terça-feira, dezembro 29, 2020
A gnose é o jazz da vida na animação da Pixar 'Soul'
sexta-feira, dezembro 25, 2020
Astrologia transdisciplinar: com Grande Reset Big Money tenta reverter Grande Conjunção astral
No dia 21 de dezembro houve nos céus a chamada Grande Conjunção de 2020 com o alinhamento de Júpiter e Saturno. Enquanto aqui na Terra, em meio à pandemia global, Klaus Chwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, exorta que um “Grande Reset Global” será iniciado em janeiro de 2021 – uma reinicialização através da tecnologia digital guiada pela filosofia do Pós-Humanismo. Para astrólogos transdisciplinares isso não é mera coincidência: é um evento sincromístico e uma batalha no campo astral da humanidade: de um lado, a Grande Mutação: uma nova modulação espiritual para a humanidade; do outro, o Grande Reset Global no qual o capitalismo fará o que sempre fez, mas com nova roupagem. Bilionários precisam de astrólogos, dizia JP Morgan... e ocultistas. Isso desde o nazismo até a Magia do Caos apropriada pela direita alternativa de Trump e Bannon. E nesse momento, o Big Money tenta reverta essa energia da Grande Conjunção a seu favor. Assim como no passado o símbolo esotérico da suástica foi revertido pelo ocultismo nazi.
terça-feira, dezembro 22, 2020
Série 'Alice in Borderland': o gnosticismo pop japonês dos mangás ao vídeo
Enquanto o Ocidente absorve religiões orientais pela sua fluidez e exotismo, o Oriente se inspira no esoterismo ocidental. Principalmente a vertente gnóstica na cultura pop japonesa através de mangás e animes. Até chegar aos vídeos, como a série Netflix “Alice in Borderland” (2020-) adaptada do mangá de Haro Aso “Imawa no Kuni no Alice”. Três jovens saem de uma estação de metrô de Tóquio e descobrem que estão num mundo paralelo onde a capital japonesa está deserta e às escuras. Apenas acendem painéis de led exortando a participarem de games repletos de charadas e paradoxos: se não zerar o jogo dentro do tempo, o castigo é a morte. A gameficação da jornada interior do herói se mistura com os mitos gnósticos do Demiurgo, da Alma Decaída e do Divino Feminino.
sexta-feira, dezembro 18, 2020
Suposta resiliência de Bolsonaro oculta 'jornalismo snapchat' e psy-ops da grande mídia
Enquanto os números das pesquisas revelam o melhor percentual de aprovação a Bolsonaro desde o início do mandato, eximindo-o de qualquer responsabilidade pelos mortos da Covid-19, além do aumento da resistência popular contra a vacina, jornalistas falam em “resilência do presidente ao bombardeio incessante da mídia”. Vamos combinar! Será que depois de todo esforço do consórcio Mídia-Mercado-STF como proxy na guerra híbrida, agora a grande mídia se voltaria contra sua própria criatura? Essa percepção incorre em dois erros metodológicos, típicas da incompreensão de fenômenos de comunicação: confundir o “jornalismo snapchat” da mídia corporativa (a ambiguidade das “passadas de pano” + psy-ops das profecias autorrealizadoras e psicologia reversa) com “bombardeio midiático”. E confundir “influência da mídia” com “influência social” que, em última instância, é o que sanciona os conteúdos propagados pelos meios de comunicação, seja de massa ou digitais.
terça-feira, dezembro 15, 2020
Série 'Travelers': por que precisamos da viagem no tempo?
