quarta-feira, setembro 18, 2013

As imagens seduzem e iludem no filme "Cópia Fiel"


“Cópia Fiel” (Copie Conforme, 2010) é um curioso olhar etnográfico de um diretor iraniano para a cultura das imagens ocidental: Abbas Kiarostami vai ao polo irradiador do cânone da ilusão figurativa das imagens (a Itália dos museus, igrejas e arte sacra) para mostrar, paradoxalmente por meio do artifício (um escritor que promove um livro sobre o valor das cópias em relação a obra artística original e que voluntariamente participa de um “role-playing” proposto por sua admiradora), que as imagens são intransitivas, não remetem a nada fora delas mesmas, seja uma suposta natureza divina ou real. Elas sempre foram meros simulacros.

Artifício, ilusão, simulação, mentira. Essas são algumas críticas feitas à civilização ocidental das imagens feitas por autores como Guy Debord (Sociedade do Espetáculo), Jean Baudrillard (Simulacros e Simulações) chegando a filmes como “Matrix” onde a imagem tecnológica alcança o paroxismo ao criar mundos virtuais onde o homem torna-se prisioneiro.

        O aclamado diretor iraniano Abbas Kiarostami vai ao centro irradiador dessa cultura da imagem no Ocidente (a Itália, repleta de arte sacra, afrescos religiosos renascentistas e ícones cristãos por todos os lados em pequenas capelas, Igrejas e lojas de antiguidades) para fazer uma reflexão dos problemas filosóficos que envolvem as imagens que nos cercam e a nossa percepção delas. E talvez mais do que isso: mostrar como fomos seduzidos pela ilusão.

domingo, setembro 15, 2013

O cacoete jornalístico e a agenda invisível


Continuando nossa incansável e perigosa busca de “bombas semióticas” na mídia, encontramos outra de uma nova espécie, dessa vez involuntária, produzida por uma espécie de cacoete jornalístico: o furor em estabelecer conexões, religações ou cadeias de causa-efeito entre notícias distantes. O que o Jornal “Hoje” da TV Globo quis nos dizer ao aproximar a notícia de um incêndio em uma fábrica no interior de São Paulo com a sessão do tempo prevendo altas temperaturas e baixíssima umidade? De tanto forçar a barra na interpretação do noticiário político e econômico a partir de uma espécie de agenda nacional e global invisível que reina nas redações das grandes mídias, acabou criando um "modus operandi", um cacoete em que mesmo os "fatos diversos" acabam sendo involuntariamente tratados da mesma forma pelos jornalistas - como a materialização de um script político-ideológico pré-estabelecido.

Quinta-feira, 12 de setembro de 2013. O telejornal “Hoje” da TV Globo já havia apresentado os primeiros blocos noticiosos das chamadas hard news (política e economia) e entrava na sua parte final com o que se chama em jornalismo faits divers (fatos diversos – notícias locais, curiosidades, cultura, tempo etc.). De repente, entra um link ao vivo: incêndio de grandes proporções em uma fábrica de bebedouros na cidade de Itu, interior de São Paulo. Atrás do repórter vemos grossos rolos de fumaça negra subindo a dezenas de metros de altura contra um profundo céu azul. Corta para o estúdio. Sandra Annenberg imediatamente convoca a jornalista do tempo Michelle Loreto e pergunta: “vai cair alguma gota de chuva naquela região?”. Michelle responde negativamente e explica apresentando em um mapa as zonas de alta pressão e temperaturas elevadas esperadas para grande parte do país. Após a rápida previsão do tempo, Sandra Annenberg finaliza com uma expressão grave: “é... e não chove há uma semana naquela região...”

sexta-feira, setembro 13, 2013

A Internet demasiado humana no filme "Disconnect"


Um soco emocional. Assim pode ser definido o filme independente “Disconnect” (2012): três histórias baseadas em fatos reais tendo como cenário Facebook, Twitter, smartphones, tablets e laptops. Cyberbullyings, crimes cibernéticos e sites eróticos que exploram menores encontram pessoas fragilizadas emocionalmente cujas relações com parentes e amigos são superficiais e vazias enquanto toda a atenção se volta aos gadgets tecnológicos. O filme “Disconnect” representa a destruição do segundo mito da Internet: depois do fim da utopia das empresas “ponto com” em 2000, agora a diluição do mito do novo mundo trazido pela “inteligência coletiva” digital. A tecnologia apenas ampliaria as velhas mazelas da condição humana. A Internet ainda continua humana, demasiado humana.

