O
que há em comum entre os EUA, com seu exército que massacra o Oriente Médio sob
o pretexto de “Guerra ao Terror” e o BOPE ocupando as favelas cariocas? Além de
serem endossados pela mídia em reportagens tendenciosas e filmes como “Tropa de
Elite” e “Guerra ao Terror”, ao mesmo tempo está presente, nas formas mais sutis, o arquétipo de São Jorge e o Dragão.
Desde o “Livro dos Mortos” egípcio, passando pela propaganda do império Romano
até chegar na indústria do entretenimento atual dos filmes e HQs (Superman,
Ultraman, Batman etc.), todos têm no ícone do “São Jorge, O Santo Guerreiro” a
reedição por séculos de um poderoso arquétipo. Todos caçando monstros que só
existem em sonhos.
* Claudio Siqueira é Estudante de Jornalismo, escritor, poeta, pesquisador de Etimologia, Astrologia e Religião Comparada. Considera os personagens de quadrinhos, games e cartoons como os panteões atuais; ou ao menos arquétipos repaginados.
* Claudio Siqueira é Estudante de Jornalismo, escritor, poeta, pesquisador de Etimologia, Astrologia e Religião Comparada. Considera os personagens de quadrinhos, games e cartoons como os panteões atuais; ou ao menos arquétipos repaginados.
Em Guerra ao Terror, filme
vencedor de seis prêmios, Kathryn Bigelow fez o caminho inverso ao de James
Cameron com seu Avatar, que mostra a
vitória do oprimido; da favela, do Oriente Médio, do povo nativo contra o
invasor. Não por acaso, ganhou apenas três.
Mas nada se compara ao filme Tropa
de Elite. Por mais irônico que pareça, foi um sucesso por parte dos
guerrilheiros urbanos citados no início deste ensaio. A continuação, Tropa de Elite 2, foi a maior bilheteria
da história do cinema nacional, tendo sido o único a superar a marca de dez
milhões de espectadores desde 1976, feito atingido por Dona Flor e Seus Dois Maridos.
"Guerra ao Terror" (The Hurt Locker, 2009) |
Nada mais justo, tratando-se de um excelente longa metragem! Mas o mais
curioso é que os bordões do Capitão Nascimento se tornaram comuns entre os
traficantes e moradores, que os assimilaram e passaram a utilizá-los como
brados de guerra. Era comum ver, mesmo poucos anos após a estreia do segundo
filme, moradores e cidadãos vestindo a camisa com os dizeres “Guerra é Guerra!”
e entoando o mesmo mantra bélico para cada situação corriqueira; desde a labuta
até uma desavença particular.
Além do caráter belicoso e renegado – embora não de todo subversivo – o
grupamento social marginalizado possui uma coisa em comum: seu grito de guerra
“fé em Deus!”.
Mas por que utilizar como brado de guerra o bordão de seu próprio algoz?
Nos EUA, o termo nigger, inicialmente
pejorativo, passou a ser utilizado como forma de identificação entre os
cidadãos negros, enquanto, para os brancos, asiáticos e demais etnias, apenas o
termo black é aceito. Da mesma forma,
o termo freak passou a ser utilizado
por desajustados em geral. É comum entre grupamentos sociais marginalizados se
apropriar de termos de cunho pejorativo e reciclá-los na forma de epítetos de
autorrepresentação.
A Diáspora do Ícone
Todos têm como totem o ícone de São Jorge, o “Santo Guerreiro” que,
galopando seu alazão, subjuga a figura desprezível do Dragão. Estar “vestido
com as roupas e as armas de Jorge” – um centurião romano, garoto propaganda do
credo bélico de Roma – é motivo de orgulho. Mas vamos analisar mais atentamente
esse hieróglifo da Igreja Romana.
