segunda-feira, janeiro 07, 2013

Em Observação: "Upside Down" (2012)

Filme sugerido pelo nosso leitor Joari Carvalho através do Facebook, "Upside Down" (2012) com Kirsten Dunst e Jim Sturguess facilmente foi classificado como "Em Observação": um homem procura em um universo alternativo um antigo amor da juventude. O filme parece promissor na nossa busca em mapear elementos gnósticos, místicos e esotéricos na cinematografia atual: universos distópicos, mundos alternativos, amnésia, corporações/demiurgos repressores etc. Parece seguir a linha de "Another Earth" (2011), uma tendência atual onde temas sci fi são mero pano de fundo para o romance, drama ou temas de autoconhecimento como a questão da "segunda chance", questionamentos sobre a noção de "realidade" e o despertar de si mesmo do sono da ignorância. Então, prezados leitores e seguidores desse humilde blog, façam como Joari Carvalho e enviem sugestões de filmes que mereçam ficar "Em Observação" para futuros artigos.


Upside Down (2012)

Diretor – Juan Diego Solanas

Plot: A premissa que fundamenta o roteiro é promissora: Há muito tempo atrás dois planetas se aproximaram e estão quase se tocando. Em vez de o horizonte o que todos os habitantes vêem é o terreno de outro planeta. Cada planeta tem suas leis próprias gravitacionais, com o planeta superior sendo a utopia dominante corporativa, afogando-se em riqueza e luxo, sugando a vida do menor planeta, que está mergulhado em uma crise energética profunda. As pessoas dos dois mundos estão estritamente proibidos de comunicar, a punição de desafiar esta lei é a morte.

Adam é um rapaz que vive no distópico planeta “de baixo”, lutando pela sobrevivência em difíceis condições financeiras. Uma garota chamada Eve vive no opulento planeta “de cima”. Um dia, quando Adam joga um avião de papel para o céu, os dois se encontram e se tornam amigos, apesar dos perigos tal amizade implica. São obrigados a se afastarem pelo sistema de vigilância repressiva. Dez anos mais tarde, Adam vê o rosto de Eva na TV e todos os sentimentos retornam.Ela agora trabalha em uma espécie de torre high tech e sofre de amnésia quase total em relação ao seu antigo amor, com exceção de estranhos pesadelos que a perseguem nos sonhos.

Por que está “Em Observação”? – O argumento lembra o filme “Another Earth” (já analisado por este blog - clique aqui para ler), onde uma duplicata da Terra aproxima-se do nosso planeta produzindo nos protagonistas a esperança de nessa Terra alternativa encontrarem uma segunda chance para suas vidas. “Upside Down” parece vir na esteira de filmes que mesclam o gênero sci fi com dramas psicológicos de autoconhecimento. Pela sinopse e a crítica especializada, encontramos diversos indícios que tornam esse filme “Em Observação”: os nomes dos protagonistas são muito simbólicos (Adão e Eva), cenários distópicos, protagonista que perde a memória e mundos controlados por onipresentes corporações (demiurgos) que oprimem a humanidade. Isso sem falar na presença de um mundo alternativo, que, pelas sinopses, é um negativo do mundo “de baixo”. 

Narrativas que tematizam pluralidade de mundos são suspeitas em estar explorando mitologias gnósticas. Veja, por exemplo, o professor gnóstico Basilides (Filósofo gnóstico de Alexandria, possivelmente originário de Antioquia em 117-138 D.C.) acreditava em um Universo originado por um princípio incriado da onde foi emanado 365 “céus”, um dos quais o nosso mundo comandado pelo Demiurgo.

Além disso a personagem Eve de Kirsten Dunst pode estar desempenhado simbolicamente a figura mitológica gnóstica de Sophia, a Sabedoria Celestial, aquela que vem para despertar o Adão adormecido em sua prisão.

O que promete? Vejamos essa crítica de Sveta Piatakova do site “Franking Films”: Cinéfilos muitas vezes falam sobre a falta de originalidade no filme moderno . Bem, o sci fi romântico “Upside Down”, dirigido por Juan Diego Solanas e estrelado por Kirsten Dunst e Jim Sturgess está prestes a responder às suas orações. Um novo mundo é criado neste filme, marcação junto imagens inovadoras, efeitos, conceitos e até mesmo a linguagem. (...) O visual é, por vezes, de tirar o fôlego. O mundo de cima é cheio de luz solar, as pessoas maravilhosamente vestidas e arquitetura futurista. Os  de baixo vivem em um mundo preto e branco com um ocasional cor rosa (para indicar a magia do pólen de abelhas ou a bicicleta de uma criança). As cenas de abertura de terrenos montanhosos e mares com nuvens surreais em entre os dois planetas são uma maravilha da CGI.” A conferir. 

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