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terça-feira, novembro 26, 2024

Aranha como objeto fóbico do medo e ansiedade coletiva europeia no filme 'Infestação'


Num curto espaço de tempo no cinema francês, tubarões e zumbis turbinados por drogas invadiram Paris. Agora é a vez de enormes e venenosas aranhas vindas do Oriente Médio, no filme “Infestação” (Vermine, 2023). Isso sem falar de filmes como “Colapso” (2019) e “Nocturama” (2016). Um conjunto populacional popular da periferia de Paris é colocado em quarentena quando é infestado por aranhas que crescem exponencialmente (em número e tamanho). Em sua maioria imigrantes, os moradores estão condenados a morrer junto com a infestação de aracnídeos. Desde a onda de atentados islâmicos que varreram a Europa, o continente precisa criar o objeto fóbico para expiar a ansiedade e medo coletivos. Ainda mais agora, com a ameaça da escalada da guerra nuclear da OTAN contra a Rússia.

sábado, setembro 21, 2024

O horror da tentação darwinista social no filme 'Cuckoo'


Todo filme de terror explora os simbolismos mais recônditos da humanidade. Mas “Cuckoo” (2024), escrito e dirigido pelo alemão Tilman Singer, vai resgatar um simbolismo inusitado: o do passarinho cuco, notabilizado pelo relógio clássico – uma ave parasita e imitadora. Uma adolescente se muda para os Alpes alemães com o pai, madrasta e meia-irmã. Ao lado de um resort remoto e vazio. Sabemos que desde “O Iluminado” isso não traz bons pressentimentos. “Cuckoo” é um conto humano-aviário fantasmagórico que se transforma em puro show de aberrações e horror corporal. Mas que dá uma alerta: a tentação darwinista social presente nas formas mais inesperadas e surpreendentes na História – a aspiração totalitária pela busca de uma suposta pureza deixada por nós em algum paraíso natural perdido. E que a todo custo teria que ser recuperado.  

quinta-feira, maio 09, 2024

'Exte: Hair Extensions': no J-Horror os cabelos querem vingar sua mercantilização


O sucesso do J-Horror (o horror japonês) foi trazer na virada de milênio uma abordagem do gênero distante do Ocidente: ao invés da tradicional matriz edipiana, histórias de fantasmas prisioneiros no mundo físico em busca de vingança devido a traumas ou fortes emoções que não lhes permitem passar para um outro plano. Um fantasma conhecido como “onryō”, uma jovem que foi muito injustiçada por um homem na vida e agora busca vingança sobre os vivos. Marcada pela figura icônica dos cabelos pretos longos e pegajosos.  “Exte: Hair Extensions” (Ekusute, 2007), de Sion Sono (Suicide Club), parece ser uma síntese desse gênero japonês, ao mesmo tempo em que faz uma piada interna contra o próprio J-Horror: os cabelos se transformam numa entidade com vida própria, em busca de vingança... em salões de beleza que vendem apliques feitos com fios de cabelos humanos. Sion Sono faz uma crítica social: a mercantilização do próprio corpo humano.

quinta-feira, maio 02, 2024

'Stopmotion': se somos modelos de animação, quem nos controla?


O século XXI está testemunhando o despertar da antiga e trabalhosa técnica de animação chamada “stop-motion”. De simples efeito especial no século XX, agora se torna uma expressão animada em longa-metragem. Por um lado, o páthos da stop-motion reside em dar vida àquilo que é inanimado, como no mito de Golem e Pigmaleão. Mas também se conecta com a simbologia de bonecos e fantoches como expressão da condição gnóstica nesse mundo. O filme britânico “Stopmotion” (2023) é uma espécie de terror metalinguístico que tem como atração principal a fusão de live action com a stop-motion na qual inocentes fantoches sem vida passam a ganhar propriedades sobrenaturais que começam a invadir a vida de uma animadora que fica à mercê das suas criaturas artesanais. Um filme PsicoGnóstico no qual não é o mundo onírico e alucinações que borram as fronteiras com a realidade: é a stop-motion que invade a vida cotidiana, sugerindo que todos nós poderíamos ser meros modelos de animação. Mas controlados por quem?

