Sugerido pelo nosso leitor !3runo, a série "Under The Dome" estreiou dia 24 de junho da TV CBS nos EUA. Baseado no livro homônimo do escritor Stephen King, o episódio piloto nos mostra o estranho incidente que faz uma pequena cidade ficar isolada do resto do mundo: inexplicavelmente uma redoma gigantesca e transparente cai do céu, mantendo os habitantes de Chester's Mill prisioneiros. A série tem grande potencial em desenvolver temas caros aos filmes gnósticos: personagens prisioneiros em um microcosmo, atmosfera de conspirações governamentais ou alienígenas e clima de paranoia generalizada entre os habitantes da cidade: todos parecem esconder algum estranho segredo.
Under the Dome (2013)
Plot: baseado em livro homônimo de Stephen
King, “Under the Dome” é uma série de ficção científica e terror transmitida
pela TV CBS nos EUA em sua primeira temporada. O episódio piloto foi exibido no último dia 24 de junho A série conta a história da pequena
cidade chamada Chester’s Mill que inesperadamente é vítima de um bizarro evento
sem nenhum sentido: a cidade é repentinamente separada do resto do mundo por uma
espécie de barreira ou domo transparente que cai do céu, encobrindo toda a
cidade e mantendo-a isolada no interior de uma gigantesca cúpula. No filme
piloto da série acompanhamos uma série de morte e acidentes provocados pelo
repentino isolamento da cidade: um avião explode ao se chocar com o topo da
cúpula; pessoas têm mãos e braços violentamente decepados com a repentina queda
da cúpula; uma vaca é partida no meio; o chefe da polícia morre quando seu
marca-passo explode ao tocar com as mãos a superfície da cúpula etc.
O episódio piloto da série
apresenta o início dos intrincados relacionamentos entre Barbie (Mike Vogel),
um misterioso outsider; Julia (Rachelle lafevre) uma jornalista investigativa;
Big Jim (Dean Norris), vereador e vendedor de carros usados e Duke (Jeff
Fahey), o chefe de polícia. Todos com misteriosos segredos, como os estranhos
caminhões com carregamentos de gás propileno que chegam à cidade pouco tempo
antes dos bizarros eventos. E os jogos de poder entre os personagens da cidade,
todos dando a entender que escondem algo de proibido e estranho. Será que tem a
ver com a gigantesca cúpula?
Por que está “Em
Observação”? – Nesse primeiro episódio da série pode-se perceber que estão
presentes os temas mais caros de Stephen King: culpa, punição – a cidade
estaria sendo punida pelos pecados e a corrupção de seus líderes? – e pecados.
O isolamento de Chester’s Mill por uma redoma transparente parece torna-la numa
vitrine, uma espécie de microcosmos do que ocorre na Terra: apesar do estranho
evento de proporções metafísicas, continuam na cidade os jogos de poder entre
políticos, polícia e prefeitura. Como se nada tivesse ocorrido. Parece que cada
uma dessas partes vai tentar tirar proveito do estranho incidente.
Há um evidente potencial
de temas gnósticos serem explorados pela narrativa: já começa com a ideia de
uma gigantesca redoma isolando a cidade e a conceito de microcosmo. Lembra não
só a imagem-símbolo do gnosticismo que mostra um monge tentando observar o que
está além do mundo (veja imagem ao lado) como também as “cidades-prisões” como
a Seaheaven do filme “Show de Truman” e a cidade-laboratório dos aliens que confinavam seres humanos em “Cidade
das Sombras” (Dark City, 1998).
As hipóteses que expliquem
a gigantesca redoma sobre a cidade já são lançadas no primeiro episódio: alienígenas
que criaram uma espécie de aquário para observar o comportamento humano? Um
projeto secreto do governo que deu errado? De qualquer forma, são hipóteses bem
gnósticas: alguém que não nos ama conspira contra nós.
O que esperar? – Os produtores
da série são Brian K. Vaughn (da série “Lost”) e Neal Baer (“ER”), além de
Steven Spielberg ser o produtor executivo, o que já um primeiro motivo para
termos grandes expectativas. Com a série “Lost”, Vaughn demonstrou uma grande
habilidade em entrelaçar uma série de personagens interessantes confinados em
um pequeno espaço narrativo, e manter as engrenagens girando por vários
episódios. E como em “Lost”, a narrativa promete equilibrar explicações
sobrenaturais (muitos habitantes da cidade que tocam a redoma têm uma espécie
de ataque epiléptico e passam a falar uma críptica frase: “as estrelas estão
caindo em linhas...”) com causas bem terrenas – vemos do outro lado da cúpulas
cientistas chegados com roupas antirradiação portanto estranhos aparelhos.