Segundo a hagiografia (Ramo da História responsável por catalogar a vida
de santos e beatos, além de suas virtudes supostamente “heroicas”1)
da Igreja Católica Romana, São Jorge teria nascido na Lida – atualmente situada
em Israel – e era soldado do exército do Imperador Diocleciano. Teria morrido
na Nicomédia (hoje, Izmit na Turquia) e seus restos mortais transferidos para
sua terra natal pelo Imperador Constantino que mandou construir uma
igreja-mausoléu em sua homenagem. Considerado padroeiro de diversas cidades ao
redor do mundo e padroeiro não oficial do Rio de Janeiro – título originalmente
atribuído a São Sebastião – a figura mítica de São Jorge, no entanto, remete a
períodos históricos anteriores ao cristianismo.
Uma Releitura de Belerofonte e a Quimera como um Mito de Coerção
A primeira manifestação iconográfica semelhante de que se tem notícia
data do Livro Egípcio dos Mortos,
onde uma figura desprovida de nomenclatura fere uma serpente com sua lança.
Na Índia, Krishna, subjuga a serpente antropomórfica Kaliya. Atentem
para o fato de que Krishna, assim como São Jorge, subjuga Kaliya, seu próprio
dragão, tendo um intermediário entre si e a besta. Todos os mitos que subjugam
sua própria besta por intermédio da truculência possuem um intermédio, um
anteparo; por vezes, um símbolo fálico. Do ponto de vista do gênero, o
arquétipo Masculino, Positivo, “do bem”
deve submeter o Feminino, Negativo, “do
mal”. Do ponto de vista do Gênio
Humano, este deve submeter o Instinto;
a Razão deve ser superior à Emoção.
Estes arquétipos são sempre
representados por um guerreiro, trajado
em vestes bélicas, muitas vezes em uma montaria que lhe serve de veículo. O
protótipo do tanque de guerra. O adversário é sempre representado como uma
serpente ou figura reptílica; mas não em seu aspecto de autorrenovação, por
mudar de pele, ou de abrangência, por seu corpo longilíneo poder envolver
qualquer objeto em circunferência, inclusive o mundo, mas por seu aspecto
rasteiro, baixo, ao revés, à mercê.
No antigo Egito, o deus Osíris
trava uma batalha com Seth, a
serpente do deserto, que o castra e esquarteja, lançando seus pedaços ao longo
do Rio Nilo. Osíris representa o Sol, o aspecto masculino e viril. Seus pedaços
são lançados ao longo do leito de um rio, sinuoso como qualquer serpente. Ísis,
deusa da fertilidade, chora a morte de seu consorte e suas lágrimas se
transformam em abelhas, não só porque polinizam flores mas porque, em seu voo,
formam a gestalt (imagem, forma) de
lemniscatas, o signo do infinito. Chamo de signo em vez de símbolo, devido à
Lógica dos Signos e Símbolos, preconizada por C.S.Peirce e Ferdinand de
Saussure .
Na mitologia grega o herói Belerophonte2,
filho de Poseidon, cavalga um pégaso (cavalo alado) e subjuga a Quimera. O pégaso mesmo teria nascido da
morte de Górgona por Perseu. Emergido do mar tal qual Afrodite após a castração de Urano por Cronos que atirou seu falo ao Oceano
(também um Titã). Pégaso representa também um arquétipo feminino. Com sua
ajuda, Belerophonte pôde não só derrotar
a Quimera, mas vencer as Amazonas. Zeus o nomeou “o
portador do trovão e do raio”, o que faz Belerophonte próximo de Thor e Xangô, segundo o professor Junito de Souza, que também menciona
que: “O simples cavalo figura tradicionalmente como a impetuosidade dos
desejos. Quando o ser humano faz corpo
com o cavalo, torna-se um monstro, o Centauro,
identificando-se com os instintos animalescos. O cavalo alado, muito pelo
contrário, simboliza a inspiração criadora sublimada e sua elevação real.”
