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quarta-feira, dezembro 12, 2018

Com João de Deus, Manchinha e bonapartismo de Bolsonaro, Globo aperta os nós para 2019

Depois de décadas de controvérsias, acusações de assassinato, pedofilia e abusos sexuais, repentinamente “a verdade bateu à porta”, como disse Pedro Bial, e seu programa deu a partida para a caça ao médium-celebridade João de Deus, com atualizações diárias que já rivalizam com a meganhagem também diária das prisões da PF nas telas. Sabemos que para o jornalismo da Globo não basta apenas a verdade “bater a porta” – é necessário a “verdade” ter timing e oportunismo dentro das estratégias políticas da emissora. Soma-se a isso a também repentina indignação e atualizações diárias sobre o espancamento e morte do cão “Manchinha” em um hipermercado em Osasco/SP, uma notícia que na paginação tradicional dos telejornais seria colocada no bloco das notícias diversas. Tudo na semana do vazamento de movimentação atípica de dinheiro na conta de assessor de Flávio Bolsonaro, pressão da grande mídia por explicações e a resposta “bonapartista digital” de Jair Bolsonaro na sua diplomação no TSE: “o poder popular não precisa de intermediação”, apostando nas novas tecnologias para governar o País sem a grande mídia. Fala-se que a Globo “não dá ponto sem nó”:  quais nós a TV Globo está apertando para 2019 com essas “anomalias” jornalísticas no final do ano?  

sábado, dezembro 08, 2018

"Coletes Amarelos" na França: a revolução não será televisionada!

Até aqui a grande mídia passa batida para “o déjà vu” dos protestos dos “coletes amarelos” na França: em 2013 as chamadas “Jornadas de Junho” no Brasil foram narradas da mesma maneira como hoje noticiam os protestos franceses – “espontâneos”, “apartidários” e que “começam de forma pacífica, mas que acabam tendo atos de vandalismo...”. Também como em 2013, surgem analistas que veem “o novo” na Política ou “quebra do monopólio da narrativa midiática”. Aqui no Brasil vimos no que deram as Revoluções Populares Híbridas. Na Europa estão sincronicamente conectadas com o tour de Steve Bannon (ex-assessor da campanha de Trump) pelo continente para unificar a direita num “movimento internacional de nacionalistas”. Os “coletes amarelos” são icônicos e as câmeras os amam, saturando de significados suas fotografias e vídeos. A revolução não será televisionada:  a mídia não está relatando o que as pessoas fazem; relatam apenas o que as pessoas fazem para obter a atenção da mídia para o Capitalismo dar um novo salto – o populismo de direita.

quinta-feira, novembro 22, 2018

Arte, Política e Guerra Antimídia em "Art of The Prank"... mas não conte prá esquerda!

“Jornalistas são perigosamente ingênuos... não se interessam pela verdade, mas apenas por uma boa história”, afirma Joey Skaggs no documentário “Art Of The Prank” (2015). Joey Skaggs é um artista plástico que iniciou nos movimentos contraculturais de protestos nos EUA. Quando percebeu que o maior inimigo não era o Governo, mas a grande mídia que o sustenta. A partir dos anos 1970 tornou-se o principal criador de “Media Prank” e “Culture Jamming” – estratégias de guerrilhas semióticas antimídia. Skaggs passou então a criar uma série de personagens e histórias fictícias (pegadinhas) para enganar os jornalistas, revelando como a opinião pública é formada sobre mentiras: o “Bordel para Cachorros”, o “Banco de Esperma de Celebridades”, a “Pílula que cura tudo” produzida a partir de enzimas das baratas etc. CNN, ABC, CBS, todos caíram nas pegadinhas de Skaggs. Até o jornalista Pedro Bial mostrando na Globo a “revolucionária Terapia do Leão” do “célebre” Baba Wa Simba... “Art Of The Prank” mostra didaticamente como se faz uma guerra semiótica: fazer a mídia sentir o gosto do próprio veneno da mentira que ela produz... mas não conte para a esquerda! Dificilmente entenderá...

