segunda-feira, agosto 15, 2016
O peso da decadência moderna no filme "High-Rise"
segunda-feira, agosto 15, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um misterioso arquiteto planeja um arranha-céu que deveria ser uma
incubadora de mudanças na sociedade. Um edifício idílico com todas as
comodidades modernas destinado a ser uma “máquina de morar” autogerida. Mas
algo deu errado, transformando o projeto em um pesadelo apocalíptico que
mistura horror, sexo, drogas e a principal ironia: a Razão e a Racionalidade de
um projeto futurista se converte em niilismo, hedonismo e violência. É o filme
“High-Rise” (2015), adaptação de obra do escritor J.G. Ballard de 1975 cujas
visões sobre o futuro são considerados por muitos como proféticas – a sociedade
corroída pelos seus principais males: a luta do homem contra si mesmo e de
todos contra todos.
domingo, agosto 14, 2016
Curta da Semana: "Getting Fat in a Healthy Way" - a Terra, a Lua e a obesidade
domingo, agosto 14, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em um universo alternativo a força gravitacional do planeta se
enfraqueceu devido a uma catástrofe geofísica envolvendo Terra-Lua. Quem tiver
menos de 120 quilos terá sérios problemas para levar uma vida normal – poderá sair flutuando e
se perder na atmosfera. Por isso a obesidade passa a ser valorizada e vira o
novo padrão de beleza. E se nesse mundo um homem magro se apaixonasse por uma
mulher obesa? O curta “Getting Fat in a Healthy Way” (2015) do búlgaro Kevork
Aslanyan coloca esse argumento sci-fi como pano de fundo para uma singela
história de amor que suscita uma discussão sobre os padrões de beleza: se são
relativos, por que se transformam em padrões ditatoriais?
sábado, agosto 13, 2016
Galvão Bueno: do patriotismo ao tautismo
sábado, agosto 13, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O locutor da Globo Galvão Bueno é o homem certo para o lugar certo. Os nadadores preparavam-se para a largada na piscina do Parque Olímpico da Rio 2016 quando a árbitra parou tudo. Em meio ao silêncio exigido para a concentração dos atletas alguém não parava de falar, alheio ao momento: era Galvão Bueno, que mereceu ao vivo uma reprimenda de um comentarista do canal inglês BBC: “o colega perto de mim precisa calar a boca”, disse. Bueno é o homem certo, com sua verborragia patriótica cultivada nos tempos dos bons resultados brasileiros no futebol e F1. Os bons resultados acabaram, mas o cacoete ficou. Agora tornou-se sintoma do tautismo (autismo + tautologia) crônico de uma emissora que de tão centrada nela mesma começa a contaminar seus jornalistas, apresentadores e artistas. Em muitos momentos o monopólio político e econômico da Globo parece fazer seus profissionais terem lapsos de memória sobre a existência de alguma coisa de real do outro lado dos muros da emissora.
quinta-feira, agosto 11, 2016
Série "Mr. Robot", segunda temporada: o labirinto PsicoGnóstico
quinta-feira, agosto 11, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A série “Mr. Robot” é fascinada por sistemas. Depois de mostrar a
virtualidade do sistema financeiro e a sua destruição por sistemas de
computadores na primeira temporada, agora a série mergulha no sistema
esquizofrênico do protagonista Elliot. Dos temas CosmoGnósticos, agora a série
aprofundará temas PsicoGnósticos: como o controle do Ego é uma ilusão – assim
como Tyler Durden libertou-se do psiquismo do protagonista em “Clube da Luta”,
da mesma forma Mr. Robot desafiará as ilusões dos medicamentos antidepressivos,
psicoterapias e todo o ideário da autoajuda.
terça-feira, agosto 09, 2016
Rebelião gnóstica e Hipótese Fox Mulder na série "Mr. Robot" - primeira temporada
terça-feira, agosto 09, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A série de TV “Mr. Robot” (2015-) de San Esmail é vista pela crítica como um mix
de “Matrix” com “Clube da Luta” onde a violência de socos e Kung Fu é
substituída pela cultura do cyber-ativismo hacker. Mas a série vai mais além.
Entra nos temas principais do gnosticismo sci-fi do escritor Philip K. Dick:
paranoia, amnésia, esquizofrenia e identidade em um sistema onde a mentira é a
base de toda a confiança: um sistema econômico onde débitos e dívidas se
sustentam na crença de que, apesar de toda a virtualidade das transações
financeiras, o dinheiro existe em algum lugar como base moral de todo o valor. E
tudo pode ser destruído da noite para o dia por hackers que pretendem salvar o
mundo através de linhas de programação. Como explicar essa mensagem de rebelião gnóstica em série de TV em uma grande rede dos EUA? Talvez
a chamada “Hipótese Fox Mulder” explique.
sábado, agosto 06, 2016
O professor sabe que vai ser demitido quando...
sábado, agosto 06, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Esse humilde blogueiro resolveu dar uma pequena contribuição à Antropologia Corporativa. No momento em que escolas e faculdades estão sendo
rapidamente adquiridas por grupos educacionais nacionais e internacionais,
oligopolizando o setor, a cultura organizacional escolar cada vez mais se
assemelha à cultura corporativa. Principalmente naqueles sinais que indicam que o professor vai ser demitido como um mal necessário na implantação das novas e
revolucionárias ferramentas organizacionais e educacionais trazidas por
messiânicos gestores e CEOs. Fique atento a esses sete sinais. Eles podem também
ser estendidos ao mundo corporativo em geral.
quinta-feira, agosto 04, 2016
Estranhas forças governam nossas vidas em "Harodim: Olhe Mais Perto"
quinta-feira, agosto 04, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Paul Finelli, roteirista que nunca teve uma obra adaptada por algum
estúdio de Hollywood, escreve em 2010 outro roteiro, dessa vez sobre a morte do
líder da Al-Qaeda Osama Bin Laden. Roteiro que tinha tudo para ser engavetado.
Até que, um ano depois, Paul Finelli assistiu perplexo na TV as imagens da
morte de Bin Landen por SEALs da Marinha dos EUA no Paquistão. A narrativa dos
eventos era quase um espelho do seu roteiro. A realidade imitando a ficção foi o
início da produção do filme “Harodim: Olhe Mais Perto” (2012), uma produção
austríaca do Terra Mater, estúdio que afinal se interessou pelo roteiro de
Finelli. O líder terrorista mais procurado do mundo é capturado e levado por um
ex-especialista em black-ops da Inteligência dos EUA para um lugar desconhecido
no metrô de Viena. Lá assistimos a uma hora e meia de interrogatório onde serão feitas aterrorizantes revelações sobre
fatos da história recente desde os atentados do 11 de setembro nos EUA. E que
há forças por trás da nossa vida ordinária que estão muito além do
livre-arbítrio. Filme sugerido pelo nosso leitor Romeu.
terça-feira, agosto 02, 2016
Globo promete cobertura tautista das Olimpíadas
terça-feira, agosto 02, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Metalinguagens e efeitos visuais tautológicos dominaram a cobertura do programa Fantástico do último domingo sobre as Olimpíadas
Rio 2016, com a
mesma estética apoteótica das transmissões do Carnaval, dando o tom geral da
cobertura da emissora. Mais do que mau gosto, é a evidência do “tautismo”
(autismo + tautologia) crônico da Globo nos anos recentes. Para uma emissora que se fechou em si mesma como reação à crise de audiência e a
concorrência das mídias de convergência, não existe mais mundo externo: as
Olimpíadas só acontecem no Rio para que a Globo possa transmiti-la. E o auge do tautismo é quando jornalistas começam a entrevistar outros jornalistas da
própria emissora. Para a Globo, a cobertura jornalística em si é mais
importante do que o próprio evento e os relatos das emoções de seus
apresentadores é mais dramático do que as dos próprios atletas.
segunda-feira, agosto 01, 2016
Curta da Semana: série "Bendito Machine" - relaxe, tudo está sob controle
segunda-feira, agosto 01, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Relaxe, tudo está sob controle” é o que sempre parecem nos dizer as
máquinas e as tecnologias. Por isso elas nos fascinam e nos gratificam a ponto
de se tornarem modernas religiões. É o que nos mostra a série com cinco curtas de
animação “Bendito Machine” (2006-2014). Produzida pelo estúdio espanhol
Zumbakamera, cada episódio apresenta máquinas que sempre parecem “defecar” pequenas
criaturas globulares com olhos que nos controlam por meio da oferta dos
prazeres da ambição e gula. Em tempos de apps virais como o Pokémon GO chegando
em terras brasileiras, assistir a essa série é obrigatório.
sábado, julho 30, 2016
Notícias de ataques inspiram "assassinos copycat"?
sábado, julho 30, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Diante da sequência de ataques ocorridos na Alemanha, o site da Deutsche
Welle (empresa de radiodifusão alemã) cogitou a possibilidade de o país estar
sofrendo uma sequência de “assassinatos copycat”, efeito de contágio
desencadeado por uma “fórmula dramatúrgica” através da qual a mídia vem
tratando diferentes eventos. Atentados terroristas genuínos e ataques de
assassinos solitários são descritos dentro de um mesmo script sensacionalista,
criando um gigantesco “efeito Heisenberg”: a mídia está cada vez mais cobrindo
a si mesma e os seus efeitos sobre as pessoas.
quinta-feira, julho 28, 2016
Carma, metalinguagem e Fernando Pessoa no filme "Zoom"
quinta-feira, julho 28, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Zoom” é uma expressão inglesa com um duplo significado: poder ser
“zunir” (“to zoom past” como “passar zunindo” ) ou a lente fotográfica que pode
aproximar ou afastar-se de um objeto cujo movimento de ajuste produz um
“zunido”. O filme “Zoom” (2015, Brasil-Canadá) de Pedro Morelli explora esse
duplo sentido do termo ao criar três universos meta-narrativos (literatura, HQ
e cinema) onde os protagonistas ignoram as existências paralelas, sem saber que
suas decisões se afetam mutuamente: uma desenhista faz uma HQ sobre um diretor
de cinema que faz um filme cuja protagonista escreve um romance sobre a
desenhista de HQ. Zoom explora o simbolismo carmico de “ouroboros”, a cobra que
come o próprio rabo. E o misticismo do silêncio do poeta português Fernando
Pessoa.
quarta-feira, julho 27, 2016
Mídia faz cortina de fumaça com debate "Escola Sem Partido"
quarta-feira, julho 27, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Doze anos depois do surgimento da proposta do “Escola Sem Partido”, o Senado lançou agora um projeto
de lei para incluir essa ideia nas diretrizes e bases da educação nacional. A
grande mídia deu espaço a essa notícia e tanto Esquerda quanto Direita morderam
a isca e se engalfinharam: mordaça para os professores? Retrocesso na educação?
Impedir que a esquerda doutrine alunos aproveitando-se da audiência cativa? Por
que só agora o projeto ganha expressão política e midiática? O debate coincide
com o momento da oligopolização do ensino por grupos educacionais estrangeiros
(turbinados por fundos de investimentos) e nacionais que não visam apenas a
mercantilização, mas a própria industrialização do ensino. A polêmica midiática
do “Escola Sem Partido” parece ser uma cortina de fumaça para esconder um
projeto industrial muito mais amplo com a importação de novas metodologias
educacionais (“ativas”, “educação por competências”) tomadas como um fim em si
mesmas onde o próprio professor desaparecerá junto com o seu ofício. Talvez no
futuro nem mais exista professor para ser amordaçado.
segunda-feira, julho 25, 2016
Curta da Semana: "We Together" - a memória involuntária dos zumbis
segunda-feira, julho 25, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Os
zumbis de George Romero se encontram com o vídeo-clip "Thriller" de Michael
Jackson fazendo uma exploração no psiquismo dos zumbis. Esse é o curta “We
Together” (2016) de Henry Kaplan. Uma música desperta em zumbis memórias
involuntárias, fazendo-os terem flash backs da antiga vida humana que ainda
podem ter de volta, desde que redescubram quem eles foram. Nada mais gnóstico:
os zumbis são tão alheios de si mesmos como nós. Este talvez seja o porquê do
fascínio atual pelos zumbis, um verdadeiro arquétipo contemporâneo.
domingo, julho 24, 2016
O evento-encenação da "célula amadora" dos terroristas de paintball
domingo, julho 24, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Saem
bolivarianos e comunistas e agora entram terroristas islâmicos. Sim! Nós também
temos terroristas. “Células amadoras” onde o batismo é feito através de webcam,
compram armas do Paraguai pela Internet e pretendem fazer “treinos de lutas
marciais” a poucos dias dos jogos olímpicos, suposto alvo dos intolerantes
religiosos. Isso quem disse foi Alexandre de Moraes, ministro da Justiça, em
uma coletiva convocada numa atmosfera de pompa e gravidade. Uma “investigação
sigilosa” que, ao mesmo tempo, pode ser divulgada à Imprensa. E a grande mídia
repercute com seus correspondentes no Exterior para que, definitivamente, esse
País seja levado à sério. Esse é mais um exemplar de uma longa história de
“eventos-encenação” (Umberto Eco) que começa com o casamento de Lady Di e Príncipe
Charles, passando pelos mísseis jogados no Sudão e Afeganistão por Bill Clinton
para desviar a atenção de um escândalo sexual em 1998 até essa desajeitada
estratégia do governo Temer repleta de contradições, timing e oportunismo, com
direito a foto de um “terrorista de paintball”.
quinta-feira, julho 21, 2016
Para a TV Globo o Japão é a reserva moral brasileira
quinta-feira, julho 21, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Toda
vez que o Brasil entra em crise econômica, a TV Globo convoca seu
correspondente da época em Tóquio para intensificar matérias com edificantes
lições morais sobre virtudes que supostamente faltariam para um país como o
nosso que nunca dá certo: o modelo de educação mundial, a disciplina, a
disposição para o trabalho, abnegação e auto-sacrifício. É a mitologia do
“milagre japonês”. Os ocidentais tentam transformar o Japão em um espelho de si
mesmos com seus tradicionais clichês. Mas não conseguem entender o gênio da
cultura japonesa: a capacidade de imitar o ocidente sem absorver sua essência –
o Japão consegue entrar na órbita cultural, tecnológica e comercial ocidental
levando ao extremo um velho princípio taoista de que a vitória não se consegue
afirmando-se, mas, pelo contrário, desvalorizando-se, cedendo. Assim como no
jiu-jitsu onde não se vence impondo sua própria força ou valor, mas absorvendo
a força do oponente.
terça-feira, julho 19, 2016
A teoria conspiratória do Projeto Montauk na série "Stranger Things"
terça-feira, julho 19, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A
nova série Netflix “Stranger Things” (2016) faz um mergulho em um subgênero dos
anos 1980 que levou as teorias conspiratórias aos blockbusters: “ET”, “Contatos
Imediatos”, “Os Goonies”, “Viagens Alucinantes”, “A Coisa”, etc. Mas também
leva a sério a mãe de todas as conspirações, aquela que os pesquisadores da
área chamam de Teoria da Conspiração Unificada (TCU) por explicar todos os
paradoxos científicos atuais: o chamado “Projeto Montauk”. A série “Stranger
Things” (que originalmente se chamaria “Montauk”) se inspira nas especulações
em torno desse nebuloso projeto do Departamento de Defesa dos EUA dos anos
1970-80 envolvendo guerra psicológica e psíquica, além de controle da mente à
distância. Mas parece que produziu algum efeito colateral que fez o Projeto
terminar abruptamente em 1983. E agora esse efeito ameaça uma pequena cidade
dos EUA.
segunda-feira, julho 18, 2016
Ataque em Nice: entre "False Flag" e o "Efeito Copycat"
segunda-feira, julho 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Atualmente
ataques e atentados parecem se tornar relações públicas de si mesmos: buscam
sempre a máxima repercussão e visibilidade. Dos “frames” escolhidos pelos
fotógrafos até a própria tragédia, tudo é retoricamente tão saturado que entra
no campo das mitologias midiáticas. A narrativa é sempre a mesma: o ataque de um “lobo solitário”; a ação
que interrompe festas, prazer e diversão, o timing, o oportunismo e,
finalmente, a morte/suicídio final do
terrorista. O ataque em Nice mais uma vez repetiu o plot. Porém dessa vez
acrescentou mais um elemento: a ambiguidade – ataque terrorista? Apenas um
louco que odeia o mundo? Por isso no ataque em Nice podem ser encontrados
elementos tanto de "Operação Bandeira Falsa" (“False Flag”) como do chamado “efeito Copycat” (imitação). E
a coincidência da estreia do filme de ação “Bastille Day” (cujo plot é a luta para impedir um atentado em Paris) no dia do ataque
reforça essa hipótese.
sexta-feira, julho 15, 2016
Autoajuda é negação psíquica em "The Invitation"
sexta-feira, julho 15, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
As
ricas mansões das colinas de Hollywood escondem estranhas seitas e comunidades
formada por celebridades, diretores e produtores da indústria do
entretenimento. Em uma dessas ricas casas um grupo de amigos que não se via há
dois anos é convidado para um jantar. Lá encontrarão os anfitriões: uma
ex-esposa e seu novo marido, entusiastas de uma nova seita que promete “um novo
recomeço”. Esse é o thriller psicológico “The Invitation” (2015) de Karyn
Kusama onde as seitas de autoajuda se revelam na verdade grandes mecanismos de
negação psíquica onde a linha que separa a sanidade da loucura começa a
desaparecer. Os convidados daquele jantar conhecerão da pior forma possível a
máxima freudiana: “o reprimido sempre retorna”.
