quarta-feira, outubro 28, 2015
Curta da Semana: "Rabbit" - Alquimia e a essência sombria dos contos de fadas
quarta-feira, outubro 28, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um curta que é um prato cheio de alusões a mitos alquímicos e à essência
sombria dos contos de fadas originais, perdida desde as adaptações comerciais
da Disney: é o Curta da Semana do “Cinegnose” – “Rabbit” (2005) do animador
inglês Run Wrake. Um conto de fadas invertido onde as crianças tornam-se vilãs
em uma narrativa surreal onde os pequenos protagonistas descobrem uma
fantástica maneira de transformar moscas em joias – um homúnculo viciado em
geleia de ameixa vermelha.
terça-feira, outubro 27, 2015
Mais louco é quem me diz - A exposição de Darcílio Lima, por Claudio Siqueira
terça-feira, outubro 27, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em junho deste ano houve a exposição "Darcílio Lima - Um Universo
Fantástico" na Caixa Cultural, no Rio de Janeiro. Cearense de
Cascavel, tornou-se um dos principais artistas brasileiros do Movimento
Surrealista, mas seu trabalho, assim como de muitos outros nomes do
surrealismo mundial, contém influências gnósticas que passam, como sempre,
despercebidas do grande público.
Conspiracionistas atestam que os conteúdos gnósticos presentes em obras
midiáticas possuem o intuito de inculcar mensagens subliminares nas mentes do
grande público; outros que tudo não passa de mera paranoia da parte de quem
assim pensa. Outros ainda, que os autores de tais obras não teriam conhecimento
real acerca das referências gnósticas presentes em suas obras. Se isso é
verdade, ao menos teríamos, talvez, a prova cabal do Inconsciente Coletivo
postulado por Carl Jung, posto que os mitos e arquétipos se repetem em
obras midiáticas mambembes sem o conhecimento de causa de seus autores.
segunda-feira, outubro 26, 2015
"MasterChef Júnior", a adultificação das crianças e o fim da vergonha
segunda-feira, outubro 26, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O episódio do assédio sexual através das redes sociais sofrido pela menina Valentina na primeira edição do reality televisivo “MasterChef Júnior” é a
ponta do iceberg de um movimento mais profundo e perigoso: o fim da vergonha
como a barreira que continha a sedução pela barbárie e a adultificação das
crianças pelas mídias. Sexismo, ódio, assédio sexual e intolerância que invadem
as redes sociais lembram as sombrias profecias de escritores libertinos do
século XVIII de que um dia as perversões privadas se tornariam virtudes
públicas. E as crianças, transformadas em mini-adultos em um programa de final
de noite onde correm contra o tempo segurando o choro, são o reforço
motivacional para os telespectadores acordarem no dia seguinte e repetirem as
mesmas situações na fábrica ou no escritório.
Os leitores devem
já conhecer a opinião desse Cinegnose
em relação ao reality show MasterChef da Band: é um bullying gastronômico – um
programa de final de noite com o objetivo de reforçar subliminarmente a
ideologia pela qual seremos regidos quando acordarmos no dia seguinte para
trabalhar: o princípio do desempenho.
Correr contra o
tempo em busca da eficácia, eficiência, produtividade, mérito e cumprimento de
metas sob as chibatadas de algum superior do tipo gerente, diretor, gestor etc.
MasterChef transforma isso em diversão ao nos deliciarmos em ver pessoas
angustiadas e esbaforidas correndo contra o relógio sob gritos e olhares
inquiridores de chefes de cozinha. Igual o que acontecerá com o telespectador
no dia seguinte na vida real na fábrica, escritório ou em outra empresa
qualquer.
sábado, outubro 24, 2015
Desperte da sua vida esquizofrênica com o filme "Eles Vivem"
sábado, outubro 24, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Mais um daqueles filmes estranhamente proféticos. “Eles Vivem” (“They
Live”, 1988) do mestre do terror John Carpenter parece antever de gadgets
tecnológicos de vigilância como os drones até a atual agenda política global
onde a Publicidade e as marcas transnacionais substituem as nações. Um sem-teto
desempregado encontra uma caixa de óculos de sol que revela um estranho mundo
submetido a uma espécie de hipnose coletiva que impede que enxerguemos os
comandos subliminares na Publicidade e a ação de seres alienígenas infiltrados
nas ruas e na TV. Uma ataque explícito à sociedade de consumo que vai muito
além dos clichês da crítica ao consumismo: “Eles Vivem” revela o secreto
mecanismo psíquico esquizofrênico que nos mantém prisioneiros do circuito
fechado individualismo-consumo.