Quando a televisão surgiu era rotineiramente acusada por devorar a atenção das pessoas e destruir a comunicação. Produtora de solidão, emburrecedora e responsável por distúrbios oculares eram o mínimo de que se acusava a TV. Com a Internet alarmes semelhantes retornam, porém com um outro viés: os caminhos dessa terra de ninguém são potencialmente perigosos – alguns são predadores, outros são viajantes ingênuos que se aventuram por territórios dominados por tribos e cibercriminosos. O risco de ser emboscado, espoliado e humilhado é considerável. Muitas vezes a aplicação da lei é incapaz de apanhar os trapaceiros, que se mantêm sempre à frente do jogo.

Esse é o tema do filme “Disconnect” do documentarista Henry Rubin (do documentário “Murderball”) em sua estreia em um filme com narrativa ficcional. A partir de um roteiro escrito por Andrew Stern, Rubin apresenta um verdadeiro soco emocional para aqueles que convivem diariamente com Facebook, Twitter, Skype, webcams e smartphones: um retrato da crueldade desencadeada por ladrões que alegremente se escondem por trás de falsas identidades virtuais, desenterram informações pessoais e com algumas teclas pode ser capaz de destruir a vida de uma pessoa.

quarta-feira, setembro 11, 2013

A bomba semiótica das pegadinhas do "Fantástico" e "CQC"


Ensinar lições de moral e cidadania através de simulações. Mais precisamente através de “pegadinhas”, dessa vez “do bem” e na TV. Cuidado! Sob o pretexto de nobres propósitos programas como o “Fantástico” da Globo e “CQC” da Band estão detonando mais uma “bomba semiótica”, dessa vez sob a forma do “infotenimento” (informação + entretenimento), com situações do cotidiano simuladas para flagrar contraventores da ordem, da moral e dos princípios de cidadania para nos ensinar que o bem sempre compensa. Ambos os programas alinham-se à pauta atual imposta pela mídia: a pauta da moralidade e do combate à corrupção, o último papel de protagonismo que lhe resta no cenário político atual.

Vamos desmontar mais uma “bomba semiótica”. Porém esta é de um tipo sofisticado e difícil de lidar semioticamente, pois envolve um elemento “meta”: a simulação, e não simplesmente uma simples manipulação ou encobrimento de fatos como habitualmente estamos acostumados a ver em telejornais ou revistas impressas.

O “Fantástico” estreou recentemente um quadro chamado “Vai Fazer o Quê?” no qual o repórter Ernesto Paglia conduz uma série de “experiências” para descobrir como reagem as pessoas diante de situações polêmicas como pit boys que ofendem um mendigo e tentam expulsá-lo de uma praça pública ou uma cuidadora que maltrata seu paciente idoso. O repórter privilegia mostrar aqueles que atuaram corretamente, pede desculpas ao estresse que os atores criaram na simulação, constrange os cidadãos menos valorosos que nada fizeram com perguntas do tipo “você ficou ali olhando, mas não reagiu...” e discorre como os espectadores devem agir em uma situação dessas.

domingo, setembro 08, 2013

Dez sinais de que você participa de uma seita.


Acreditamos que só loucos e estúpidos fazem parte de cultos ou seitas. Mas não se engane: esse é um estereótipo midiático mostrado pelas notícias sensacionalistas que nos apresentam fanáticos fazendo parte de cultos comandados por gurus enlouquecidos. Desde a década de 1930 quando a literatura de autoajuda começou a abandonar o campo da psicologia e flertar com o misticismo e esoterismo até transformar-se em técnicas motivacionais, os dispositivos de controle mental dos cultos começaram a se espalhar por empresas, movimentos políticos, grupos de autoajuda e outros tipos de organizações. Fique atento aos dez dispositivos de controle mental das seitas, sejam elas de culto a líderes, metas ou missões. Você pode estar dentro de uma delas e não sabe...

Quando ouvimos a palavra “culto” lembramos de religiões neopentecostais, manipulações religiosas de estranhas seitas ou obscuros cultos de grupos místicos cujos símbolos somente os iniciados podem compreender. Vêm-nos à mente fanáticos desequilibrados, líderes carismáticos manipuladores e suicídios grupais por causas bizarras.

No entanto essa é apenas a aparência sensacionalista e midiática que parece encobrir uma realidade de natureza bem diversa: ao lado das técnicas de manipulação de massas por meio da propaganda e do marketing político, de marcas e de consumo, uma outra forma de manipulação cresceu e vem se expandindo por todos os setores da sociedade – a manipulação das relações humanas por intermédio do controle das relações pessoais por lideranças e pequenos grupos.

