quarta-feira, agosto 28, 2019

Amazônia na guerra criptografada: bomba semiótica do "Sim!" e a vidraça quebrada


Enquanto a esquerda “campeã moral” vive mapeando arrependidos que deixaram de apoiar Bolsonaro, a “esquerda namastê” (com luxuoso apoio do programa “Papo de Segunda” do canal GNT da Globo) comemora a “diluição da polarização” ao ver a atriz Maitê Proença nos protestos contra a queima da Amazônia, ao lado de Caetano Veloso e Sônia Braga. Desarmada intelectualmente, a esquerda não consegue decodificar a criptografia da atual guerra simbólica, dentro do redesenho da geopolítica do aquecimento global na qual a Amazônia torna-se o principal alvo dos países ricos. Com a questão ambiental tornando-se foco da grande mídia, as manifestações começam a dançar a música tocada pela Guerra Híbrida: a “bomba semiótica do Sim!” e a tática da “vidraça quebrada” – como criar consenso imediato numa estratégia de terra arrasada intencionalmente criada pelo Governo para a opinião pública aceitar no futuro a intervenção externa. Se quer vender a bomba, em primeiro lugar deve vender o medo. 

domingo, agosto 25, 2019

Quando multiversos e mecânica quântica se tornam mortais em "Tangent Room"

Presos em uma sala nos subterrâneos de um complexo de observatórios no Deserto do Atacama, Chile, quatro brilhantes cientistas correm contra o tempo para impedir um colapso cósmico do universo. Eles devem trabalhar juntos e resolverem uma sequência de números e equações envolvendo Cosmologia, mecânica quântica e eletromagnetismo, antes que seja tarde demais. Esse é o filme sueco “Tangent Room” (2917), um thriller científico envolvendo as mais recentes teorias cosmológicas, como o Big Bang, Teoria das Cordas e Universo Inflacionário. Mas o que aqueles cientistas não sabem é que experimentarão na prática os efeitos dos mundos em colisão na Teoria dos Multiversos: cada um deles experimentará os mesmos efeitos quânticos de uma partícula no mundo subatômico – telestransportes, bilocação e sobreposições, revelando que a Física moderna cada vez mais se aproxima da milenar cosmologia gnóstica. Filme sugerido pelo nosso vigilante leitor Felipe Resende.

sábado, agosto 24, 2019

Capitalismo e Comunismo prisioneiros em um loop temporal em "Excursion"


A lista de filmes que exploram paradoxos da viagem no tempo é extensa e até parece que todas as possibilidades já foram exploradas. Mas as conexões entre as causas e efeito de fatos políticos históricos associados a paradoxos temporais é um campo ainda pouco abordado. Séries como “The Man in the High Castle”, sobre realidades alternativas, nazismo e Segunda Guerra Mundial, é um dos poucos exemplos. O filme indie britânico “Excursion” (2019) junta-se a essa abordagem política da viagem no tempo, com um roteiro ousado e complexo, explorando dois paradoxos tempo-espaço famosos: o paradoxo do avô e do loop de informação. Um homem no presente é despertado pela sua versão mais jovem vinda do passado: um militante do Partido Comunista da extinta União Soviética de 1987. Sua missão era viajar no tempo para testemunhar como o comunismo iria prosperar no futuro. Ao ver que nada disso ocorreu e o Capitalismo triunfou, acredita que houve algum erro: um loop entre 1987 e 2019 que deve ser revertido a todo custo. Para que aquela linha do tempo não interceda na linha de 1987 na qual supostamente o Comunismo venceria. Filme sugerido pelo nosso leitor Dudu Guerreiro.

quarta-feira, agosto 21, 2019

"Isso a Globo Não Mostra", chantagem ambiental e apertem os cintos... a esquerda sumiu!


