quarta-feira, abril 09, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Pretos velhos,
índios tupinambás e caboclos falando em mecânica quântica, nanotecnologia
espiritual, clonagens astrais e denunciando a manipulação dessas tecnologias
em sofisticados laboratórios comandados por cientistas emigrados da Terra desde
a Segunda Guerra Mundial, com sombrios propósitos de influência nos bastidores
da política terrestre. Esse é o Umbral (região espiritual limítrofe ao planeta) 70 anos depois das descrições feitas por
André Luiz na série clássica espírita “Nosso Lar”. Quem revela
isso é o espírito Ângelo Inácio através da obra do médium mineiro Robson
Pinheiro. Lá como cá, tecnologias eletrônicas e digitais são usadas como recursos de engenharia para manipular climas de opinião e atingir “endereços vibratórios” (ou “receptores” como
fala a Teoria da Comunicação). É a “parapolítica”, nova abordagem
interdisciplinar (ou interdimensional) dos fenômenos da Política e Comunicação.
A certa altura do
programa Roda Viva da TV Cultura/SP a jornalista da Folha de São Paulo Eliane
Cantanhêde interpelou o entrevistado Almino Afonso (ministro da pasta do
trabalho no governo João Goulart – 1962-64) a dar os nomes daqueles que traíram
Jango dentro da base político-parlamentar, fragilizando-o diante da eminência
do golpe militar. “A maioria deles... eu enfrentaria problemas terríveis em um
plano que não sei absolutamente conviver, um plano de outra dimensão da vida
(ele fala gesticulando as mãos para o alto)... é muito complicado, e eles quase
todos estão mortos... imagina quantos no conjunto já morreram. Sou um dos
raríssimos ministros que ainda está vivo”, responde Almino Afonso recusando a
dar “nomes aos bois” como se referiu a jornalista.
Curiosa resposta
que passou despercebida na entrevista, demonstrando não apenas o caráter moral
(se nega a delatar pessoas que já não estão entre nós) como também um misto de
respeito e temor sobre “a outra dimensão da vida” e “problemas terríveis” que
isso poderia lhe custar – poderíamos especular que o seu temor estaria além da
punição moral, mas o temor de os seus inimigos estarem à espera dele na “outra
dimensão da vida”. Partindo de um político, um tipo de pessoa marcada pela índole
pragmática e com interesses bem terrenos, é uma declaração a princípio
surpreendente. Mas será mesmo?