sábado, setembro 07, 2013

Monty Python contra o cinismo contemporâneo


Há quarenta e quatro anos ia ao ar pela TV BBC o primeiro “Monty Python’s Flying Circus” com uma trupe de comediantes ingleses cujo humor era marcado pelo absoluto cinismo e non sense. Suas experiências formais (programa estruturado como “fluxo de consciência”) e sketches demolidores influenciam há décadas gerações de comediantes e redatores. Recuperando a melhor tradição do humor físico de Chaplin e Jacques Tati, mesclou tudo isso com um estilo de comédia que desconstruía ilusões e mentiras dos papéis sociais, mostrando de forma engraçada como nossa existência parece ser baseada em mentiras e ilusões. Diante do “cinismo esclarecido” contemporâneo a que se refere o filósofo alemão Peter Sloterdijk, o grupo inglês criou uma técnica de humor que remontava às próprias origens filosóficas radicais da escola dos cínicos: o "kynismo" grego da antiguidade helenística de Diógenes e Pirro.
Quando pensamos em filmes gnósticos, logo imaginamos ficções científicas dramáticas como “Cidade das Sombras” ou “Matrix” com protagonistas procurando saídas de um universo conspiratório em narrativas tensas e repletas de simbolismos enigmáticos. Terror, drama, thriller, suspense ou ficção científica parecem ser os gêneros propícios para questionamento gnósticos sobre a condição humana. Mas e a comédia?  É claro que nesses últimos quatro anos em que esse blog procurou mapear a presença de elementos gnósticos, esotéricos, ocultistas e míticos na produção cinematográfica popular recente, encontramos tais elementos em produções que primam pelo humor negro como no filme “Como Fazer Carreira em Publicidade” (How to Get Ahead in Advertising, 1989) ou em animações como a trilogia “Toy Stories”.
Mas se pensarmos a comédia muito mais do que um gênero, isto é, como técnica de humor (onde elementos como o cinismo, a ironia, a parodia e o sarcasmo podem se transformar em instrumentos de crítica social tão poderosos como a Filosofia e a Psicanálise) podemos encontrar a presença do espírito gnóstico da desmistificação da irrealidade do mundo.

quarta-feira, setembro 04, 2013

Em Observação: "Sapphire & Steel" (1979-1982)


Imagine uma série como "Dr. Who" misturada com alquimia e ocultismo. Foi a antiga série televisiva britânica chamada "Sapphire & Steel". Com baixo orçamento e filmado quase totalmente em cenários interiores, criou uma abordagem totalmente diferente sobre os problemas metafísicos que envolvem o Tempo. Ao contrário da abordagem tradicional que o cinema faz baseada nos paradigmas da Física (relatividade, continuum tempo-espaço, universos alternativos etc.), essa antiga série cult abordava o tema a partir de referenciais alquímicos e ocultistas. Telecinese e Psicometria convivem com transmutações e seres elementais que são, na verdade, guardiões do Tempo que assumem formas humanas. Elementais que parecem ter saído de uma Tabela Periódica de química e que lutam contra entidades malignas que querem explorar os pontos fracos dos corredores do Tempo.

sábado, agosto 31, 2013

Guia prático de destruição do capitalismo


Vamos dar uma pequena contribuição à escalada de manifestações no Brasil no mundo com um pequeno “Guia Prático de Destruição do Capitalismo” mostrando que o verdadeiro inimigo não está nas vidraças de agências bancárias ou nas lanchonetes símbolos da globalização, sempre alvos de depredações. Está na financeirização e liquidez do capital, símbolos da força e, paradoxalmente, também da fraqueza de um sistema baseado apenas na credibilidade através da nossa participação a cada compra a prazo ou quando pagamos através da socialização dos prejuízos das explosões das bolhas financeiras. E a única forma de libertação existente é através daquilo que o filósofo francês Jean Baudrillard chamava de "aprofundamento irônico e proposital das condições negativas".

And when we kiss we speak as one
With a single breath this world is gone
(Everyone Everywhere, New Order)


Desde o crash da Bolsa de Nova York em 1929 quando quase tudo derreteu e foi para o ralo, o capitalismo aprendeu que a força do capital não estava na exploração local da força de trabalho, mas na industrialização e mercantilização como modelo de vida social para ser expandido de forma sistêmica e planetária. Isso foi conseguido por meio da publicidade, mídia e financeirização do capital. Isso não evitou as crises, que se tornaram cada vez mais periódicas (longos ciclos de prosperidade acompanhados por crises e explosões de bolhas especulativas).

quarta-feira, agosto 28, 2013

O demônio é um anjo caído em "O Advogado do Diabo"


Apesar de flertar com temas místicos e espirituais não ortodoxos, Hollywood ainda precisa manter as convenções dos gêneros cinematográficos. Um dos exemplos dessa dualidade vivida pelo cinema comercial é o filme “O Advogado do Diabo” (Devil’s Advocate, 1997) onde o diretor Taylor Hackford tenta inserir uma visão mais matizada e ambígua da figura do Diabo em meio aos tradicionais clichês satânicos reforçados por efeitos de computação gráfica. Através da inesquecível performance de Al Pacino, o filme nos apresenta uma sutil visão do Diabo como uma figura prometeica, um anjo caído e condenado pelo Criador por ter apresentado ao homem o fruto do conhecimento.

O ano é 1997. Na segunda metade dessa década Hollywood vive uma espécie de guinada metafísica. Desde “Dead Man” (1995) do diretor Jim Jarmusch, um western místico onde as religiões institucionalizadas são ridicularizadas, roteiristas e produtores começam a flertar com temas e abordagens místicas ou espirituais não ortodoxas, tal como o gnosticismo. Nesse ano estão em produção “Show de Truman” e “Cidade das Sombras” (que serão lançados no ano seguinte) e o filme “Matrix” está sendo gestado pelos irmãos Waschowski. Esses filmes fazem parte de uma tendência cinematográfica da época repletas de temas, arquétipos e simbolismos religiosos, mas com uma abordagem mística e gnóstica.

Também, nesse ano é lançado o filme “O Advogado do Diabo” dirigido por Taylor Hackford, adaptação do livro de Andrew Neiderman. Se no livro há uma ambiguidade fundamental em relação ao personagem principal (não sabemos se ele é um louco ou a própria encarnação do Diabo, ambiguidade resolvida no monólogo final), no filme percebe-se uma ambiguidade de outra natureza: o conflito entre as convenções do gênero terror/suspense imposta pelos produtores em apresentar o Diabo na tradicional visão judaico-cristã e a adaptação ao livro que procura apresentar esse personagem de uma forma mais matizada – uma visão alternativa do Diabo, própria da literatura do Romantismo que o via como uma figura prometeica, um anjo caído e condenado pelo Criador por ter apresentado ao homem o fruto do conhecimento.

domingo, agosto 25, 2013

O gnosticismo cult de "Donnie Darko"

Desde o seu lançamento em 2001, o filme “Donnie Darko” do diretor Richard Kelly tornou-se um fenômeno cult: é um dos filmes mais pesquisados e acessados na Internet (atualmente ocupa a 185° do Top 250 do IMDB), em geral espectadores que buscam uma explicação para enigmática narrativa sobre um adolescente problemático com misteriosas visões de um coelho de dois metros de altura chamado Frank que faz uma espécie de contagem regressiva para o fim do mundo. “Donnie Darko” é um exemplo de filme que se tornou atemporal por amarrar em um inteligente roteiro arquétipos contemporâneos e milenares sobre o tempo, destino e redenção.

As primeiras cenas parecem ter todos os ícones dos filmes convencionais sobre adolescentes que moram em subúrbios com problemas existenciais na high school envolvendo namoradas e jovens valentões. Mas aos poucos vamos descobrindo que estamos diante de um filme incomum: uma parábola em humor negro da angústia da Geração X? Um drama sobre um adolescente psicopata? Um filme de ficção científica e fantasia ao estilo da série “Além da Imaginação”? Alguma coisa entre David Lynch e Arquivo X? Nenhuma dessas alternativas consegue dar o tom exato à estranha narrativa. Mas uma coisa é certa: “Donnie Darko” é um desses filmes com inteligentes linhas de diálogo e personagens realistas imersos em uma narrativa com uma atmosfera fantástica que nos compele a ver o filme mais de uma vez.

sexta-feira, agosto 23, 2013

Dez patentes sobre controle subliminar da mente


Embora questionada por estudos em neurociências e psicologia cognitiva e proibida por leis e códigos de comunicação e consumo, as formas subliminares de controle da mente e do comportamento se expandem. Pelo menos é o que demonstram o crescimento do número de patentes registradas no The United States Patent and Trademark Office sobre técnicas, sistemas e dispositivos subliminares de indução e monitoramento da mente. Isso sem falar da expansão do “neuromarketing” onde novas empresas surgem para explorar as potencialidades subliminares e comerciais de músicas, sons e aromas, como uma nova e ainda imprecisa ciência. O crescimento das patentes confidenciam a ascensão de uma nova forma de controle social, cada vez mais abusiva e invasiva.

Na maioria dos países o uso de mensagens ou publicidade subliminar é proibido por lei e por códigos deontológicos dos profissionais de comunicação. Embora estudos recentes da psicologia cognitiva demonstrem que a possível influência e poder de manipulação dessas estratégias subliminares sejam muito inferiores à expectativa criada, o fato é que na atualidade vendem-se técnicas que são agora nomeadas como “neuromarketing”: “arquitetura de áudio” para estimular vendas em lojas, aromas subliminares vendidos por empresas para criar estados emocionais em consumidores, vídeos subliminares com programas terapêuticos do gênero como emagrecer ou como parar de fumar etc.

Existe pouca literatura confiável sobre o tema, onde se misturam teorias conspiratórias com repetitivos exercícios de psicologia gestalt, como o caso de Wilson Bryan Key que teria descoberto inúmeras mensagens ocultas em anúncios publicitários de uísque associados a sexo e morte em cubos de gelo (CHEN, Adam. Expert discusses the effects of subliminal advertising In: The Tech – on line edition). Na Internet, sites e blogs sobre o assunto mostram intermináveis exemplos de imagens ocultas em anúncios e desenhos animados que mais se assemelham ao teste projetivo de Rorschach – pranchas com manchas de tinta cuja interpretação revelaria projeções de aspectos da personalidade.

quarta-feira, agosto 21, 2013

A morte é uma mercadoria na animação "A Pequena Loja de Suicídios"


De forma despretensiosa através de muito humor negro e cinismo, a animação francesa “A Pequena Loja de Suicídio” (Le Magasin des Suicides, 2012) de Patrice Laconte nos faz pensar em uma questão fundamental para a História da Cultura: por que  o suicídio foi sempre objeto de tabus religiosos e repressão ao longo da História? Talvez porque nesse momento derradeiro da vida do indivíduo se exponha de forma dramática as mazelas da sociedade. Na animação de Laconte é a crise europeia e a forma como a ideologia dos negócios consegue ver a infelicidade e o desespero como mais uma oportunidade de mercado.

sábado, agosto 17, 2013

As 10 técnicas do kit semiótico de manipulação das multidões


Chamado de “século das multidões”, o século XX nos deixou como legado um verdadeiro kit semiótico completo de ferramentas de gestão do comportamento de grupos e multidões. Esse kit composto por 10 ferramentas é aplicado na sua totalidade ou em fragmentos por políticos, agências governamentais, líderes de seitas, jornalistas e publicitários. Desde as manifestações de rua anti-globalização de Seattle em 1999, observa-se uma crescente importância na manipulação das multidões. A sequência atual de manifestações em diversos países como Brasil, Egito e Turquia nos faria questionar se estariam sendo aplicados nestes eventos ferramentas desse kit. Por isso, vamos entender cada uma dessas dez ferramentas para que possamos reconhecê-las nas ruas ou nas mídias.

O poder das multidões para determinar mudanças políticas é um dos temas mais significativos da História. Mas certamente as manifestações anti-globalização em Seattle em 1999 e em Londres em 2001 foram o ponto de viragem na maneira como os poderes estabelecidos viam os protestos. Os manifestantes utilizaram novas tecnologias de comunicação como laptops, Internet e mensagens em SMS por dispositivos móveis. A partir de então as agências governamentais responderam com suas próprias tecnologia invasivas: redes de monitoramento através de câmeras e sistemas de gestão das multidões.

Quando vemos a sequências de manifestações como na Turquia, Egito e Brasil, passamos a discutir sobre a espontaneidade ou não desses eventos, principalmente quando nos deparamos com o livro Killing Hope: U.S. Military and CIA Intervention Since World War II de William Blum (ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA) onde faz um relato das intervenções norte-americanas em diversos países através de ações de agências governamentais por meio de ONGs como National Endowment for Democracy (NED) ou Freedom House. Segundo Blum (mais um da já longa lista de dissidentes como Snowden, o ex-agente Philip Agee e o soldado Bradley Manning), há uma verdadeira estratégia “cavalo de troia” ao não só financiar instituições civis com fundos, computadores, carros, mas também treinamentos para passar o know-how de manipulação de multidões.

terça-feira, agosto 13, 2013

A distopia AstroGnóstica da animação "Planeta Fantástico"


Ao contrário de muitos filmes anti-autoritários da década de 1970 que com o passar do tempo se tornaram datados e ingênuos, a estranheza da animação francesa “Planeta Fantástico” (La Planèt Sauvage, 1973) garantiu a ela um caráter a-temporal. A estranha, e muitas vezes cruel, história da animação sugere uma atmosfera resultante do cruzamento do surrealismo de Salvador Dali com a narrativa de Gulliver de Jonathan Swift. “Planeta Fantástico” se insere em um subgênero que cresceu nessa década desde o sucesso do filme “Planeta dos Macacos” (1968), o filme AstroGnóstico - narrativas onde aliens caem na Terra e se tornam prisioneiros da crueldade humana, ou o inverso: o homem dominado por aliens cujo conhecimento superior tecnológico e espiritual não é garantia de que sejam bondosos e tolerantes .
Um pai e sua filha passeiam pelo campo até se depararem com uma minúscula criatura órfã. A mãe da pequena criatura morreu pelas mãos de um cruel grupo de crianças. Após ouvir uma prelação do pai sobre a importância da responsabilidade, a menina convence-o a deixá-la levar a pequena criatura para casa. Lá brinca com o novo animal de estimação. Ela escolhe roupas para ele, como fosse uma boneca, embora a pequena criatura demonstre não gostar muito disso. Esse parece ser uma narrativa familiar sobre filmes de animais de estimação, mas não se engane. No estranho universo criado pelo francês René Laloux na clássica e cult animação “Planeta Fantástico” (1973), a pequena criatura é um bebê humano (chamados de Oms) e a menina e seus familiares enormes membros de pele azul da espécie Draag em um estranho planeta.
                Essa bizarra e muitas vezes cruel história parece o resultado do cruzamento do surrealismo de Salvador Dali e a história de Gulliver de Jonathan Swift, usando a técnica de animação cutout, comum na atualidade em series como South Park. Mas para a época não era muito habitual, a não ser em vinhetas da série de humor do grupo Monty Python na TV inglesa.

domingo, agosto 11, 2013

Em "Revólver" o homem encontra seu pior inimigo: o Ego

Um dos filmes recentes mais subestimados, desprezado pela crítica e pouco visto pelo público. “Revólver” (2005) de Guy Ritchie é uma espécie de cavalo de troia: sob uma embalagem que comercialmente lembra seus sucessos passados como “Snatch” (2000), na verdade o diretor nos oferece uma complexa e instigante jornada interior de um protagonista imerso em um jogo de trapaças e violência. Ele terá que descobrir que o maior inimigo se esconderá no último lugar que você procuraria: no interior do próprio Ego. Por isso a narrativa será sempre pontuada com a famosa exortação gnóstica - "Acorde!".

Depois de filmes como “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” (1998) e “Snatch – Porcos e Diamantes” (2000), o diretor Guy Ritchie teve uma ascensão meteórica: de cineasta independente a um dos queridinhos de Hollywood. Passou a ser rotulado como o “Tarantino britânico”. Mas depois do fracasso com “Destino Insólito” (2002), a mesma indústria que o celebrou passou a esquecê-lo, principalmente depois que ganhou o “prêmio” Framboesa de Ouro de Pior Diretor. Durante seu autoexílio em se país natal planejou por três anos uma resposta. E não poderia ter sido mais brilhante com o filme “Revolver”.

domingo, agosto 04, 2013

Filme "Laranja Mecânica" é explicado pela "Trilogia Star Child"


Quarenta e dois anos depois, “Laranja Mecânica” (1971) do diretor Stanley Kubrick continua urgente e moderno. Como todos os filmes do diretor, “Laranja Mecânica” que transmitir muito mais do que conta a narrativa: uma história sobre uma sociedade distópica  aterrorizada por gangues juvenis sob um Estado que planeja resolver seus problemas políticos através de uma técnica de lavagem cerebral. O verdadeiro núcleo simbólico do filme somente poderia ser compreendido através da chamada “Trilogia Star Child” sugerida pelo cineasta e escritor canadense J. F. Martel, composta por “Dr Fantástico”, “2001: Uma Odisséia no Espaço” e “Laranja Mecânica”. Esse núcleo espiritual e místico da trilogia é que manteria esses filmes atemporais como verdadeiros arquétipos contemporâneos.

Certa vez Kubrick disse para o ator Jack Nicholson: “Nós não estamos interessados em fotografar a realidade. Nós estamos interessados em fotografar a fotografia da realidade”. Talvez isso explique porque, quarenta e dois anos depois, o filme “Laranja Mecânica” continue atual e com um mesmo caráter de urgência: o filme possui uma estranha atmosfera atemporal como se a sua narrativa ocorresse em um mundo alternativo, análogo ao nosso. A cenografia sugere um futuro ao mesmo tempo familiar e estranho, onde os detalhes banais do cotidiano são distorcidos.

Foi lançado em 1971, com linhas de diálogos que seguem à risca a linguagem do livro original de Burguess de 1962 (mistura de gírias, inglês shakespeariano e expressões comuns), mas com um visual que parece de 2013. A pontuação musical é variada, indo da Nona Sinfonia de Beethoven à canção “Singin’ in the Rain”. Em outras palavras, a atemporalidade de “Laranja Mecânica” vem da sua deliberada hiper-realidade. Seu centro parece ser místico, como se Kubrick quisesse capturar algo de arquetípico, gnóstico, que transcende o tempo e o espaço: a própria configuração psíquica.

sexta-feira, agosto 02, 2013

Em Observação: "Planeta Fantástico" (1973)