Numa ironia perversa, Bolsonaro pode ser considerado o presidente eleito mais sincero e honesto de todos: ele cumpre à risca tudo o que prometeu durante a campanha eleitoral. Ele é o que sempre foi. A tarde paulistana dessa segunda-feira que virou noite pela fumaça da devastação vinda da Amazônia ou a paralisia de programas federais e ministério pela falta de dinheiro são tragédias anunciadas, no mínimo, desde a campanha eleitoral. O que é assustador é o lento desaparecimento da oposição. Motivada pelo desespero “lacrador” nas redes sociais, blogs compartilham vídeos de supostos arrependimentos da grande mídia com o seu campeão. Sem entender nada sobre a tática conjunta mídia/clã Bolsonaro, a esquerda vive compartilhando vídeos do quadro do Fantástico “Isso a Globo Não Mostra”. Além de não entenderem a piada do título contra a própria esquerda, dá mais pilha à tática diversionista de repercutir tudo aquilo que é acessório e superficial na intencional estratégia de ocupar diariamente a mídia com tosquices e bravatas. Mas, ainda pior, não entendem o segundo objetivo (geopolítico) da guerra criptografada: alimentar a chantagem ambiental para criar o “incêndio do Reichstag” que entregará de vez o País à intervenção externa. 

sábado, agosto 17, 2019

Guerra criptografada: capas da Piauí, temores da Globo e Míriam Leitão e trolagem do livro em branco


Editorial de “O Globo” acusa que Bolsonaro é um “risco para o País”. Ao mesmo tempo, para a jornalista Miriam Leitão, Bolsonaro é um “empecilho para a retomada econômica”. A capa da revista Piauí satiriza os dons de chapeiro de Eduardo Bolsonaro que o “credenciam” a ser embaixador nos EUA. Enquanto isso, as esquerdas se assanham, achando que a “ficha tá caindo” na grande mídia que, desesperada, tentaria se descolar de uma figura tóxica. Simultaneamente é lançado o filme “Eu Sou Brasileiro”, drama de “superação” e autoajuda com muitos atores globais, protótipo do tipo de filme que Bolsonaro quer ver a Ancine fomentar... São instantâneos da atual guerra semiótica criptografada que, como de costume, as esquerdas não conseguem fazer uma leitura, a não ser aquela que a grande mídia e Bolsonaro querem que elas façam. Mas há sinais de inteligência semiótica que as esquerdas deveriam prestar atenção: a trolagem do livro “Por Que Bolsonaro Merece Respeito, Confiança e Dignidade?”, com 198 páginas em branco.

quarta-feira, agosto 14, 2019

Em "Every Time I Die" a gnose como rota espiritual de fuga


“Every Time I Die” (“Cada Vez que Eu Morro”, 2019) confirma duas teses desse blog: primeiro, que é nos filmes independentes que estão atualmente os roteiros mais inventivos e audaciosos; e, principalmente, que os melhores filmes com temática religiosa e espiritualista são aqueles dirigidos por diretores ateus e agnósticos – o que parece garantir sinceridade e objetividade no tratamento fílmico. Dirigido pelo estreante Robi Michael, é um filme sobre obsessão, possessão e reencarnação. Quando Sam é assassinado, sua consciência começa a migrar para os corpos de seus amigos na tentativa de preveni-los do assassino. Sem ter qualquer controle ou consciência desse misterioso processo. “Every Time I Die” aborda um tema recorrente nos recentes filmes com temática gnóstica: a gnose pós-morte como forma de romper o ciclo sucessivo da morte, reencarnação e sofrimento - a rota espiritual de fuga.

domingo, agosto 11, 2019

Livro "Dark Star Rising": como a Magia e o Oculto levaram Trump e Alt-right ao poder


