sábado, janeiro 13, 2024

Live está de volta! Com bombas semióticas: polarização nem-nem, metonímicas, dos spin-offs do 8/1, da vaidade, da empatia...


O humilde blogueiro está de volta! Live Cinegnose 360 #139, nesse domingo (14/01), às 18h, no YouTube e Facebook. Como este Cinegnose estava de férias, mas sem deixar de acompanhar a distopia que nos cerca, teremos uma enxurrada de assuntos. Começamos com os vinis do humilde blogueiro: Diana Washington, jazz e uma vida autêntica abreviada. Na sessão do Cinema e audiovisual vamos de três filmes: “Saltburn” (a “rich exploitation”), o brasileiro “Retratos Fantasmas (memórias em ruínas) e “A Sociedade da Neve” (canibalismo e horror cósmico). Na sessão dos livros, vamos discutir o conceito de castas. E na Crítica Midiática: o ano começa com jornalismo metonímico e contaminações semióticas... e o ano na Globo começa com o Japão como reserva moral dos brasileiros; Haddad: a vaidade é o pecado predileto do diabo; a bomba semiótica transmídia do 8/1 com mais spin-offs; violência no Equador... e Globo News preocupa-se com EUA; Eleições municipais: a polarização semiótica “nem-nem”; as bombas semióticas da “Empatia” e do “fazer a diferença”; a retórica da distopia high tech de Musk... e, como sempre, outras bombinhas semióticas. 

Canibalismo e horror cósmico em 'A Sociedade da Neve'


A história dos sobreviventes dos Andes (o acidente aéreo de 1972 com dezesseis sobreviventes entre 45 pessoas a bordo) já foi contada e recontada na literatura e cinema – sempre com o toque sensacionalista do canibalismo. Mas em “A Sociedade da Neve” (2023), do diretor espanhol J.A. Bayona, a questão do canibalismo é colocada num cenário mais amplo: o do horror metafísico ou cósmico, com forte traço gnóstico. Os planos grandiosos dos Andes os infinitos campos de neve contrastando com fragilidade dos sobreviventes diante da escala do cenário acentuam a absoluta indiferença da Natureza diante da presença humana. Ali não há Deus, propósitos divinos, sentido ou sequer destino. Apenas a fúria dos elementos. Diante da “morte de Deus” resta o pós-humano: o homem tornar-se uma máquina de sobrevivência tão furiosa quanto a Natureza – e o canibalismo é apenas um elemento nesse quadro mais geral.

quinta-feira, janeiro 11, 2024

Filme 'Intruso' e o amor na era da inteligência artificial


A premissa de “Intruso” (Foe, 2023) soa familiar, sobre a ideia de robôs e androides se tornarem tão reais que percamos as fronteiras entre simulação e realidade. Mas, lembre-se! Não estamos mais diante de replicantes sencientes e autônomos. Mas agora lidamos com inteligência artificial machine learning – algoritmos que “aprendem” conosco e não mais emulam, mas imitam. Num futuro em que o planeta está ambientalmente agonizante e a saída é o espaço sideral, um casal que mora em uma fazenda remota no Centro-oeste americano recebe a visita de um representante do governo convocando o marido para uma missão em uma colônia em outro planeta. Para dar continuidade ao casamento, no lugar ficará um clone com o qual a esposa nem perceberá a diferença. Para garantir isso, um pesquisador deverá passar um tempo com o casal para recolher o máximo de informações para que o clone seja o mais real possível. Em “Intruso” acompanhamos o que poderá ser o amor em tempos de inteligência artificial. 

sábado, janeiro 06, 2024

Culpa e fúria nos 40 anos da série 'Chaves' no Brasil



Está fazendo 40 anos da estreia da série mexicana “Chaves” (El Chavo Del Ocho) aqui no Brasil Criado por Roberto Gómez Bolaños, falecido em 2014, era apelidado de Chespirito - “Pequeno Shakespeare”. Mas ele sempre esteve muito mais próximo de Stephen King e do escritor francês Camus. Se King dizia que o inferno era a repetição e Camus via no homem moderno atualização do mito de Sísifo, Bolaños vai mixar esses insights em uma pequena vila de pobres e remediados em algum lugar no Distrito Federal do México. Uma galeria de personagens que parecem condenados a repetir seus pecados na eternidade, assim como Sísifo rolava uma pedra montanha acima numa tragédia sem fim. Mas se fosse apenas isso, “Chaves” não seria tão cultuado por tantas gerações. Há algo mais: se por um lado a série revela um sentido auto moralizante onde cada personagem repete "ad aeternum" seus pecados mortais, do outro ninguém demonstra o menor respeito pela Ordem, seja a de Deus ou a do Diabo. A receita de um cult: a ambígua da mistura da culpa com a fúria.