Assistir ao filme Eles Vivem (They Live, 1988) é uma experiência conflitante. O filme do mestre
do terror John Carpenter (A Coisa,
Halloween, Christine) ora parece uma sátira com atores protagonistas
propositalmente canastrões e efeitos especiais que lembram os sci-fi B dos anos
1950, ora uma séria crítica social e política. Muitas vezes parece que
Carpenter não que que levemos o filme a sério. Por outro lado, Eles Vivem
torna-se um daqueles filmes subversivos que, depois do final, nos faz olhar
para o redor para então passarmos a questionar tudo até o limite da paranoia.
O filme foi
baseado no conto Eight O’Clock in the
Morning de Ray Nelson sobre um homem que desperta de uma espécie de hipnose
em massa para descobrir que a Terra é controlada por uma elite de empresários
alienígenas com a ajuda da elite política humana.
domingo, outubro 18, 2015
Editor do "Cinegnose" participa do "Outubro Rosa" com debate sobre mídia e identidade sexual
domingo, outubro 18, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Esse editor do “Cinegnose” fará palestra sobre o tema “Sistema
Financeiro e a Mídia na Construção da Identidade Feminina” dentro do evento “Outubro
Rosa” em uma série de ações promovidas pelo Centro Acadêmico Manoel de Abreu
(CAMA) da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa. O evento será nessa
segunda-feira (19/10) às 18h no auditório da Santa Casa em São Paulo. Esse
humilde blogueiro levará as contribuições das ferramentas da Psicanálise e
Semiótica para entender como as mídias constroem as identidades sexuais e o seu
impacto na vida de cada um. Os leitores do Cinegnose estão convidados.
Nesta
segunda-feira (19/10) este humilde blogueiro fará palestra seguida de dabate
sobre o tema “Sistema Financeiro e a Mídia na Construção da Identidade Feminina”.
O local será no Auditório Paulo Ayrosa, no prédio do Hospital da Santa Casa,
São Paulo, às 18h. Comporá a mesa de discussão Itali Pedroni Collini pela FEA-USP
com sua pesquisa sobre o machismo no ambiente de trabalho.
Curta da Semana: "From The Big Bang To Tuesday Morning" - a História é evolução ou eterno-retorno?
domingo, outubro 18, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A História humana é evolução? Decadência? Ou eterno-retorno? Será que o
paletó e gravata já estavam à espera do homem, só aguardando que ele surgisse
na face do planeta para, no final, enforcá-lo? O Big Bang eletrônico da TV só repetiu como farsa o Big Bang primordial? Essa é a sutil ironia e
perplexidade do curta “From The Big Bang To Tuesday Morning” (2000) do animador
canadense Claude Cloutier. O Curta dessa semana do “Cinegnose”.
sábado, outubro 17, 2015
A gnose selvagem no filme "Dente Canino"
sábado, outubro 17, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nas últimas décadas adaptações da Alegoria da Caverna de Platão têm sido recorrentes em diversos filmes, nos
mais diversos gêneros e narrativas. O filme grego “Dente Canino” (Kynodontas,
2009) é mais uma adaptação dessa alegoria, dessa vez numa surpreendente mistura
do filme “A Vila” de Shyamalan com “Dogville” de Lars von Trier: para tentar
manter a inocência dos filhos em um mundo corrompido, um pai os mantém isolados
do exterior dentro de uma propriedade rural cercada por altos muros – a TV só
mostra vídeos caseiros e a linguagem e sexualidade são manipulados e
controlados a um nível patológico levando o conceito de educação doméstica para
um extremo bizarro. “Dente Canino” mostra como a Alegoria da Caverna pode ser
real, assim como as possibilidades de escaparmos por meio de uma gnose selvagem. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
"SOCRATES: Olhai! Seres humanos vivem em uma
caverna subterrânea e têm a boca aberta em direção à luz. Esses homens estão aí
desde a infância, e têm suas pernas e pescoços acorrentados para que eles não
possam se mover e só consigam ver a frente deles, sendo impedido pelas cadeias
de virar suas cabeças. Acima e atrás deles há uma fogueira acesa, e entre o
fogo e os prisioneiros há um caminho elevado; e você verá diante deles um muro
baixo construído ao longo do caminho como fosse uma tela onde sombras
projetadas pelo fogo mostram homens passado ao longo da parede transportando
todos os tipos de vasos, e estátuas e figuras de animais feitas de madeira e
pedra e vários materiais. Alguns deles estão falando, outros em silêncio.
Glauco: Você me mostrou uma imagem estranha, com estranhos
prisioneiros.
