
terça-feira, julho 15, 2025

Wilson Roberto Vieira Ferreira

Desde a privatização da Sabesp, no ano passado, o governador de
São Paulo, Tarcísio de Freitas, tornou-se um projeto semiótico para a grande
mídia. O destemor como provou para a Faria Lima de que “ainda há espaço para
privatizações” lançou-o à candidatura presidencial como “O Moderado”, a conclusão
lógica da narrativa midiática “Nem-Nem” no esforço de, agora, despolarizar. Depois
que a polarização política cumpriu o seu papel na guerra híbrida brasileira. A
maquiagem semiótica para apagar da memória do distinto público as origens
bolsonaristas e militares do Tarcísio, já estava pronta. Só não contavam com o
imponderável: o tarifaço de Trump atingir o Brasil, assanhar a extrema-direita
e fazer Tarcísio ter um espasmo comportamental, assim como o personagem de
Kubrick “Dr. Fantástico”, interpretado por Peter Sellers: aquele cientista
alemão na Sala de Guerra do Pentágono que tinha o tique incontrolável de erguer
o braço em saudação nazista. Celebrou o tarifaço com boné da MAGA e tudo,
jogando no lixo o esforço semiótico do jornalismo corporativo. Que nesse momento puxa a
orelha do governador. Mas imagina um happy end: ainda haveria tempo para
Tarcísio reagir, especulam alguns “colonistas” tentando diminuir o baixo astral.
Enquanto Lula, mais uma vez, demonstra estar preso a outro arcabouço: o comunicacional.