quinta-feira, janeiro 04, 2024

Filme 'Saltburn' e a "rich exploitation' de uma aristocracia que perdeu seus predadores naturais


A produção original Amazon “Saltburn”, de Emerald Fennell (“Bela Vingança”) é uma combinação explosiva de sexo com luta de classes. Mais uma produção de uma tendência dos últimos anos que poderíamos definir como subgênero “rich exploitation”: obscenamente ricos que se autodestroem. Mas “Saltburn” explora uma faceta do topo da pirâmide social: os aristocratas, aqueles que apenas herdam a riqueza com um senso quase ingênuo de nobreza – sem predadores naturais, basta apenas um pequeno empurrão para que tudo desabe. Um jovem proveniente da classe trabalhadora chega à exclusiva universidade de Oxford para conviver com jovens herdeiros que não têm a menor necessidade de estarem ali. A não ser justificar para a sociedade a sua absurda riqueza. “Saltburn” é uma espécie de remix de “O Talentoso Ripley”, porém transitando entre o thriller sexual e o humor sombrio.

quarta-feira, janeiro 03, 2024

Memórias em ruínas no filme 'Retratos Fantasmas'


As ruínas nos fascinam. Desde o início da arqueologia moderna, influenciou a sensibilidade artística criando um imaginário associado a memórias, fantasmas e desaparecimento até chegar, no século XX, ao “princípio das ruínas” como propaganda e estética política nazista: ruínas como inspirações para as gerações futuras. Kleber Mendonça Filho consegue representar esse imaginário em “Retratos Fantasmas” (2023) através de uma jornada pessoal e sociopolítica pelas memórias trazidas pelas ruínas urbanas: da casa vizinha ao edifício em que mora aos cinemas de rua abandonados do Centro do Recife. Como a modernidade cria incessantemente ruínas. E como nos relacionamos com elas através das memórias. Além de as ruínas apontarem para o futuro quando salas de projeção viram templos religiosos.

sábado, dezembro 30, 2023

A morte é a única coisa que nos une na série 'Fim'


A única certeza que nos acompanha por toda vida é que um dia vamos morrer. É aquilo que nos separa (nossos amores e amigos vão morrendo, deixando buracos em nossas vidas), mas ao mesmo tempo nos une: diante da morte somos todos iguais. Nessa trajetória em direção do fim, duas questões emergem: por que uma coisa tão boa como o amor, de repente não funciona mais? E por que, a certa altura, tudo de bom que a vida nos deu começa a ser retirado? Esses são alguns temas que ecoam na série original Globoplay “Fim” (2023). Tudo começa no velório com um grupo de amigos de longa data. Suas vivências, memórias, desilusões e, principalmente, a fugacidade do amor, da felicidade e a incomunicabilidade das relações humanas marcam a série. Fazendo lembrar a interpretação de Albert Camus ao Mito de Sísifo.

sexta-feira, dezembro 29, 2023

Robô "ataca" engenheiro na Tesla: a retórica do capitalismo high tech distópico de Elon Musk


“Revolução das máquinas!”. “Homens X Máquinas!”. “Robô ataca engenheiro!”. Foi com essas manchetes sensacionalistas que a mídia noticiou um acidente ("ataque" para a mídia) ocorrido na fábrica da Tesla em Austin, EUA, envolvendo um robô da linha de montagem. Matérias híbridas de jornalismo e marketing, que se alinham a uma paradoxal retórica de Elon Musk que poderíamos chamar de “capitalismo high tech distópico”. O bilionário já falou que estamos presos na Matrix e devemos fugir. Depois falou da necessidade da colonização de Marte para escaparmos da guerra nuclear. E agora alerta que a inteligência artificial ameaça extinguir a humanidade. A Mídia adora essa retórica de Musk: é sensacionalista e garante click baits. Mas também possui uma mais valia ideológica: por trás desse fetichismo distópico de máquinas que supostamente poderiam se tornar sencientes, ocultar o velho capitalismo tão bem apresentado por “Tempos Modernos” de Chaplin – das linhas de montagem aos algoritmos, a inovação tecnocientífica nada mais é do que a codificação das intenções, opiniões e predisposições econômicas e ideológicas codificadas pelos seus criadores: a elite tecnológica à serviço da burguesia. 