SÓCRATES: Assim como nós mesmos ... (Platão, A
República, Livro VII)
quinta-feira, outubro 15, 2015
Cinco evidências de que vivemos em uma simulação
quinta-feira, outubro 15, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
domingo, outubro 11, 2015
Curta da Semana: "La Boca Del León" - o primeiro exorcismo telefônico do cinema
domingo, outubro 11, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
É possível um ato de exorcismo através do telefone? É o que os
personagens do curta espanhol “La Boca Del Léon” (2013) tentarão
desesperadamente confirmar: seguir as instruções de um padre exorcista através
de um smartphone, que ao mesmo tempo registra as imagens dos momentos de terror
em longos planos sequências. Inteiramente produzido através de um IPhone, o
curta é interessante não apenas por trazer para o universo dos curta-metragens
o subgênero “found-footage” de “Bruxa de Blair” e “Atividade Paranormal” – é também
um exemplo da mudança da representação do Mal no cinema atual: a maldade agora
é um fenômeno de natureza viral e epidemiológica.
sábado, outubro 10, 2015
Top 10 de filmes e séries que estranhamente previram o futuro
sábado, outubro 10, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A vida imita a arte? Ou há algo mais complexo nas relações entre a
ficção midiática e os eventos reais? O Cinegnose tenta dissecar essa questão
fazendo o Top 10 dos filmes e séries que supostamente teriam previsto eventos
reais como atentados, assassinatos, descobertas científicas e conquistas
tecnológicas. Profecias? Coincidências? Ou contaminações sincromísticas do “continuum”
midiático que envolve a todos nós?
Para o Gnosticismo
a realidade é uma ilusão. Para além das considerações filosóficas, ontológicas
ou cosmológicas dessa afirmação, para o Cinegnose a hipótese sincromística
seria mais um argumento a favor dessa suspeita gnóstica. Pelo Sincromisticismo,
as relações entre a realidade e as narrativas ficcionais midiáticas sobre a
realidade são mais complexas do que o velho provérbio de que “a vida imita a
arte”.
Haveria uma
complexa relação entre os conteúdos midiáticos sedimentados em memes e
arquétipos e os acontecimentos sociais, econômicos e políticos. A onipresença
dos meios de comunicação criaria um “contínuo midiático atmosférico” que
apresentaria estranhas contaminações da ficção na realidade. E o movimento
contrário: a realidade contaminando a ficção, de maneira que filmes tornam-se
peças de uma agenda (agenda setting) política ou econômica mais ampla.
segunda-feira, outubro 05, 2015
Jesus foi o primeiro criador de memes?
segunda-feira, outubro 05, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Além de ressuscitar mortos, multiplicar peixes e pães e supostamente
redimir a humanidade, Jesus também realizou um milagre semiótico: através das
parábolas superar o problema da memória da comunicação oral presencial –
passado o calor do momento, tendemos a esquecer o conteúdo da comunicação.
Graças às fortes alegorias e a narrativas curtas e circulares, suas parábolas
se tornaram virais, assim como os atuais memes nas redes sociais. Os memes
repetem a mesma estrutura narrativa alegórica, dessa vez em uma outra mídia
efêmera – as timelines e chats dos ambientes digitais. Uma estrutura narrativa
marcada por dois fatores que impulsionam o alcance de vídeos e imagens:
“importância e “ambiguidade”. Se os memes são as “neoparábolas” atuais, Jesus
poderia ser considerado o primeiro criador de memes da História?
Em uma churrascada
alguém anuncia aliviado que ainda há latas de cerveja na geladeira: “É o
milagre da multiplicação das cervejas!”, jubila; um grupo discute e o seu líder
reivindica: “precisamos separar o joio do trigo!”; “aqui tem lobo em pele de
cordeiro!”, diz desconfiado o político na reunião de um partido. O que há em
comum em todas essas falas? São alusões a milagres e parábolas de Jesus
encontrados em diversos versículos do livro bíblico de Mateus.
Talvez o grande
milagre de Jesus, além de fazer mortos ressuscitarem e multiplicar pães e
peixes, tenha sido também o semiótico – conseguir transformar suas alegorias e
parábolas em imagens persistentes e virais que atravessaram 2.000 anos e
continuam com força de disseminação.
domingo, outubro 04, 2015
Curta da Semana: "Find The Truth 360 Degree" - A verdade é o ponto cego.
domingo, outubro 04, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O Curta a Semana vai para uma experiência de imersão em 360 graus numa
perseguição a um mascarado nas estreitas ruelas de um distrito de Tóquio. O
curta “Find The Truth 360 Degree” (2015) é um “teaser” de uma série da
televisão japonesa chamada “Yokokuhan – The Pain”, que nos desafia a encontrar pistas em becos e encruzilhadas povoados por uma galeria de personagens
bizarros. Mas nem tudo é o que parece e acabaremos descobrindo que “a verdade
ama o ponto cego”.
terça-feira, setembro 29, 2015
"Que Horas Ela Volta?" exibe luta de classes padrão exportação da Globo Filmes
terça-feira, setembro 29, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
No Brasil, a crítica especializada sobre o filme “Que Horas Ela Volta?” fala
em “crítica social contundente” e “olhar crítico à sociedade”. No Exterior as
análises são mais matizadas:
“contradição entre novela e crítica social” e “mix de drama como elementos para
agradar um grande público”. Um filme como “Que Horas Ela Volta?” é impossível
de ser pensado dentro de uma tradicional análise de conteúdo. Ao contrário,
deve ser analisado pelos seus aspectos de produção: de como um conteúdo
potencialmente transgressor ou crítico pode ser diluído por meio do chamado
“padrão globo de qualidade”- a maneira como joga com elementos cênicos,
interpretativos e recursos técnicos como enquadramentos de câmera, timing, cor
etc. E principalmente a contradição entre a sutileza que a diretora Anna Muylaert quis dar à narrativa e o “novelismo” imposto pela Globo Filmes para criar uma espécie de filme sobre
luta de classes padrão exportação.
