Mostrando postagens com marcador Adorno. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Adorno. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, novembro 28, 2024

Terror racial e banalidade autoritária no filme 'Suaves & Discretas'


Há dois anos era “pedra cantada” que  Donald Trump ganharia a eleição desse ano. É o que nos mostra o filme “Suaves e Discretas” (Quiet & Soft, 2022) da diretora americana Beth de Araújo, que reflete o alinhamento do movimento “Tradlife” (mulheres que defendem o retorno aos valores “tradicionais” que dependem de fazer muitos bebês brancos na tentativa de “preservar” a “raça europeia”) com a “Alt-right” - Emily é uma professora que organiza uma reunião com um grupo de mulheres de extrema-direita num chá da tarde. Elas decidem continuar a reunião em outro lugar, mas uma discussão no meio do caminho dá início a uma inesperada e violenta cadeia de eventos. Diferente do terror racial de “Corra!” ou “Them”, em “Suaves e Discretas” acompanhamos a perspectiva do racista. Mas o terror perturbador do filme não está no conteúdo fascista, mas pela absoluta banalidade da personalidade autoritária. E mais: como a democracia liberal está se tornando disfuncional no atual estágio do capitalismo.

quinta-feira, fevereiro 15, 2024

Arte, capitalismo e crime em um microcosmo gnóstico no filme 'Dentro'


Willem Dafoe é um ladrão especializado em roubo de obras de arte milionárias que fica acidentalmente preso em uma cobertura high tech em Manhattan. Trancafiado e incomunicável com o mundo exterior, ironicamente está preso com os milhões de dólares de um colecionador de artes. Arte que se tornou supérflua na sua luta por água e comida numa situação ironicamente cruel. “Dentro” (Inside, 2023, disponível na Amazon Prime Video) é uma cínica e irônica reflexão sobre arte, capitalismo e crime, mas principalmente sobre como a dimensão estética pode ser inspiradora na fuga de uma cobertura que vira um microcosmo da condição humana. Principalmente depois de o ladrão encontrar uma edição do “Casamento do Céu e do Inferno” de William Blake, o filme ganha tons gnósticos.  

sábado, junho 17, 2023

A Natureza lentamente vinga-se da masculinidade patriarcal no terror 'Pollen'


Acompanhando a atual tendência do terror de gênero como “She Will” (Charlote Colbert) e “Men” (Alex Garland), o filme indie “Pollen” (2023), de D.W. Medoff, é um terror psicológico sobre problemas da agressão sexual, toxicidade no local de trabalho e trauma. “Pollen” lembra o clássico “Repulsa o Sexo” de Roman Polanski. Porém, com um toque, por assim dizer, botânico: depois que uma jovem vê o emprego dos seus sonhos se tornar um pesadelo (abuso sexual e relações de trabalho tóxicas) decide viver como uma planta e tem como única companhia um vaso com flores de papoula. Lentamente começa a se mover em direção à loucura completa na qual seu trauma começa a se misturar com poderes orgânicos do mundo botânico. É a Natureza lentamente gestando sua vingança contra a masculinidade patriarcal.

quinta-feira, abril 06, 2023

Cada movimento da cultura pop cria seu próprio assassino na série 'Enxame'


“Esta NÃO é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, NÃO é mera coincidência”. Com esse alerta abrasivo começa cada episódio da série da Prime Video “Enxame” (Swarm, 2023), inspirado na cultura da base de fãs da celebridade pop Beyoncé. A “Abelha Rainha” da comunidade de fãs chamada “Colmeia”. No século XX fãs se limitavam a rasgar roupas dos ídolos ou, eventualmente, assassiná-los. Agora vemos a ascensão da chamada “cultura stan” das redes sociais cujas comunidades de fãs geram haters. Que decidem fazer justiça rápida, agindo como um enxame contra qualquer um que sequer sugira ofender a “rainha”. Cada movimento na cultura pop cria seu próprio assassino. Esse é o tema da série de humor negro “Enxame”.