O cavalo de São Jorge não possui asas, não apenas para que a única
figura inverossímil da imagem seja apenas o dragão, conferindo-lhe um ar de
pouca credibilidade, e portanto demoníaco, mas também porque “São Jorge” é uma
versão de Belerophonte castrado de sua subjetividade. Belerophonte significa Fonte de Poder. Mais tarde,
acrescentou-se à lenda que São Jorge matara o Dragão em uma batalha na lua,
plagiando a “cena” em que o herói grego sobe ao Olimpo.
Na mitologia Celta, Thor
enfrenta Jormungand, a serpente que
envolve o mundo. Na ilustração acima, tirada de uma história em quadrinhos,
após sair muito maior de sua casca, Jormungand pode envolver o mundo, até seu
focinho alcançar sua cauda, tal qual Ouroboros. Thor, assim como Belerophonte e
seu pégaso, é o portador do trovão e do raio, simbolizados por seu martelo,
Mjolnir.
A diferença é que, tanto Marduk3
quanto Shiva subjugam a famigerada Serpente através da Vontade, não pela coerção ou pela força bruta.
Na Índia, Shiva, o Destruidor
(ou Transformador) possui a Serpente calmamente enroscada em torno de seu
pescoço, enquanto Marduk jaz
tranquilo tendo a seus pés a dócil Ti´âmat.
Ti´âmat é a Deusa Dragão do Caos e das Trevas; o Abismo, as águas salgadas, mas
da à luz o Mundo. Mistura-se à Apsu, as águas doces, e resgata sua completude,
já que havia sido dividida nos rios Tigre e Eufrates pela lança de Marduk.
O mítico
“São Jorge” é, na verdade, um plágio descarado de Belerophonte, montado num
cavalo subjugando sua própria Quimera. O arquétipo do homem dominando a besta
deu lugar a um mito de coerção. Não esqueçamos que a palavra “quimera” derivou
para um adjetivo que designa sonhador, fantasista, sem fundamento, ilusório,
utópico. Matar o sonho é castrar a subjetividade.
Transmídia Arquetípica: As versões pop do Mito
Mesmo nas formas mais sutis, o arquétipo de São Jorge e o Dragão está
presente. A figura mais próxima ao ser humano possui sempre um aparato bélico
enquanto sua besta particular se encontra sempre desprovida de armamento e o
que faz dela um perigo é ela própria.
Muitas vezes, o herói não foi preparado para aquela missão, e seu dragão
particular aparece como um deux ex
machina em sua saga para confrontar-lhe de uma forma que nem o seu arqui
-inimigo algum dia fez. Vamos aos casos mais conhecidos:
Ultraman x Godzilla
Ao atingir o contato uma entidade superior, um indivíduo se torna um robô
de 50 metros de altura nas cores vermelho e cinza (as mesmas de São Jorge) para
enfrentar criaturas gigantes e medonhas, verdadeiras quimeras híbridas de várias
espécies, para formar um amálgama bestial. Não raro, tinham formas reptílicas.
A mais famosa delas, embora não faça parte do universo de Ultraman é Godzilla,
único personagem que connseguiu alcançar a hegemonia de protagonista
personificando um dragão. Seu genérico Spectreman,
em um episódio chega a enfrentar a Salamandra,
que cuspia fogo. Precisa de mais?
Na foto acima, um confrade de Ultraman, Ultraseven.
Superman x Apocalypse
Todos reclamavam que o Super-Homem era um semideus e que não poderia
jamais se dar mal pra valer em uma estória, o que fazia com que o personagem
estivesse gradativamennte perdendo sua popularidade. Para por em xeque sua
invulnerabilidade, sua editora, a DC Comics lançou mão de um deus ex machina para tirar o
protagonista da mesmice. Assim, Doomsday, como é chamado nos EUA sai
da terra, com uma das mão atadas e é
desce o braço no Super, literalmente com uma mão ns costas. O nome verdadeiro
do Super-Homem não é Clark Kent, seu nome adotivo, mas Kal El. “El” vem do hebraico Aleph
e Lamed e quer dizer “do Céu”, como
seu correlato árabe “Al”, como em Alá,
o Celestial.
