Philip K. Dick escreveu seus contos sob a
sombra do macarthismo da Guerra Fria onde a lealdade e confiança eram as
principais armas contra a traição e delação de um sistema totalitário. Mas para
ele, esse sistema não era apenas político, mas cósmico – obra de um Deus
demente, um Demiurgo Criador que nos aprisiona por meio da ilusão moral (culpa)
e ontológica (o princípio de realidade). A nova série da rede britânica Channel
4 “Philip K. Dick’s Electric Dreams” (2017-) adapta esses contos de ficção
científica que conduziram o escritor até a violenta epifania mística em 1974,
na qual teve visões, sonhos e revelações místico-religiosas que o levaram ao
gnosticismo cristão. Os 10 contos que compõem a primeira temporada da série
apresentam não só a atmosfera do anticomunismo da Guerra Fria do momento em que
foram escritos. Mas didaticamente nos mostra os 10 grandes princípios da
Revelação Gnóstica que orientaram toda a obra do escritor. Por isso Philip K.
Dick tornou-se visionário: cada vez mais a realidade atual se assemelha a um
conto dele.
O grande confronto digno do homem está entre a Tragédia (a clássica vitória grega do Destino sobre o homem) e o Heróico (moderno e faustiano) – e isso acontece pelo colapso do Tempo e Espaço, satisfazendo a morte em seus próprios termos: você não aproveita porque morre. Mas é a sua morte, não uma morte imposta a você violando sua natureza: é o resultado lógico do que você é, e não do que o mundo e o destino sejam. (The Exegesis of Philip K. Dick)
O mundo atual está cada vez mais parecido
com as visões distopicas para o futuro do escritor Philip K. Dick (1928-1982).
Não só pelos temas da ganância corporativa, controle autoritário, inteligência
artificial, drogas e tecnologias revertidas contra a própria humanidade.
Notícias recentes como a do novo Iphone
que desbloqueia através de um dispositivo de reconhecimento facial, modelos
robôs fotografados em editoriais de moda ou o prefeito de São Paulo propondo
uma gororoba processada para alimentar os pobres lembrando filmes sci fi distopicos
como No Mundo de 2020 (1973), nos faz
sentir que a vida mais e mais se parece com um conto de Philip K. Dick (PKD).
Os créditos iniciais da nova série do
Channel 4 (rede de TV britânica) Philip
K. Dick’s Electric Dreams (2017-) já nos revelam essa atualidade do visionário
escritor: um robô debruçado em um laptop Mac se arrasta para trás de um pilar;
um quinteto de bebês com cordões umbilicais flutuantes fazem uma roda de mãos
dadas; luminosos de neon mostrando uma mulher com quatro seios numa paisagem
urbana noturna anunciam serviços sexuais entre outras cenas que revelam o apelo
contemporâneo da adaptação de contos de PKD escritos na década de 1950.
Nesta primeira temporada são 10 contos: até
aqui já foram apresentados The Hood Maker,
Impossible Planet, The Commuter, Real Life, Crazy Diamond, Human Is. Nas
próximas semanas: Kill All Others,
Autofac, Father Thing, Safe and Sound.
Nessa antologia de contos percebe-se a
atmosfera da época em que foram escritos, momentos do macarthismo e
anticomunismo do início da Guerra Fria: Estados totalitários, delações,
traições e o valor da lealdade e companheirismo como forças espirituais para
enfrentar um universo corrompido e decadente.
Philip K. Dick (1928-1982) |
Por que Hollywood adora Philip K. Dick?
Mas por que as visões de PKD tornaram-se
atemporais, transcendendo sua própria época? E principalmente: por que, apesar
do escritor combinar misticismo com engajamento político, o mainstream do entretenimento adora PKD?
É um dos autores de ficção mais adaptados
no cinema e audiovisual: Blade Runner,
Total Recall, Minority Report, Paycheck, A Scanner Darkly, The Adjustment
Bureau e a recente série Amazon The
Man in The High Castle que mostra uma História alternativa na qual a
América foi controlada pelos nazistas na Costa Leste e pelo império japonês na
Costa Oeste – os nazistas dominaram primeiro a tecnologia nuclear, mudando todo
o desfecho da Segunda Guerra Mundial.