domingo, novembro 04, 2018

Vinte e seis anos depois, Brasil se parece com "Bob Roberts"

Num país onde a elaboração de um roteiro para o cinema e o planejamento do marketing político de um candidato são a mesma coisa, filmes como “Bob Roberts” (1992) não se limitam a fazer uma mera sátira da política. Vai mais além, misturando fatos reais da propaganda política com a ficção. Produzindo o paradoxal efeito “mockumentary” – acreditar na realidade por meio de um filme ficcional que simula ser um documentário sobre um candidato de extrema-direita ao Senado dos EUA. Um filme obrigatório, principalmente após o controvertido processo eleitoral brasileiro que levou outro candidato da extrema-direita ao poder, dessa vez à presidência. Após 26 anos da exibição de “Bob Roberts”, o filme continua assustadoramente atual, com surpreendentes semelhanças com as eleições brasileiras: manipular os fios da “política das emoções” (racismo, sexismo etc.) para esconder que por trás não existe nada.

quarta-feira, outubro 10, 2018

Bolsonaro é um avatar. Como enfrentá-lo?


Estamos à beira do desfecho de uma guerra híbrida iniciada em 2013 com as chamadas “Jornadas de Junho”. Num mecanismo tão exato quanto um “tic-tac”, passo a passo, um depois do outro, irresistível, sistemático: a Política foi demonizada, um governo foi derrubado, o psiquismo nacional envenenado e a polarização despolitizou e travou qualquer debate racional. Tudo iniciado pelas bombas semióticas detonadas diariamente pelas mídias de massas. E nesse momento o desfecho ocorre na velocidade viral das redes sociais. Por isso, Bolsonaro converte-se em um “candidato-avatar”: a Nova Direita descobriu a tática do “Firehose” – a espiral de boatos e desmentidos pelos “fact-checking” cria paradoxalmente o subjetivismo e relativismo que blinda o próprio candidato-avatar. Apesar de toda essa pós-modernidade, a Nova Direita tem o mesmo elemento de estetização da política criada pelo fascismo histórico: a narrativa ficcional cômica – de programas de humor da TV, Bolsonaro despontou como um “mito” de quem ria-se e não se levava a sério. Por isso, circulou livremente. Hoje, é o protagonista do “gran finale” da guerra híbrida. Como enfrentar um avatar?

segunda-feira, setembro 24, 2018

Bolsonaro X Haddad no segundo turno? Guerra híbrida continua vencendo


Mais uma vez a sabedoria desconfiada do velho Leonel Brizola. Acostumado com os truques da geopolítica dos EUA, em 1989 Brizola acusava Lula de ser inflado pela direita para mais facilmente a própria direita, representada então por Collor, vencer. Tudo leva a crer que Bolsonaro e Haddad irão ao segundo turno. Otimismo e ufanismo ganham a esquerda, saudando o gênio político de Lula, mesmo com todo massacre midiático e “lawfare”. Como sempre, a esquerda apenas compreende a superfície da atual guerra híbrida brasileira, em ação desde 2013. Para além do impeachment e a prisão de Lula, há um objetivo semiótico mais insidioso: polarização (petismo X anti-petismo) e despolitização (o jargão do empreendedorismo e moralismo travando qualquer debate de macro-conjuntura) - infantilização o debate político através do ódio e irracionalidade de uma opinião pública que se acostumou a odiar a Política. E nesse momento, a grande mídia busca mais uma “bala de prata” para turbinar a polarização. Será que o velho Brizola tem mais uma vez razão? (ilustração: Felipe Lima, "Gazeta do Povo")

terça-feira, setembro 18, 2018

Por que teledramaturgia da Globo está assombrada com o Tempo e a História?


