terça-feira, julho 18, 2017

O Brasil sob a sombra das maiorias silenciosas

Em questão de horas, de uma vez só, os direitos mínimos dos trabalhadores e seu maior líder trabalhista, Lula, foram condenados – simultaneamente, no Senado e na Vara Federal de Curitiba. Diante desse timing e precisão, jornalistas e intelectuais começam a expressar a perplexidade: cadê o povão? O Congresso não foi cercado e nem as praças ocupadas com massas sem arredar os pés. Massas manipuladas pela Globo? Índole apática do brasileiro? Por que as lutas monumentais e resistência em trincheiras até agora não ocorreram, limitando-se a algumas “batalhas de Itararé”? Talvez seja o momento de revisitar um dos textos políticos mais provocativos: “À Sombra das Maiorias Silenciosas” de Jean Baudrillard. Lá na França um gol de Rocheteau pelas...

domingo, julho 16, 2017

O místico e o mágico acertam contas com o Ocidente em "Nem o Céu Nem a Terra"

Em posto avançado militar francês em um lugar remoto, montanhoso e desolado na fronteira entre Afeganistão e Paquistão, soldados esperam a chegada de um comboio da OTAN para retirá-los de lá e leva-los para suas famílias. Repentinamente, no meio das noite solitárias e frias, soldados começam a desaparecer de seus bunkers de observação. Tudo que têm como suspeitos é uma aldeia de criadores de ovelhas e soldados talibãs, que também começam a ser vítimas dos misteriosos desaparecimentos.  Essa é a coprodução franco-belga “Nem o Céu Nem a Terra”(Ni Le Ciel Ni La Terre, 2015), uma fábula do Realismo Fantástico no qual é descrito o fracasso de toda racionalidade e da tecnologia militar de vigilância e informação diante de um inimigo invisível...

sexta-feira, julho 14, 2017

A condenação de Lula e a midiática "crítica nem-nem"

Após a sentença de condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro, a TV mostrou imagens de comemorações em frente à Vara de Curitiba por manifestantes em suas indefectíveis camisas amarelas da CBF. Ao mesmo tempo, tomadas da Avenida Paulista com mais manifestantes, agora de camisetas vermelhas, faixas e punhos erguidos em protesto contra a condenação de Lula. Ato contínuo, a grande mídia expõe os rostos dos magistrados que julgarão o recurso à condenação e uma canastríssima entrevista (com signos cenograficamente saturados) do presidente do TRF-4 que poderá finalmente impedir a candidatura presidencial do líder petista. Qual a relação entre esse ensaio de volta da polarização “coxinhas X mortadelas” e o jogo midiático de sedução/chantagem com...

quarta-feira, julho 12, 2017

O que nos conta o sismógrafo gramatical da TV Globo?

Em 2015 o escritor Pablo Villaça ironizou a proliferação do adjunto adverbial de concessão no bordão “Apesar da crise” repetido pela grande mídia como uma deliberada tática de repetição para criar uma crise autorrealizável e desestabilizar o governo Dilma. Na época, depois de décadas de “jornalismo adversativo”(“porém”, “mas” etc.) a mídia dava uma guinada gramatical para os advérbios. Agora, no momento em que o desinterino Temer virou “chefe de quadrilha” depois de ser incensado como uma espécie de novo Winston Churchill da ponte para o futuro, a mídia corporativa dá outra guinada gramatical: retorna ao velho jornalismo das conjunções adversativas: “há crise política, MAS a economia dá sinais de recuperação”, rezam os articulistas...

terça-feira, julho 11, 2017

Curta da Semana: "Correntes" - o silêncio é o som mais alto que se pode ouvir

O curta brasileiro “Correntes”(2016), de Alessandro Vecchi, retoma a força das imagens, a própria natureza do cinema – todo o poder das alegorias e metáforas, dispensando linhas de diálogo e a narrativa realista. A incomunicabilidade de um casal cercado de fotos de um passado de filhos e momentos felizes. Mas que agora tudo se acabou em um tenso silêncio no qual a TV e o smartphone são as únicas válvulas de escape. O curta guarda duas ironias: o silêncio é o som mais alto que se pode ouvir em uma relação – tudo é comunicação, mesmo o silêncio. Porém uma forma de comunicação catatônica e neurótica, a incomunicabilidade. E a segunda ironia: como as tecnologias chamadas “de comunicação”, ajudam a reforçar a incomunicabilidade. Principalmente...