Talvez a resposta comece nas críticas
negativas feitas ao estilo literário de PKD, para horror dos fãs confessos do
escritor: PKD não foi um bom escritor – há uma escassez de prosa e muitos
diálogos são desajeitados. Certamente ele não chegou ao talento narrativo de
alguns autores da sua geração como Ray Bradbury.
Muitas vezes sente-se que as ideias
deveriam estar explodindo na cabeça do escritor a um tal ritmo que ele não
tinha tempo para jogos de palavras e meandros de estilo e retórica. Por
exemplo, o roteirista Ronald D. Moore (Battlestar
Galactica), que adaptou o conto “Exhibit Piece” (na série, o episódio
chama-se Real Life), disse que da
estória originou pouca coisa restou – mas permaneceu “o coração e o cérebro que
originaram o conceito da narrativa”.
Por isso, por trás do estilo cru e direto
de PKD está aquilo que atualmente Hollywood mais busca: conceitos, ideias,
visões.
Visões de PKD
E essas visões sempre foram a de um homem
que sempre teve a sensação de que a realidade, como costumamos percebê-la, é
uma mera fachada. PKD sempre sentiu que havia algo de moralmente errado em um
universo no qual, por exemplo, um inocente gato poderia ser alegremente
atropelado por um carro. Por isso, seus romances sempre abordaram o tema do
homem prisioneiro de maquinações de um poder além do seu controle.
Portanto, ele era essencialmente
gnóstico. Até culminar na sua revelação (gnose) em 1974 quando, a semelhança do
episódio “Real Life”, teve visões
hipnagógicas, audições, sonhos tutelares, e toda a visão de milhares de
gráficos coloridos lembrando "a pintura não-objetiva de Kandinsky e
Klee", como descreveu – sobre isso clique aqui.
Seus contos e livros foram a
preparação para essa gnose brutal de 1974, “a morte antes de você morrer”, como
afirmou. Podemos encontrar na obra do escritor 10 princípios da “revelação
gnóstica”, como PKD mostra no livro The
Exegesis of Philip K. Dick, 2011.
Até aqui, desde o
Gnosticismo Pop de Matrix e Show de Truman, Hollywood tem se sentido
atraída por essas revelações: são icônicas, misteriosas, um verdadeiro thriller
místico-religioso, que parece ir ao encontro da percepção generalizada dos
espectadores nesse mundo em que vivemos: há algo não só muito errado – mas
também perigoso e mortal.
Portanto, a chave de
compreensão da série Philip K. Dick’s
Electric Dreams, isto é, o sentido que une os 10 contos da primeira
temporada, é entender como cada um dos episódios se conecta com essas
revelações.
Revelações de PKD na série
Revelação 1: O Criador deste
mundo é demente
A Criação é uma imensa máquina perversa
de um Demiurgo dividido em diversos planos governados por Arcontes. Mesmo
depois da morte, o desafio para a alma é navegar entre essas autoridades
cósmicas sem ser ludibriado pelas ilusões. O Estado totalitário do primeiro
episódio “The Hood Maker”; a corporação especializada em criar ilusões para
turistas em tour espaciais em “The Impossible Planet”; uma outra corporação que
fábrica “consciências quânticas” para androides terem “élan vital” em “Crazy
Diamond” ou uma misteriosa cidade que vicia as pessoas em versões alternativas
“felizes” para suas vidas.
Em cada episódio há algum tipo de
Demiurgo, auxiliado por seus Arcontes, em algum plano da existência criando
realidades para iludir e explorar. São entidades amorais, isto é, moralmente
irresponsáveis onde os fins justificam os meios.
Revelação 2: O mundo não é o que parece.
Um véu de ilusão é criado a fim de obscurecer a natureza demente do Criador.