“Não tenho
empregada porque não quero levar a luta de classes para dentro da minha casa”,
disse certa vez a filósofa da USP Marilena Chauí. A permanência das relações
escravista entre a Casa Grande e a Senzala na sociedade urbana com seus
quartinhos de empregada e elevadores de serviço sempre foi um tema das
esquerdas – a sociedade brasileira que, sob a fachada da cordialidade e
miscigenações raciais, esconderia a realidade da luta de classes.
Poderíamos considerar a co-produção da Globo Filmes em Que Horas Ela Volta? (com a global Regina Casé encarnando uma empregada doméstica dominada por relações invisíveis de segregação) uma
surpreendente adesão da Globo a uma pauta politicamente de esquerda ou, no
mínimo, progressista?
domingo, setembro 27, 2015
Curta da Semana: "Toys" - a ameaça da mercantilização dos brinquedos
domingo, setembro 27, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um libelo contra a guerra e a violência. É o curta “Toys” (1966) do
canadense Grant Munro: crianças veem através de uma vitrine soldados e armas de
brinquedo ganharem vida e transformar a loja em um campo de batalha. Mais do
que um protesto contra a guerra dos adultos, o curta cria um debate sobre as
armas de brinquedo: elas podem estimular a violência pela naturalização da
guerra? Assistindo ao curta vemos que talvez o problema não esteja na
brincadeira de guerra em si, mas na utilização dos “brinquedos-réplica”: a
imitação é o principal impulso do jogo infantil, que pode se deteriorar em mera
réplica com a mercantilização dos brinquedos. Dessa forma, a brincadeira pode
virar mero condicionamento para o mundo adulto que lhe aguarda.
sábado, setembro 26, 2015
Muito além da exploração da fé no documentário "O Capital da Fé"
sábado, setembro 26, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Pastores retirando sacos de dinheiro dos templos ou maquininhas de
cartão de crédito passando pelos fiéis nos cultos tornaram-se imagens habituais
nas críticas às novas igrejas neopentecostais. Mas o documentário “O Capital da
Fé” (Gabriel Santos e Renan Silbar, 2013) vai muito além disso, ao mostrar que,
paradoxalmente, essas críticas alimentam um mito que apenas dá força a um
gigantesco negócio que está sendo montado:
capital e fé unidos não apenas pela exploração da fé de pessoas simples,
mas pela financeirização e liquidez que lava tão branco quanto paraísos fiscais
e que constrói lentamente uma forte sustentação política parlamentar que quer
chegar ao Poder. As novas igrejas há muito tempo abandonaram o clichê do Tio
Patinhas. Hoje estão confortáveis no mundo pós-moderno da liquidez.
Ao som da ópera
Carmina Burana, e com cortes ao ritmo da música, assistimos a um verdadeiro
vídeo clipe de socos, chutes, sangue e fraturas dos combates do MMA de Jesus –
um evento chamado Reborn Strike Fight 5 promovido pela Igreja Renascer.
Lutadores clamam em nome de Cristo pela vitória.
Essas são as cenas
iniciais de O Capital da Fé,
documentário de curta metragem que aborda a nova Igreja Evangélica brasileira,
suas contradições, a espetacularização da fé com inusitadas cristianizações de
coisas como micaretas e esportes de luta, assim como as ambições políticas de
seus dirigentes - assista ao documentário abaixo.
terça-feira, setembro 22, 2015
A ingenuidade semiótica das suásticas brasileiras
terça-feira, setembro 22, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Era o que faltava! Em meio a atual atmosfera politicamente pesada de
polarização e intolerância, eis que suásticas começam a se espalhar não só em
cartazes de grupelhos neofascistas, mas agora também em instituições que
deveriam trazer a esperança civilizatória em meio à barbárie: escolas públicas
e universidades. Cheios de boas intenções (conscientizar, debater e denunciar),
estudantes desfilam com suásticas e um estande de uma feira universitária
transforma-se num bizarro parque temático nazista com prisioneiros judeus com
camisas listradas com a estrela de Davi e alunas felizes e elegantes em seus
uniformes da SS e braçadeiras com a indefectível suástica, posando para selfies.