Dois temas parecem assombrar a atual teledramaturgia da Globo: o Tempo (viagem no tempo, déjà vus, vidas passadas, reencarnações etc.) e a História (pastiches da Idade Média, releituras do Brasil do Império etc.). Algo que se distingue das tradicionais “novelas de época” que marcaram a história do gênero na TV brasileira. Nunca se verificou essa recorrência temática em tantas telenovelas, apresentadas simultaneamente ou em sequência nos diferentes horários. Sabe-se que em ano eleitoral o laboratório de feitiçarias semióticas da emissora funciona em tempo integral. O que essa recorrência pode significar dentro desse contexto? Nova bomba semiótica? Ou o sintoma do temor de uma emissora hegemônica que sabe da importância do atual cenário eleitoral? – é matar ou morrer. É o momento de entendermos a célebre afirmação de George Orwell: “Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado”.

sábado, setembro 08, 2018

Atentado a Bolsonaro foi um tombo para cima?


As eleições (?) aproximam-se e a temperatura aumenta. E essa semana foi particularmente dramática como um bom roteiro de ficção, sinalizando o que vem pela frente: começou com o simbólico incêndio do Museu Nacional no Rio e terminou com o “timing” do atentado contra o candidato Jair Bolsonaro em Juiz de Fora (MG). Assim como nos atentados de Londres, Paris, Berlim etc., as imagens da facada em Jair Bolsonaro repetem o script: sincronismos, anomalias, timing e algo mais: repete o mesmo contexto do controvertido acidente aéreo do candidato Eduardo Campos em 2014 – um contexto de esgotamento das bombas semióticas da grande mídia e o baixo desempenho da então esperança Aécio Neves frente à esquerda, forçando a procura de um “Plano B”. De uma reunião sigilosa de Bolsonaro com o Grupo Globo no início da semana à euforia dos 1.000 pontos do mercado financeiro ao saber da facada no candidato terminando com uma cobertura emotiva e apelativa no Jornal Nacional com vídeo exclusivo de Bolsonaro falando de Deus, da maldade humana e descrevendo o atacante como um “lobo solitário”, fecha-se o roteiro típico de um filme ou HQ: Bolsonaro foi promovido a “Mito Plano B” do consórcio jurídico-midiático – um final feliz com um tombo para cima?

terça-feira, setembro 04, 2018

Tautismo Global, sincronismos e ironias no incêndio do Museu Nacional


No Manifesto Futurista, Marinetti falava em “destruir museus” para libertar as consciências dos “inúmeros cemitérios”, e nos prepararmos para o futuro. Em visita ao Rio em 1926, Marinetti repetiu tudo isso e viu no Brasil um país futurista porque não teria “nostalgia das suas tradições”... Claro, Marinetti era um iconoclasta. Mas o Brasil é mais realista que o rei. Leva ao pé-da-letra coisas como “austeridade fiscal” (cuja realização máxima foi, até aqui, a “PEC da Morte”) que até o próprio FMI criticou em 2016. O incêndio do Museu Nacional foi um acontecimento irônico e sincrônico, na cidade em que Marinetti via a “realização acidental” do futurismo: resultado do neoliberalismo levado à sério num momento em que o fascismo se aproxima no segundo turno das eleições – um fascismo próximo ao de Marinetti. E, mais uma vez, o motor dessa austeridade levada à sério foi a cobertura tautista (tautologia + autismo midiático) pela Globo da catástrofe científico-cultural. Sinal dos tempos: a cobertura de Carlos Nascimento ao vivo dos choques dos aviões contra as torres gêmeas em 2001 conseguiu ser mais objetiva do que os relatos sobre o incêndio, encaixados nos dois eixos narrativos globais: “esse país é uma merda!” e “corrupção, corrupção e corrupção...”.