Os discursos dos Criadores Demiurgos são
sempre altruístas e positivos, nos quais a distância entre os meios e os fins
praticamente inexiste. Em “Real Life” o dispositivo neural é para “tirar férias
da própria vida”, embarcando em uma realidade alternativa virtual; a leitura
telepática usada pela polícia da União sob o pretexto da segurança e democracia
que vira um poder autônoma e descontrolado no episódio “The Hood Maker; ou como
em “The Commuter” no qual uma entidade metafísica aparentemente altruísta
criando realidades alternativas felizes, atropela o livre-arbítrio e o amor. A
suposta felicidade vira vício e escravidão.
Em cada episódio há uma ilusão que
encobre a falha da Criação: entropia, morte e “reversibilidade irônica”:
felicidade vira escravidão, democracia vira totalitarismo e o amor pela vida
cria a morte – como em “Crazy Diamond” onde as “consciências quânticas” (“jacks”
e “jills”) têm uma vida breve e começam a falhar (dispositivo corporativo de
“obsolescência planejada”) e, como nos replicantes em Blade Runner, uma “CQ”
luta para viver mais.
Revelação 3: Há um Reino melhor, acima
dessa Criação, e todos os esforços devem ser dirigidos para: voltar para lá;
trazê-lo para cá.
Invariavelmente, os protagonistas são
“estrangeiros” – vivem relações de alienação e estranhamento em seus ambiente
familiares ou cotidianos. Sentem- se como exilados, como se aqueles planos da
realidade em que vivem não fossem as deles. “Real Life” temos dois personagens,
cada em planos virtuais intercambiáveis, sem saber a que mundo pertencem.
Há perda de memórias, fragmentos de
lembranças, déjà vus. Há sempre alguma reminiscência de algum lugar distante no
tempo e espaço.
“Real Life” é o episódio que melhor
explora essa tensão entre o “lá e cá”.
Revelação 4: Nossas vidas reais estão lá
atrás, esquecidas há milhares de anos, e nós podemos recuperar as lembranças
das nossas origens nas estrelas.
Em “Crazy Diamond”, tal como Jim Carrey
em Show de Truman, Ed Morris (Steve Buscemi) é um nostálgico engenheiro que
produz “consciências quânticas”, apegado ao seus discos de vinil e com o sonho
de sair pelo oceano a bordo do seu veleiro. O tema que toca é a música
psicodélica “Octopus” do guitarrista Sid Barrett nas origens da banda Pink
Floyd nos anos 1960.
A típica nostalgia pós-moderna: saudades
de épocas que não foram vividas, mas que revela a nossa condição de
estrangeiros e exilados. Uma nostalgia indeterminada, de algum lugar ou tempo
esquecidos.
Revelação 5: Cada um de nós tem uma
contraparte ainda não decaída conectada ao Divino, que pode ajudar a nos
despertar. Essa outra personalidade é auto-vigilante, enquanto a nossa
consciência dorme. Estamos de fato dormindo, e nas mãos de um mágico perigoso
disfarçado como um bom deus, mas é um divindade perturbada. A desolação, o mal
e a dor desse mundo (uma prisão determinista) nos faz cedo criar um princípio
de realidade e, de bom grado, adormecemos na ilusão.
O episódio “Impossible Planet” é o que
melhor ilustra esse revelação de PKD. Dois funcionários de uma corporação de
turismo no espaço chamada Astral Dreams (Jack Reynor e Benedict Wong), veem a
possibilidade de dar um golpe na personagem de Geraldine Chaplin, uma idosa
nostálgica do planeta Terra. Com os recursos em criar ilusões tecnológicas de
uma nave turística da empresa, tentarão iludir a cliente simulando uma viagem à
Terra - na verdade o planeta já se extinguiu.
Ela é surda e, portanto, presa fácil para
os golpistas que ganharão de uma vez o que levariam anos para ganhar
honestamente.
Logo percebemos que a nostalgia e as
lembranças de um lugar chamado Elk River têm algum tipo de natureza mística que
transcenderá a morte.