sexta-feira, abril 26, 2024

'Tarde da Noite Com o Diabo': a TV oculta e misteriosa dos anos 1970-80


"Tarde da Noite com o Diabo” (Late Night With The Devil, 2023) é outra produção ao lado de “Poltergeist”, “Videodrome” ou “Ring: O Chamado”: o imaginário da TV dos anos 1970-80 que criou uma aura misteriosa e oculta em torno dela. Uma época que a TV terminava a programação e saia do ar, deixando ruídos na tela. Para onde vai o mundo quando a TV sai do ar? Nos EUA fez crescer o “cinema da meia noite”, para insones em busca de filmes bizarros e experimentais. As TV abertas responderam com os talk shows da meia-noite. “Tarde da Noite com o Diabo” é um mockumentary em torno de um programa chamado “Night Owls With Jack Delroy" estamos prestes a assistir às imagens historicamente infames de uma noite que “chocou toda uma nação”. Um programa especial de Halloween de 1977 com uma perigosa combinação: médiuns, parapsicólogos e... uma garota possuída pelo demônio. O filme é uma deliciosa combinação de simbolismos que vão do parapolítico ao gnóstico: um acordo faustiano entre o programa, a simbologia da Coruja e a infame irmandade secreta californiana conhecida como “Bohemian Grove” e o simbolismo do “Abraxas” na cosmogonia gnóstica. 

sexta-feira, abril 05, 2024

Piscina, reificação social e desencantamento do mundo em 'Mergulho Noturno'


Coisa que ganham vida e passam a caçar seres humanos é um tema recorrente no cinema: carros homicidas, tomates assassinos, pneus que se vingam da civilização, vestidos que matam entre outros numa lista infindável. “Mergulho Noturno” (Night Swim, 2024), dos mesmos produtores de “A Freira” e “M3GAN”) acrescenta mais um objeto que ganha vida: uma piscina que engole gente em um típico subúrbio de classe média. Embora “Mergulho Noturno” siga todos os cânones do gênero, seu roteiro é uma curiosa combinação de simbologias antropológicas (a antropomorfização dos objetos e reificação da sociedade), esotéricas (o imaginário do elemento água) e urbanas (o imaginário das classes médias suburbanas e o desencantamento do mundo).

quinta-feira, março 28, 2024

Desmistificando o Vodu: uma entrevista com Eduardo Régis, por Claudio Siqueira



No Brasil, as religiões de matriz africana mais conhecidas são a Umbanda e o Candomblé; outras, como o Catimbó-jurema passam despercebidas. O Vodu é visto com maus olhos e há uma completa ignorância acerca do mesmo. A imagem que temos do Vodu é a que nos é passada em histórias de terror, seja em filmes, quadrinhos ou desenhos animados e ninguém esquece aquele episódio do Pica-Pau que torna a palavra um pouco mais pândega do que o usual. Para desmistificar o Vodu, (que não faz parte de nossa raiz afro-brasileira) e a Quimbanda, o Cinegnose conversou com Eduardo Régis, especialista em Ciências da Religião, umbandista, quimbandeiro, ougan, babalorixá, mestre maçom, martinista, membro da Hermetic Order of the Golden Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada) membro da A.M.O.R.C. (Ancient Mystical Order Rosae Crucis) e da OTOA-LCN (Ordo Templi Orientis Antiqua). Fã de quadrinhos, Régis é autor de "Vodou Haitiano: Serviço aos Lwas", "Ensaios sobre o Vodou Haitiano" e do romance "A Sorte do Coveiro", todos pela Editora Daemon.

sexta-feira, março 15, 2024

'Beau Tem Medo': o adulto é uma criança crescida em um Édipo arrasado


Nascemos pelados, sem nenhum pelo no corpo, desdentados, descoordenados, meio cegos, pensamentos confusos e nos sentindo afogados até os pulmões começarem a funcionar através do nosso próprio grito de terror. Chegamos a esse mundo com medo e vamos embora também com medo. Tudo isso é descompactado nas três horas do humor negro surreal de “Beau Tem Medo” (Beau is Afraid, 2023) do diretor/roteirista Ari Aster (“Hereditário”, “Midsommar”). Joaquim Phoenix faz uma odisseia épica de seu apartamento solitário (em um bairro assustador com crimes à luz do dia) para uma visita a sua mãe no dia do aniversário da morte de seu pai. É o gatilho que faz disparar medo e ansiedade, além da culpa edipiana de um homem na meia idade. Ameaças e perigos pulam por todos os lados. Metáforas de uma consequência freudiana: o adulto não passa de uma criança crescida, carregando medos e culpas de um Édipo arrasado.

quinta-feira, março 14, 2024

'O Astronauta': por que a humanidade quer ir para o espaço se todas as respostas estão na Terra?