Nas suas ingenuidades semióticas, falam que as suásticas são apenas
“expositivas”, com as melhores intenções pedagógicas, como se as imagens pudessem ser neutras e apenas ilustrativas.
Sem saberem, estão manipulando cepas de ícones-índices de alto poder viral com
efeitos imprevisíveis em redes sociais e opinião pública.
Como se já não
bastasse a pesada atmosfera atual de polarização que domina a opinião pública
no País, de forma surpreendente o setor educacional (que deveria ser uma
referência civilizatória em meio à barbárie) dá também sua contribuição à
turbulência política, de forma ingênua e desajeitada.
segunda-feira, setembro 21, 2015
Em Observação: "Perdido em Marte" (2015) - filme gnóstico ou propaganda da NASA?
segunda-feira, setembro 21, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Para os críticos “Perdido em Marte”(The Martian, 2015) é um sci-fi de Ridley Scott bem
diferente daqueles sombrios e influentes do passado: é um conto otimista de
luta pela sobrevivência, um cruzamento de “Gravidade” com “O Náufrago”. Mas,
como sempre, Scott lida com o protagonista estrangeiro em lugares hostis
quem tem que lutar contra tudo para resgatar algo de bom em si mesmo. Tanto o
livro no qual o filme se baseou quanto a produção de Scott tiveram forte apoio
e consultoria da NASA que atualmente luta pela aprovação de orçamento no
Congresso para missão à Marte. O que o “Cinegnose” procurará responder: o filme
é mais uma obra de Scott que explora elementos gnósticos ou uma peça de
propaganda NASA-Governo-Hollywood?
domingo, setembro 20, 2015
Curta da Semana: "He Took His Skin Off For Me" - Amar pode ser estranho
domingo, setembro 20, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O amor pode ser grudento. Um curta sobre uma simples e doméstica
história de amor conjugal onde um homem arranca sua pele como prova de amor. E também porque essa não poderia ter sido a melhor ideia. “He Took His
Skin Off For Me” foi um dos melhores curtas de 2014. Uma espécie de poema de
horror, ao mesmo tempo lírico e grotesco com um tom melancólico e sensacional
uso de efeitos especiais em FX, onde foram reconstruídos as centenas de partes
da musculatura humana. Sobre o que nos fala o curta? Amor? Compromisso e
sacrifício? Assista ao curta e tire suas conclusões.
Ao mesmo tempo
poético e bizarro. Baseado em um conto da escritora e roteirista Mary Hummer, o
diretor Ben Aston levou dois anos para produzir esse curta considerado em
muitos festivais (London Short Film Festival, Festival Toronto After Dark entre
outros) como um dos melhores de 2014.
quinta-feira, setembro 17, 2015
Efeito colateral atinge telenovelas da TV Globo
quinta-feira, setembro 17, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Será que a culpa é da Internet? Ou as séries do Netflix seriam as
culpadas? Será que o gênero é uma vítima do sucesso das tecnologias de
convergência? São vários os diagnósticos do porquê da atual crise de audiência
do principal produto da TV Globo – as telenovelas. Talvez sejam diagnósticos
muito apressados por conterem o desejo político pelo fim do monopólio da Globo.
Mas as pesquisas qualitativas com telespectadores feitas pela própria emissora
têm uma pista: falam em “teledramaturgia pesada” e “desesperança” desde a
novela “Em Família” . Em sua escalada oposicionista a Globo recruta as
telenovelas como mais uma bomba semiótica, rompendo o sutil equilíbrio entre
romantismo e realismo, projeção e identificação que sempre marcou o sucesso do
gênero – a ficção deve agora reforçar subliminarmente o “quanto pior, melhor”
do telejornalismo. A Globo estaria vivendo o efeito colateral da sua condição
esquizofrênica: ser uma empresa e ao mesmo tempo um partido político.
Mal recuperou-se
da crise de audiência que obrigou a descaracterizar e encurtar às pressas a
telenovela Babilônia, e o núcleo de
teledramaturgia da Globo passa a viver novo sobressalto: reuniões foram
convocadas às pressas para entender o problema da baixa audiência na estreia de
A Regra do Jogo, nova produção do
horários das 21 horas.
A Regra do Jogo teve a pior início na história das
telenovelas globais (31 pontos, enquanto as antecessoras Babilônia (33), Império (32), Em Família (33), Amor à Vida (35), Salve Jorge (35), Avenida
Brasil (37), Fina Estampa (41), Insensato Coração (36), Passione (37),
Viver a Vida (43), Caminho das Índias (39) e A Favorita (35) se saíram
melhor.