A partir de 2016, o cinema e audiovisual (principalmente séries) vive um surto de narrativas sobre a viagem no tempo. Principalmente envolvendo a mitologia da segunda chance: a ciência relativística e quântica parece ter trazido mais angústias existenciais do que respostas. E as sombrias previsões políticas, econômicos e climáticas, só alimentam ainda mais essa angústia. A série original Netflix “Travelers” (2016-18) é mais uma estória sobre “segunda chance”, dessa vez para a história humana: através de “hospedeiros”, viajantes do futuro chegam no século XXI para desfazerem uma cadeia de eventos que levará o mundo a algum tipo de catástrofe climática e econômica futura que transformará o planeta num mundo árido e hostil. Depois dos deuses, messias e discos voadores vindos dos céus, agora a esperança vem através de viajantes do Tempo.
sexta-feira, dezembro 11, 2020
'Cinegnose' discute pandemia, Grande Reset Global e Guerra Híbrida em Seminário
O que é o “Grande Reset Global”? – expressão usada pelo Fórum Econômico Mundial para racionalizar o cenário econômico da atual pandemia. Por que essa “grande reinicialização” é o outro lado da moeda necessária na agenda geopolítica do capitalismo do século XXI? E como a pandemia se transforma numa máquina semiótica que mascara os três principais vetores da agenda 2020: crash financeiro global, biopolítica e necropolítica. Esses foram alguns temas que este editor do Cinegnose tratou ontem (10/12) no Seminário-oficina Permanente Justiça, Bem-Estar e Economia 2020, evento realizado esse ano on line, dentro da Agenda 2030/ONU. Assista ao vídeo.
quarta-feira, dezembro 09, 2020
Biocentrismo e imortalidade quântica no filme 'No Limite do Amanhã'
Na superfície, “No Limite do Amanhã” (“Edge of Tomorrow”, 2014, agora disponível na Netflix) é mais um sci-fi daqueles que gostam de heróis com armaduras robóticas enfrentando monstruosos aliens com muitas explosões em computação gráfica. De fato, Tom Cruise gasta os seus cinquenta anos, mais uma vez, tentando salvar o mundo. Mas, dessa vez, em um alto conceito presente no cinema desde os clássicos “Matadouro 5” (1972) e “O Feitiço do Tempo” (1993): um protagonista prisioneiro em um loop temporal, repetindo indefinidamente o mesmo dia até a sua morte. Porém, “No Limite do Amanhã” acrescenta o toque da mecânica quântica: a interpretação dos Muitos Mundos onde o simples fato de observar provocaria efeitos no mundo atômico – a bifurcação na qual todas as opções ocorrem, criando muitos mundos. Disso decorreria a hipótese do “biocentrismo”: nossa consciência persistiria nesses múltiplos mundos, criando uma imortalidade quântica.
domingo, dezembro 06, 2020
Eleições 2020/22: na guerra híbrida, esquerda precisa fazer comunicação anticíclica
quinta-feira, dezembro 03, 2020
Deus está morto no país do Estado Mínimo na série 'Ninguém Tá Olhando'
As representações no cinema e audiovisual sobre o Céu, anjos e vida após a morte são um verdadeiro sismógrafo do que ocorre aqui embaixo, na vida dos vivos. A série brasileira de humor da Netflix “Ninguém Tá Olhando” (2019) não poderia ser diferente: retrata uma organização burocrática de anjos da guarda que protegem os seres humanos, sempre seguindo as regras de um chefe ausente. Um anjo recém-chegado passa a questionar as regras estabelecidas, fazendo todo o sistema lentamente afundar em crise. É sintomática a representação do Céu como uma repartição pública e os anjos como burocratas entediados de alguma estatal: num país no qual o discurso neoliberal do Estado Mínimo em que as estatais são a fonte de todos os males políticos e econômicos, essa série faz todo o sentido. Se Deus/Estado estiver morto, então ninguém tá olhando! A tese nietzschiana da morte de Deus se encontra com o Estado Mínimo neoliberal.
segunda-feira, novembro 30, 2020
Cancelamento do debate da Globo e isolamento social: o Circuit Braker político da pandemia
O cancelamento no último instante, por razões sanitárias, do debate na TV Globo com os candidatos às eleições de São Paulo no segundo turno e a imagem de Boulos, em isolamento social, segurando uma cartolina estampada “Vamos Virar!” são emblemáticas. São instantâneos de mais uma janela de oportunidades que a pandemia Covid-19 está proporcionando ao “Estado de Segurança”: o “Circuit Braker” social e político – campanhas eleitorais frias e engessadas, desde as regras dos debates televisivos que evitam confrontos ao esvaziamento das ruas por razões sanitárias e que favorecem a continuidade do "status quo". Com as ruas vazias, como reverter cenários eleitorais adversos? No campo da Comunicação, esse "circuit braker" esvazia a própria alma das transformações políticas: o “acontecimento comunicacional”.
