sábado, fevereiro 24, 2018

A canastrice como fator subliminar na política


Temer, Rodrigo Maia, Dória Jr., Lula, FHC, Mário Covas. O que esses políticos têm em comum com as evoluções e regressões da teledramaturgia, principalmente da Globo, que moldou o imaginário coletivo brasileiro? Partindo da premissa de que por décadas a percepção do brasileiro médio foi moldada pela teledramaturgia, será que a performance dos políticos refletiria as mudanças das técnicas de atuação dos atores nas novelas? Ou em outros termos: será que a verossimilhança e a credibilidade dos discursos e performances que levaram esses políticos à cena pública é tirada do realismo ou do melodrama da linguagem das telenovelas? A canastrice entra em cena na política e torna-se um fenômeno pouco discutido pela ciência política ou propaganda. Um elemento subliminar: até que ponto políticos canastrões, caricaturas de caricaturas, ganham força não por ideologias ou virtudes, mas pela semelhança com a canastrice original do cinema e TV?

domingo, fevereiro 18, 2018

Cinegnose e Savoir Cursos & Palestras promovem workshop "Guerra Híbrida e Bombas Semióticas"


O Blog “Cinegnose” e a “Savoir Cursos e Palestras” promovem o workshop “Guerra Híbrida e Bombas Semióticas”. Este humilde blogueiro desenvolverá o workshop no dia 10 de março, no Hotel São Paulo Inn, no Centro de São Paulo. A partir da Guerra Híbrida implementada por uma inédita estratégia política midiática no período de 2013-2016 que culminou com o impeachment e a atual crise política, o workshop descreverá as diversas ferramentas de ação na opinião pública que vão muito além das fake news: Engenharia Social, Bombas Semióticas, Jornalismo Metonímico, Agenda Setting e Espiral do Silêncio, Estratégias Virais etc. E as perspectivas de ações políticas antimídia em um ano eleitoral... se tivermos eleições.

Em "The Man From Earth: Holocene" aquilo que o homem mais teme: o niilismo


“The Man From Earth: Holocene” (2017) é a continuação da saga iniciada com o primeiro filme em 2007 com um mix de ficção científica e especulação religiosa: John é um homem que diz ter vivido 14 mil anos, imortal. Um homem erudito que a cada dez anos se muda para ninguém perceber que nunca envelhece. Se no primeiro filme, John faz um embate filosófico e teológico com um grupo de cientistas, nesse segundo filme ele enfrentará duas ameaças: as novas tecnologias invasivas que ameaçam revelar sua identidade; e a busca desesperada do homem em busca de sentido para a existência que vê na imortalidade de John a resposta. O problema é que John Young na verdade é o espelho daquilo que o homem mais teme: o niilismo, a inexistência de qualquer propósito na vida terrestre.  

sábado, fevereiro 17, 2018

"Bomba Semiótica!": resposta à postagem de Fernando Horta no jornal GGN



O articulista Fernando Horta, do Jornal GGN, publicou a postagem “Bomba Semiótica?” na qual questiona o conceito como “um tremendo erro” ao colocar “a semiótica na frente do material”. Como “uma teoria maravilhosa” na qual se “esconde fracassos no sucesso de alguém”, ao fazer referência à repercussão política do desfile da Paraíso de Tuiuti. Como o termo “bomba semiótica” foi criado por este “Cinegnose” a partir do cenário da Guerra Híbrida no qual o Brasil foi alvo desde 2013, este humilde blogueiro faz algumas correções em uma interpretação errônea do conceito.

quinta-feira, fevereiro 15, 2018

Cinegnose participa de debate sobre guerra antimídia e carnaval na TV 247


        Respondendo ao convite do jornalista e editor-responsável pelo Brasil 247, Leonardo Attuch, esse humilde blogueiro participou de uma discussão no canal YouTube TV 247 sobre a repercussão do desfile da escola Paraíso do Tuiuti. O debate foi ontem à tarde (14/02), enquanto acontecia a apuração das notas do Grupo Especial do Carnaval do Rio.

        O que, junto com a participação dos comentários dos internautas, rendeu um bom debate sob o calor dos acontecimentos.

        Na verdade, o convite foi um desdobramento da última postagem deste Cinegnose sobre a guerrilha semiótica que representou esse último carnaval (" Guerra Antimídia no sambódromo, zumbis no carnaval e Grau Zero na Política... mas não conte prá esquerda" - clique aqui), desde " trolagens" e acontecimentos involuntários para jornalistas que faziam a cobertura da folia (repórteres pegos de surpresa com manifestações políticas etc.) até o ápice da bomba antimídia (contra-semiótica) das alas e carros alegóricos da Tuiuti.

        Um debate proveitoso, porque pude explicar de uma forma mais detalhada os conceitos de bomba semiótica, guerra híbrida, a evolução da cultura midiática em três fases (propaganda-repetição; publicidade-sedução; e a atual cultura de disseminação viral) e as lições para uma ação política antimídia.

        Confira o vídeo abaixo:


terça-feira, fevereiro 13, 2018

Guerra antimídia no sambódromo, zumbis no Carnaval e Grau Zero na política... mas não conte prá esquerda!