segunda-feira, setembro 03, 2018

"Videodrome - A Síndrome do Vídeo": como a tecnologia controla mente e carne


Um diretor de uma TV a cabo descobre o sinal pirata de uma transmissão de “Snuff TV” (filmes que mostram violência, abusos sexuais e mortes reais) chamada “Videodrome”. Mas da pior maneira possível, ele descobrirá que é muito mais do que um show de TV: é um experimento cujas ondas catódicas provocam danos cerebrais permanentes. Arma para vencer a guerra pelo controle das mentes da América planejada por uma obscura empresa que faz óculos de baixo custo para o Terceiro Mundo e sistemas de orientação para mísseis da OTAN. Esse é “Videodrome – A Síndrome do Vídeo” (1983), clássico filme de David Cronenberg que transformou em cinema toda uma tradição de crítica à mídia e tecnologia canadense, de Marshall McLuhan a Arthur Kroker: o momento em que a tecnologia deixa de ser mera extensão do homem para se transformar em carne. E o homem se transforma num aparelho de videocassete.

sábado, setembro 01, 2018

Curta da Semana: "O Futuro Será Careca" - Por que temos horror ao vazio em nossas cabeças?


Vivemos uma sociedade de consumo que ama tudo aquilo que está cheio: sonhos, sacolas de compras, cabelos. Odeia o vazio porque cria uma “incontrolável sensação de desgosto”. E os carecas seriam a síntese de tudo isso que as pessoas temem: carregam o vazio sobre suas cabeças. Esse é o tema do surreal curta francês “O Futuro Será Careca” (“Le Futur Sera Chauve”, 2016), de Paul Cabon. Um jovem protagonista cabeludo descobre numa refeição em família o futuro que lhe espera: a calvície hereditária. E revela o sintoma de uma sociedade que criou o mito da juventude como estratégia publicitária sedutora e pervasiva – a inabilidade de crescer e envelhecer.

quarta-feira, agosto 29, 2018

A nova bomba do laboratório de feitiçarias semióticas da Globo: "1+1=3"


O leitor deve conhecer ou ter ouvido falar daquela velha cartilha escolar de alfabetização de priscas eras chamada “Caminho Suave”, o be-a-bá do mundo das letras. Pois é nesse nível que interesseiramente se situam as chamadas “ferramentas de fact-checking”. Tática diversionista para desviar a atenção da opinião pública de uma outra cena na qual as notícias de fato funcionam: não no campo da representação (verdade ou mentira), mas no deslizamento metonímico das edições, escaladas, justaposição narrativa para criar percepções, impressões e relações de causa e feito. Como, por exemplo, a nova bomba que o laboratório de feitiçarias semióticas do telejornalismo da Globo criou em ano eleitoral para blindar o seu candidato campeão Alckmin: a bomba semiótica “1+1=3” – comece narrando uma notícia... e de repente dê uma guinada e passe a falar de outra notícia, criando duas linhas narrativas simultâneas e tão confusas que o telespectador começará a criar relações de causa e efeito que acabarão criando uma terceira notícia. Aquela verdadeira notícia que a emissora gostaria de informar para esconder uma realidade comprometedora.

quarta-feira, agosto 22, 2018

Se a Globo fosse uma pessoa, como ela seria?


“Se a sua marca fosse uma pessoa, como ela seria?... E a sua personalidade?”. A partir dessa pergunta, os marqueteiros especializados no chamado “Brand Persona” definem a “essência” de uma marca: Volvo? É “seguro”... Lamborghini? É “exótico”... Disneylândia? É “mágico”. E como seria a Organização Globo, principalmente após a decisão da Comissão de Direitos Humanos da ONU para que Lula possa exercer seus direitos políticos enquanto estiver na prisão? Entre simplesmente ignorar a notícia e, depois, rebaixá-la a “fake news” (sob o silêncio das agências “hipsters” de checagem), se a Globo fosse uma pessoa, estaria com sérios sintomas de esquizofrenia midiática e formações reativas psíquicas que vão de “negação” a “transbordamento”. Um malabarismo jornalístico somente possível pela fragmentação da divisão dos blocos de notícias em seus telejornais que agora não apenas tenta ocultar fatos. Mas também esconde a própria esquizofrenia midiática: como em um momento ser a favor... e em outro ficar contra?

sexta-feira, agosto 10, 2018

Cinegnose participará do Simpósio "Do Mundo Arcaico às Cosmologias Modernas" no RJ


