Bolsonaro é o “Meu Malvado Favorito” da esquerda. Que, irritado, chama a ativista ambiental sueca de 16 anos, Greta Thunberg, de “pirralha”. Pronto! A esquerda adere acriticamente à ativista que de repente se tornou uma heroina por se tornar um desafeto do capitão da reserva. Esse é o gênio da atual guerra semiótica criptografada dentra da qual todas as oposições políticas estão como sob o encanto de um feitiço. Greta Thunberg é a atual peça “femográfica” chave da engenharia de opinião pública por trás do “Green New Deal”, a estrela do momento do maior experimento de mudança comportamental já realizado em escala global. A fabricação da narrativa da “garota solitária” indignada diante das mudanças climáticas é a superfície publicitária de um crucial momento do Capitalismo. Uma ação de engenharia social para criação de consenso sem - privatização da questão climática e o crescimento explosivo das ONGs que se transformaram numa indústria turística disfarçada de voluntariado para jovens privilegiados do Ocidente. E, principalmente, como as celebridades fetichizadas em uma sociedade de rápida erosão cultural se transformaram em um poderoso ativo do capitalismo e militarismo para a criação de soluções corporativas para o clima.
“Como é possível ser tão facilmente enganado por algo tão simples como uma estória? Bem, tudo se resumiria a um elemento principal: o investimento emocional. Quanto mais investido emocionalmente você estiver em qualquer coisa em sua vida, menos crítico e observador se tornará” (David JP Phillips, coaching em Comunicação Corporativa e membro do conselho de administração da startup We Don’t Have a Time)
“O que é irritante sobre as manipulações do Complexo Industrial sem fins lucrativos é a forma como colhem a boa vontade das pessoas, especialmente dos jovens. Visam aqueles que não receberam as habilidades e o conhecimento para realmente pensarem por si mesmos através de instituições projetadas para servir a classe dominante. O capitalismo opera sistemática e estruturalmente como uma gaiola para criar animais domesticados. Essas organizações e seus projetos que operam sob falsos slogans da humanidade para sustentar a hierarquia de dinheiro e violência estão rapidamente se tornando alguns dos elementos mais cruciais da gaiola invisível do corporativismo, colonialismo e militarismo.” (Hiroyuki Hamada, artista plástico da Lori Bookstein Art, Nova York)
Pelo fato do capitão da reserva e dublê de presidente Bolsonaro ter se transformado no “Meu Malvado Favorito” da esquerda, suas ofensas à ativista ambiental Greta Thunberg chamando-a de “pirralha” e as diversas fotos fakes de Greta espalhados nas redes sociais pelas suas milícias digitais, fizeram as oposições aderirem automaticamente à jovem sueca. Principalmente depois que a revista Time nomeou Greta como a personalidade do ano 2019.
De repente, a jovem sueca tornou-se um libelo contra o obscurantismo, ainda mais quando o “amigo” de Bolsonaro, o presidente Donald Trump, considerou “ridícula” a nomeação da revista americana.
O caso Greta Thunberg é um desses paradoxos criados pela atual guerra semiótica criptografada, forma avançada de engenharia social que nos força a avaliar os acontecimentos pelo esquematismo de mocinhos versus bandidos, o Bem versus o Mal, Good Guys versus Bad Guys e assim por diante. Estratégia diversionista que, em última instância, beneficia a extrema-direita enquanto deixa as esquerdas perdidas e sem foco.
Enquanto o principal está passando diante dos próprios narizes: pulverização dos direitos e garantias sociais e a rápida construção de um Estado policial teocrático fundamentalista.
Greta Thunberg é a atual peça “femográfica” chave da engenharia de opinião por trás do “Green New Deal”: a fabricação da narrativa da “garota solitária” indignada que se insurge contra os adultos que não percebem que “não temos tempo a perder” diante das mudanças climáticas é a superfície publicitária de um crucial momento do Capitalismo.