terça-feira, setembro 15, 2015
Assalto a banco, cinema e Comunismo no filme "Closer To The Moon"
terça-feira, setembro 15, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Na mais cara produção do cinema romeno, o diretor Nae Caranfil tenta preencher as lacunas da história do maior assalto ocorrido na história do comunismo: em 1959, cinco jovens membros do Partido Comunista romeno assaltaram o Banco Nacional simulando uma filmagem. Diante dos aplausos daqueles que imaginavam ser testemunhas de um filme de ação, foram roubados 250 mil dólares. Fugir do país com o dinheiro era impossível, gastá-lo na Romênia menos ainda. Então, qual foi a motivação do crime? Esse é o filme “Closer To The Moon” (2014) baseado nesse caso real e que tenta responder à questão. Os assaltantes foram capturados e, ironicamente, foram obrigados a reconstituir o crime em um filme do Partido, dessa vez como atores reais."Closer To The Moon" abre uma curiosa discussão entre os limites da ficção e realidade no cinema e mostra que talvez os jovens romenos foram os precursores de um modelo de ação midiática que culminou nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
sábado, setembro 12, 2015
Curta da Semana: "Fifty Percent Grey" - os tons de cinza da pós-morte
sábado, setembro 12, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O curta dessa semana é de um autor já discutido por esse blogue: o
irlandês Ruairi Robinson. Indicado ao Oscar de melhor curta metragem de
animação em 2002, "Fifty Percent Grey" mostra uma curiosa representação da
existência pós-morte bem diferente daquela que o cinema passou a fazer depois
de “Amor Além da Vida” (1998). Ao invés de encontrarmos grandes revelações para
os mistérios da existência, após a morte poderíamos encontrar ciladas tão
cruéis como na vida. Ao contrário da simplicidade do preto e branco, podemos
encontrar a complexidade dos tons de cinza. Curta sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
Conhecido por seus
curtas de ficção científica e animações 3D, em 2002 o irlandês Ruairi Robinson
mereceu uma indicação ao Oscar de melhor Curta metragem de animação com o Fifty Percent Grey - assista ao vídeo abaixo.
sexta-feira, setembro 11, 2015
Toda mulher é uma diva, e todo homem é "diva-gar"
sexta-feira, setembro 11, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Se Freud estiver correto de que o chiste, o humor e o riso são formas de
lidar com o mal estar, como interpretar as queixas contra o novo filme
publicitário da Bombril por causa do trocadilho sobre “divas” e “vagarosidade”
na criação da campanha”? Se toda peça audiovisual é sintoma de uma época, o que
nos dizem as garotas-propaganda Ivete Sangalo, Dani Calabresa e Monica Iozzi? A
piada sobre uma suposta “vagarosidade” masculina é mais uma tática para
combater o irônico destino do feminismo: a descoberta do “impoder” masculino. O
homem não só deixou de ser o vilão da interdição do gozo e da liberdade
feminina como também transformou-se no próprio destino das mulheres livres: ser
tão frágil e impotente como o homem sempre foi.
“Todo riso está
muito próximo do horror que o prepara”, disse uma vez o filósofo alemão Theodor
Adorno sobre as secretas conexões entre o humor e a tragédia. E se ainda vemos
o humor combinado com uma peça audiovisual de criação publicitária, então
estamos diante de um verdadeiro documento histórico sobre a sensibilidade de
uma época.
No caso da nova
propaganda da Bombril investigada pelo órgão de autorregulamentação
publicitária (o Conar), o comercial veiculado pela TV transformou-se em um
verdadeiro sintoma das relações atuais entre os gêneros feminino e masculino.
segunda-feira, setembro 07, 2015
Mitologia gnóstica no cinema para iniciantes
segunda-feira, setembro 07, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Apesar de em toda História o Gnosticismo ter cultivado o elitismo espiritual por meio de sociedades secretas e conhecimentos arcanos, desde a literatura do Romantismo até o cinema a mitologia gnóstica vem cada vez mais fazendo parte do atual cenário da cultura pop. O Cinema atual insere em suas narrativas de diversos gêneros quatro principais mitos gnósticos: o do “Demiurgo”, o da “Alma Decaída”, o do “Salvador” e do “Feminino Divino”. Portanto, vamos introduzir aos novos leitores do Cinegnose o tema do Cinema Gnóstico e fazer um pequena síntese das pesquisas desses oito anos aos mais antigos seguidores do blogue.
Para aqueles que
estão chegando agora ao Cinegnose e, mesmo para aqueles que já são iniciados no
tema e constatam a complexidade conceitual da área, vamos fazer uma introdução
didática sobre a presença de elementos da mitologia gnóstica no cinema.
Desde as suas origens no início
da Era Cristã até os dias atuais a tradição gnóstica tem rejeitado as
convenções culturais como formas decadentes de um mundo ilusório. Por isso, o
gnosticismo tem cultivado o elitismo espiritual – conhecimentos arcanos e
sociedades secretas.
Tal estratégia histórica é compreensível
se considerarmos que o Gnosticismo considera o mundo material – e os seus
defensores – como ilusórios e falhos produtos de um Demiurgo, um deus inebriado
na sua crença de ser único e poderoso mas que não passa de uma emanação
decadente de um plano transcendente e harmônico.