Com a reativação do imaginário da conquista espacial no século XXI com projetos privados como os da SpaceX ou Virgin Galactic ressurge a questão: o que a humanidade tanto procura lá fora se tudo o que encontramos é o vazio, desolação, desertos ou infernos vulcânicos e mares ácidos? Quando tudo o que precisamos conquistar ou salvar está aqui no nosso planeta. Essa é a questão de fundo na produção disponível na Netflix “O Astronauta” (Spaceman, 2024). Um abatido e solitário cosmonauta da república comunista da Techecoslováquia ruma solitário para as cercanias de Júpiter para capturar amostras de uma misteriosa nuvem cósmica que passou a tomar conta dos céus terrestres. Mas descobre que não está só: uma aranha gigante alienígena curiosa quer mergulhar nas memórias do astronauta. Quer entender o que o faz se submeter a uma solidão auto infligida. “O Astronauta” é uma perfeita esquisitice espacial que trabalha com a simbologia esotérica dos chamados “registros akáshicos” e com a mitologia indo-europeia das aranhas.

quinta-feira, fevereiro 29, 2024

'9 - A Salvação': de onde viemos? O que tornou o mundo do jeito que é?


Baseado no curta indicado ao Oscar em 2005, “9 – A Salvação” (9, 2009) foi lançado no dia 09/09/2009 para evocar a simbologia esotérica explorada pela animação. Dirigido Shane Arcker (talento descoberto por Tim Burton que produziu a animação), a crítica não entendeu muito bem o universo simbólico da história, reduzindo-o a um Wall-E sombrio. Nove pequenos bonecos de pano despertam em um mundo pós-apocalíptico no qual máquinas autorreplicantes dominam o planeta Terra arrasado, auxiliados por bestas metálicas que perseguem os pequenos heróis de pano que tomam consciência de serem prisioneiros naqueles cosmos hostil. Lutam para encontrar seu lugar no novo mundo enquanto tentam aprender sobre de onde vieram e o que aconteceu para tornar o mundo do jeito que ele é. Mais ou menos as mesmas perguntas básicas que todos nós fazemos a nós mesmos. A animação é repleta de alegorias ao misticismo dos bonecos e autômatos e à cosmogonia gnóstica.

sábado, dezembro 09, 2023

A psicologia de massas do nazismo no filme "Jojo Rabbit"


Nazistas são maus, frios e assassinos. É a própria encarnação do Mal no cinema, criando dramas pessoais e tragédias humanas. Tão poderosos que, através da propaganda política, teriam poderes totais sobre as massas hipnotizadas. Mas o filme “Jojo Rabbit” (seis indicações ao Oscar em 2020 e disponível no Star +) é uma visão alternativa nesse senso comum. Equilibrando-se corajosamente no fio da navalha entre tragédia e humor, o diretor Taika Waititi mergulha na guerra interior do pequeno protagonista: entre o superego do seu amigo imaginário (nada menos que o próprio Hitler) e o inconsciente secreto que se esconde no sótão da sua casa. Jojo finge ser uma nazista cruel da juventude hitlerista. Mas tudo o que quer é fazer parte de um clube. “Jojo Rabbit” cria uma representação fílmica da psicologia freudiana no nazismo: no fundo, as pessoas sentem-se solitárias e mal-amadas – sós, procuram a sensação de pertencimento. Nem que seja entre nazistas.

terça-feira, setembro 19, 2023

Você não percebeu: quadro 'Ilha dos Mortos' apareceu em diversas obras midiáticas, por Claudio Siqueira