Desde o crash financeiro de 2008, a economia capitalista global está estagnada e precisa de novos mercados para um novo crescimento através da financeirização da própria Natureza – o desbloqueio de trilhões de dólares para a criação de 65 milhões de empregos de baixo carbono; mas, paradoxalmente, elevando o preço dos créditos de carbono , gerando US$ 2,8 trilhões em novas receitas.
E, principalmente, a financeirização das energias solares, eólicas e outras tecnologias renováveis com impacto negativo principalmente para os países do terceiro mundo.
Trocando em miúdos: diante de um planeta devastado, criar soluções que sejam mantidas dentro dos limites do próprio sistema econômico que devastou a Natureza. E mais: que as chamadas “soluções limpas” e, principalmente, a escassez (de água potável, energia etc.) tornem-se oportunidade de criação de valor e precificação das novas commodities verdes.
Greta Thunberg é a estrela do momento do maior experimento de mudança comportamental já realizado em escala global.
Como se fabrica a engenharia do consentimento de Greta Thunberg? Quais fatores de comportamentos a sociedade global deverá aderir? E, mais importante, quem decide? São essas as perguntas que esse Cinegnose tentará responder a partir de agora.
A “garota solitária”
“Uma garota de 15 anos em frente ao parlamento sueco faz greve escolar a três semanas do dia das eleições. Imagine como ela deve se sentir sozinha nessa foto. As pessoas continuam passando como se fosse a coisa mais comum. Mas a verdade é, nós não podemos e ela sabe disso”. Esse foi o tweet intitulado “garota solitária” de Ingmar Rentzhog, co-fundador da startup tecnológica We Don’t Have a Time (“Nós Não Temos Tempo”).
Essa seria a estreia da sua famosa greve escolar como forma de protesto por medidas concretas contra o aquecimento global.
Hentzhog foi fundador da Laika (importante empresa sueca de consultoria em comunicações que presta serviço ao setor financeiro) e recentemente nomeado presidente da think tank Global Challenge. Hentzhog é membro da Líderes da Organização de Realidade Climática do ex vice-presidente norte-americano Al Gore que organiza a Força-Tarefade Política Climática Europeia.
Hentzhog recebeu treinamento diretamente de Al Gore em março de 2017, em Denver (EUA) e novamente em junho de 2018 em Berlim. A Climate Reality Project de Al Gore é parceira na startup We Don’t Have a Time.
Assim como o coaching de comunicação corporativa, David JP Phillips, autor da cínica epígrafe que abre essa postagem.
Créditos de carbono
A startup pretende oferecer parcerias, publicidade digital e serviços relacionados às mudanças climáticas, sustentabilidade e crescente economia circular e verde a "uma grande audiência de consumidores e ativistas engajados".
A We Don't Have Time atua principalmente em três mercados: mídia social, publicidade digital e compensações de carbono (pedra de toque do Green New Deal).
Somente nos EUA, o mercado estimado de compensação de carbono chegou a mais de 82 bilhões de dólares, dos quais a compensação voluntária de carbono representou 191 milhões de dólares. Espera-se que o mercado aumente no futuro; estima-se que em 2019 15% de todas as emissões de gases de efeito estufa estejam associadas a qualquer tipo de custo de compensação. Como a empresa é uma organização de nicho, as redes sociais podem fornecer serviços personalizados para usuários da plataforma.
A startup identificou essa oportunidade oferecendo a seus usuários a capacidade de comprar compensações de carbono por meio da própria certificação da plataforma. Essa opção se aplica ao usuário individual, bem como a organizações/empresas inteiras.
Os usuários são incentivados a "se comunicar de maneira conjunta e poderosa com atores influentes". Esses influenciadores são Greta Thunberg e Jamie Margolin (ativista climática de Seattle, EUA), ambos com um futuro lucrativo na marca de indústrias "sustentáveis" e produtos, caso desejem seguir esse caminho, utilizando sua atual celebridade para ganho pessoal (uma característica do movimento das ONGs de base).