sexta-feira, novembro 27, 2020
A realidade é mais assustadora do que o sobrenatural em 'O Que Ficou Para Trás'
Dos filmes de ficção científica surgiu nos últimos anos o subgênero “alt.sci-fi” (plots tradicionais do gênero como pretexto para discutir temas existenciais e psicológicos). “O Que Ficou Para Trás” (“His House”, 2020 disponível na Netflix), ao lado do horror racial de “Corra!” (2017), ensaia da mesma maneira um novo subgênero, agora no gênero horror: o “alt.terror”, tradicionais plots do gênero como pano de fundo para temas existenciais e políticos. A partir do tema clássico da casa assombrada, “O Que Ficou Para Trás” discute os problemas existenciais em torno dos refugiados na Europa e o ressentimento contra os estrangeiros como resultante da geopolítica global que produz guerras híbridas em alvos políticos das grandes corporações petrolíferas – no caso, refugiados do Sudão do Sul. Um novo tipo de terror onde a realidade pode ser mais estranha e assustadora do que os elementos sobrenaturais.
segunda-feira, novembro 23, 2020
Não existe ficção científica no país do futuro em 'Branco Sai, Preto Fica'
O ano é 1986. Cidade-satélite de Ceilândia. Uma violenta repressão policial em um baile funk resulta em dois jovens negros com sérias sequelas: um, na cadeira de rodas; e o outro, andando com ajuda de uma prótese. Baseado nesse fato real, o filme “Branco Sai, Preto Fica” (2014), do documentarista Adirley Queirós, constrói uma curiosa ficção científica (gênero rarefeito no cinema brasileiro) “hipo-utópica”: o futuro não existe nem mesmo como distopia, sendo uma mera projeção hiperbólica do presente dos protagonistas – um apartheid racial e social em volta de uma Brasília sitiada. De um futuro que parece o Brasil atual, vem um “agente terceirizado do Estado brasileiro” investigar os responsáveis pela tragédia de 1986. A mistura de gêneros documentário e sci-fi é proposital: mostrar como no “País do Futuro”, passado, presente e futuro se estendem num estranho eterno presente. Sem existir o amanhã.
sábado, novembro 21, 2020
Guerra Híbrida: racismo, meganhacização e caos sistêmico
Os pronunciamentos do vice-presidente Mourão e do Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, parecem querer salvaguardar alguma coisa no revoltante episódio de espancamento até a morte de um cliente negro por seguranças de uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre. Para eles, tudo foi uma questão de “excesso” ou “despreparo”. Ação necessária, porém “excessiva”. Protegem um ardil semiótico que foi decisivo para o envenenamento do psiquismo na guerra híbrida brasileira: a “meganhacização” do cotidiano através de anos de shows diários das conduções coercitivas cultuando policiais corpulentos armados com armas reluzentes e toucas ninjas. A violência policialesca amparada pela meganhacização da Justiça como única forma de “passar o país a limpo”. Tática indireta da guerra híbrida para gerar caos sistêmico ao aglutinar duas feridas abertas de uma nação fundada no esquecimento: racismo e militarismo. Enquanto isso, as ações do Carrefour fecharam em alta no Ibovespa. Por que?
quinta-feira, novembro 19, 2020
Por que 'Utopia' é a série mais azarada do ano?