quinta-feira, novembro 10, 2022

Minissérie 'Inside Man': ciência e religião na jornada simbólica de Ulisses


Um prisioneiro (um brilhante ex-professor de Criminologia) no corredor da morte numa prisão dos EUA e uma mulher algemada no porão da casa de um respeitável vigário em uma vila inglesa. Duas histórias distantes, mas que irão se entrelaçar das formas mais inesperadas, lembrando os ardis de Hannibal Lecter e a cadeia de equívocos catastróficos como no filme “Fargo”. Essa é a minissérie de suspense e humor negro da Netflix “Inside Man” (2022) que oferece interessantes metáforas: o representante da Ciência, com sua lógica dedutiva e precisa, prisioneiro; e um vigário (a Religião) livre, porém preso à compulsão de se tornar um mártir. Afinal, representa “a única religião em que Deus morre no final”.  Ciência e Religião: as duas encarnações da Razão na jornada da civilização ocidental. Jornada semelhante à de Ulisses, na “Odisseia” de Homero.

quinta-feira, setembro 29, 2022

O smartphone matou a experiência urbana do flâneur


Já se tornou um lugar-comum na paisagem urbana: pessoas caminhando, sentadas em pontos de ônibus ou em terraços de café ou bares com as costas curvadas, cabeça inclinada e olhares fixos para a tela do smartphone. As nossas vidas nas bolhas das redes sociais e nos aplicativos de mensagens instantâneas nos obriga a olhar para baixo, blindando-nos de “felizes acidentes”, o acaso, o espanto, insight, a experiência do sublime ou mesmo inspiração poética no espaço real das ruas e parques. Em síntese, a experiência urbana do flâneur, tão enaltecida tanto por Charles Baudelaire quanto pelo filósofo Walter Benjamin como o personagem que fazia ponto crítico ao capitalismo, por estar no contrafluxo, resistindo à disciplina. Mas o capitalismo não pode tolerar tempo e espaço livres. A indústria cultural foi o primeiro passo para a disciplina do tempo livre. Depois, inventaram o smartphone.

quarta-feira, agosto 03, 2022

Filme 'She Will': a antropologia da ordem patriarcal para além do identitarismo


À primeira vista, o filme produzido pelo mestre do terror Dario Argento e dirigido pela estreante Charlotte Colbert, “She Will” (2021) parece ser mais uma produção mainstream dentro da onda identitarista apropriada pela grande mídia e discurso corporativo – o chamado “neoliberalismo progressista”. Uma atriz idosa confronta-se com os fantasmas do assédio sexual quando, jovem, estreou em um filme cujo remake está para ser lançado. Buscando fugir de todo hype, viaja para as Terras Altas na Escócia. Lá encontrará as origens simbólicas de toda a ordem patriarcal: a lama primordial de uma floresta composta por cinzas humanas das vítimas das inquisições e o carbono negro da queima do carvão industrial. Por isso, “She Will” vai além:  Uma filme sobre abuso infantil, assédio sexual e envelhecimento feminino envolta na lama daquela floresta: a raiz antropológica de todas as desigualdades – a contradição Natureza vs. Sociedade, a Mãe Terra vs. o Deus Capital.

quinta-feira, maio 19, 2022

O Mal silencioso que cresce sob nossos pés em "A Fita Branca"



Muito já foi escrito sobre as raízes do nazifascismo – banalidade do Mal, personalidade autoritária, ressentimento coletivo etc. Mas poucos filmes foram tão profundo na questão como o filme de Michael Hanake “A Fita Branca” (Das weiße Band - Eine Deutsche Kindergeschichte, 2009) ambientado em uma vila rural no norte da Alemanha alguns anos antes de explodir a Primeira Guerra Mundial. São duas horas e meia de um mergulho na alma de uma vila extremamente religiosa, moralista e temente a Deus. Mas algo profundamente perverso e maligno está crescendo no subterrâneo daquela comunidade. Justamente onde deveria haver inocência e esperança: as crianças, que no futuro serão a primeira geração a apoiar o nazismo.