Um mercado próspero cuja linha de frente para desbravá-lo e criar consenso na sociedade é formado por ONGs e startups interligadas por “palestrantes Ted” e “líderes de pensamento” que geralmente têm por trás empresas de finanças e tecnologia mais poderosas e bem-sucedidas do mundo, e as empresas de marketing que as impulsionam ao sucesso.
Raramente são instituições, grupos ou pesquisadores nas áreas das ciências ambientais, nem instituições menores ou indivíduos trabalhando para soluções locais em pequena escala. As instituições mais populares seguidas e compartilhadas por grande parte dessa multidão são compostas por lideranças ocidentais brancas, predominantemente masculinas. Alguns dos mais admirados escolhidos por muitos são o Fórum Econômico Mundial, a Fundação Bill e Melinda Gates, a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a revista “Economist”, o Fundo Verde para o Clima - grupos e instituições com os quais se identificam totalmente.
Até Greta Thunberg foi censurada...
Um complexo da indústria climática que não hesita em censurar todo tipo de informação que possa atrapalhar essa engenharia de consenso. Dois episódios foram emblemáticos, um deles envolvendo a própria Greta Thunberg.
Produzido pelo canal público canadense de TV (CBC), o documentário Volunteers Unleashed foi programado para ir ao ar em maio de 2015. O documentário investigou a privatização da questão climática e o crescimento explosivo das ONGs que se transformaram numa indústria turística disfarçada de voluntariado para jovens privilegiados do Ocidente. E, principalmente, como as celebridades fetichizadas em uma sociedade de rápida erosão cultural se transformou em um poderoso ativo do capitalismo e militarismo.
O documentário foi retirado do ar pela pressão da We Don’t Have a Time, alegando a utilização de imagens não autorizadas. Mais tarde foi ao ar com diversos cortes.
Já a AVAAZ.org (rede de mobilização social global através da Internet) removeu quatro trechos de um discurso de Greta Thunberg em 15 de dezembro de 2018, trechos emblemáticos porque revelam a preocupação central desse complexo industrial-climático: promover SOLUÇÕES DE MERCADO que acelerem o crescimento econômico verde – o controle por um pequeno número de pessoas para continuar a fazer uma quantidade enorme de dinheiro. Esses foram os trechos:
“Você fala apenas do crescimento econômico eterno verde porque tem muito medo de ser impopular. Você só fala em seguir em frente com as mesmas ideias ruins que nos meteram nessa confusão, mesmo quando a única coisa sensata a fazer é acionar o freio de emergência. Mas eu não me importo em ser popular. Eu me preocupo com a justiça climática e o planeta vivo. Nossa civilização está sendo sacrificada pela oportunidade de um número muito pequeno de pessoas continuar ganhando enormes quantias de dinheiro.”
Não é surpreendente que a AVAAZ tenha censurado esses comentários de Greta. Mas isso não impede a AVAAZ de empregar o rosto da jovem para pressionar o governo sueco a buscar soluções corporativas para “neutralização” (e não “redução”, a diferença conceitual é importante) de CO2.
Quem é Greta Thunberg?
Thunberg nasceu em privilégio e riqueza.
Sua mãe é a cantora de ópera e celebridade sueca Malena Ernman. A WWF Suécia (a ONG climática mais flagrantemente corporativa) conferiu em outubro de 2017 a Ernman o prêmio “Environmental Hero”.
Seu pai é o ator Svante Thunberg, enquanto seu avô é o ator e diretor Olof Thunberg.
Seu ancestral por parte do pai é o vencedor do Prêmio Nobel, Svante Arrhenius. Arrhenius era um físico e químico sueco que recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1903. É conhecido por inúmeras contribuições científicas, mas foi sua a descoberta de que o aumento do dióxido de carbono atmosférico é o fator principal para a elevação da temperatura da superfície da Terra. Essa descoberta levou à conclusão de que as emissões de dióxido de carbono produzidas pelo homem causam aquecimento global.