Adquirido por personagens históricos tão diversos como Hitler, Lenin e Freud, o quadro "Ilha dos Mortos", de Arnold Böcklin, marcou profundamente o imaginário coletivo. Alusões a essa obra apareceram em diversas cenas de obras midiáticas e quase sempre a figura do protagonista visita a ilha e retorna revigorado após um fatídico encontro consigo mesmo. Böcklin, pintor surrealista influenciado pelo romantismo pré-rafaelita, mesclava ambos os estilos para pintar figuras mitológicas em ambientes reais. Embora não soubesse, estava ajudando a fundar os alicerces do ClockpunkJungle FantasyFantasia Medieval e tantos outros gêneros que procuram misturar o real e o fictício.É que, para ele, o real nada mais é do que uma projeção do imaginário. Realmente (com o perdão da piada paradoxal), não há critério para medi-lo e mesmo os fatos estão à mercê das interpretações. Cinegnósticos, bem-vindos à Ilha dos Mortos!

quinta-feira, agosto 31, 2023

'The Sadness': zumbis e humanos entre a civilização e a barbárie


No cinema a mitologia zumbi passou por várias transformações: escravos de fazendeiros, símbolos do racismo, representação sanitária e viral do Mal etc. Mas seja qual for o roteiro, há um prazer catártico nesse subgênero: o prazer dos sobreviventes por poderem matarem zumbis como num jogo de tiro ao alvo. Afinal, eles são trôpegos e idiotas. Mas a produção taiwanesa “The Sadness” (Ku bei, 2021) inverte totalmente isso: dessa vez o prazer catártico é dos mortos-vivos. Uma praga viral toma conta da capital Taipé tornando os infectados monstros amorais que matam e estupram com um sorriso sádico no rosto. Como em todos os filmes sobre zumbis, “The Sadness” reflete a crise social ou econômica do momento (no caso, a pandemia global) e a própria condição humana, no limite entre civilização e barbárie.

quinta-feira, agosto 17, 2023

A simbologia esotérica e política dos gatos em 'Um Dia, um Gato'


Um clássico cult da República Tcheca que consegue convergir crítica política, entretenimento e simbologia esotérica. Graças à presença disruptiva de um gato com óculos escuros. Esse é o filme “Um Dia, um Gato” (Az Pridje Kocour, 1963 aka When the Cat Comes eThe Cassandra Cat), um conto de fantasia satírica e colorida do diretor Vojtech Jasný. Da simbologia crepuscular dos gatos à crítica política de um país sob a dominação soviética, “Um Dia, um Gato” transforma esse felino no veículo através do qual se revela a hipocrisia dos sistemas autoritários. Uma trupe circense chega a uma pequena cidade com um curioso gato usando óculos escuros. Mas, se retirá-los, o seu olhar confrontará os humanos, revelando, através das cores, a verdade, a desordem e o caos.

sexta-feira, julho 21, 2023

Jung, clones e a morte literal do ego no filme 'Dual'



Gêmeos, duplos, clones, doppelgängers etc. não gozam de uma boa fama no cinema. Porque representam um evento arquetípico: em todas as culturas ver o próprio duplo é uma experiência tão terrível que às vezes pode ser o prenúncio da morte. “Dual” (2022) é mais um filme sobre o tema, mas com um toque a mais: o duplo como a Sombra, no sentido junguiano. Nesse humor negro, uma empresa oferece “substitutos” para pessoas em estado terminal – clones que substituirão o original após a sua morte, poupando os entes queridos da tristeza da perda. Mas o que aconteceria se ocorresse um erro? O original não morreu e o seu clone ameaça roubar a sua própria vida, ao se tornar uma versão melhorada em todos os sentidos. “Dual” apresenta na literalidade o evento mais importante para a psicologia junguiana: a morte do ego.

sábado, julho 15, 2023

Uma epidemia esotérica de espirais no filme 'Uzumaki'


Esta é para os cinéfilos amantes dos filmes estranhos: a produção japonesa “Uzumaki” (“Espiral”, 2000), do diretor Akihiro Higuchi (aka Higuchinsky), baseada em uma série de mangá. No auge do J-Horror de final de século, “Uzumaki” é um exemplar estranho: não há um monstro definido ou qualquer tipo de vilão aterrorizante. Tudo o que temos é uma espécie de epidemia de espirais: como os habitantes vão do fascínio inexplicável pela forma até o ponto em que o próprio corpo começa a se retorcer em espiral ou pessoas desenvolvem conchas de caracol em suas costas, começando a subir paredes e prédios. “Uzumaki” segue uma longa tradição simbólica da espiral no cinema, desde “O Mágico de Oz” – um símbolo de ondulação com intrincado significado esotérico e ocultista.