segunda-feira, julho 10, 2017

Adolescência é um drama existencial e universal em "Ponto Zero"

“Ponto Zero” (2016), do diretor gaúcho José Pedro Goulart, é um ponto fora do movimento pendular do drama da adolescência no cinema, quase sempre figurado entre a exaltação e a melancolia solipsista platônica. “Ponto Zero” vai muito mais além dos tradicionais pontos de vista psicologizante  ou sociológico sobre a juventude. Goulart almeja um olhar mais universal e existencial. Por isso, optou por uma narrativa com escassas linhas de diálogo, apostando na força das imagens repletas metáforas e lirismo. Ênio, um jovem em um lar marcado por um pai ausente e violento e uma mãe que tenta manter as aparências da instituição familiar. A descoberta da sexualidade e do próprio corpo são sinais que a infância acabou. Porém, o mundo adulto para...

sábado, julho 08, 2017

Filme "O Círculo" reforça a "Hipótese Fox Mulder"

Ao lado da torta de maçã e da bandeira estrelada dos EUA, não há nada mais norte-americano do que a imagem do ator Tom Hanks. Pois agora, no filme “O Círculo” (The Circle, 2017) ele é um vilão, o CEO de uma poderosa empresa de tecnologia de informação que emula o Google e o Facebook com sombrios projetos de vigilância e invasão da privacidade global. O que significa um filme estrelado pelo patriótico Tom Hanks denunciando a ameaça de uma dominação orwelliana pelo maior produto norte-americano, a tecnologia da informação desenvolvida pelo Vale do Silício? “O Círculo” transpõe para a ficção toda a agenda crítica relacionada a ameaça da espionagem e vigilância global através das comunicações eletrônicas e do “big data” extraído das redes...

quarta-feira, julho 05, 2017

Série brasileira "3%" é o "Black Mirror" do Brasil atual

Enquanto a crítica especializada estrangeira é só elogios à série brasileira “3%” (2016-), no Brasil a crítica torce o nariz. Complexo de vira-latas? Mais do que isso. A aposta da Netflix em uma produção sci-fi em língua portuguesa reafirma o interesse estratégico da plataforma de streaming no mercado brasileiro, ameaçando o mainstream da Globo e do negócio da TV aberta. Mas há algo além: enquanto a crítica brasileira tenta enquadrar a série no cânone das distopias “teens” como “Jogos Vorazes” e “Divergente”, “3%” fez mais do que isso, confundindo a todos – ao invés das tradicionais distopias hollywoodianas, a série apresenta uma desconcertante “hipo-utopia”: um espelho sombrio do Brasil atual apontado para o futuro. Uma alegoria política...

segunda-feira, julho 03, 2017

O Jornalismo é um cadáver "investigativo" que nos sorri

Lá pelos anos 1990, Oliviero Toscani lançou o livro “A Publicidade é um Cadáver que Nos Sorri” sobre a inutilidade social da Publicidade que não mais vendia produtos, mas estilos de vida mentirosos. Propunha um modelo de Publicidade com função social, assim como o Jornalismo. Porém, o Jornalismo virou corporativo e transformou-se no próprio espelho da Publicidade - assim como grifes, marcas e logos promovem produtos, o próprio Jornalismo passou a promover a si próprio por meio da grife do “investigativo”. Por isso, foi sintomático o 12o. Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, realizado na Universidade Anhembi Morumbi/SP, promover o procurador-geral Rodrigo Janot como estrela máxima e os “bastidores das delações...

sábado, julho 01, 2017

Bombas semióticas brasileiras (2013-2016): por que aquilo deu nisso?