quarta-feira, abril 20, 2022

Em 'Night's End' o sonho da Razão produz monstros


A cineasta Jenifer Reeder (considerada pelo diretor duas vezes vencedor do Oscar, Bong Joon Ho – Parasita – uma cineasta na lista dos imperdíveis) revisita o tema da casa mal-assombrada que, de tão recorrente no gênero terror, parece não restar nada mais relevante a ser dito. Porém, “Night’s End” (2022) prova o contrário ao trazer a clássica estória de fantasmas no zeitgeist da pandemia e as videochamadas e lives na Internet. Um homem recluso transforma a sua investigação sobre fantasmas em seu apartamento em lives num canal sobre fenômenos paranormais no Youtube, procurando engajamento e monetização. “Night’s End” mostra de forma criativa (superando limitações do baixo orçamento) como o pintor Goya tinha razão ao falar que “o sonho da Razão produz monstros” – o célebre pintor do romantismo espanhol antecipou a crítica que mais tarde a filosofia e a psicanálise fariam: paradoxalmente os mecanismos da Razão e das luzes da Ciência geram os monstros da irracionalidade e do obscurantismo que tanto queriam combater.  

sexta-feira, janeiro 07, 2022

Luto e a gnose na experiência quase-morte em 'A Casa Sombria'


Dentro do campo da Cinetanatologia (o estudo das representações da morte no cinema), narrativas sobre as experiências de quase-morte (EQM) são recorrentes no século XXI, principalmente a gnose pós-morte – a conquista da lucidez na situação imersiva em ilusões criadas pela tela mental, demiúrgico ardil para nos manter ainda presos nesse mundo. Mesmo na morte. "A Casa Sombria" ("The Night House", 2020) é um exemplo de uma narrativa que consegue elevar a clássica estória de casa mal-assombrada à discussão da gnose pós-morte. O choque do inexplicável suicídio do marido repercute um antigo episódio de EQM na adolescência da protagonista. Luto e raiva pelo marido ter a abandonado daquela maneira proporciona ao espectador tanto uma narrativa psicológica simbólica (a batalha de não deixar o luto tomar conta de nossa mente), quanto gnóstica: confrontar aquilo que está por trás dos relatos “new age” das EQM - o Nada.

quinta-feira, novembro 04, 2021

Em 'Lamb' a natureza é o nosso espelho irracional



Esse é para todos aqueles amantes de filmes estranhos. "Lamb" (2021), estreia do diretor islandês Valdimar Jóhannsson, é um imediato candidato a filme cult. Numa estranha atmosfera de fábula fantástica, "Lamb" faz uma espécie de terror folk ao mostrar um casal de fazendeiros, isolados na Islândia rural, vivendo sob o silencioso peso de alguma perda não revelada. Até que uma ovelha do rebanho tem um filhote que é imediatamente adotado pelo casal como fosse uma filha. Por que estão o tratando como um bebê?  Eles aprenderão da pior maneira possível o preço de projetarmos psiquicamente nossa irracionalidade na natureza: ela é apenas o espelho das nossas ansiedades, medos e desejos. Mas tudo o que temos de volta é a hostilidade e indiferença.

segunda-feira, setembro 27, 2021

Édipo, culpa e fantasia-clichê no terror do filme 'We Need to Do Something'


Tudo começa promissor em “We Need to Do Something” (2021): um tornado aproxima-se de um bairro de subúrbio e a família abriga-se no banheiro, para ficar prisioneira depois que uma árvore caiu e bloqueou a porta. Mas parece que há algo de mais terrível lá fora. Um terror indie sintonizado com as ansiedades da atual pandemia e que minuciosamente constrói um horror psicológico baseado na linguagem extracampo com a câmera e montagem. Porém, acaba caindo na velha armadilha da matriz edipiana da psicanálise dos cânones do gênero terror hollywoodiano: desejo e culpa que alimentam a velha fantasia-clichê da “quebra-da-ordem-e-retorno-à-ordem” – o Mal como remédio amargo para redimir a ordem do núcleo familiar, mesmo que seus membros estejam despedaçados em ressentimentos uns com os outros. 