Revelação 6: Você poderá passar da prisão
delirante do mundo em que vive para o reino pacífico se o verdadeiro Deus
coloca-o sob sua Graça e permite-lhe ver a realidade através dos seus olhos.
No episódio “Human Is” uma mulher (Essie
Davis) sofre em um casamento sem amor com um marido emocionalmente abusivo
(Bryan Cranston) e percebe que, quando ele retorna de uma batalha em outro planeta, volta muito diferente - agora amoroso, compreensivo e companheiro. Ela descobrirá
o verdadeiro amor através dos olhos de um alien que, parece, assumiu o corpo do seu marido.
Para os gnósticos Deus não é um Criador
(sentido dado apenas ao Demiurgo), mas um “alien”: ele foi “emanado” e existe
desde sempre. A dimensão da Criação é temporal (criação e decadência,
entropia), enquanto a Graça Divina está num plano atemporal.
Na série, todos os pontos de virada dos
protagonistas se relacionam a descoberta desse plano atemporal que não foi
criado. Enquanto a Criação é ilusão, a Verdade é o Eterno: o que está além do
sentimento de culpa em “Real Life”, o amor através dos olhos de um alien em
“Human Is”, a descoberta do amor incondicional que está além da felicidade
fabricada em “The Commuter”, as memórias que transcendem a própria morte em
“Impossible Planet”, a Consciência Quântica que, apesar de manufaturada,
descobre o amor pela vida etc.
O plano temporal é ilusório porque
fugidio, tendendo à decadência, morte e destruição pela ação da flecha do
Tempo. Em seus contos, PKD almeja que seus protagonistas descubram o Eterno – a
“Graça de Deus”.
Revelação 7: Cristo deu a Revelação - Ele
ensinou aos seus seguidores como entrar no Reino enquanto ainda estão vivos,
enquanto as outras religiões só trazem a verdade “em outro reino” ou “em outro
tempo”. Nunca aqui, só depois da morte.
Para PKD, o inferno da realidade é o seu
determinismo criado por um princípio de realidade imposto pela dor e ausência
de esperança. A tensão entre o “lá” e “cá” da Revelação 3 é sempre resolvida
aqui e agora, nesse mundo. O plano secreto revolucionário dos telepatas “Teeps”
em “The Hood Maker”, ou a descoberta do amor incondicional na relação difícil
entre o pai Ed Jacobson (Timothy Spall) e seu filho ao reverter uma viciosa
realidade alternativa que prometia uma felicidade egoísta no episódio “The
Commuter”.
Daí que o Gnosticismo de PKD se aproxima
da Política: a Revelação não está em outro reino que conheceremos após a morte
(mesmo porque, a morte é a perpetuação da prisão através dos mecanismos
reencarnatórios), mas na ruptura do determinismo e da ilusão.
Revelação 8: Provavelmente a verdadeira
igreja cristã ainda vive. O segredo existe, há muito tempo, no subterrâneo. E
aqueles iniciados que vivem o Corpus Christi como sua cabeça e governante têm
poderes aparentemente mágicos.
É interessante como os contos de PKD
tratam de protagonistas que vivem, seja no presente ou no futuro, rotinas
absolutamente banais. Sem terem consciência de algum segredo muito antigo ou
realidade atemporal que mudará para sempre suas vidas.
Em “Impossible Planet”, Brian Norton
(Jack Reinor) tenta aplicar o golpe da falsa viagem ao planeta Terra sem saber
de uma realidade atemporal em loop que o liga a idosa ingênua Irma (Geraldine
Chaplin), vítima do golpe.
Em “Real Life”, a descoberta de que o véu
da “realidade” esconde uma estrutura de mundos possíveis nos quais nossos “eus”
vivenciam diferentes personas – e cujos sintomas são os déjà vus.
Há sempre alguma realidade atemporal e
imemorial sob a realidade. É claro que para o gnosticismo “viver o Corpus
Christi” é uma simbologia: o “Corpo de Cristo” seriam as diversas moradas,
cujos acessos demandariam a iniciação a conhecimentos herméticos e mágicos.