Quando pensamos em magia e ocultismo logo associamos a coisas como feitiçaria, estranhos rituais, incensos, satanismo etc. Porém, a magia moderna está muito além disso.  Desde que, no século XX, o mundo da magia e do oculto, representado por figuras como Julius Evola e Aleister Crowley, se encontrou com a propaganda política e meios de comunicação de massa na conjuntura do nazi-fascismo. Hoje, dentro do cenário da ascensão da chamada “direita alternativa” (alt-right), surge uma nova convergência: a partir de nomes como Steve Bannon e Richard Spencer, a Magia do Caos (corrente esotérica moderna) encontra-se com Internet, redes sociais e a campanha vitoriosa de Donald Trump. Esse é o tema do livro “Dark Star Rising – Magick and Power in the Age of Trump”, de Gary Lachman - pesquisador que investiga as conexões entre Sincromisticismo e Política. Para o pesquisador, assim como crianças brincando com fósforos, a extrema-direita manipula elementos da Magia do Caos (o Caos como método pragmático: “sigilos”, “memes mágicos” etc.) numa rede digital global que substitui o Plano Astral. Com consequências imprevisíveis. A não ser, a conquista do Poder.

quarta-feira, agosto 07, 2019

Tarantino revela alterego e nostalgia pós-moderna no filme "Era uma Vez em... Hollywood"


Quentin Tarantino nunca frequentou uma escola de cinema. Ele viu filmes. Mais do que isso. O que move Tarantino é a sua nostalgia cultural pós-moderna: ele não sente saudades de eras e momentos em que viveu. É nostálgico por tudo que apenas viu em filmes, TV e livros. Saudades daquilo que não viveu. “Era Uma Vez em... Hollywood” (Once Upon a Time... in Hollywood, 2019) é o paroxismo de toda a sua carreira cinematográfica: ambientado na cena de 1969 em que a velha Hollywood do “Studio System” com seus Westerns no cinema e TV desaparecia para dar lugar a Bruce Lee, Steve McQueen, Roman Polanski e a beleza trágica de Sharon Tate – assinada em um massacre perpetrado pela “Família Mason” liderada pelo guru Charles Mason. Sob camadas e camadas de iconografia pop, alusões e intertextualidades, Tarantino não só cria uma nostalgia hiper-real mas faz o filme mais metalinguístico de todos: a ansiedade do protagonista que não sabe o que fazer no futuro é o alterego do próprio diretor – como se reiventar agora, se a nostalgia pós-moderna acredita que o cinema já mostrou tudo o que era mais importante?  

terça-feira, agosto 06, 2019

A tela mental PsicoGnóstica no filme "Rota da Morte"


Uma família viaja de carro na noite de véspera de Natal para se encontrar com os avós. Como em todo ano. Mas dessa vez, eles pegaram um atalho por uma estrada que cruza uma densa floresta e que parece não ter fim. Ou estão andando em algum um tipo de loop tempo-espaço, seguidos por um carro funerário antigo? Uma narrativa-clichê de muitos slasher movies. Mas o filme francês “Rota da Morte” (Dead End, 2003) não é um terror comum: se insere em produções do início de século XXI no qual os filmes gnósticos passam por uma guinada – dos CosmoGnósticos para os PsicoGnósticos. Protagonistas prisioneiros em mundos recriados pela própria tela mental de medos, culpas e sonhos, combinados com as memórias dos últimos instantes na vida. Filme sugerido pelo sempre certeiro colaborador Felipe Resende.

sexta-feira, agosto 02, 2019

Série "The Boys": o poder absoluto corrompe todos os super-heróis


Imagine um mundo em que os super-heróis são reais e um negócio lucrativo: combater vilões rende franquias, “mitagens” nas redes sociais e uma multidão de fãs que se sentem seguros num mundo tão louco. CEOs e advogados de uma megacorporação garantem o silêncio para eventuais escândalos gerados pelos “danos colaterais” provocados pelos superpoderes. A publicidade esconde a personalidade de super-heróis imaturos, narcisistas e amorais. E como o poder absoluto é intrinsecamente corruptor. “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, dizia o Homem Aranha. Mas estes super-heróis estão totalmente corrompidos. A série Amazon “The Boys” (2019-) surge num momento oportuno em que não só a Marvel e DC Comics alcançam altíssimas cifras com filmes e franquias. Mas também como a narrativa dos super-heróis virou um modelo de propaganda política, como denunciou o cartunista criador do herói sem superpoderes “The Spirit”, Will Eisner: “se não fosse Hitler, talvez não tivéssemos super-heróis nas HQs”. 

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