O “Cinegnose” oferece uma contribuição ao movimento estudantil de
ocupação das escolas estaduais contra as medidas de “reorganização”
(fechamento) de unidades escolares no Estado de São Paulo. Com a oficina
“Táticas de Guerrilha Antimídia” que será ministrada amanhã em escola ocupada
em Taboão da Serra, esse blogueiro mostrará o resultado das pesquisas da série “bombas semióticas” iniciada nesse blog a partir das grandes manifestações de
rua em 2013. E as táticas e armas de contracomunicação diante do inimigo mais
invisível e ardiloso que o movimento estudantil terá: a grande mídia.
Esse humilde
blogueiro dará uma pequena contribuição ao atual movimento de ocupações das escolas estaduais com aula pública na Escola Estadual Antônio Inácio Maciel (Av. Dr. José Maciel, 410, Jd. M. Rosa, Taboão da Serra) com o tema “Táticas de Guerrilha Antimídia” amanhã (dia 08/12) às
15h00.
Os leitores do blog estão convidados a participar.
A oficina procurará
traçar a história da formação da grande mídia brasileira; análises de casos de
contrapropaganda na desestabilização de regimes políticos; as atuais “bombas
semióticas” detonadas pela grande mídia; noções de edição, manipulação,
angulação e roteirização das notícias, mídia e agenda invisível, media training
e estratégias de contracomunicação e “guerrilha semiótica”.
Desde as grandes
manifestações de rua de 2013 o Cinegnose vem desenvolvendo o conceito de “bomba
semiótica”: conjunto
de artefatos que foram detonados na opinião pública ao longo daquele ano (mais
precisamente após as grandes manifestações de rua em junho) e que seguem até hoje – travestidos de
informação através de mídias impressas, digitais ou audiovisuais, seu objetivo
não é a persuasão ou convencimento, mas a criação ondas de choque ou
disseminação estilhaços de signos na esfera pública. São bombas cujo alvo não é
a razão, mas a emoção.
Transmitidos como informação (notícia, opinião,
imagens etc.) escondem construções arbitrárias de significados sob a saturação
retórica (figuras de linguagem) que escondem complexas operações semióticas
(regressão sígnica, contiguidades, similaridades, composições, simbolismos de
cores etc.).
O conceito de
bomba semiótica abre uma possibilidade pedagógica interdisciplinar riquíssima
que começa em História (mídia e política), Língua Portuguesa (retórica,
persuasão e figuras de linguagem), Artes (alfabetização visual) e
complementação extra-curricular (noções de sintaxe, gramática e morfologia
audiovisual, roteiro e story board).
Além das faces
mais visíveis do Governo do Estado e da repressão policial, certamente o
movimento estudantil de ocupações das escolas tem na grande mídia o seu
inimigo invisível – um softpower sutil e ardiloso mas, por outro lado, com
táticas e linguagens bem previsíveis que podem ser facilmente estudadas,
desmontadas e invertidas contra elas mesmas, nas estratégias de guerrilha
anticomunicação.