terça-feira, dezembro 26, 2023

Contra as bombas semióticas da "Empatia" e do "Faça a diferença"

“Empatia” e “faça a diferença” são expressões que marcaram 2023. Apareceram em todos os lugares: no colunismo e editoriais da grande mídia, em vídeos publicitários das grandes marcas globais, nos discursos motivacionais corporativos, na literatura de autoajuda. Viraram palavras mágicas através das quais podemos supostamente fazer uma sociedade melhor e mudar o mundo! Há uma relação direta entre o aumento da polarização política e escalada midiática dessas palavras, consideradas antídotos para todas as mazelas do ódio e intolerância. O mais irônico, é que aqueles que lançam essas palavras mágicas como slogans ou hashtags foram os responsáveis pela doença que supostamente pretendem curar: o jornalismo de guerra que deu visibilidade ao extremismo político e fundações privadas educacionais de bilionários que financiaram a cismogênese brasileira. “Empatia” e “faça a diferença” viraram bombas semióticas do “Sim!” que retroalimentam aquilo que simulam querer sanar.

domingo, dezembro 24, 2023

Em 'Paisagem com Mão Invisível' o Capitalismo é extraterrestre



O filme “Paisagem com Mão Invisível” (Landscape with Invisible Hand, 2023, disponível na Amazon Prime Video), adaptação do livro homônimo de M.T. Anderson, é um curioso mix de Economia Política e ficção científica. Fazendo alusões a duas coisas bem atuais: exclusão e precarização do trabalho no novo salto tecnológico do capitalismo; e as teses de estudiosos do fenômeno Ovni de que governos e elites econômicas não só sabem da presença alien nesse planeta, como também o salto tecnológico das últimas décadas veio da colaboração dessas elites com extraterrestres. Uma conspiração entre a elite e aliens contra a maioria dos seres humanos tornados obsoletos por hologramas e Inteligência Artificial. O filme é uma sátira sombria de um contexto que o Fórum Econômico Mundial define como “Grande Reset Global do Capitalismo”.

sexta-feira, dezembro 22, 2023

'O Homem dos Sonhos': quando as redes sociais se transformam no inconsciente coletivo


Quando o psicanalista suíço Jung formulou a teoria dos arquétipos e do inconsciente coletivo, não pensava que um dia haveria uma tradução eletrônica desse campo onírico coletivo: a Internet e as redes sociais. Uma tradução tão irônica que o diretor e escritor norueguês Kristoffer Borgli (“Sick of Myself”) imaginou uma curiosa metáfora: sem fazer o menor esforço, um homem torna-se viral ao aparecer recorrentemente nos sonhos de um número crescente de pessoas, um estranho fenômeno análogo ao déjà vu ou uma espécie de “Efeito Mandela”. Transforma-se numa celebridade involuntária sem o menor controle sobre sua imagem. Até o momento em que os sonhos começam a se transformar em pesadelos. Este é o filme “O Homem dos Sonhos" (Dream Scenario, 2023), no qual mais uma vez Nicolas Cage cria meta camadas de si mesmo. As coisas se complicam quando agências de marketing digital e uma startup tecnológica começam a se interessar pelo fenômeno, criando cenários bizarros de uma comercialização selvagem.

terça-feira, dezembro 19, 2023

Na última Live do ano, saboreie o puro suco de Brasil: o bunker da elite; sequestro mal explicado; toxicomania de minorias e de massas etc.


Na última Live do ano, venha experimentar o sabor do puro suco de Brasil. É na Live Extra Cinegnose 360 #32, nessa quarta-feira (20/12), às 18h, no Facebook e YouTube. Depois da últimos e controversos Comentários Aleatórios do ano, vamos experimentar o suco de Brasil na Crítica Midiática do meio da semana: as facetas do Brasil profundo no caso da policial civil assassinada num bunker de elite no Jardim Paulistano e no mal explicado sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca; o caso do “Heisenberg” bolsonarista Renato Cariani: a diferença entre toxicomania de minorias e de massas; reforma tributária e moralismo econômico: o imposto do pecado; jornalismo clickbait: jogador do Flu John Kennedy faz alusão a traficante quando faz gol; como o caso Ana Hickman vira uma bomba semiótica de extrema direita; Itaú é feito do futuro... roubado de nós: Itaú e Bradesco ganham fortunas com dinheiro brasileiro investido nos EUA; pau que bate em Chico...: TCU vai fazer auditoria nos presentes de Lula; a nova estratégia de comunicação do governo: dialogar com bolsonaristas.

sábado, dezembro 16, 2023

Sete teses sobre Mídia e Política; para 'O Globo' gatos causam esquizofrenia e Dilma não é mulher; comunista no STF: Lula acertou?