Mãe e pai de Greta Thunberg: a cantora de ópera e "Environmental Hero" Malena Ernman e o ator Svante Thunberg |
O jornal Svenska Dagbladet (“SvD”, o terceiro maior em circulação na Suécia) tem sido generoso em sua cobertura tanto de Thunberg quanto de sua mãe, Ernman.
Em 30 de maio de 2018 , o SvD selecionou Thunberg como um de seus vencedores no concurso de redação juvenil sobre o tema “Mudança Climática”.
O Capitalismo à beira do desmoronamento
A questão fundamental de tudo isso é que para líderes como Al Gore está totalmente fora de discussão na pauta climática a possibilidade de escolha de algum outro sistema que não seja o capitalista.
ONGs, lideranças e celebridades partilham da fé de que a mão invisível do mercado por fim dará um jeito – por isso o emblemático jogo de palavras entre “reduzir” e “neutralizar” a emissão de CO2: há um próspero mercado de venda e compra de créditos de carbono. Empresas “limpas” recebem créditos para vende-las às poluidoras continuarem a emitir carbono.
O problema é que fica mais barato para as empresas poluidoras comprar créditos do que reduzir a emissão...
O movimento ambientalista contemporâneo emerge como tendência influente no pós-guerra, principalmente na Europa e América com o surgimento dos movimentos contraculturais Alguns de inspiração marxista acreditavam que o problema estava no modo de produção capitalista, onde a ganância do Capital produzia desperdício e destruição.
A vigorosa emergência do movimento pegou na época os sociólogos de surpresa. Mas a reposta foi rápida com o surgimento do chamado Clube de Roma (fundado em 1968 por acadêmicos, cientistas, diplomatas e empresários) que em 1972 publica o relatório Os Limites do Crescimento, elaborado pela equipe do MIT – Massachussetts Institute of Technology. Nessa publicação está a origem de toda a atual agenda corporativa sobre o meio ambiente com temas que seriam cruciais para a humanidade tais como energia, poluição, tecnologia, saúde e crescimento populacional.
Al Gore e David Blood: "o capitalismo corre o risco de desmoronar" |
Há uma reviravolta em relação à crítica ambientalista da contracultura: se lá o problema estava no modo de produção e nas relações sociais de trabalho (e, portanto, a causa ambiental estaria associada a questões mais amplas como direitos humanos, liberdade, desenvolvimento equitativo etc.), a partir do Clube de Roma a questão se desloca da sociedade para exclusivamente a Natureza, abordada como dotada de recursos finitos e escassos.
“Pensamos que o capitalismo corre o risco de desmoronar. O negócio, que no passado era muito reticente quanto ao mecanismo de investir de forma sustentável, planeja aumentar sua visibilidade. Precisamos entrar todos juntos nisso. Seremos mais agressivos porque precisamos”, alertaram Al Gore e David Blood em artigo do Financial Times de julho de 2017 que pareceu mais um manifesto sobre a necessidade de salvar o capitalismo.
O fantasma da estagnação ronda o mundo desde o crash financeiro de 2008. E a chamada “riqueza climática” tornou-se a maior oportunidade de investimentos da história.
A força motriz desse movimento é a fusão do chamado “Complexo Industrial Sem Fins Lucrativos” (NPIC) com o corporativo mundo das finanças. Por exemplo, a Generation Investment Management procura desbloquear bilhões de dólares dos fundos de pensão e aposentadorias de professores da Califórnia, do Estado de Nova York e fundos de aposentadorias da Agência Ambiental do Reino Unido.
