Por que a Internet deixou de
ser uma janela aberta para o mundo para se converter numa bolha virtual dentro
da qual cada um de nós vive uma realidade simulada? Por que os algoritmos que
animam essa bolhas parecem conhecer mais de nós que nós mesmos? E de que forma
a motivação mística tecnognóstica anima esse cenário tecnológico, ameaçando criar
novas formas de obscurantismo? Essas foram as interrogações que esse humilde
blogueiro levou para o sexto programa “Poros da Comunicação”, transmitido ao
vivo pela TV FAPCOM na última quinta-feira (26)
com o tema “Tecnologias e o Sagrado: um Novo Obscurantismo?”. Assista à
gravação do debate aqui no “Cinegnose”.
Este humilde blogueiro participou no último
dia 26 da edição de número seis do programa “Poros da Comunicação” no canal do
YouTube TV FAPCOM, cujo tema foi “Tecnologia e o Sagrado: um novo
obscurantismo?
A série “Poros da Comunicação” é uma
parceria da FAPCOM (Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação) com o FiloCom
- núcleo de estudos filosóficos da comunicação da ECA/USP.
Participaram da mesa de
debates, Ciro Marcondes Filho (mediador, ECA/USP/FiloCom), Carlos
Eduardo de Souza Aguiar (FAPCOM), Marcella Faria (FAPCOM) e Jorge Miklos
(PUC/SP).
Este editor do Cinegnose procurou aproximar as novas tecnologias e
obscurantismo com o fenômeno do “efeito-bolha” da Internet e redes sociais com
uma viragem na história das tecnologias: a mutação do conceito de inteligência
artificial – da robótica para os algoritmos que parecem saber de nós mais do
que nós mesmos.
E a motivação mística do “tecnognosticismo” que estaria por trás dessa
reorientaçãoo tecnológica. E, principalmente, como esse efeito-bolha (a
Internet que deixou de ser uma “janela aberta para o mundo” para se tornar
fática e tautológica) produz incomunicabilidade e, por decorrência, elementos
do obscurantismo: intolerância, ódio etc.
Como o leitor observará nos vídeos abaixo, o professor Carlos Eduardo
discorreu sobre as vertentes do tecnopaganismo e o imaginário espiritualista ou
místico que invade a interpretação das tecnologias. O desenvolvimento
tecnológico tomou o espaço do sagrado, porém o misticismo passa a ser combinado
com a tecnologia por meio de formas surpreendentes.
O professor Jorge Miklos falou
sobre a “liquefação” das religiões através da venda de modelos de felicidade
que pretendem negar a própria corporalidade e finitude humanas e também a
própria relação com o outro.
E a professora Marcella Faria aproximou o
tema da religiosidade e do sagrado do campo de discussão da sociabilidade nas
plataformas digitais.
Assista aos debates abaixo: