quarta-feira, janeiro 09, 2013

Gnose e viagem no tempo em "Safety Not Guaranteed"

Ao contrário dos filmes tradicionais sobre viagem no tempo onde a atração principal são sempre os aparatos tecnológicos, no filme independente “Safety Not Guaranteed” (2012) a máquina do tempo é apenas o pretexto para a narrativa apresentar insights reveladores do estranhamento de pessoas em relação ao mundo moderno e nas maneiras de escapar e expressar seu descontentamento. E também diferente dos clichês da “segunda chance” nas viagens ao passado, nesse filme a suposta existência de uma máquina do tempo é a oportunidade de uma espécie de “transcendência espiritual mundana” baseado na ruptura da prisão existencial de “perdedores” em uma sociedade vazia de sentido. Viagem no tempo é um tema recorrente no cinema. Na concepção clássica encontramos...

segunda-feira, janeiro 07, 2013

Em Observação: "Upside Down" (2012)

Filme sugerido pelo nosso leitor Joari Carvalho através do Facebook, "Upside Down" (2012) com Kirsten Dunst e Jim Sturguess facilmente foi classificado como "Em Observação": um homem procura em um universo alternativo um antigo amor da juventude. O filme parece promissor na nossa busca em mapear elementos gnósticos, místicos e esotéricos na cinematografia atual: universos distópicos, mundos alternativos, amnésia, corporações/demiurgos repressores etc. Parece seguir a linha de "Another Earth" (2011), uma tendência atual onde temas sci fi são mero pano de fundo para o romance, drama ou temas de autoconhecimento como a questão da "segunda chance", questionamentos sobre a noção de "realidade" e o despertar de si mesmo do sono da ignorância....

domingo, janeiro 06, 2013

Em Observação: "Safety Not Guaranteed" (2012) e "As Aventuras de Pi" (2012)

“Em observação” é a nova rubrica para classificar filmes que podem ser de interesse para o “Cinema Secreto: Cinegnose”. Filmes “suspeitos” de explorarem elementos gnósticos, místicos ou esotéricos. Temas ou narrativas que se enquadrem nos enfoques semióticos, sincromísticos, psicanalíticos ou cinegnósticos das análises desse blog. Serão assistidos e avaliados. Se aprovados se tornarão tema dos nossos artigos. Para nossos leitores e seguidores será uma sessão para se atualizar sobre lançamentos e filmes clássicos ou simplesmente esquecidos na história do cinema e que merecem uma análise mais atent...

sábado, janeiro 05, 2013

Tudo é humano, demasiado humano em "Cloud Atlas"

Como um produto hollywoodiano como “Cloud Atlas” (A Viagem) consegue simultaneamente explorar simbologias de mistérios antigos (órficos, pagãos e gnósticos) e, ao mesmo tempo, adequar-se às convenções do gênero blockbuster? Como conciliar em uma mesma narrativa o niilismo do eterno-retorno com a concepção de que a existência é dotada de um propósito que nos levaria a um final apoteótico? Como lidar com o desejo de liberdade e transcendência do espectador dentro de um produto mercadológico da indústria de entretenimento? Os irmãos Wachowski e Tykwer encontraram a resposta na ideia de que tudo é “humano, demasiado humano”: o Universo seria uma perfeita sinfonia. O que atrapalha é a humanidade. "Cloud Atlas" faria nas entrelinhas o julgamento...

terça-feira, janeiro 01, 2013

A Gnose de Ano Novo no Filme "A Roda da Fortuna"

Vale a pena assistirmos ao filme “A Roda da Fortuna” (The Hudsucker Proxy, 1994) dos irmãos Coen. Ainda mais nas comemorações de chegada do ano novo, onde todos parecem querer capturar e reter um momento no tempo, que então já será passado. Por isso, “A Roda da Fortuna” é um grande filme para ser visto e refletido nesses últimos momentos de ano velho. Uma fábula sobre os nossos vícios temporais que estão sempre presentes em todo final de ano: ou caímos no tempo linear (as famosas promessas e desígnios para o ano novo) ou no tempo cármico - a ilusão de que tudo depende de nossa vontade para a roda da fortuna girar, sem entendermos que somos prisioneiros da cilada do “eterno retorno”. O Tempo é o principal tema do filme. Tudo começa quando...

segunda-feira, dezembro 24, 2012

O conhecimento secreto do Cristo de Nag Hammadi

A descoberta e as posteriores traduções da chamada “biblioteca de Nag Hammadi” no Egito trouxeram uma nova luz sobre os ensinamentos de Cristo. O foco comum dado pelas religiões na morte-ressurreição de Cristo e no plano ético e devocional da sua passagem pela Terra esconderia a sua principal missão: a de trazer o conhecimento secreto que nos faça ter a consciência de que estamos perdidos e longe de casa, e o caminho de volta já está dentro de nós. Cabe a nós relembrarmos. "O pensamento aguarda que, um dia, a lembrança do que foi perdido venha despertá-lo e o transforme em ensinamento" (Theodor Adorno) O Gnosticismo em geral, e os evangelhos apócrifos descobertos em Nag Hammadi no Egito em 1945 (conjunto de antigos pergaminhos composto...

sábado, dezembro 22, 2012

O fim do mundo não foi televisionado

Conclusão do post  "A necrospectiva do fim do mundo" Peter Cornelius, The Riders of Apocalypse (1845) Abrigos nucleares são vendidos nos EUA para aqueles que acreditam que o fim do mundo se aproxima. No interior da França uma comunidade religiosa acredita que apenas a pequena localidade onde vivem será uma das poucas que sobreviverá ao cataclismo global. E se invertermos a linha de tempo? Em outras palavras, e se o apocalipse já tiver ocorrido? E se, sem sabermos, já estivermos em um mundo pós-apocalíptico vivendo as consequências de um cosmos que se legitima por meio da crença religiosa de que tudo, um dia, terá um fim? Essa é a heresia gnóstica, esquecida pela hegemonia de um mercado de profecias sobre o fim do mundo que desempenha...

quinta-feira, dezembro 20, 2012

A necrospectiva do fim do mundo

Talvez essa postagem jamais seja publicada: o mundo poderá acabar antes. Estamos em meio a uma contagem regressiva para o fim do mundo que, segundo a profecia maia, seria no dia 21 de dezembro de 2012. Tal como em 1999 (talvez lá fosse muito pior, pois estávamos às voltas com uma dupla catástrofe: a bomba informática do “bug do milênio” e as profecias de Nostradamus), agora temos uma nova contagem regressiva, dessa vez à base de uma interpretação arbitrária do calendário Maia, turbinada por filmes-catástrofes de Hollywood como “2012”. Por que essa necessidade das religiões e do imaginário contemporâneo criarem profecias, apocalipses e contagens regressivas? Por que essa obsessão “necrospectiva”? Final de ano é um momento de retrospectivas...

domingo, dezembro 16, 2012

No Terceiro Aniversário uma questão: o "Cinegnose" é um blog "sobre Gnosticismo" ou "Gnóstico"?

O blog “Cinema Secreto: Cinegnose” chega ao terceiro aniversário com a notícia de que chegamos ao Top 3 dos finalistas do prêmio Top Blog 2012 na categoria “Arte e Cultura”. Projeto iniciado com as análises dos filmes gnósticos na dissertação de mestrado, o “Cinegnose” começou com uma linha editorial “sobre Gnosticismo”: especializado na análise de filmes gnósticos como ponto de partida para aprofundar temas filosóficos do Gnosticismo. Chegamos ao terceiro ano expandindo a discussão, dessa vez optando pelo “olhar gnóstico”, resultando numa abordagem mais abrangente para o Cinema, Audiovisual e Cultura Pop. Esse mês o “Cinema Secreto: Cinegnose” faz aniversário. Pela terceira vez! Esse foi o terceiro ano de um projeto iniciado com a dissertação de...

quinta-feira, dezembro 13, 2012

Filme "Capricórnio Um": o pai de todas as conspirações

Um clássico dos filmes sobre conspirações. Talvez, o pai de todas as teorias conspiratórias sobre o programa espacial norte-americano. O filme “Capricórnio Um” (1977), escrito e dirigido por Peter Hyams, se insere em uma tendência de filmes dos anos 1970 estranhamente perturbadores. Muitos críticos reconhecem que essa década foi a era de ouro do Cinema com filmes cujas narrativas são dominadas por atmosferas paranoicas e esquizofrênicas. Um filme que inspirou todas as futuras teorias conspiratórias e que tornou crível a possibilidade de que o pouso na Lua jamais tivesse ocorrido. Além do diretor Peter Hyams oferecer uma ótima oportunidade para se discutir a importância fetichista que damos às imagens na cultura contemporânea. Embora a...

terça-feira, dezembro 11, 2012

Réquiem ao cinema e a identidade em "Holy Motors"

Surreal, enigmático e bizarro. Mais do que uma homenagem ao Cinema, “Holy Motors” (2012) do diretor francês Leos Carax expressa incertezas e temores diante da ruptura digital que se impõe a uma mídia cuja essência é mito e magia. O medo da obsolescência do “Motor Sagrado” (o dispositivo cinematográfico) substituído por mundos virtuais onde tanto os espectadores como diretores poderão ser qualquer coisa, até esquecerem o que já foram um dia. Definitivamente o diretor, crítico e escritor francês Leos Carax (“Les Amants Du Pont-Neuf”, 1991;  “Pola X”, 1999; “Tokyo”, 2008) não mantém uma boa relação com a produção cinematográfica e o futuro digital do Cinema. Quando sua última produção, “Holy Motors”, foi exibida este ano no Festival...

sexta-feira, dezembro 07, 2012

Niemeyer e Brubeck: a morte da utopia da "arte total"

Em meio à influência do cartesianismo de Le Corbusier e Bauhaus no Palácio do Itamarati, Oscar Niemeyer inseriu a sensualidade e força ascendente de uma escadaria interior que reinventou a vanguarda. O riff de piano sincopado, quase sinistro, de “Take a Five” acompanhado por uma misteriosa linha de saxofone que flutuava sobre o ritmo 5/4 igualmente foi outra reinvenção, dessa vez de Dave Brubeck no Jazz. A morte desses dois artistas no mesmo dia tem um significado altamente simbólico, sincromístico: não foi apenas a morte de dois grandes expoentes nas suas respectivas áreas de atividade – arquitetura e música – mas o desfecho ao mesmo tempo de uma era e da utopia que sustentou todo o movimento modernista do século XX: a “obra de arte total”,...

quarta-feira, dezembro 05, 2012

A dialética da família: de "Charlie e Lola" aos "Simpsons"

O irmão mais velho assume a imagem de mentor outrora ocupada pelos pais; duas meninas demonstram poder desenvolver valores sem a necessidade de qualquer tipo de influencia de adultos; e em outro caso um personagem no papel de pai cuja autoridade é rebaixada pela sua absoluta incapacidade de lidar com as tecnologias que o cercam. Pesquisa da Universidade Anhembi Morumbi desenvolvida por alunos da graduação da Escola de Comunicação encontra nas animações infantis, adolescentes e adultas a recorrência não só do desaparecimento simbólico ou mesmo literal da figura dos pais como, também, do anacronismo ou deficiência em desempenhar os papéis que deveriam ocupar na formação social dos filhos. Além disso, personagens e narrativas expressariam a...

sábado, dezembro 01, 2012

Um sci fi comunista: "Aelita - A Rainha de Marte"

“Sigam nosso exemplo camaradas! Unam-se numa família de trabalhadores, numa União Marciana de Repúblicas Socialistas Soviéticas”, brada o herói em um levante de operários nos subterrâneos de Marte contra uma espécie de totalitarismo czarista de outro mundo. Considerado o primeiro filme de ficção científica soviético, “Aelita - Rainha de Marte” (1924) é na verdade um anti-sci fi. Os revolucionários bolcheviques já se consideravam o futuro e a vanguarda, não precisavam de filmes sobre futuros utópicos. Como pretende demonstrar no filme, a utopia sobre viagens espaciais somente poderia ser uma excrescência do individualismo burguês. Mas ironicamente “Aelita” acabou influenciando clássicos do expressionismo alemão como “Metrópolis” e séries...

domingo, novembro 25, 2012

O homem prisioneiro do tempo em "Matadouro 5"

O filme “Matadouro 5” (Slaughterhouse Five, 1972)  é um dos mais niilistas e desesperançados filmes gnósticos: sem saída, o homem é prisioneiro no tempo e condenado por alienígenas a repeti-lo por toda a eternidade. O que torna o filme “Matadouro 5” um clássico dos filmes com temática gnóstica é que ele inicia uma crítica metafísica de fatos que tradicionalmente são abordados pelo viés da crítica política ou social. No filme, a guerra não é mais enquadrada pela crítica ideológica ou política, mas, agora, como mais um fato dentro de um absurdo plano cósmico levado a cabo por demiurgos alienígenas. "Matadouro 5" foi um dos filmes que mais impactaram a minha adolescência nos anos 70. O filme, baseado na obra consagrada de Kurt Vonnegut Jr....

sexta-feira, novembro 23, 2012

A máfia midiática elimina o Estado em "Generation P"

Che Guevara ensina lições sobre o novo capitalismo e o marketing moderno em meio a viagens lisérgicas e místicas de um protagonista que tenta se adaptar à Rússia pós-comunismo. “Generation P” (2011) do russo Victor Ginzburg consegue fazer uma adaptação de um livro considerado impossível de ser transposto ao cinema: “Babylon” do escritor Viktor Pelevin. Ginzburg faz uma espécie de revisionismo da recente história russa pós-comunismo sob o irônico título “Generation P” – o “P” de Pepsi-Cola referindo-se àqueles que abraçaram o produto como o gosto oficial da nova liberdade. Na verdade, Ginsburg mostra um verdadeiro circo onde misticismo e religião se misturam com imagens midiáticas geradas com recursos digitais por profissionais egressos do...

segunda-feira, novembro 19, 2012

A angústia da existência no filme "eXistenZ"

Se Basilides (um dos primeiros professores gnósticos em Alexandria, Egito, no século II da Era Cristã) fizesse um filme, certamente teria sido “eXinstenZ” (1999). Um filme onde o canadense David Cronenberg leva a relação entre o homem e a tecnologia ao limite do niilismo, do vazio e da angústia. Não tanto pelo fato das fronteiras entre real/virtual e verdade/ilusão desaparecerem em um sofisticado jogo virtual. Mas pela forma como um jogo transforma-se em fetiche erótico e religioso pelo marketing de uma poderosa corporação, impedindo a transcendência espiritual: de que a própria existência transforme-se em eXistenZ.   Basilides nutria uma radical desconfiança em relação à linguagem porque a verdade sobre Deus estaria além do conhecimento...

quinta-feira, novembro 15, 2012

O Mensalão e a agenda setting: a "Matrix" na prática

Muito discutida e ainda pouco compreendida, a essência do filme “Matrix” (a hipótese da virtualidade do real) talvez já esteja presente no nosso dia-a-dia mais do que imaginamos. A pesquisa “Agenda Setting e a Cobertura dos Casos Mensalão e Cachoeira” feita por estudantes de jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi São Paulo como conclusão do curso “Estudos da Semiótica” apresenta a constatação de que a mídia corporativa não tem mais o poder de eleger presidentes ou forçar impeachments como no passado, mas ela é eficiente em estabelecer pautas e agendas como a do atual julgamento do chamado “Mensalão”.  Se a hipótese da agenda setting for correta, o que chamamos de “realidade” poderia ser uma construção a partir de percepções...

segunda-feira, novembro 12, 2012

Os idosos nada têm a dizer na mídia

Quando o envelhecimento e a morte deixam de ser simbolicamente incorporados na cultura por meio de religiões e filosofias, o discurso midiático parece insistentemente querer demonstrar que a velhice não existe, que é tudo uma questão de atitude psicológica. Gerontologia, geriatria, engenharia genética e todo um aparato tecno-científico é atualmente mobilizado para, associado à mídia, apresentar sensacionais “lições de vida” e “superações”: idosos em praticas e comportamentos análogos ao dos jovens criando não apenas uma aversão aos processos naturais de envelhecimento mas, principalmente, a crise da função dos idosos como “elo geracional”: a transmissão de sabedoria e conhecimento acumulados em uma existênci...

sábado, novembro 10, 2012

Sintoma e verdade nos zumbis

Por que pessoas fingem-se de mortos que se arrastam pelos centros urbanos do mundo, famintas por cérebros e sangue dos vivos? Como interpretar um flash mob como o “Zombie Walk” onde centenas de pessoas se transformam em realísticos zumbis, há onze anos espalhando-se por diversas capitais do mundo? Desde as lendas afro-caribenhas de pessoas que retornam do mundo dos mortos como assustadoras sombras de si mesmas até a recorrência dos mortos vivos no cinema, o fascínio pelos zumbis já produziu uma razoável bibliografia de pesquisadores que chegam a vê-los como um objeto de estudo etnográfico. Mas é inegável que os mitos e lendas dos zumbis possuem uma dupla dimensão: de um lado são sintomas de crises sociais e, do outro, possuem um momento de...

quinta-feira, novembro 08, 2012

O espelho global no safári africano do Tocantins

O projeto de um parque temático milionário em pleno Tocantins (Out of África Brasil) promete trazer leões, rinocerontes, antílopes, entre outros, das savanas africanas para um safári no cerrado brasileiro. Definitivamente o Brasil se insere no imaginário da Globalização onde eventos, geografias e culturas se desterritorializam para circular pelo mundo ao sabor dos fluxos financeiros e midiáticos. Nesse imaginário os simulacros do “real” e do “selvagem” parecem ter uma única função: tal qual uma transfusão de sangue, injetar hiper-realidade em um real cujo sentido se enfraquece - o “selvagem” se humaniza como um espelho da nossa própria desumanidade: o parque temático selvagem torna-se mais “real” quanto mais é centrado no “show” da luta dos predadores...

domingo, outubro 28, 2012

"Deus é meu inimigo!"

Crianças são imprevisíveis, principalmente no que pensam e falam. Suas impressões e tiradas são muitas vezes surpreendentemente cortantes pela sinceridade e concisão. Ideias que para os adultos já são tão evidentes em si mesmas que passam batidas e sem exigência de reflexão, para uma criança que as conhece pela primeira vez muitas vezes são motivos de estranhamento. Uma delas é a ideia de “Deus”. Outro dia, meu filho Gael demonstrou toda sua estranheza: “O Deus é meu inimigo!”, disparou. O que está por trás dessa afirmação de uma criança de quatro anos em um universo lúdico povoado de super-heróis como Homem Aranha e Ben 10, seus preferidos? Um dia Gael virou para minha esposa e falou com convicção: “O Deus é meu inimigo!”. “Mas o que...

quarta-feira, outubro 24, 2012

A sedução pelas imagens em "Saneamento Básico, O Filme"

A burocracia da administração das verbas públicas municipais coloca moradores de uma pequena cidade em uma situação inusitada: a única solução para obter dinheiro para construir uma fossa séptica e resolver o problema do esgoto a céu aberto é a produção de um vídeo ficcional sobre esse próprio problema real.  A questão é que os moradores não têm a menor noção sobre produção de um vídeo e nem o significado da palavra “ficcional”. “Saneamento Básico, O Filme” (2007) de Jorge Furtado não só faz uma didática e divertida metalinguagem sobre os princípios da linguagem audiovisual, mas nos oferece uma oportunidade de reflexão sobre como a imagem tornou-se o centro da sociedade atual, como fetiche, sedução e contaminação do real ao produzir...

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