Desde a primeira semana daquilo que se chamou "Jornadas de Junho", em 2013, este Cinegnose desconfiava de tudo que estava ocorrendo. Iniciou então, naquele momento, uma crônica das bombas cognitivas informativas que a grande mídia passou a detonar diariamente. Moldando a opinião pública à base do choque de notícias que utilizavam ferramentas linguísticas e semióticas inéditas pela acumulação e consonância. Este blog denominou essa estratégia simbólica de "bomba semiótica" - matéria-prima daquilo que foi definido por "Guerra Híbrida", a novidade geopolítica do século XXI. O livro "Bombas Semióticas na Guerra Híbrida Brasileira (2013 - 2016)" é uma contribuição desse humilde blogueiro para entender a cronologia dessa extensiva...

sexta-feira, junho 30, 2017

Quando sorrir soa parecido com gritar em "Helter Skelter"

Mais um filme japonês que trabalha com simbologias alquímicas de transmutação pessoal. Adaptado de um mangá homônimo e iconografia inspirada no filme “Beleza Americana”, “Helter Skelter”(Herutâ Sukerutâ, 2012) do diretor e fotografo Mika Ninagawa é um exemplo de como a cultura japonesa conseguiu filtrar a sociedade de consumo ocidental através de valores milenares, combinando tudo isso com cenários futuristas e distópicos: uma top model chamada Lilico, ícone dos adolescentes conectados 24 horas em dispositivos moveis atrás de mexericos de famosos, é uma celebridade de capas de revistas, publicidade e TV, cuja beleza esconde um sinistro segredo – uma clínica de estética com revolucionário método combinando tráfico de órgão e placentas humanas,...

quarta-feira, junho 28, 2017

Tricô, lã e Alquimia no filme "Wool 100%"

Um filme para os cinéfilos amantes do surreal e do estranho. “Wool 100%” (“100% Lã, 2006) do escritor/diretor japonês Mai Tominaga é uma curiosa comédia que combina a fábula gótica e fantástica com o humor negro repleto de simbolismos: duas irmãs idosas passam os seus dias acumulando objetos e sucatas em seu casarão, recolhidos e catalogados diariamente em uma pequena cidade japonesa. Até que encontram um cesto cheio de novelos de lã vermelha. Do emaranhando de fios surge uma jovem que tricota sem parar o próprio suéter que veste, para depois desfiar e recomeçar tudo de novo. A jovem intrusa dará início a uma complexa simbologia de transformação alquímica envolvendo a cor vermelha, tricô, infância, sexo e amor – simbolismo de libertação...

terça-feira, junho 27, 2017

O hit "Despacito", Woody Allen e a espiral do silêncio

O que tem a ver o cineasta Woody Allen com o estrondoso sucesso do ritmo reggaeton com o hit “Despacito”, nesse momento tocando em nove em cada dez festas juninas brasileiras? Muito, desde a reação de Woody diante de uma banda de punk rock no filme “Hanna e suas Irmãs” (1986) até o niilista aforismo do diretor de que a vida poderia ser resumida a três eventos: nascimento, sexo e morte. É recorrente como as músicas de sucesso sempre giram em torno desses três temas. No caso de “Despacito”, um longo monólogo masculino “gangsta” de ostentação, sedução e poder. Um “case” exemplar dos mecanismo circulares e tautológicos da indústria do entretenimento fazer sucesso com um produto que se promove como tal antes mesmo de ser distribuído e executado....

domingo, junho 25, 2017

Curta da Semana: "Robot & Scarecrow" - somos robôs e espantalhos em um amor impossível

Um drama de Romeo e Julieta pós-moderno. Um amor impossível entre um espantalho e um robô em meio a um festival de música eletrônica em uma zona rural qualquer. Esse é o curta “Robot and Scarecrow”, 2017) de Kibwe Tavares, conhecido por produções onde os efeitos digitais se fundem organicamente com “live action” – um robô programado para performar um show musical se apaixona por um espantalho despertado pelas bicadas dos corvos. Se misturam na multidão e tentam viver uma improvável história de amor. O curta é um dos exemplos mais diretos de como o fascínio pelos simulacros humanos (androides, robôs, fantoches, bonecos etc.) no cinema funcionaria como um espelho da própria condição humana. Naquele festival de música a condição tanto das...