Revelação 9: A divisão do Universo em
dois tempos (Bem e Mal) e dois reinos (os bons e os maus) terminará
abruptamente com a vitória do Bem tornando o invisível em visível – não sabemos
quando isso ocorrerá.
Os contos de PKD são “maniqueístas” (no
sentido dado pelo pensador gnóstico Mani como dualismo radical): dois reinos
coexistentes de Luz e escuridão que se envolvem em conflitos e ações caóticas.
Não há superação dialética possível, mas apenas oposição na qual uma das partes
será destruída.
Ocasionalmente, a Luz torna-se
prisioneira das trevas, num processo lento de extração e salvação. Como os
telepatas “teeps” em “The Hood Maker” – presos e instrumentalizados pelo Estado
totalitário para finalidades de vigilância e repressão, planejam uma revolução
evolutiva para a espécie humana.
Ou em “Human Is” onde o alien rexoriano
torna-se um metamorfo (passa a viver no corpo do protagonista Silas) onde,
através dessa condição prisioneira em um corpo estranho, mostrará aos humanos
que sua raça de aliens tida como selvagem e sem códigos morais, possui uma
capacidade de amar ainda maior do que os próprios humanos.
Esse maniqueísmo gnóstico é bem diferente
do vulgar maniqueísmo hollywoodiano: enquanto na indústria do entretenimento
temos a vitória do Bem (o happy end) para manter a Ordem, destruindo o vilão
anômico ou desestabilizador, no Gnosticismo o “happy end” é a destruição da
Ordem com a revelação de tudo aquilo que era outrora invisível.
Revelação 10: Durante esse período de
tempo de travessia estaremos sendo julgados sobre a qual poder somos fiéis: o
Demiurgo Criador perturbado ou o Deus Uno e seu reino, que o conhecemos por
meio de Cristo.
Esse elemento moral do julgamento está
presente principalmente no episódio “Real Life”: Cora (Karin Anglim), uma
policial de Chicago no futuro sente-se culpada por uma chacina de policiais na
qual ela foi a única sobrevivente. Esse sentimento de culpa se estende ao seu
outro “eu” numa Chicago alternativa no passado (George – Terrence Howard), um
engenheiro computacional bem sucedido que com um dispositivo “mindset” vive uma
vida virtual feliz no futuro como Cora.
Nesse episódio particular o sentimento de
culpa pune os protagonistas: sentem-se culpados por eventos produzidos pelo
Universo determinístico criado pelo Demiurgo. A culpa impede a felicidade dos
protagonistas.
Nesse específico conto de PKD está
sintetizada a visão gnóstica da moral: a culpa e o pecado não são imputados aos
homens, mas na própria Criação.
Dessa forma, Cristo não veio morrer por
nós ou pelos nossos pecados. Mas para nos eximir deles, ao mostrar que esse
quadro moral do Demiurgo nos aprisiona na realidade através da culpa por nos
considerarmos pecadores e decaídos. Não merecedores da Criação supostamente
Divina.
**********
E PKD alerta em sua Exegese: “aquele que
conhecer esses dez princípios do cristianismo gnóstico, estará cortejando o
desastre!”
Portanto, o espectador deverá ter cuidado
com o material altamente cáustico e perigoso adaptado pela série Philip K. Dick’s Electric Dreams.
Ficha Técnica
|
Título: Philip K. Dick’s Electric Dreams
|
Diretor: David Farr, Fancesca Gregorini, Tom Harper,
Julian Jarrold entre outros
|
Roteiro: baseado em contos de Philip K. Dick
|
Elenco: Geraldine Chaplin, Steve Buscemi, Essie Davis, Bryan Craston,
Jack Reynor, Terrence Howard
|
Produção: Channel 4, Sony Pictures Television
|
Distribuição: Amazon Studios
|
Ano: 2017
|
País: Reino Unido/EUA
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