O primeiro juiz comunista em uma corte suprema num país capitalista de uma neocolônia digital... Essa nem Lênin apostaria... Lula acertou? Vamos discutir isso dentro de uma semana de intensos ataques e contra-ataques semióticos, na Live Cinegnose 360 #138, nesse domingo (17/12), às 18h, no YouTube e Facebook. Começaremos com o som atmosférico sombrio da banda “Interpol”: o zeitgeist da virada de milênio preparou os atentados de 2001 nos EUA. E depois dos trepidantes Comentários Aleatórios, vamos discutir os filmes “O Mundo Depois de Nós” (o apocalipse da cismogênese e caos administrado) e “Esqueceram de Mim” (a quebra do elo geracional por trás do clássico natalino). Sessão especial dos livros do humilde blogueiro: As Sete Teses sobre Mídia e Política no Brasil. E na Crítica Midiática da Semana: do “comunista” Flávio Dino no STF à derrota acachapante do Governo na derrubada dos vetos de Lula: uma guerra semiótica; Gatos podem contaminar tutores com esquizofrenia: jornal O Globo e agenda setting biopolítica; ciclovias de Haddad em SP: o reconhecimento tardio do Estadão; Dilma na primeira classe: para O Globo Dilma não é mulher. Venha também ser comunista na Live Cinegnose 360.

'Esqueceram de Mim': quando as festas de final no ano viraram o alívio cômico da família


Com a proximidade das festas de final de ano, a grande mídia é tomada matérias jornalísticas, filmes e séries repletas de contos motivacionais e morais com histórias de reformas íntimas e promessas de Ano Novo em se tornar uma pessoa melhor, mais empática e otimista. Nessa onda de final de ano certamente se destacam as indefectíveis reprises do clássico “Esqueceram de Mim” (Home Alone, 1990), mostrando que o filme resiste ao tempo e a cada exibição parece se tornar melhor. O que fez “Esqueceram de Mim” virar um clássico de Natal? Desde o seu lançamento, o filme mostrou que era muito mais do que um filme infantil de Natal – além de revisitar os arquétipos do abandono e separação ainda vivos na infância, a narrativa da negligência dos pais de Kevin reflete o drama da quebra do elo geracional das famílias modernas. O clássico oferece o alívio cômico em humor negro para o mal-estar das famílias no final de ano: rir de si mesma.

quinta-feira, dezembro 14, 2023

O apocalipse da cismogênese e do caos administrado em 'O Mundo Depois de Nós'


A produção Netflix “O Mundo Depois de Nós” (Leave the World Behind, 2023) parece mais um filme sobre apocalipse: o que está acontecendo? Um ataque cibernético? Um apocalipse geomagnético? Um ataque terrorista? Pouco importa. Estamos diante de um curioso filme “alt-apocalipse – o fim do mundo como o conhecemos é um mero pretexto para discutir outra questão: como cada vez mais nos isolamos, nos dividimos e polarizamos num ecossistema midiático que nos deixa cada vez mais vulneráveis. Ninguém precisa empurrar as pessoas para um penhasco. Apenas as empurre na direção do penhasco que elas farão o resto por conta própria. Se “Não Olhe para Cima” discutia como as bolhas das redes sociais nos tornam cegos e solipsistas, “O Mundo Depois de Nós” vai além: como o atual ecossistema midiático (ou mesmo a ausência dele no fim do mundo) cria cismogêneses e caos administrado. 

terça-feira, dezembro 12, 2023

Lula vai cair no buraco da Braskem? Janja hackeada: é a "misoginia"; Porta dos Fundos cancela Natal: é o timing da guerra semiótica


Como vai acabar o mar de buracos da Braskem? Em mais uma CPI feita por encomenda para frear a pauta econômica no Congresso... e, quem sabe, desgastar Lula. É a velha guerra semiótica que, mais uma vez, discutiremos, na Live Extra Cinegnose 360 #31, nessa quarta-feira (13/12), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois dos Comentários Aleatórios que andará no fio da navalha entre a Ciência e o Oculto, teremos a Crítica Midiática do meio da semana: ironias do neoliberalismo progressista: o caso da reitora negra de Harvard que criticou Israel; Semiótica: a roupa de Zelensky na posse de Milei; a “Liga da Justiça” contra Flavio Dino na sabatina do Congresso; Jornalismo de Guerra: Mauro Vieira denunciado por injúria racial em hotel; sem timing na guerra semiótica, Porta dos Fundos cancela especial de Natal; CPI da Braskem: o tempo é a arma do Centrão; Perfil de Janja hackeado: a culpa é da “misoginia”. E outras bombinhas semióticas!