Depois dos diversos renascimentos
ao longo da História (como na literatura do Romantismo dos séculos XVIII-XIX),
a mitologia gnóstica chega ao cinema no século XX.
E os temas gnósticos no cinema
não são recentes. Desde antigos filmes como
The Revenge of the Homunculus (Otto Rippert’s, 1916) sobre as trágicas
consequências de um experimento alquímico mal sucedido; The Golem (de Paul Wegener’s, 1920) mostrando os trágicos
resultados da magia cabalística; Frankenstein
(de James Whales, 1931) onde o tema é o fracasso gnóstico em transcender a
matéria mortal.
Os temas gnósticos retornam mais
tarde, desta vez através de filmes não-comerciais ou rotulados como cults que endossam valores heterodoxos.
Blow Up (Antonioni, 1966) é uma exploração gnóstica de como a
cultura consumida pelas aparências suplanta a realidade.
Confundindo forma e conteúdo
através de uma narrativa altamente ambígua e alucinante que incomoda tanto os
personagens do filme quanto o público, 8½
(Fellini, 1963) explora a cabalística crença de que um ideal humano pode ser
alcançado através do artifício, a criação de um Adão cinemático;
Zardoz (John Boorman, 1974) uma verdadeira fábula gnóstica onde, em
um futuro pós-apocalipse, o protagonista alcança a iluminação ao descobrir que
o deus em que acreditava (Zardoz) era, na verdade, uma criação artificial de
uma elite imperfeita e decadente.
The Man Who Fell to Earth (Nicholas Roeg, 1976) apresenta um
extraterrestre que vem para a Terra em busca de água para o seu planeta que
está morrendo. Incapaz de cumprir sua missão acaba prisioneiro de uma rede de
corrupção em uma América corporativa. Diferentes dos antigos filmes, estes
filmes gnósticos cults criticam o status quo, sugerindo que a cultura
pós-moderna é um desolado mundo de ilusões que produz conformismo.
O que distingue os filmes de
temática gnóstica dos últimos vinte e cinco anos é que, diferente do passado cult ou de vanguarda, agora estão
presentes no cinema mainstream
hollywoodiano. A temática gnóstica abandona o campo do cinema alternativo de
público elitizado para atingir as massas através do cinema comercial. Ao
contrário do passado, os temas gnósticos estão presentes em filmes com
produções de bom orçamento, atores celebrizados pelas mídias de massa e
enquadrados dentro de gêneros fixos tradicionais.
Basicamente são a partir de
quatro mitos básicos que o cinema vem explorando o Gnosticismo:
1. O Mito do Demiurgo
A Criação, o Mundo
ou a própria realidade é controlada por uma divindade inferior e os seus
agentes. Esses anjos (ou arcontes) lançaram um véu de ilusão, ignorância ou
desespero existencial sobre aqueles que procuram dominar (e às vezes se alimentam).
No gnosticismo clássico, o caráter do Deus do Antigo Testamento era um modelo
preferido para o vilão extramundano. Ele é muitas vezes referido como o
Demiurgo.
No cinema, o
Demiurgo não tem necessariamente de ser um antagonista do divino, mas pode
assumir a forma de qualquer entidade opressora incluindo ETs , tecnologias
opressoras e até mesmo as instituições humanas. Tudo se resume a questão do
controle humano versus a liberdade humana. Esse mito inflama a questão sobre o
que é real e o que é falso em intrincados níveis ontológicos (ou dimensões).
Alguns exemplos:
Êxodo: Deuses e Reis (2014) e Noé (2014) – Deus do Velho Testamento como um Demiurgo
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Prometheus (2012) ou Dark City (1998)
– Demiurgos como raças avançadas de seres alienígenas que transformaram os
humanos em experimentos científicos.
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Mais Estranho Que a Ficção (2006) – o Demiurgo é um escritor que manipula
de diversas formas uma narrativa literária tentando matar o protagonista.
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Show de Truman (1998), EDtv (1999) ou Mad City (1997) – o Demiurgo pode ser um produtor de um
reality show, um repórter manipulador ou a própria grande mídia que explora a
espontaneidade e simplicidade do protagonista.
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Uma Aventura Lego (2014) – o Demiurgo é o pai de um menino que disputa o filho o
controle do destino de uma cidade construída em blocos de Lego
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2. O mito da alma
decaída.
A ideia de que a
semente divina, proveniente de um lugar chamado Pleroma (ou Plenitude) tenha
caído em um mundo estranho. Este esperma-luz, a matéria prima da
auto-realização, reside dentro de cada mortal, também conhecida como
“centelha-divina”. É exatamente pela qual que as criaturas espirituais do
Demiurgo anseiam ou querem corromper. Descansando no sono ou estupor, a jornada
épica começa verdadeiramente quando um mortal descobre ou é escolhido para
realizar o seu potencial transcendental. Uma guerra de libertação tende a
entrar em erupção.