Procura oportunidades de investimentos na área ambiental: créditos de carbono, tecnologias limpas, mercantilização de energia solar, eólica e outros “investimentos sustentáveis”. Mas em seu portfólio também incluem empresas multinacionais com registros horríveis de má-fé e fortemente dependentes de combustíveis fósseis, como Amazon, Nike, Colgate, MasterCard entre outras.
Endividamento por energia solar: o caso M-Kopa Solar
Um maravilhoso estudo de caso que mostra as nada virtuosas intenções do complexo industrial-climático por trás de Greta Thunberg é o da empresa de energia solar queniana M-Kopa que tem a empresa do ex vice-presidente Al Gore como investidora.
A M-Kopa Solar - “Power for Everyone”, é uma fornecedora de energia solar paga por uso (na forma de kits solares) criada para países africanos empobrecidos por capitalistas super-ricos. Os países visados até agora incluem Quênia rural, Tanzânia e Uganda.
M-Kopa é uma criação de Jesse Moore (CEO), Chad Larson e Nick Hughes - que ajudou a desenvolver o M-Pesa (serviço bancário por celular da Vodafone), que tem mais de 19 milhões de usuários no Quênia.
Incubada pela Signal Point Partners em 2011, a M-Kopa Solar levantou recursos de investidores como Richard Branson e da famigerada Generation Investment Management. Lançada no final de 2012, a meta inicial da empresa de vender mil pacotes solares por semana em três anos. Mas a meta foi batida em apenas um ano.
Em 2 de dezembro de 2015, a M-Kopa, agora líder mundial no fornecimento de energia pré-paga para residências fora da rede, anunciou o fechamento de uma rodada de financiamento de US $ 19 milhões liderada pela Generation Investment Management.
Os investidores incluem a Shell Foundation e a Bill and Melinda Gates Foundation.
Em 2015, a M-Kopa alcançou mais de 40 milhões de dólares em receita.
A empresa solar lucra com os pobres africanos - vende painéis solares para residentes rurais e fornece crédito a eles, revelando a realidade por trás da mensagem corporativa verde e salvadora. Após o “sucesso” dos hidrômetros pré-pagos em muitos países africanos, agora a M-Kopa cobra altas taxas de juros aos pobres, com dividendos astronomicamente mais altos.
À primeira vista, qualquer um pensaria que esse negócio se baseia em venda de energia solar. No entanto, essa suposição é um erro. O produto é financeiro. Trata-se da nova forma de colonização do século XXI. Colonização via endividamento possibilitada pela venda de valores ocidentais.
A palavra-chave é a financeirização da própria natureza, depois que seres humanos e as relações sociais foram precificados, mercantilizados e liquefeitos pelos mercados financeiros. A crise de 2008 mostrou que essas commodities já foram espremidas até o bagaço. Agora, falta a Natureza, a fronteira final para o Capitalismo.
E as bravatas toscas de Bolsonaro e Trump respondidas ironicamente pela jovem Greta Thunberg são mais um capítulo dessa guerra criptografada diversionista.
Por trás de uma narrativa muito over e canastríssima da “garota solitária”, da pobre garota rica que invés de estudar tem que puxar a orelha de outros adultos ricos, figurando ao mundo uma elaborada personagem de aparência frágil com uma fortaleza interior (“How dare you!” é uma excelente punch line no roteiro de um filme...), está uma engenharia de social de criação de consenso sem precedentes.
Mas com um velho núcleo narrativo: a luta dos mocinhos contra os bandidos. Que em países polarizados como o Brasil fazem extrema-direita e a esquerda se engalfinharem no conflito retórico, enquanto o Capitalismo segue na sua gestão tranquila da liquefação financeira... e agora, da própria Natureza.
Com informações de Fast Company, The Atlantic, The Financial Times, Wrong Kind of Green, CNN, France 24, We Don’t Have a Time, Business Daily Africa, Fortune.
Para ler: Cory Morningstar, The Manufacturing of Greta Thunberg, Books on Deman Edition 1, 2019 - clique aqui.
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