sexta-feira, junho 23, 2017

Revisitando Os Wachowskis: a Semiótica da Matrix

O filme “Matrix” (1999) dos Wachowskis  já foi dissecado e virado do avesso pela filosofia, misticisismo, esoterismo, religião, inspirando até a Física sobre a possibilidade de o Universo ser, afinal, uma gigantesca simulação computadorizada finita. Mas muito pouco ainda se falou sobre o ponto de vista da Semiótica. O que é surpreendente, já que Matrix parte de um pressuposto da ciência dos signos: não percebemos o real, mas signos mentais da realidade. “Matrix” foi muito mais do que mais uma ficção científica distópica. Na verdade os Wachowskis propuseram aos espectadores um enigma, uma “narrativa em abismo”: a emoção e empatia do público com o drama da Resistência na luta contra as máquinas é tirada da própria experiência do espectador...

quarta-feira, junho 21, 2017

Réquiem ao Jornalismo na redação-cenário do "novo" Jornal Nacional

Todos os jornalistas da Globo de pé assistindo ao discurso do patrão, Roberto Irineu Marinho, na redação-cenário da “nova casa” do Jornal Nacional inaugurada com toda pompa e circunstância. Todos atentos como se ouvissem a convocação do seu general arregimentado a tropa para uma nova guerra. Um discurso que revela o conflito de interesses da Globo entre manter a “saúde da empresa” e a missão de buscar um “jornalismo independente”. Esse foi o constrangedor réquiem ao jornalismo em um visual que superou a tradicional “space opera” de Hans Donner para ingressar na estética holográfica do filme “Tron: O Legado”. O JN lança seu novo cenário high tech e robótico como mais uma resposta tautista à crise de credibilidade e do negócio da TV aberta...

segunda-feira, junho 19, 2017

Globo prende o Brasil de 2017 na realidade alternativa do "Brazil" de 1984, por Manoel de Souza Neto

No livro “1984” George Orwell declarou: “quem controla o passado controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado”. Na série “Os Dias Eram Assim”, sobre os anos da ditadura militar brasileira, a Globo altera o passado, misturando ficção e realidade, para criar a imagem de que a emissora supostamente apoiou as manifestações pelas “Diretas Já” em 1984. A série foi "coincidentemente" produzida num momento em que retornam as manifestações pelas eleições diretas à presidência. A Globo quer criar uma realidade alternativa sobre o passado no delicado momento político atual – a pauta “Fora Temer”, atiçada pela poderosa emissora, foge ao controle nas ruas e evolui para “Diretas já!”. Diante dessa ameaça, a Globo reage com estratégia...

sábado, junho 17, 2017

"Einstein's God Model": Relatividade Quântica contra Deus e a morte

Imagine um thriller tecnocientífico que contasse com a consultoria de cientistas como Einstein, Thomas Edison, Niels Bohr e Nikola Tesla. Mas não há colisores de partículas ou fórmulas matemáticas. Há avançados experimentos na busca pela vida pós-morte. Esse é o curioso filme indie “Einstein’s God Model” (2016) do diretor Philip Johnson: como a busca de existências após a morte por meio de um Spectrographic EMF Receiver construído por Edison nos anos 1920 revive o velho conflito entre o modelo divino de Einstein contra o modelo ateu quântico de Bohr. Um grupo bizarro de “cientistas” (um físico renegado, um anestesista e um médium cego) irá confrontar Relatividade, Mecânica Quântica e Teoria das Cordas para buscar o mito da “segunda chance”...