Enquanto a escola Paraíso do Tuiuti no Rio de Janeiro deixava Fátima Bernardes e Alex Escobar constrangidos ao vivo, quebrando o silêncio com cacos de falas desconexas enquanto alas de passistas mostravam Temer como “o vampiro neoliberatista”, “manifestoches” com patos amarelos da Fiesp e operários bradando carteiras de trabalho, em Curitiba o Carnaval era assombrado por uma Zombie Walk em plena cidade-sede da Lava Jato. Ao mesmo tempo a esquerda pensa em “frentes suprapartidárias” para ganhar tempo na eminente prisão de Lula e simplesmente se exime em ocupar o campo semiótico da sociedade. E a grande mídia ganha a guerrilha semiótica por W.O.. Com raras exceções como mostrou a Paraíso do Tuiuti... mas não conte para a esquerda, sempre muito ocupada com o jogo parlamentar no qual cada um tenta salvar a própria biografia com narrativas de “luta” e “resistência”. Será que alcançamos o “grau zero da política” como anteviu o pensador Jean Baudrillard, a Matrix política que simula escândalos e golpes para colocar em movimento signos vazios? Teoria da Conspiração? E se descobrirmos que essa expressão foi criada pela CIA em 1967 para tentar desacreditar todas as narrativas não-oficiais?

domingo, fevereiro 11, 2018

O homem é um hamster andando em uma roda no "VirtuSphere"


Um perfeito conto sobre tecnologia atual. Dois engenheiros, Jim Damascio e Ray Latypov, criaram uma empresa chamada VirtuSphere. E o seu produto também se chama VirtuSphere: uma bola de metal gigante, na forma de uma roda de hamster. Aquela dentro da qual os alegres roedores prisioneiros correm. As pessoas podem colocar seus óculos de realidade virtual, entrar na VirtuSphere e simular qualquer coisa que elas quiserem, andando, correndo e pulando como um hamster real. Um conto no qual a metáfora passou para a literalidade – para muitos pesquisadores as metáforas da bolha (o “filtro-bolha” de Eli Pariser) e da inércia (a “inércia polar” de Paul Virilio) são aquelas que melhor descreveriam a relação atual do homem com as máquinas. E um hamster correndo sem sair do lugar no interior de uma esfera é um exemplo de como a atual imaginação tecnológica não esconde mais suas pretensões tecnognósticas: de viajantes, nos transformar em passageiros, como apêndices de uma máquina.

quinta-feira, fevereiro 08, 2018

Curtas da Semana: " Restart" e "Einstein-Rosen" - uma sensibilidade gnóstica do Tempo-Espaço


Uma jovem é sequestrada e levada para um bunker subterrâneo para ser uma cobaia humana em experiência de loop temporal pelo obscuros interesses corporativos de uma empresa. E em 1982, junto com seu irmão, um menino procura um " buraco de minhoca" no tempo-espaço de uma área do prédio em que mora. Para jogar através da passagem a bola que recuperará 35 anos depois no mesmo local. Esses são os curtas espanhóis "Restart" e " Einstein-Rosen" de Olga Osorio. Duas produções que mostram como a mitologia gnóstica hoje tornou-se o "espírito do tempo": uma nova sensibilidade ou olhar para a realidade tanto política quanto existencial.

domingo, fevereiro 04, 2018

O monstro é o espelho da matrix humana em "A Forma da Água"


Uma fábula romântica ao estilo a Bela e a Fera? Um libelo contra o racismo, a intolerância e a demonização do outro em plena Era Trump? “A Forma da Água” (“The Shape of Water”, 2017) de Guillermo Del Toro, com 13 indicações ao Oscar, é tudo isso, mas vai muito além da estória de amor e de uma metáfora do contexto político atual. O “monstro”, um homem anfíbio capturado na Amazônia para servir de cobaia em um complexo científico-militar no auge da Guerra Fria, é o espelho da incomunicabilidade humana. Cada personagem vê na criatura o reflexo do seu drama interior – solidão, racismo, obsolescência etc. Preso nessa matrix de signos, o homem não consegue ver aquilo que está lá fora – outros seres que vivem em toda a sua especificidade e dignidade.

quinta-feira, fevereiro 01, 2018

Quando a mídia transforma vícios privados em virtudes públicas


Para impor seu DNA, leões matam os filhotes da cria anterior ao desposar a leoa. Da mesma maneira entre os humanos, em toda História, os vencedores submetem os vencidos a castigos e crueldades como forma de demonstração simbólica do poder. E no Brasil atual, os vencedores ostentam a conquista de terras arrasadas em shows midiáticos de demonstração de poder, confirmando o sombrio presságio dos escritores libertinos do século XVIII: um dia as perversões privadas se transformarão em virtudes públicas. O bizarro vídeo da deputada quase ministra Cristiane Brasil falando em “justiça” e “direitos” enquanto fortões seminus ao redor dela encaram a câmera de forma intimidadora; o trocadilho erótico de Rosângela Moro no Instagram; e a piada pronta de Temer no quadro “Topa Tudo Por Dinheiro” de Silvio Santos que se deliciava com uma pistola que disparava dinheiro são, além de exemplares da histórica violência simbólica dos vencedores, lições de propaganda política para a esquerda. Nem Cristine Brasil está preocupada com justiça e muito menos Temer quer convencer os telespectadores. São meras provocações, bombas semióticas para ocupar espaço midiático e criar espiral de polêmica diante de uma esquerda que apenas esperneia escandalizada.

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