Criada em 2013 e transmitida pelo canal britânico Channel 4, “Utopia” era uma série inventiva e inquietante: conseguiu elevar o olhar conspiratório para a realidade a um nível crítico e de relevância cultural. Mas o seu remake da Amazon Prime Video “Utopia” (2020) não teve a mesma sorte. No contexto da atual pandemia, “Utopia” teve um destino amargo: o enredo conspiratório parece ter saído de alguma fábrica de memes negacionistas de extrema-direita e seus protagonistas um grupo de crentes QAnon. Fãs de uma HQ acreditam que nas suas páginas estão codificados pistas e símbolos que de alguma forma previram uma série de pandemias, do Ebola à SARS. E também a atual pandemia de vírus que invade a América, originada em morcegos no Peru. Um magnata da Big Pharma está por trás de uma conspiração global através de uma misteriosa vacina. E começa a perseguir e matar os fãs da HQ que descobriram a verdade... O grande azar da série “Utopia”: a propaganda da “direita-alternativa” apropriou-se do discurso conspiratório da série de 2013, conseguindo fazer ruir as noções de Crítica e Verdade.
terça-feira, novembro 17, 2020
Eleições 2018 e 2020: Bolsonaro foi um 'candidato manchuriano'?
O termo “Candidato Manchuriano” (superespião com Desordem Dissociativa de Identidade artificialmente criado pela CIA e Inteligência militar na Guerra Fria; programado para matar, ativado mediante um sinal aparentemente prosaico, sem conservar alguma recordação disso) foi popularizado no cinema pelo filme “Sob o domínio do Mal”, nas duas versões de 1962 e 2004. Candidato cuidadosamente criado da Inteligência militar brasileira, Bolsonaro não chega à dramaticidade das manipulações neurocientíficas da Guerra Fria: sua Desordem Dissociativa está ao nível discursivo como bomba semiótica de guerra criptografada – Bolsonaro foi programado para rodar três programas que se tornaram mais visíveis nesse ano eleitoral: (a) “Manchuriano Entertainer”; (b) “Guerra Cultural Despolitizadora”; (c) “Aloprar o Cenário Político”: criar o medo antes de vender a bomba.
sábado, novembro 14, 2020
A nova Guerra Fria quântica divide a humanidade na série "Counterpart"
Em todas as culturas, conhecer o seu duplo (o “doppelgänger”) é uma experiência terrível e talvez prenúncio da morte. Tema recorrente no cinema, a série “Counterpart: Mundo paralelo” (2017-2019) leva esse tema para outra direção: e se você descobrisse que cada um de nós possui um duplo que vai muito além de um doppelgänger? Um duplo que partilha da mesma genética, memórias e experiências. Mas que criou uma personalidade e uma linha do tempo muito diferente da sua. Qual seria o impacto nas nossas vidas e no nosso mundo ao descobrirmos o segredo da existência de um mundo duplicado (efeito de um experimento científico durante a Guerra Fria que criou acidentalmente uma Terra Paralela) no qual, por exemplo, as torres gêmeas jamais foram derrubadas em 2001 e que o cantor Prince continua lançando CDs? “Counterpart” explora as consequências existenciais e políticas em uma nova Guerra Fria envolvendo espionagem e novas formas de terrorismo, dessa vez a partir de um acidente quântico que dividiu a humanidade.
terça-feira, novembro 10, 2020
Deixa esse mundo Ciro Marcondes Filho, o escavador de silêncios
domingo, novembro 08, 2020
Blog lança versão impressa de 'Cinema Secreto' no Encontro Internacional de Cultura Gnóstica
Neste domingo (08/11) este editor do “Cinegnose” participou do evento on line Encontro Internacional de Cultura Gnóstica, quando lançou a versão impressa do livro “Cinema Secreto: Temas Gnósticos, Alquímicos e Quânticos no Cinema, Audiovisual e Cultura Pop” – já lançado no mês passado na versão e-book Kindle. Abordando o tem “O Divino Casal: Autoiniciação e Autoconhecimento através do Cinema Gnóstico, este humilde blogueiro resumiu as principais teses contidas no livro. Veja o vídeo.
sexta-feira, novembro 06, 2020
Será Trump o Coringa agente do caos?