quinta-feira, junho 15, 2017

Miriam Leitão, capas de revistas e a teratopolítica

A denúncia tardia da jornalista Miriam Leitão de que supostamente teria sido vítima do ódio de petistas num voo entre Brasília-Rio tem um timing preciso: o momento no qual Lula e Lava Jato estão em segundo plano diante da guerra entre os canhões da Globo e a resistência do desinterino Michel Temer em se agarrar à presidência. Além da palavra de ordem “Fora Temer!” ter evoluído nas ruas para o lema “Diretas Já!”. Miriam Leitão coloca mais uma vez em funcionamento os mecanismos da “teratopolítica” – a estratégia semiótica da criação de inimigos monstruosos (o morfologicamente disforme, o monstro ou o simulacro humano) na política. Por contraste, as recentes capas das revistas informativas nacionais sobre a atual crise política demonstram...

terça-feira, junho 13, 2017

Curta da Semana: "Cream" - a estrada da história das invenções está coberta de cadáveres

O que aconteceria se um cientista descobrisse um creme capaz não só de tirar manchas do rosto em questão de segundos, mas que também fosse capaz de produzir mágicos efeitos colaterais? - curar doenças, acabar com a fome, a pobreza, a morte, a tristeza e até fazer crescer florestas em desertos e despoluir o ar e rios. Todos ficariam felizes... menos algumas pessoas cujo poder depende da deliberada fabricação da escassez para a criação de valor e lucro – e por isso a estrada da história das invenções seria coberta por cadáveres. Esse é o tema dessa pequena fábula contemporânea, o curta “Cream” (2017) David Firth, conhecido pela série de animação de humor negro e terror psicológico “Salad Fingers”. Com surrealismo e um humor politicamente...

domingo, junho 11, 2017

Os deuses estão mortos e as mulheres empoderadas em "Alien: Covenant"

Como sempre, um filme da franquia "Alien" se promove colocando em destaque a figura do monstruoso predador xenomorfo. Mas em “Alien: Covenant”(2017) o monstro é apenas uma isca para atrair o sadismo do público. No filme a figura do predador foi colocada em segundo plano para o diretor Ridley Scott fazer um acerto de contas com a mitologia que começou com “Alien” de 1979 através da figura do androide David. Assim como em “Blade Runner” com o replicante Roy, David rouba a cena simbolizando o nosso fascínio por frankensteins e golens. Mas também terror: e se a criatura ganhar inteligência e alma e também nos considerar como deuses e tentar fazer, da mesma maneira, o caminho de retorno aos seus criadores? E se ele se decepcionar conosco, assim...

sexta-feira, junho 09, 2017

CNN flagrada fabricando notícia falsa nas ruas de Londres

Repercute nas redes sociais um vídeo no qual uma equipe de reportagem da CNN é pega com a mão na massa fabricando uma manifestação numa rua de Londres contra o Estado Islâmico. Supostamente são mulheres muçulmanas, com destaque para uma criança orientada a segurar um cartaz de papelão. A repórter se transforma em diretora de cena e até policiais colaboram com a produção da CNN, ajudando nas marcações de cena dos “atores”. Desde o “Royal Wedding”, o casamento de Lady Di e príncipe Charles em 1981, cada vez mais a mídia avança sobre a realidade produzindo “eventos-encenação”: roteirizados, dirigidos e produzidos como fossem “notícias” e o jornalista uma “testemunha ocular da História”. Essa pequena amostra de como se constrói a atual matrix...

quarta-feira, junho 07, 2017

Em "AfterDeath" o Inferno é a própria Criação

“AfterDeath” (2015) é uma grata surpresa dentro da onda “recente” (já dura quase três décadas) de representações da existência pós-morte no cinema. Inspirado na peça teatral “Entre Quatro Paredes” (1944) do filósofo existencialista Jean-Paul Sartre, “AfterDeath” consegue derivar do existencialismo (“o Inferno são os outros”, frase que encerra a peça sartriana) para o Gnosticismo (o Inferno é a própria Criação). Cinco jovens despertam em uma praia desolada trazidos pela maré. Só existe um farol e uma cabana, além de uma entidade ameaçadora, uma fumaça negra. Lá descobrirão que estão mortos e num lugar que é mais do que uma antessala para o Céu ou Inferno. Um filme sobre como a culpa e pecado podem fazer parte de um jogo perverso criado...

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