sábado, julho 17, 2021

Zumbis e seus subtextos no filme 'A Noite Devorou o Mundo'


Esqueça séries como “Walking Dead” e apocalipses zumbis com aventuras épicas de lutas pela sobrevivência. Desde que a prestigiosa revista francesa “Cahiers du Cinéma”, no final dos anos 1960, apontou o subtexto político negligenciado pelos americanos no seminal “Noite dos Mortos Vivos de George Romero, o cinema francês sempre enxergou muito além na mitologia dos zumbis. Um exemplo é “A Noite Devorou o Mundo” (La Nuit a Dévoré le Monde, 2018, disponível na Prime Video): ao contrário dos cânones do gênero, acompanhamos o isolamento do protagonista, a progressiva normalização psíquica da catástrofe e, por fim, a solidão. Olhando a partir do nosso ponto de vista na era da pandemia, o filme ganha uma surpreendente atualidade: isolamento social e o pânico da contaminação.

sexta-feira, julho 02, 2021

O horror cósmico no vazio entre a magia e a ciência no filme 'In the Earth'



A pandemia global vem rendendo duas vertentes temáticas no cinema: de um lado, um novo subgênero, o “Covid Exploitation”; e do outro, a recorrência de filmes sobre o horror cósmico – a pandemia parece ter despertado em nós a consciência de que o universo é totalmente indiferente à humanidade. E isso pode ser uma notícia nada boa. “In the Earth” (2021) é mais um filme que ecoa o horror cósmico de HP Lovecraft: cientistas se perdem entre a magia e a racionalidade científica em uma floresta tentando comprovar que toda a vida vegetal está interligada por uma espécie de rede neural psíquica que pode se comunicar consigo mesma e conosco. Fazendo alusões à hipótese Gaia, se a Natureza for um sistema vivo, então ela não precisa ser salva por nós: a Natureza poderá salvar a si mesma, nos expulsando como fossemos meros parasitas. 

sexta-feira, maio 28, 2021

Sexo, fascismo, o "pênis" da Fiocruz e Alan Moore


Qual o sincronismo de assistir ao documentário “The Mindscape of Alan Moore” e acompanhar uma semana que começa com a carreata de Bolsonaro acompanhado de possantes motos da militância alt-right e termina com a confirmação da depoente bolsonarista Mayara Pinheiro na CPI da Pandemia confirmando áudio dela sobre ter visto “um pênis na porta da Fiocruz”? Moore (conhecido escritor de HQs) explica o argumento do gibi “Lost Girls”: como os adultos, via repressão sexual e moralismo, canalizam as energias sexuais dos jovens para a guerras e assassinatos. Argumento que ecoa as teses de Wilhelm Reich sobre a psicologia de massas do fascismo, basicamente em torno de duas teses principais: preocupação exagerada (seja pela repressão ou ansiedade) em relação à sexualidade e erotismo e representações do poder e da rudeza - importância exagerada em relações assimétricas de poder-submissão. Principalmente a relação com o simbolismo fálico através da ostentação, paranoia e angústia da castração.

segunda-feira, setembro 28, 2020

Bolsonaro na ONU, grande mídia e as queimadas: esquerdas devem conhecer Ernst Bloch


O filósofo alemão Ernst Bloch foi uma das influências de Theodor Adorno e da chamada “Escola de Frankfurt”: foi o primeiro pensador marxista a considerar o imaginário nos meios técnicos (rádio e cinema) explorados pela propaganda nazi-fascista no século passado. Sua “Teoria da Assincronia” mostrou como o imaginário social foi politizado pela propaganda política: os tempos latentes, arcaicos e idílicos se mantêm em camadas mais antigas nas mentes das pessoas, mantendo a contradição em relação às modernizações tecnológicas e econômicas. E a propaganda atuou nesse tempo assíncrono do imaginário. Tanto o discurso de Bolsonaro na ONU quanto a cobertura da grande mídia das queimadas no Pantanal e Amazônia exploram esse imaginário assíncrono do “ódio ao presente”, o material explosivo das bombas semióticas da extrema-direita: religião, nacionalismo etc. A esquerda precisa urgentemente conhecer Ernst Bloch: como atuar nesse espaço assíncrono do imaginário? 