Normalmente envolve
uma agitação do protagonista durante a vigília por algum poder latente ou um
presente que o obrigue a cumprir um destino heróico. Este mito provoca a
pergunta do que é ser consciente e os níveis de consciência que o ser humano
pode chegar.
Abaixo, alguns exemplos:
Earthling (2010) ou ET
(1982) – Aliens caem na Terra e vivem uma situaçãoo de
ameaça e estranhamento. Filmes que são uma metáfora da gnóstica condição
humana
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Sense8 (2015) – Humanos com sensibilidade especial (os sensates) despertam de
suas vidas ordinárias para o chamado de luta contra um Demiurgo – uma agência
quase governamental especializada em manipulações genéticas.
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O Destino de Júpiter (2015) – uma humilde empregada recebe
o chamado da Plenitude. Os mitos gnósticos da Criação, Queda e Ascensão
representados de forma explícita em uma space opera.
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O Homem Que Caiu na Terra (1976) - Thomas Jerome Newton é um alien humanóide que vem para a Terra em busca
de água para seu planeta que está morrendo. Sua inteligência e
revolucionárias invenções atrai corporações que tentam corrompê-lo.
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Upside Down (2012) – Mescla de ficção científica com drama romântico que dá uma
nova roupagem ao mito da Queda humana.
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3. O Mito do Salvador
Pode assumir duas
formas. O primeiro é que após o despertar para a sua constituição sobrenatural,
o protagonista não deve apenas salvar aqueles ao redor dele dos poderes que
criaram o regime ilusório, ele deve também divulgar o conhecimento (gnose) para
os outros, para que possam compartilhar as mesmas liberdades ou descubram
habilidades semelhantes.
A segunda forma é
que uma figura salvadora precisa de outra figura salvadora, pois a relação de
um hierofante para um neófito é central no Gnosticismo (a ocidental caricatura
do professor sábio oriental ajudando o herói). Este mito acende a questão do
significado do ser humano, e todos os seres humanos são verdadeiramente iguais,
mesmo que alguns possuam maiores habilidades do que outros (um tema
predominante nas HQs, óperas de ficção científica e até mesmo em séries de
televisão, tais como a série Heroes).
Abaixo, alguns exemplos:
Matrix (1999) – Neo e Morpheus criam a clássica relação do mestre e do iniciado que
será o Salvador.
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Clube da Luta (1999) – A iniciação de um neófito a
um Clube que mudará sua visão de mundo. Mais do que isso, o protagonista se
torna o líder de um grupo que buscará algo politicamente muito maior.
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Branded (2012) – Outro neófito, dessa vez no mundo da Publicidade, será
iniciado no mundo da luta entre as marcas, descobrindo as forças ocultas que
controlam o mundo.
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4. O Mito do Feminino Divino
No gnosticismo
clássico, Sophia ocupa o centro do palco, simultaneamente, como ser caído e uma
redentora da humanidade. Sua encarnação já assumiu várias formas, incluindo a
Shekinah de Deus na Cabala, Maria Madalena no Cristianismo esotérico, e Gaia no
neo-paganismo. Sylvia em O Show de Truman
e Trinity em Matrix são duas das mais
famosas nos domínios da Ficção Científica e da Fantasia.
A encarnação pode
ser o protagonista, o professor do protagonista, e toda uma gama de variações.
Ela resgata ou é resgatada, ou ambos, nas batalhas contra os agentes da
opressão e da quebra da realidade falsa. É difícil negar a obsessão das Anime
com a confusão com o feminino e sexualidade em geral (que se afasta ou, talvez,
complementa a atitude gnóstica da desconfiança em relação ao sexo). Isso agrava
a questão dos diferentes níveis de amor, amizade e individualidade no que
poderia parecer um universo frio e indiferente.
Veja alguns exemplos:
WALL-E (1999) – Sophia é encarnada em um robô chamado EVA com design high tech que
vêm à Terra devastada buscar sinais de vida e encontra um nostálgico
robozinho que empilha lixo e tenta resgatar fragmentos de uma civilização que
desapareceu.
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Dead Man (1995) – A personagem Theo, a
prostituta, tem um papel decisivo no início da jornada espiritual do
protagonista. Ela é Sophia, prisioneira do Demiurgo que domina a cidade.
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L’Imortelle (1963) – Filme
francês precursor do mito de Sophia no cinema que eleva a mulher a um patamar
metafísico revelando as formas ilusórias do mundo ao protagonista.
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Vanilla Sky (2001) – Aqui Sophia está explícita.
Penélope Cruz faz a própria personagem exorta o protagonista David Aymes a
despertar do interior de um “sonho lúcido”, na verdade uma simulação
tecnológica da realidade.
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