quinta-feira, março 02, 2023

Todas as virtudes públicas e vícios privados do gênio preso em um labirinto no filme 'Tár'


Indicado ao Oscar de Melhor Filme, Diretor e Atriz, “Tár” (2022) é um filme sobre uma brilhante maestra e compositora chamada Lydia Tár (numa interpretação visceral de Cate Blanchett) cuja vida e carreira desabam após chegar ao topo da cadeia alimentar no circuito promocional altamente predatório da música clássica. O diretor Toddy Field quer discutir algo que vai muito além da cultura de cancelamento: como a criação artística brilhante e original pode se perder num labirinto em que a necessidade de ser personalista e arrogante faz parte essencial do negócio para acumular capital simbólico num mercado tão competitivo.  Por isso a simbologia do labirinto é central (recorrente em diversas cenas): virtudes públicas e vícios privados combinados com o mix da arte, poder e influência criam o inferno para a protagonista, enquanto a genialidade vai se perdendo pelos becos sem saída de um labirinto.

quarta-feira, outubro 05, 2022

Em 'Vortex' a velhice e a morte são os grandes equalizadores da existência


Depois de filmes como “Irreversível”, “Enter the Void” e “Climax”, com perturbadoras cenas de violência sexual, extremos afetivos e lisérgicos, dessa vez o diretor franco-argentino Gaspar Noé volta-se para o tema da velhice e decrepitude física e mental em “Vortex” (2021, estreou no MUBI Brasil). Um casal de idosos passa seus dias em um apartamento labiríntico em Paris, cercado de objetos, pôsteres e livros, memórias de um passado de radicalismo político e engajamento intelectual. Aqui, a velhice e a espera da morte são grandes equalizadores existenciais - não importa quem você é ou foi. Sem exceção, todos estão indo na mesma direção. E todos os nossos índices das memórias e realizações serão deixados como testemunhos que deveriam ser duradouros. Mas numa sociedade em que o elo geracional se quebra, esses índices do passado estão condenados a se tornarem tão efêmeros quanto a nossa passagem por esse mundo.

quarta-feira, setembro 28, 2022

Filme 'A Mulher Rei' é a 'smoking gun' da Era Joe Biden


Sempre soubemos que Hollywood é o braço ideológico do império americano. Principalmente quando suas produções entram no terreno da História: começam a torcer os fatos para que se transformem em contos morais que justifiquem as agendas políticas do presente. O filme “A Mulher Rei” (The Woman King, 2022) é o mais novo exemplo, mas com uma torção histórica tão exagerada que virou a verdadeira “smoking gun” (objeto ou fato que serve como prova conclusiva de um crime) da propaganda política da Era Joe Biden – que acabou gerando um crescente movimento de boicote ao filme nos EUA: “#BoycottWomanKing”. O filme transforma o Reino de Daomé e seu exército de amazonas “Agojies” em um libelo do empoderamento feminino e da luta racial (historicamente, a violenta economia de Daomé era baseada na captura e comercialização de escravos para o tráfico europeu). “A Mulher Rei” é uma peça de propaganda dos chamados “Novos Democratas”, cujo apoio aos movimentos identitários serve para “colorir” a geopolítica do “Big Stick” ("Grande Porrete"), vigente desde a Era Roosevelt. 

segunda-feira, setembro 05, 2022

O lado oculto do universo de Sandman, por Andreas Dao


"Sandman", a aclamada obra-prima em quadrinhos do genial escritor e roteirista Neil Gaiman, finalmente ganhou sua versão live action pela plataforma de streaming Netflix. Como admirador da obra me sinto honrado em poder escrever este artigo para os leitores do blog Cinegnose! Nas próximas linhas vamos entrar no universo de Sandman, analisando alguns aspectos ocultos da obra num contexto não linear, abrangendo diferentes campos do saber (Xamanismo, Hinduísmo, Budismo, Cabala, Psicanálise etc.) e como não poderia deixar de ser, o tema principal serão os sonhos!

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