Os anos 1970 foram uma década onde a indústria do entrenimento ainda permitia estranhas experimentações temáticas e visuais. Nessa época temos o crescimento de filmes com temática gnóstica com um tratamento "cult" ou "de arte", bem antes do atual gnosticismo pop cujo filme "Matrix" é o paradigma. A animação francesa "Planeta Fantástico" se insere nessa tendência dos anos 70 onde aliens e misticismo estavam em alta, porém com um tratamento bem mais sombrio e gnóstico que o fez ser comparado ao filme "Planeta dos Macacos" de 1968.

domingo, julho 28, 2013

Jornal Nacional e o sorriso do gato de Alice


Dando prosseguimento à nossa perigosa aventura de localização e desmontagem de bombas semióticas, nos defrontamos com um novo e mais letal tipo porque detentor de um efeito tóxico e de longo prazo: a comunicação não verbal do Jornal Nacional da TV Globo. A melhor analogia para entender essa bomba é o sorriso do gato de “Alice no País das Maravilhas” – o seu sorriso permanecia no ar, mesmo quando o gato desaparecia lentamente. O principal telejornal da emissora possui um complexo sistema semiológico para simular espontaneidade de gestos, sobrancelhas levantadas, mãos agitadas, locuções carregadas de vogais e pausas etc. Uma estratégia linguística para, assim como o sorriso do gato de Alice, os signos verbais permanecerem na memória mesmo depois que a notícia for esquecida ou, talvez, nem assimilada. O propósito? Disseminar signos não verbais que sinalizem uma difusa atmosfera de caos, anomia e instabilidade.

No capítulo 6 do livro Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, Alice encontra o gato de Chershire e pergunta para ele se há algum lugar onde não exista gente louca e como chegar lá. O sorridente gato responde que todos são loucos, inclusive ele e Alice e desaparece lentamente deixando apenas o seu sorriso. O gato é o único personagem na fábula que Alice se refere como “amigo”: o seu sorriso se destaca e se autonomiza da cabeça felina. Muitos significados e simbolismos foram atribuídos a esse personagem (sorriso lunar, autoconsciência de Alice de que tudo se tratava de um sonho etc.), mas uma coisa fica evidente: o poder da comunicação não verbal do gato – pouco importa o que ele dizia, seu sorriso enigmático que permanecia no ar era o mais importante.

Pois todas as noites, em rede nacional pela TV, repete-se essa cena surrealista narrada por Carroll: sobrancelhas, olhos, testas franzidas e mãos sobre uma bancada ganham tanta poder que se tornam mais importantes que a própria notícia – são índices de um “contínuo midiático atmosférico”, de um clima do estado da Nação. Por isso, enquadram-se em uma metódica e recorrente “bomba semiótica” que, principalmente desde as manifestações de rua de junho, vem sendo detonada de segunda a sábado no Jornal Nacional da TV Globo.

terça-feira, julho 23, 2013

Monstros e crianças se encontram em uma exposição


Por que o imaginário infantil sempre esteve às voltas com monstros? Por que esses seres fantásticos presentes em todas as culturas, mitologias e lendas ao mesmo tempo assustam e fascinam crianças há gerações? A exposição “Monstros” do artista multimídia Térsio Greguol ajuda a responder essas questões porque expressam o passado e presente desses assustadores seres: a importância do arquétipo do monstro para a criança enfrentar psicologicamente esse mundo e a nova sensibilidade infantil com esses seres, dessas vez paródica e metalinguística.

Desde que Sigmund Freud descobriu que as crianças não eram exatamente anjinhos barrocos, mas detentoras de uma vida psíquica tão ou mais complexa que os adultos, a maneira como encaramos o imaginário infantil com suas fábulas, lendas e cantigas de ninar mudou. Desde a mais tenra idade as crianças estão familiarizadas com emoções perturbadoras como o medo e a angústia. São experiências que fazem parte do cotidiano. Elas têm que lidar constantemente com frustrações, angústia de perda e abandono, o medo da escuridão e do isolamento.

Diferente dos outros animais, a Natureza nos colocou nesse mundo, totalmente desprotegidos e dependentes – nascemos carecas, sem pelos e sem dentes, desajeitados e sem coordenação motora. E como a criança lida com essa situação? Através da imaginação e da fantasia, a melhor maneira de lidar com os monstros, arquétipos de seres fantásticos que simbolizam as ameaças dessa deplorável condição que viemos ao mundo.

domingo, julho 21, 2013

Globo faz programa tautista sobre "Honestidade"


Em meio ao debate do programa “Na Moral” Antônio Fagundes cita a fábula de Platão do anel da invisibilidade de Gyges para discutir ética e honestidade. Risos amarelos de Pedro Bial e da cantora convidada Gaby Amarantos diante de um momento de dissonância. Segundos de indecisão do surpreendido Bial, que toca o programa pra frente, sem comentários. “Na Moral” detona mais uma bomba semiótica na opinião pública (criar uma relação metonímica entre o impeachment de Collor em 1992 e as manifestações atuais), porém essa explosão parece que saiu pela culatra: esse momento de dissonância criado por Fagundes demonstrou o progressivo autismo da emissora que teimosamente tenta interpretar a realidade através da tautologia, auto-referência e metalinguagem. Seriam sintomas do “tautismo”, espectro que ronda a Globo que, para especialistas em comunicação e linguagem, são sinais de entropia de sistemas que adquiriram tamanha complexidade que não mais se sustentam.