“Por que o mundo tem que acabar? – Neo-apocalíptica e Escatologias Líquidas”. Esse será o tema da palestra deste humilde blogueiro no Simpósio “Do Mundo Arcaico às Cosmologias Modernas”, evento organizado pela revista eletrônica “Cosmos e Contexto” juntamente com o Centro de Estudos Avançados de Cosmologia (CEAC). O Simpósio acontecerá de 22 a 24 de agosto no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Rio de Janeiro, com a participação de filósofos, historiadores, cosmólogos, pesquisadores e sacerdotes, procurando um saber antidogmático que questione o monopólio da Ciência na construção da realidade.

sexta-feira, agosto 03, 2018

Bolsonaro e Neymar lucram com negatividade antimídia


Em uma diferença de apenas 24 horas, dois sintomas dos estranhos tempos em que vivemos: no domingo, no horário mais caro da TV brasileira, o Fantástico da Globo, um pedido de desculpas auto-indulgente de Neymar com o patrocínio milionário da Gillete. No dia seguinte, o candidato à presidência de extrema-direita, Jair Bolsonaro, no programa Roda Viva da TV Cultura, apontando uma metralhadora de cacofonias numa estudada estratégia de confusão verbal e bate boca. Dois personagens que ganham força não pelas virtudes (nem que seja para simulá-las) mas pela negatividade. Nesses dois eventos o “bom senso” e a “ponderação” foram mandados à favas mostrando uma estratégia paradoxalmente antimídia – ganham força a partir de uma autodestruição das estratégias de enunciação que sempre ajudaram a mídia a simular possuir algum valor de uso: “informar”, “entreter” e “educar”. As, digamos assim, “sinceridades” de Bolsonaro (a extrema-direita em seu estado bruto, sem as estratégias de enunciação suavizantes) e de Neymar (a negação franca da virtuosidade do esporte – "falem o que quiser porque tenho dinheiro!") são atos paroxistas. Se transformaram em “máquinas celibatárias” que ganham força investindo contra a própria mídia que os promoveu.

terça-feira, julho 10, 2018

Moro e Neymar: a vaidade é o pecado favorito do Diabo


Em 72 horas os maiores investimentos semiótico-ideológicos da grande mídia foram desconstruídos: Sérgio Moro e Neymar Jr. O primeiro caiu na armadilha do habeas corpus que supostamente iria soltar Lula. E o segundo, na arapuca tautista midiática que fez o jogador acreditar que era intocável, até a viralização do mote “cai-cai” em vídeos pelo mundo eliminá-lo junto com a Seleção. Duas bombas semióticas: uma intencional (o objetivo não era soltar Lula, mas criar um fato político para o mundo) e outra involuntária (efeito da blindagem tautista da mídia e mercado publicitário). Al Pacino fazendo o papel do próprio demônio em “O Advogado do Diabo” tinha razão: “a vaidade é meu pecado favorito...”. A vaidade dos juízes e do jogador deixou-os cegos. A mídia sentiu o golpe: enquanto o Fantástico teve que se desfazer de Neymar (“hoje não se tolera mais ludibriar o juiz”, fuzilou Tadeu Schmidt), Globo News começou a falar em “instabilidade jurídica” e “politização do Judiciário”. Bombas semióticas perfeitas que produzem efeitos fatais: detonação, letalidade, impasse midiático e dissonância cognitiva.

sábado, julho 07, 2018

Por que o Brasil não podia ser campeão?


A máquina semiótica da Guerra Híbrida faz nesse momento um pesado investimento ideológico para justificar os efeitos do atual modelo neoliberal imposto ao Brasil: crise, desemprego e precarização do trabalho, no qual milhões de desempregados foram promovidos repentinamente a “empreendedores”. E no rescaldo da eliminação do Brasil diante da Bélgica na Copa da Rússia está sendo mobilizado uma operação de emergência para salvar o alto investimento semiótico-ideológico feito no futebol pela grande mídia e mercado publicitário: salvar Tite e Neymar e colocar em ação o tradicional sacrifício do bode expiatório – o volante Fernandinho. Por que? Ao contrário do “pão e circo” que cercava o futebol nos anos da ditadura militar, hoje a função é mais sofisticada: a de “cimento ideológico” através de um discurso mérito-empreendedor no qual Tite é o maior garoto-propaganda. Enquanto isso, Neymar é o reflexo da “commoditização” do futebol brasileiro: jogadores exportados com baixo grau de transformação para, nos clubes europeus, se transformarem em “craques-commodities” de alto valor agregado. Mas cronicamente disfuncionais em suas seleções de origem.