sábado, dezembro 09, 2023

'Durutti Column'; Mídia fatura com ausência de Lula na posse de Milei; Globo incentiva justiceiros de Copacabana; a saborosa água da Sabesp


Quer comprar minha estatal?... Eu te dou o dinheiro! Não existe pecado abaixo do equador! Essa é a delícia de capitalismo dos trópicos. Vamos discutir esse e outros temas na Live Cinegnose 360 #137, nesse domingo (10/12), às 18h, no YouTube e Facebook. Vamos abrir os trabalhos com o rock impressionista da dupla “Durutti Column”: o pós-punk com timbre e texturas. E depois de mais controversos Comentários Aleatórios, vamos discutir o novo filme de Ridley Scott “Napoleão” (o demiurgo e o zeitgeist da guerra) e, com seis indicações ao Oscar, “Jojo Rabbit” (a psicologia de massas do Nazismo). Na sessão dos livros, teses sobre a mídia brasileira e a “saúde perfeita”. E na Crítica Midiática da Semana: Venezuela e Israel: dois pesos e duas medidas; EUA cortam ajuda militar à Ucrânia, diz a “Military Watch Magazine”; Privatização da Sabesp: o capitalismo dos trópicos; como a Globo incentiva os justiceiros de Copacabana; Identitarismo midiático comemora a primeira mulher general brasileira; agora grande mídia fatura com ausência de Lula na posse de Milei. E outras bombas semióticas... Venha conspirar nesse domingo!  

Na segunda-feira, Minutagem, Bibliografia e Discografia da Live Cinegnose 360 #137 na Descrição do vídeo no Youtube.


A psicologia de massas do nazismo no filme "Jojo Rabbit"


Nazistas são maus, frios e assassinos. É a própria encarnação do Mal no cinema, criando dramas pessoais e tragédias humanas. Tão poderosos que, através da propaganda política, teriam poderes totais sobre as massas hipnotizadas. Mas o filme “Jojo Rabbit” (seis indicações ao Oscar em 2020 e disponível no Star +) é uma visão alternativa nesse senso comum. Equilibrando-se corajosamente no fio da navalha entre tragédia e humor, o diretor Taika Waititi mergulha na guerra interior do pequeno protagonista: entre o superego do seu amigo imaginário (nada menos que o próprio Hitler) e o inconsciente secreto que se esconde no sótão da sua casa. Jojo finge ser uma nazista cruel da juventude hitlerista. Mas tudo o que quer é fazer parte de um clube. “Jojo Rabbit” cria uma representação fílmica da psicologia freudiana no nazismo: no fundo, as pessoas sentem-se solitárias e mal-amadas – sós, procuram a sensação de pertencimento. Nem que seja entre nazistas.

sexta-feira, dezembro 08, 2023

'Napoleão' de Ridley Scott: o demiurgo, o outsider e o zeitgeist da guerra


Ridley Scott desdenha as críticas feitas ao seu último filme “Napoleão” (2023), de historiadores e, principalmente, dos franceses: “eles nem gostam de si mesmos...”, respondeu. A precisão histórica não é o objetivo do diretor, mas principalmente fazer um “estudo do personagem” e transformar em protagonistas as cartas trocadas entre Napoleão e a amante Josephine, que se tornaram a espinha dorsal do filme. Além de Scott voltar a dois temas que são recorrentes na sua carreira: o Demiurgo e o “outsider” que desafia a tudo e a todos ao seu redor, para tentar resgatar algo de precioso dentro de si. Se a natureza da guerra revela o zeitgeist de uma civilização, então para Scott Napoleão foi o divisor de águas: o último herói da guerra clássica na qual o objetivo final é o domínio do território. Derrotado pelo futuro – a tecno-indústria inglesa com a logística do controle da velocidade e do tempo. A avant-première do que seria a guerra do século XX, das blitzkrieg nazistas e da velocidade dos mísseis. 

