os bastidores do gigantesco reality show em que vivia.
Pronto! Tornou-se uma das pistas de uma false
flag em ação: policiais que na verdade seriam atores mudando o vestuário
para desempenhar novos papéis.
Mas há algo
ainda mais estranho: no vídeo completo, vemos num plano mais aberto a rua e
repórteres e cinegrafistas que param para registrar a insólita cena.
Como assim? Um
segredo de bastidores, que se revelado seria a prova cabal da simulação de todo
o atentado, exposto para jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas? Numa rua
aberta, escondidos apenas por duas vans da polícia?
Cena
propositalmente plantada para incendiar a imaginação das “teorias da
conspiração”?
(b) O colete falso de explosivos
O terrorista
morto por policiais usava um colete com explosivos falsos, na verdade latas
vazias para emular um homem-bomba. Primeira suspeita: o colete é idêntico aos
usados em treinamentos antiterror.
Segundo: qual a função desse colete para a logística
da ação? - saltar da van em Borough Market e entrar e sair de bares e pubs
esfaqueando quem cruzasse o caminho.
Somado ao
suposto grito de um dos atacantes (“Isso é por Alá!”), estamos diante de uma
flagrante estereotipagem do personagem do terrorista.
(c) Grande mídia começa a falar em “False Flag” e “Psy Op”
No ataque
anterior na Manchester Arena, o analista
do canal CNN, Paul Cruickshank, considerou que nos últimos meses estaria
acontecendo na Europa “uma série de false
flags”.
Agora, ao vivo,
um repórter da CNN fala em evidência dos ataques serem um “Psy Op” (Operação
Psicológica) coordenado pela SIOP (Strategic Inteligence Operations Center) de
Nova York – assista ao vídeo acima.
Grande mídia
começa a usar terminologia própria dos teóricos da conspiração? Estaria a mídia
corporativa dando a mão à palmatória para as evidências? Lisonjas para as
teorias de conspirações?
(d) Tatuagens
Um dos
atacantes mortos pela polícia apresenta braços cheios de tatuagens. Mas isso é
terminantemente proibido na religião muçulmana: tatuar o corpo é um pecado
porque desconfigura a criação de Deus. Nada que seja permanente, que tente
modificar a criação de Deus, é permitido.
Erro de
produção propositalmente plantado?
(e) O homem andando com um copo de cerveja
Um vídeo
flagrou um homem com um copo de cerveja caminhando pela calçada enquanto ao seu
redor passam outras pessoas correndo, desesperadas, após os ataques nos bares e
pubs na Burough Market .
Cena
polissêmica: para a mídia corporativa, um símbolo do “bom humor” e da
“determinação dos moradores da cidade”.
Para analistas
independentes, alguém que não fazia parte do cast da encenação de mais um não-acontecimento, alheio ao roteiro e
seus personagens.
Anomalias e vítima conveniente
Também como
sempre, algumas anomalias e coincidências significativas:
(a) Eles estão rindo do quê?
Em vários
momentos foram flagrados policiais em cenas supostamente tensas, rindo ou
conversando alguma coisa engraçada com seus companheiros policiais... até ser
alertado pelo seu amigo para presença das câmeras, se recompor e voltar a ficar
sério e alerta.
Aliás, há
comportamentos estranhamente bipolares: de um lado, policiais gritando e
correndo histéricos, e do outro policiais relaxados e sorridentes.
Essas mesmas
anomalias foram verificadas no ataque à feira de Natal de Berlim.
Um dos exemplo
nos ataques em London Bridge e Borough Market está nesse vídeo acima aos 2 minutos e
20 segundos.
(b) A vítima conveniente
Entre as sete
vítimas fatais e 22 feridos nos ataques em Londres, a canadense Christine
Archibaldi mereceu um grande destaque pela mídia corporativa por um irônico
elemento que certamente alimenta a agenda conservadora mobilizada pela escalada
do terrorismo muçulmano: trabalhava como voluntária em um abrigo para moradores
de rua em seu país.
“Morta nos
braços do seu noivo”, como salientam as narrativas sensacionalistas sobre a
tragédia. Uma pessoa com “grade apreço pelo próximo” e “acreditava firmemente
que cada pessoa deveria ser valorizada”, é vítima de alguém com grande ódio por
todos nós. Certamente, mais vento para os moinhos da xenofobia, medo e
intolerância contra o outro (principalmente estrangeiros), combustível da atual
agenda da luta contra o terror internacional.
A dinâmica do meta-terrorismo
No quadro
abaixo esse humilde blogueiro tenta esquematizar a dinâmica do meta-terrorismo,
destacando as camadas de simulações desse novo fenômeno que envolve os
não-acontecimentos.
Depois de duas
décadas de não-acontecimentos de supostos ataques do radicalismo islâmico,
reforçando a geopolítica norte-americana no Oriente Médio, a repetição do mesmo
script levanta cada vez mais suspeitas e denúncias sobre eventos que à
distância cheiram a false flags.
A estratégia
meta-terrorista é a reposta diversionista das operações psicológicas:
propositalmente deixar no caminho erros e falhas, como fossem erros de uma
produção mal feita.
O exemplo de
policiais rapidamente trocando de roupas, escondidos apenas por vans e expostos
a câmaras ou celulares de quem passasse por ali, é a típica isca jogada para
incendiar a imaginação dos “conspiratórios”, desmoralizando qualquer análise
crítica independente.
Na base do
diagrama acima temos a “infraestrutura”: a agenda política (p.ex., a “bala de prata” para
Thereza May) e econômica (a geopolítica do petróleo dos EUA).
Logo acima, a
superestrutura ideológica no sentido clássico: discursos que justificam o
sistema político-econômico.
Nos níveis
acima, saímos da ideologia e entramos no campo subliminar da engenharia das
percepções: as “psy ops” dos não-acontecimentos e a novidade do meta-terrorismo
que alimentam com false flags e inside jobs a pauta dos telejornais da
grande mídia e as percepções nas redes sociais.
O
meta-terrorismo, como fosse assaltantes de um banco que simulam serem atores
que, por suas vez, simulam serem assaltantes filmados por câmaras que simula
que tudo seja real.
A crescente
sofisticação das operações psicológicas comprova esse paradoxo da atual
sociedade da informação: nunca tivemos na História uma sociedade tão
midiatizada na qual em tempo real acompanhamos acontecimentos e notícias. Mas,
paradoxalmente, nunca tivemos relações sociais tão opacas e fetichizadas por
camadas de ideologias e simulações.
Com informações de Daily Mail, Live Leak, CNN, O Globo, Aangirfan, Veterans Today, 21st Century Wired.
Com informações de Daily Mail, Live Leak, CNN, O Globo, Aangirfan, Veterans Today, 21st Century Wired.
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