sexta-feira, julho 03, 2020

Vídeos da Quarentena da Universidade Anhembi Morumbi: Comunicação, Mídia e Política #2


A polarização política turbinada pela grande mídia nos últimos anos continua na atual crise da pandemia? Quais as relações semióticas criadas pelas capas de revistas e primeiras páginas de jornais foram usadas para impulsionar essa engenharia de opinião pública? Qual o papel dos memes nos ambientes digitais para reforçar essas operações semióticas? Essas são algumas questões levantadas pelos vídeos do segundo volume da série “Vídeos da Quarentena da Universidade Anhembi Morumbi”, produzidos pelos alunos do curso de Teorias da Comunicação ministrado por este editor do “Cinegnose”. O segundo volume da série é complementado por vídeos sobre a Escola de Frankfurt e Teoria Hipodérmica aplicado em análises sobre a indústria da música e os telejornais.

Cinegnose publica o segundo volume da série “Vídeos da Quarentena”, conjunto de vídeos produzidos pelos meus alunos na disciplina Teorias da Comunicação do Curso de Comunicação Social (Publicidade e Propaganda e Jornalismo) da Universidade Anhembi Morumbi. Vídeos da APS (Atividade Prática Supervisionada) que conclui as atividades da disciplina.

Mais cinco vídeos com variações sobre o tema comunicação, mídia e política. Nessa série, Escola de Frankfurt, Teoria Hipodérmica, Semiótica e Memética analisando a indústria da música, eleições 2018 e o consumo de notícias sobre a pandemia COVID-19 nos ambientes digitais.



O Consumo de Notícias sobre a COVID-19 no Ambiente Digital

Trabalho de fôlego que procurou responder à problematização principal: a imprensa teve um papel na polarização política em meio à pandemia no País?

Orientando-se pelas hipóteses da teoria da Agenda Setting, a pesquisa quis entender como os debates digitais sobre a crise COVID-19 foram impactados pela agenda política midiática.

Duas ferramentas digitais foram utilizadas para mapear as informações sobre a pandemia nas redes: o Web Scraping (coleta de dados digitais) e o Buzzsumo (plataforma de monitoramento das redes sociais). Focando as discussões políticas, foram analisadas 45.890 matérias entre março e maio de 2020.

Como o leitor verá no vídeo, a pesquisa confirmou a hipótese da Agenda Setting dos pesquisadores Donald Shaw e Maxwell McCombs na década de 1970: na maior parte do tempo a mídia pode não ter êxito em dizer para as pessoas O QUE pensar, mas ela é espantosamente exitosa em dizer ao público SOBRE o que pensar.

Autor: Paulo Duarte 


Semiótica das Capas de Jornais e Revistas nas Eleições de 2018

Como as relações semióticas presentes nos elementos das capas de jornais, revistas e veículos de mídia influenciaram a opinião do eleitor brasileiro em 2018. 

A Semiótica está presente em diversos elementos do cotidiano, e pode ser usada para diferentes fins. O vídeo pretende promover uma observação e reflexão em relação ao uso das relações semióticas em algumas capas de jornais brasileiros na época das eleições presidenciais de 2018, focando mais precisamente, o segundo turno. Este uso das diferentes relações entre signos textuais e imagéticos pode ter influenciado no opiniões e tendências dos (e)leitores.

Tal influência poderia ter se originado em relações semióticas como contaminações metonímicas, o uso de expressões que possuem duplo significado, dos elementos semióticos que buscam atrair os eleitores para um ou para outro lado da história, como é visto no vídeo da pesquisa. 

Autores: Fernando Jesus, Henrique Richter, Leonardo Sabbag, Pedro Magnani e Pedro Soares  



Memes e Polarização Política

A pesquisa desse grupo baseou-se na teoria da Memética, o campo dos estudos formais dos memes. “Meme” foi um conceito criado em 1976 por Richard Dawkins no livro “O Gene Egoísta”.