terça-feira, agosto 18, 2020

Cinegnose lança versão impressa do "Bombas Semióticas na Guerra Híbrida Brasileira (2013-2016)"


Por último, mas não menos importante... Finalmente saiu a versão impressa do livro “Bombas Semióticas na Guerra Híbrida Brasileira” (2013-2016): Por que aquilo deu nisso”. Junta-se à versão digital “Kindle Edition”, lançada primeiramente. Como os leitores deste Cinegnose sabem, o livro reúne de forma cronológica e narrativa a série de 52 postagens que o blog fez, acompanhando o dia-a-dia da guerra híbrida brasileira iniciada com as “Jornadas de Junho em 2013” e executada com o impeachment de 2016. 

quarta-feira, julho 08, 2020

Vídeos da Quarentena da Universidade Anhembi Morumbi #4 - Sociologia da Comunicação

 

Com esse quarto volume encerramos a série “Vídeos da Quarentena da Universidade Anhembi Morumbi”, trabalhos de conclusão de curso das disciplinas ministradas por esse editor do “Cinegnose”. Para fechar, quatro vídeos de conclusão produzidos pelos alunos da disciplina Sociologia da Comunicação, do curso de Jornalismo. Walter Lippmann, Jürgen Habermas, Durkheim, Max Weber, Karl Marx, Theodor Adorno e Max Horkheimer são os autores cujos conceitos são aplicados para analisar o cenário político e cultural atual – do fenômeno do K-Pop à ascensão do bolsonarismo e a crise política e sanitária do coronavírus no Brasil.

domingo, junho 14, 2020

Filme "1BR": quando a Ciência vira um pesadelo religioso totalitário


Se aprendemos alguma coisa com a História é que duas ideias não costumam terminar bem: primeiro, a ideia de um Deus demiúrgico, sempre presente por trás de religiões que estimularam cismas, guerras, genocídios e conquistas; e a outra, a propaganda dos valores da comunidade e da família que sempre desagua no totalitarismo. O thriller “1BR” (2019) transforma um condomínio de apartamentos em Los Angeles no microcosmo dessa trágica recorrência histórica: uma jovem solitária vai morar num condomínio de apartamentos que é uma comunidade incrivelmente perfeita – multicultural, inclusiva e acolhedora Mas aos poucos descobrirá que essa pequena utopia é de fato uma prisão – um brutal sistema de condicionamento que busca a conformidade absoluta. Outra seita de malucos ao estilo Charles Mason? Ou um sofisticado experimento de psicologia comportamental na qual Deus baixa à Terra sob a forma de Ciência? Filme sugerido pelo nosso colaborador Felipe Resende.

quarta-feira, junho 10, 2020

Curta da Semana: "Wannabe" - a três segundos da celebridade



Com tanta gente produzindo conteúdo, fala-se que um vídeo na Internet deve conquistar a atenção do público nos primeiros três segundos. Segundos que podem ser a fronteira que separa o anonimato da fama: um influenciador digital com milhões de seguidores. O desejo pela celebridade não é um fenômeno novo na sociedade, mas na era digital assume características distintas. É o que mostra o curta-metragem alemão “Wannabe” (2017), de Jannis Lenz – um projeto transmídia conectanto o curta com vídeos on line de Coco, uma adolescente aspirante ao estrelato. Para ela, a fama e o sucesso não são consequências naturais do talento. São fins em si mesmos. É a forma dela fugir da sua vida e até de si mesma. Um drama pós-moderno: de tanto criar simulacros de si mesma naqueles três segundos decisivos, esqueceu de quem ela é. 

Tecnologia do Blogger.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Bluehost Review