terça-feira, dezembro 05, 2023

Mídia brasileira também quer uma guerra; Lula TEM que ir à posse de Milei; o capitalismo sem risco no Brasil do Grande Reset Global


Às armas cinegnósticos! Vamos defender nossas fronteiras do ditador sanguinário da Venezuela... tudo por causa da “maldição do petróleo”. Para entender essa narrativa da grande mídia, venha participar da Live Extra Cinegnose 360 #30, nessa quarta-feira, às 18h, no YouTube e Facebook. Após os costumeiros e controversos Comentários Aleatórios, a Crítica Midiática do meio da semana: Grande mídia diz que Lula não deve ir à posse de Milei... então, Lula TEM que ir; sinais do Grande Reset Global: o Cybertruck de Musk, bilionários acumularam mais riqueza pela herança e o fim do Hotel Transamérica em SP; Para grande mídia Brasil vai à guerra na Guiana; OMS e a pandemia climática; Delícia de Capitalismo sem risco em SP: Via Mobilidade, Pacaembu, Sabesp etc.; Palmeiras campeão, com Crefisa, INSS e com tudo...

sábado, dezembro 02, 2023

Final Countdown do 'Europe'; as delícias do capitalismo no Brasil sem risco; o elogio de uma esquerda louca


Uma Live entre a loucura, a sanidade e o método... Quais as fronteiras entre racionalidade e o delírio na comunicação política? Venha discutir esse e outros temas na Live Cinegnose 360 #136, nesse domingo, às 18h, no YouTube e Facebook. Para começar, os vinis da banda ‘Europe”: não há “Final Countdown” na indústria musical sueca. Depois, vamos discutir a série “A Queda da Casa de Usher” (Justiça cármica e a elite predatória) e “Matando Deus” (Nitzsche, Gnosticismo e Teocídio). Na sessão dos Livros do Humilde Blogueiro, a osmose entre guerra e cinema. E na Crítica Midiática da semana: a delícia do capitalismo sem risco no Brasil - Via Mobilidade e Braskem; Alerta: caso Braskem se voltará contra Lula; A amnésia da esquerda; Um elogio para a loucura na esquerda; Bolsonaro, crime organizado e futebol: relações promíscuas; mais de 200 revistas médicas querem que OMS declare estado de emergência... o que está por trás?

'A Queda da Casa de Usher': Allan Poe e o acerto de contas cármico com a elite predatória


Com a proximidade das festas de final de ano, a área do cinema e audiovisual é tomada por contos morais otimistas sobre mudanças pessoais e reavaliações do significado da vida. Então, vá contra a corrente e encare uma série sobre execuções da justiça cármica dentro do universo do escritor gótico norte-americano Edgar Allan Poe. É a produção Netflix “A Queda da Casa de Usher” (2023), uma adaptação da obra escritor trazida para a era da Big Farma sobre a ascensão e o declínio de uma família americana bilionária cuja origem do império está num analgésico opiáceo que vicia e destrói a vida de milhões – obviamente inspirado no escândalo atual da Purdue Farma da família Sackler, responsável pela epidemia de opioides nos EUA com o analgésico OxyCotin. Os herdeiros Usher começam a morrer misteriosamente. Apontando para um tipo de escrutínio para além da Justiça terrestre: o horror metafísico dos fantasmas do consciência e do passado que vêm fazer o acerto de contas com a elite predatória.

sexta-feira, dezembro 01, 2023

A esquerda também precisa de loucos


A esquerda precisa de loucos! Este humilde blogueiro não está se referindo à opção existencial de ser esquerdista ou mesmo professor – que, sabemos, exige uma grande dose de loucura. O que este “Cinegnose” se refere é a recorrência de personagens caricaturais e canastrões promovidos pelas estratégias semióticas alt-right: Trump, Milei, Bolsonaro, Zelensky et caterva. São loucos, mas com método: o marketing político storytelling. Eles performam personagens arquetípicos (para ocultar suas verdadeiras agendas) que viram bombas semióticas – a única coisa que fura as bolhas digitais que flutuam no mar do “contínuo midiático atmosférico”, a transmutação atual da velha esfera pública. Não vivemos mais na “sociedade do espetáculo”, mas na “media life”: o que chamamos de “realidade” é aquilo que mais se assemelha às imagens e narrativas ficcionais. Por que a esquerda não faz o mesmo? Por que não fazer a extrema direita sentir o gosto do próprio veneno? Criar seus próprios Mileis, Bolsonaros e Zelenskys? Criar seus próprios loucos, mas com sinais trocados.

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