O conceito de meme é bastante amplo, pois qualquer representação mental que precise dos recursos humanos para sobreviver e tudo aquilo que é ensinado e transmitido socialmente como, por exemplo, costumes, superstições, crenças, doutrinas, teorias etc. eles podem ser passados de uma pessoa para outra de forma individualizada ou pelos meios de comunicação em massa e acabam competindo com os outros memes para continuar a sua disseminação e determinar nosso comportamento. 

Concentrando-se no fenômeno da polarização no cenário político brasileiro, a pesquisa também se baseou na Teoria do Eleitor Mediano, criada por Anthony Downs em 1957, encontrada recorrentemente nos cenários eleitorais brasileiros entre 1994 a 2014 – e a principal consequência: o “anti-petismo”, que se transformou no leitmotiv da política brasileira.

Autores: Alef de Sousa Pereira, Ana Karolina Freire André, Fatima Moura Andriola, Guilherme Pereira Neves, Izabel Teixeira da Silva.


 

Escola de Frankfurt e a Indústria da Música

Como a indústria musical vêm se tornando um mercado de consumo em massa. Estamos à mercê de uma inércia criativa ou a música, de fato, se tornou em sua maioria um artefato puramente comercial e alienante? 

Essa é a questão central que o grupo procurou responder inclusive com uma pesquisa on line cujos números não aparecem no vídeo. Mas vamos descrever abaixo:

Após o fim da pesquisa, as conclusões definidas sobre o tema foram: 60% das pessoas são jovens entre 21 e 25 anos que gostam de diversos tipos de música, como rock, sertanejo, funk, pagode e eletrônica. 48,3% consideram relevante a mensagem passada através das letras das músicas de acordo com o momento em que estão escutando e 44,8% consideram a letra tão relevante quanto o ritmo e apenas 6,9% não consideram a letra importante, desde que o ritmo da música agrade. Mais da metade das pessoas que responderam à pesquisa gostam de escutar músicas que expressam seus ideais, sentimentos e realidade, e o restante gosta de escutar músicas que façam dançar, cantar e se divertir. 50% dos entrevistados geralmente escutam álbuns completos, enquanto os outros 50% escutam os hits conforme são lançados. 89,7% das pessoas gostam de ouvir música em suas atividades diárias. 

Metade dos entrevistados respondeu que se sentem influenciadas pelas músicas populares atuais, enquanto a outra metade não. 72,4% das pessoas responderam que relacionamentos amorosos é o principal tema das músicas que escutam, como nas músicas sertanejas e funks por exemplo. 58,6% respondeu que ouvem músicas por lazer, enquanto 41,4% ouve para reflexão. 67,2% das pessoas disseram que as músicas que ouvem influenciam seus estilos de vida, enquanto 32,8% disseram que não.  A maioria das pessoas respondeu que o principal sentimento que a música transmite é alegria, e essa maioria também não faz parte de nenhum movimento cultural por influência da música.

Autores: Caio Sguario, Corine Araujo Faliosa, Daniel Monteiro Queiroz, Henrique Albuquerque 


Teoria Hipodérmica e os Telejornais

A teoria Hipodérmica vem da ideia de massificar a informação, de forma que todos os atingidos por ela compartilhem do mesmo pensamento, da mesma opinião. 

O vídeo aborda exemplos onde são selecionadas apenas informações manipuladas e selecionadas para repassar ao público. Essas informações são escolhidas minuciosamente, sofrendo incrementos e, muitas vezes, são trabalhadas com sensacionalismo, para atingir o público de forma eficaz. 

Um exemplo é o dos telejornais. Neles, são exibidas inúmeras reportagens, selecionadas previamente. Muitas dessas reportagens, não são escolhidas conforme importância ou relevância, e sim como forma de manipular o público, seja para distraí-lo ou impulsionar que seja interpretado de uma maneira específica. 

Autores: Alisson Cesar, Gabriela Lopes, Samara Ferreira.


 

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