O Cinegnose publica o segundo volume da série “Vídeos da Quarentena”, conjunto de vídeos produzidos pelos meus alunos na disciplina Teorias da Comunicação do Curso de Comunicação Social (Publicidade e Propaganda e Jornalismo) da Universidade Anhembi Morumbi. Vídeos da APS (Atividade Prática Supervisionada) que conclui as atividades da disciplina.
Mais cinco vídeos com variações sobre o tema comunicação, mídia e política. Nessa série, Escola de Frankfurt, Teoria Hipodérmica, Semiótica e Memética analisando a indústria da música, eleições 2018 e o consumo de notícias sobre a pandemia COVID-19 nos ambientes digitais.
O Consumo de Notícias sobre a COVID-19 no Ambiente Digital
Trabalho de fôlego que procurou responder à problematização principal: a imprensa teve um papel na polarização política em meio à pandemia no País?
Orientando-se pelas hipóteses da teoria da Agenda Setting, a pesquisa quis entender como os debates digitais sobre a crise COVID-19 foram impactados pela agenda política midiática.
Duas ferramentas digitais foram utilizadas para mapear as informações sobre a pandemia nas redes: o Web Scraping (coleta de dados digitais) e o Buzzsumo (plataforma de monitoramento das redes sociais). Focando as discussões políticas, foram analisadas 45.890 matérias entre março e maio de 2020.
Como o leitor verá no vídeo, a pesquisa confirmou a hipótese da Agenda Setting dos pesquisadores Donald Shaw e Maxwell McCombs na década de 1970: na maior parte do tempo a mídia pode não ter êxito em dizer para as pessoas O QUE pensar, mas ela é espantosamente exitosa em dizer ao público SOBRE o que pensar.
Autor: Paulo Duarte
Semiótica das Capas de Jornais e Revistas nas Eleições de 2018
Como as relações semióticas presentes nos elementos das capas de jornais, revistas e veículos de mídia influenciaram a opinião do eleitor brasileiro em 2018.
A Semiótica está presente em diversos elementos do cotidiano, e pode ser usada para diferentes fins. O vídeo pretende promover uma observação e reflexão em relação ao uso das relações semióticas em algumas capas de jornais brasileiros na época das eleições presidenciais de 2018, focando mais precisamente, o segundo turno. Este uso das diferentes relações entre signos textuais e imagéticos pode ter influenciado no opiniões e tendências dos (e)leitores.
Tal influência poderia ter se originado em relações semióticas como contaminações metonímicas, o uso de expressões que possuem duplo significado, dos elementos semióticos que buscam atrair os eleitores para um ou para outro lado da história, como é visto no vídeo da pesquisa.
Autores: Fernando Jesus, Henrique Richter, Leonardo Sabbag, Pedro Magnani e Pedro Soares
Memes e Polarização Política
A pesquisa desse grupo baseou-se na teoria da Memética, o campo dos estudos formais dos memes. “Meme” foi um conceito criado em 1976 por Richard Dawkins no livro “O Gene Egoísta”.
O conceito de meme é bastante amplo, pois qualquer representação mental que precise dos recursos humanos para sobreviver e tudo aquilo que é ensinado e transmitido socialmente como, por exemplo, costumes, superstições, crenças, doutrinas, teorias etc. eles podem ser passados de uma pessoa para outra de forma individualizada ou pelos meios de comunicação em massa e acabam competindo com os outros memes para continuar a sua disseminação e determinar nosso comportamento.
Concentrando-se no fenômeno da polarização no cenário político brasileiro, a pesquisa também se baseou na Teoria do Eleitor Mediano, criada por Anthony Downs em 1957, encontrada recorrentemente nos cenários eleitorais brasileiros entre 1994 a 2014 – e a principal consequência: o “anti-petismo”, que se transformou no leitmotiv da política brasileira.
Autores: Alef de Sousa Pereira, Ana Karolina Freire André, Fatima Moura Andriola, Guilherme Pereira Neves, Izabel Teixeira da Silva.
Escola de Frankfurt e a Indústria da Música
Como a indústria musical vêm se tornando um mercado de consumo em massa. Estamos à mercê de uma inércia criativa ou a música, de fato, se tornou em sua maioria um artefato puramente comercial e alienante?
Essa é a questão central que o grupo procurou responder inclusive com uma pesquisa on line cujos números não aparecem no vídeo. Mas vamos descrever abaixo:
Após o fim da pesquisa, as conclusões definidas sobre o tema foram: 60% das pessoas são jovens entre 21 e 25 anos que gostam de diversos tipos de música, como rock, sertanejo, funk, pagode e eletrônica. 48,3% consideram relevante a mensagem passada através das letras das músicas de acordo com o momento em que estão escutando e 44,8% consideram a letra tão relevante quanto o ritmo e apenas 6,9% não consideram a letra importante, desde que o ritmo da música agrade. Mais da metade das pessoas que responderam à pesquisa gostam de escutar músicas que expressam seus ideais, sentimentos e realidade, e o restante gosta de escutar músicas que façam dançar, cantar e se divertir. 50% dos entrevistados geralmente escutam álbuns completos, enquanto os outros 50% escutam os hits conforme são lançados. 89,7% das pessoas gostam de ouvir música em suas atividades diárias.
Metade dos entrevistados respondeu que se sentem influenciadas pelas músicas populares atuais, enquanto a outra metade não. 72,4% das pessoas responderam que relacionamentos amorosos é o principal tema das músicas que escutam, como nas músicas sertanejas e funks por exemplo. 58,6% respondeu que ouvem músicas por lazer, enquanto 41,4% ouve para reflexão. 67,2% das pessoas disseram que as músicas que ouvem influenciam seus estilos de vida, enquanto 32,8% disseram que não. A maioria das pessoas respondeu que o principal sentimento que a música transmite é alegria, e essa maioria também não faz parte de nenhum movimento cultural por influência da música.
Autores: Caio Sguario, Corine Araujo Faliosa, Daniel Monteiro Queiroz, Henrique Albuquerque
Teoria Hipodérmica e os Telejornais
A teoria Hipodérmica vem da ideia de massificar a informação, de forma que todos os atingidos por ela compartilhem do mesmo pensamento, da mesma opinião.
O vídeo aborda exemplos onde são selecionadas apenas informações manipuladas e selecionadas para repassar ao público. Essas informações são escolhidas minuciosamente, sofrendo incrementos e, muitas vezes, são trabalhadas com sensacionalismo, para atingir o público de forma eficaz.
Um exemplo é o dos telejornais. Neles, são exibidas inúmeras reportagens, selecionadas previamente. Muitas dessas reportagens, não são escolhidas conforme importância ou relevância, e sim como forma de manipular o público, seja para distraí-lo ou impulsionar que seja interpretado de uma maneira específica.
Autores: Alisson Cesar, Gabriela Lopes, Samara Ferreira.
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