quarta-feira, julho 04, 2018

Globo cria "crocodilo napolitano" na Copa da Rússia


Em 2009 o jornal inglês “The Telegraph” contou a pitoresca história de um mafioso napolitano que ameaçava comerciante locais com um imenso crocodilo. Qualquer um deles poderia ser a próxima refeição do bicho se não lhe pagasse proteção. É melhor ser temido do que amado, como afirmava Maquiavel? Depois de pouca mais de uma década de pauta diária com Mensalão e Lava jato, intimidação virou um “modus operandi” tautista da Globo. Traquejo tão natural que até invadiu outras editorias. Assim como a hábito do cachimbo entorta a boca. Até na cobertura da Copa da Rússia. Às vésperas do jogo das oitavas do Brasil contra o México, a Globo colocou sob suspeita o árbitro italiano em possíveis conspirações no VAR (árbitro de vídeo) e, de quebra, requentou notícia antiga sobre suposto envolvimento de jogador mexicano com cartéis de drogas. A Globo apresentou o juiz e o jogador para o seu “crocodilo napolitano” intimidando-os caso se intrometessem em seus interesses? Na verdade a mensagem da Globo não foi para nenhum dos dois. Foi para os seus potenciais inimigos internos. Principalmente porque, ao contrário da Copa de 2014, agora o sucesso da Seleção é estratégico para Globo e mercado publicitário.

quinta-feira, junho 14, 2018

Copa do Mundo na Rússia enfia grande mídia em dupla saia justa



Definitivamente essa é uma Copa do Mundo curiosa: a grande mídia está nesse momento lidando com uma dupla saia justa. De um lado, o risco de humanizar demais os russos. Afinal, tanto o cinema como o jornalismo os celebrizaram como “RAVs” (Russos, Árabes e Vilões em geral) – terra dos soviéticos, comunas, terroristas e hackers que mudam resultados eleitorais de outros países. Como cobrir a Copa, evitando que eles pareçam gente como a gente? E do outro lado, o recorde de desinteresse dos brasileiros com o evento, divulgado pelas últimas pesquisas. Ainda o rescaldo do tiro no pé do “Não vai ter Copa!” de 2014 e numa situação em que os brasileiros estão pensando muito mais na própria sobrevivência. Por isso, assistimos ao esforço em vinhetas e chamadas na TV para didaticamente tentar ensinar ao brasileiro que ele é torcedor! E promover os jogadores (tão “alienígenas” quanto os russos) a modelos mérito-empreendedores de sucesso para motivar a massa deprimida a sair do buraco.

quarta-feira, junho 13, 2018

Cinegnose discute bombas semióticas e guerra híbrida na FACIP/Universidade de Uberlândia



Na noite da última quinta-feira, 07/06, no Anfiteatro I do Bloco B da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal/UFU – Universidade de Uberlândia – este humilde editor do “Cinegnose” ministrou a palestra de abertura do Curso “O Golpe de 2016 e o futuro da democracia”. “Guerra Híbrida e Bombas Semióticas” foi o tema discutido depois que esse blogueiro estoicamente enfrentou o pânico de avião. A contribuição que a Semiótica e as ciências da comunicação podem dar como ferramenta para dissecar a ação da grande mídia na guerra híbrida e as detonações das chamadas “bombas semióticas” que transformam opinião pública em “clima de opinião”. E também como referência para ações anárquicas anti-mídia, tendo em vista a centralidade da grande mídia e da judicialização da vida pública brasileira.

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