quinta-feira, julho 14, 2016
O universo gnóstico infanto-juvenil em "Jovens Titãs em Ação"
quinta-feira, julho 14, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
É férias e os filhos passam mais tempo
em casa, festas e encontros com os amigos de escola. É o momento onde o
“Cinegnose” cai de cabeça no universo da cultura infanto-juvenil: animações,
games, redes sociais e canais do YouTube. Um universo cada vez mais dominado
por uma sensibilidade “meta” – paródica, auto-referencial e metalinguística. Um
exemplo é o episódio “A Quarta Parede” da série de animação “O Jovens Titãs em
Ação” apresentado pelo Cartoon Network. Uma versão irônica da série clássica “Teens
Titans” da DC Comics. O que acontece quando personagens ficcionais tomam
consciência de que são apenas paródias de personagens em quadrinhos? A quebra
da barreira imaginária entre personagem e espectador (a quarta parede) e a
entrada da narrativa na mitologia gnóstica: o demiurgo “Freak Control” que
aprisiona personagens para conquistar prêmios e reconhecimento – uma paródica
analogia da condição humana.
segunda-feira, julho 11, 2016
A Simbologia Alquímica em "As Tartarugas Ninjas", por Claudio Siqueira
segunda-feira, julho 11, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Dia
16 de junho deste ano estreou nos cinemas o filme "As Tartarugas Ninjas: Fora das Sombras" (Teenage Mutant
Ninja Turtles: Out of the Shadows). Após sua primeira edição
em maio de 1984 pela editora Mirage
Studios, os quatro esdrúxulos personagens tiveram diversas obras midiáticas
envolvendo seu universo, de desenhos animados a videogames. Mas, desde o novo
filme de 2014, é apresentada uma versão mais diferenciada entre os personagens.
E com razão, já que os quatro diferem bastante não apenas em sua personalidade,
mas nos elementos alquímicos que representam.
Curta da Semana: "Home Suite Home" - hotéis, turistas e o exílio humano
segunda-feira, julho 11, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Trinta anos vivendo a rotina de a cada noite se hospedar em um hotel fazendo críticas para guias de turismo. Vivendo numa torre de marfim de quartos de luxo, minibar e toalhas sempre limpas, Ludwig tem uma vida monótona que acabou se confundindo com o próprio trabalho. Mas algo se perdeu: a experiência de ser apenas um turista e saber que um dia voltará para sua casa. Mas onde está o lar de Ludwig? Ele tornou-se uma espécie de exilado de si mesmo. Esse é o curta “Home Suite Home” (2015) do holandês Jeroen Houben que dá mais uma contribuição à mitologia que o cinema construiu em torno de hotéis, do Overlook de “O Iluminado” de Kubrick ao “Grande Hotel Budapeste” de Wes Anderson. Dessa vez, o hotel como um microcosmo da gnóstica condição humana de exílio.
sábado, julho 09, 2016
Ligações perigosas em comerciais na grande mídia
sábado, julho 09, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Que ligações existem entre as
ex-jornalistas Fátima Bernardes, Ana Paula Padrão, Friboi, os intervalos comerciais dos telejornais da
grande mídia, a holding J&F e o ministro da fazenda Henrique Meirelles?
Certamente ligações perigosas que constituem aquela área cinza do chamado
“conflito de interesse” no jornalismo. Desde o caso do milionário comercial da
Samarco veiculado no horário nobre dos telejornais, em plena crise humana e ambiental de
Mariana, as ligações perigosas entre anunciantes e conteúdo jornalístico têm se
ampliado. Agora, acompanhamos a massiva campanha publicitária da JBS Friboi,
com milionários cachês para artistas da Globo, e comerciais do Banco Original em
telejornais da grande mídia. Banco pertencente ao mesmo grupo (J&F) cujo
presidente do Conselho Administrativo desde 2012 até recentemente foi o atual ministro
da fazenda. A mídia estaria sendo silenciada com grossas verbas publicitárias?
quinta-feira, julho 07, 2016
Filme "Sonho Tcheco" pergunta: publicitários mentem?
quinta-feira, julho 07, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Dois estudantes da Academia de Cinema
de Praga (FAMU), República Tcheca, têm a ideia de produzir um documentário
cínico e irônico sobre a campanha publicitária de um hipermercado. Ele se chama
“Sonho Tcheco”, tem jingle, logotipo, folhetos distribuído por toda cidade,
outdoors em rodovias, o rosto carismático dos gerentes em comerciais de TV,
spots de rádio, mas... o hipermercado não existe! O filme “Sonho Tcheco”(Cesky
Sen, 2004) nos mostra como na República Tcheca pós-comunismo os hipermercados
viraram para muitos o único programa de lazer. E como a Publicidade e Relações
Públicas, por meio de estratégias etnográficas e neuromarketing, conseguiram levar três mil pessoas a um descampado para a inauguração de um hipermercado fictício onde apenas havia uma fachada
sustentada por andaimes metálicos. De forma estranhamente engraçada, o
documentário mostra como publicitários são capazes de mentir de forma
consciente, sob o pretexto de apenas “atender a um cliente”.
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