Batman x Bane
Mesmo o soturno personagem, que nada tem de celestial possui um quê de São
Jorge. Batman é possui um aparato bélico de ponta, embora não letal, pois,
assim como Jorge, é um paladino da justiça. Mas o que ninguém esperava é que
seu dragão não seria seu zênite Coringa,
mas um brutamontes criado de última hora. Pensando bem, Bane personifica bem
mais o dragão, pois sua força bruta o aproxima da imagem de besta. Cobaia de um
anabolizante experimental por ter sido
condenado, ainda no ventre, por ser o filho homem de um rebelde revolucionário
de uma ilha (!), Bane pode injetar o dito anabolizante (que tem o sugestivo
nome de Veneno) a hora que bem entender, aumentando sua massa muscular
consideravelmente e o imunizando contra a dor.
Spiderman x Lagarto
Quando o Dr. Curt Connors inventou sua fórmula reparadora, baseado em seu
estudo com répteis e sua autotomia, para regenerar seu braço perdido, não sabia
que isso o faria mudar para uma forma humanoide reptílica conhecida a partir de
então como Lagarto. A metamorfose para um “dragão” se dá a partir de um médico,
um doutor, enunciando a perda da Razão.
Homem-Aranha já tinha seu próprio dragão, mas merecia mais um. Devido a
uma experiência com um organismo alienígena simbionte em outro planeta, Peter
Parker acabou por trazer a criattura para a Terra e usá-la como uniforme. Após
descobrir que não passava de um hospedeiro, Peter passa maus bocados para se
livrar do organismo alienígena, que acaba clando com um inimigo de Peter,
tornando-se a entidade conhecida como Venom.
Alien x Predador
ainda que ambos tenham traços reptilianos, a figura do Predador nos é mais
humana: dois braços, duas mãos, domínio do polegar opositor, postura ereta,
vestuário, linguagem articulada... já o Alien nos lembra vários bichos, sempre
rastejantes, hora reptílicos, hora insectoides. Não possuem língua, cultura,
roupas e se comportam como uma colmeia. É novamente a razão contra o instinto;
a tecnologia contra a natureza.
Mas o que isso tem a ver com o funk?
Tudo! O
cristianismo, como religião patriarcal e consequentemente falocrática4
imprimiu na psique ocidental uma noção hierárquica vertical. O detentor do
poder deve ostentar um cetro que representa seu poder coercivo,
consequentemente castrador. Osíris, ao morrer no deserto, tem seu falo (pênis,
para os marinheiros de primeira viagem) arrancado por seu invejoso irmão Seth,
enquanto, na mitologia grega, Urano é castrado pelo titã Cronos por ter dado
origem, com sua criatividade, ao universo.
Cronos –
tempo – derivou para cronologia, crônica, etc. Seguindo a lógica do Tio Sam de
que “tempo é dinheiro”, qualquer um que dedicar seu tempo útil à arte, ao
sentimento e à contestação deve ser rapidamente subjugado.
Sob esse
raciocínio, as cruzadas estupraram os povos não cristãos, saqueando seus
domínios e apoderando-se de sua cultura (a exemplo de São Jorge); os EUA, com
seu exército – os cruzados da Nova Era – massacram o Oriente Médio sob o
pretexto de “Guerra ao Terror” e o BOPE ocupa as favelas cariocas. Tudo
endossado pela mídia em reportagens tendenciosas e películas cinematográficas
como “Tropa de Elite” e “Guerra ao Terror”. Todos caçando um monstro que só
existe em seus sonhos.