Para a grande mídia brasileira as eleições dos EUA são “eletrizantes”, o sistema eleitoral daquele país “complexo” e as bravatas de Trump “polêmicas”. Na sua síndrome de vira-lata tenta salvaguardar o mito da América como a maior democracia do mundo, enquanto dão às costas para um evento histórico que está sendo transmitido ao vivo: assim como foi a queda do Muro de Berlim, vemos agora a derrocada da democracia liberal, transformada em pleito plebiscitário – seja qual for o resultado, a extrema-direita “alt-right” já venceu: como é do seu “modus operandi”, tensionou os pontos fracos de um sistema eleitoral elitista criado por proprietários de terras e de escravos. Implodiu o sistema por dentro ao criar polarizações baseadas na pauta identitária e de costumes, impedindo a opinião pública criar algum consenso a partir de um debate racional. Tal como o Coringa em “The Dark Knight” de Christopher Nolan, poderíamos considerar Trump o “agente do caos” que explora as fraquezas do sistema? Assim como o Coringa que explorou os pontos fracos da moralidade de Gotham City?
segunda-feira, novembro 02, 2020
Cinegnose participa do 'Encontro Internacional de Cultura Gnóstica' discutindo como fugir da Matrix
Quem éramos, o que nos tornamos, onde estávamos, para onde fomos lançados, para onde estamos indo, do que estamos libertos, o que é o nascimento e o que é renascimento. Como essa jornada espiritual de autoconhecimento (rota de fuga da Matrix) é representada através do filme gnóstico, seja pela simbologia e narrativas, seja pela própria experiência em assistir a um filme. Esse é o tema que esse editor do “Cinegnose” discutirá no Encontro Internacional de Cultura Gnóstica que terá como tema geral “A jornada iniciática do arquétipo de Parsifal presente em nossa vida diária”. O evento totalmente online acontece nos próximos dias 07 (sábado) e 08 (domingo) de novembro.
domingo, novembro 01, 2020
Outra semana de guerra híbrida: fechamento da pauta midiática e do universo de locução
Depois do dinheiro na cueca, traficante do PCC sendo libertado pelo STF e jogador condenado por estupro contratado no futebol, o show não pode parar: mais uma semana de “crises” com o “Caso Nhonho”, o “Boi Bombeiro” ganhando status de “tese” nos telejornais e Bolsonaro fazendo piada homofóbica com o Guaraná Jesus no Maranhão. Cenas de uma recorrente guerra semiótica criptografada, que se intensifica na proximidade das eleições e aprofundamento da recessão econômica. Os chamados “fatos diversos” (outrora confinados nas colunas de “drops da política”) agora trancam a pauta como fossem temas relevantes para a opinião pública. Mas a eficácia desse fechamento noticioso não vem do nada: foram necessários anos de bombas semióticas para criar o “fechamento do universo da locução”, uma nova espécie de “novilíngua”. Afinal, é por meio das palavras que uma sociedade aceita ou rejeita os “novos normais”.
sexta-feira, outubro 30, 2020
O Tempo destrói o cinema e a vida no filme 'Irreversível'
“Irreversível” (Irréversible, 2002) é brutal e cruel. Assim como o Tempo, no qual todo momento de felicidade depende de uma linha tênue que é corroída pela entropia na medida em que avançamos para o futuro. O diretor franco-argentino Gaspar Noé nos mostra como a vida seria insuportável sem a inocência da nossa ignorância sobre o Tempo – uma estória contada em ordem cronológica invertida: começamos pelas cenas brutais e selvagens para recuarmos para as cenas calorosas e divertidas de um casal apaixonado cujas vidas estão prestes a ser alteradas para sempre. Gaspar Noé desconstrói tanto o tempo da narrativa cinematográfica (que nos deixa desarmados diante das sequenciais iniciais), quanto a nossa inocência diante do Tempo: a ilusão do livre-arbítrio diante do Tempo que tudo destrói.
quarta-feira, outubro 28, 2020
O obscuro vazio lacaniano do desejo no filme 'The Special'