Vale
lembrar que a China alcançou o segundo PIB mundial tendo como ícone o
famigerado Dragão; tão enaltecido por eles em suas festividades que em muito
lembram o nosso “Bumba meu Boi”. Parafraseando Djavan: “São Jorge, por favor,
liberte o Dragão!”.
NOTAS
1 - Hagiografia-
Ramo da História responsável por catalogar a vida de santos e beatos, além de
suas virtudes supostamente “heroicas”. É uma prática mais comum na Igreja
Católica Romana, que a considera uma ramificação da História da Igreja.
O termo deriva do
grego hagios, santo; e graphía, escrever. Originou-se por volta
do século XVII, alegando ter como objetivo catalogar os diversos escritos a
respeito dos santos. Autenticando textos não necessariamente históricos, acabou
por repaginar deuses pagãos convertendo-os em ícones de devoção.
2 - Belerofonte, tal qual Caim, matou seu irmão. Daí o seu nome
“aquele que matou Belero”, segundo algumas fontes. Após ter matado a Quimera
sem dificuldade, tentou (tal qual Ícaro) voar ao Olimpo, “fato” que deu origem
à lenda de São Jorge combatendo o Dragão na Lua, já que esta estaria no céu. No
entanto, fora amaldiçoado por Zeus, que enviou uma vespa para que picasse o
Pégaso. Atena tornou o chão macio mas Belerophonte, aleijado, passou o resto de
seus dias coxo, peregrinando atrás de seu alazão alado.
(Fonte: Mitologia Grega, Volume I; Junito de Souza Brandão - Editora
Vozes)
3 - Marduk – outro
chauvinista convicto – dividiu ao meio Ti´âmat, a “Deusa Dragão do Caos e das
Trevas”. De suas lágrimas surgiram os rios Eufrates e Tigre, e de seu corpo
formou-se a humanidade. Esse “feito” marca a passagem do matriarcado para o
patriarcado. De forma semelhante, Apolo matara Píton, ato do qual derivou o
Oráculo de Delfos, que abrigaria as Pitonisas, primeiras Prostitutas Sagradas
da Grécia Antiga, tão bem representadas no filme “300”.
(Fonte: Androginia, Rumo a uma Nova Teoria da Sexualidade; June Singer -
Editora Cultrix)
4 - As Representações Fálicas de Poder
“O patrão ficou bolado
e fez uma reunião:
– quero todo mundo armado
lá no alto do morrão!
Fogueteiro, AR-15
o gerente de G3.
o vapor vem de pistola
eu vou falar só uma vez! –
Os soldados do meu bonde
vem de 762,
os olheiros, de traçante
o aviso é dois em dois.
O contexto, quando é sangue,
logo a gente reconhece.
Rebelde vem no comando
de AK 47.”
Os versos
do funkeiro – neologismo híbrido do termo em inglês funk com o sufixo nominal -eiro – hoje em dia chamado MC após o advento do hip hop, narra um episódio comum no
cotidiano das bocas de fumo cariocas. O cacique do ciberquilombo, gentilmente apelidado de “patrão” convoca um
conclave entre seus guerreiros. O narrador personagem define a função
hierárquica de cada um ao correlacionar a nomenclatura de seu posto à arma que
porta. Detalhes como o tamanho da arma, poder de fogo ou mesmo suas especificidades
dramatizam a importância do soldado para a trama, assim como os sushimen demonstram sua hierarquia por
meio de facas de tamanho gradativamente maior, numa representação fálica de
poder.
O Fogueteiro (que vigia e sinaliza a
eventual entrada da polícia ou facção rival em sua comunidade) porta um fuzil
AR-15, enquanto o Gerente, por ter
um “cargo” de maior responsabilidade, porta uma arma de maior poderio bélico. O
“Vapor”, aquele que vende a droga e
desaparece ao menor sinal de perigo (daí seu epíteto) porta uma arma de menor
porte. O líder porta um fuzil AK 47 – um ícone revolucionário – e responde, não
por acaso, pela alcunha de Rebelde.