Com a atmosfera política cada vez mais carregada, sucedem-se explosões das bombas semióticas midiáticas . Mas dessa vez, testemunhamos uma espécie de “fogo amigo”, isto é, a explosão de uma bomba que se reverte contra o seu próprio autor e seus aliados. Estamos falando sobre o programa “Na Moral” da TV Globo apresentado no dia 19/07. Apresentado pelo jornalista Pedro Bial, o tema era “Honestidade” e os convidados que debateriam com a plateia o tema foram o ator Antônio Fagundes e a cantora Gaby Amarantos.

Como toda bomba semiótica que se camufla de informação para construir significações arbitrárias que visam criar ondas de choque na opinião pública, o propósito latente dessa particular edição do “Na Moral” era fazer uma aproximação metonímica entre as manifestações do impeachment do presidente Collor de Melo em 1992 com a atual escalada de manifestações pelas ruas do País – e politicamente fazer “sangrar” o governo até as eleições do próximo ano. Para articular essa operação linguística, Bial invocou um episódio do antigo programa “Você Decide” também de 1992 onde se definia se um homem desempregado, que encontrou uma mala cheia de dinheiro, deveria ou não entregar aquele valor ao seu dono. Quem apresentava aquele programa? Claro, Antônio Fagundes.

sábado, julho 20, 2013

O metrô é o microcosmo da comédia humana em "Kontroll"


Um homem corre pela sua vida através de um túnel entre dois trens; uma figura encapuzada emerge de fissuras na parede para empurrar incautos passageiros nos trilhos do metrô; uma enigmática jovem fantasiada de urso assombra as paisagens labirínticas do metrô. A rede ferroviária do metrô de Budapeste se transforma em um fac-símile da comédia humana no filme “Kontroll” (2003), estreia do diretor Nimród Antal (“Temos Vagas”, 2007; “Predadores”, 2010) e sugerido pelo nosso leitor Joari Carvalho. Antal retoma o arquétipo platônico da caverna, representado no cinema por metrôs, porões, subsolos, estacionamentos subterrâneos, becos etc., para descrevê-lo como um microcosmo onde o protagonista é prisioneiro e uma enigmática jovem tenta resgatá-lo. A integração de drama, suspense, comédia e sátira resulta numa experiência visual única e alternativa.

Antes de dirigir típicos filmes com todas as convenções de gênero hollywoodianas como “Temos Vagas”(Vacancy, 2007) e “Predadores” (Predators, 2010), Nimród Antal (filhos de pais húngaros, nascido em Los Angeles e que iniciou sua carreira cinematográfica na Hungria), dirigiu e escreveu uma pequena pérola cinematográfica: “Kontroll” (o primeiro filme húngaro em vinte anos a ser exibido e premiado em Cannes – Prêmio da Juventude em 2004), um estranho e fascinante conto que mistura a crítica social ambientada nos túneis do segundo mais antigo metrô do mundo (Budapeste) e um mundo subterrâneo repleto de analogias místicas e gnósticas.

A estreia de Antal como diretor não poderia ser mais promissora: o filme está repleto de referências de outros diretores como Andrey Tarkovsky (longas sequências com misteriosos cenários em ruínas e desolação lembrando o filme “Stalker”), Stanley Kubrick (cenas elegantemente iluminadas com ângulos agudos, simetrias e pontos de fugas e gangues urbanas que lembram os “Drugs” de “Laranja Mecânica”), e o humor negro de Terry Gilliam.

quarta-feira, julho 17, 2013

Sincromisticismo, parapolítica e matrix na série "Nosso Lar"


Clássico da literatura espírita, a série “Nosso Lar”, psicografada por Chico Xavier, é tradicionalmente interpretada pelo viés moral e religioso da “reforma íntima” do protagonista. Mas olhando detidamente em seu conjunto, a série oferece muito mais: a possibilidade da existência de um campo unificado entre ciências “materialistas” como a Política e Comunicação e o místico e o oculto. As descrições das influências do pensamento dos encarnados no Umbral e como “exércitos sombrios” espirituais próximos da Terra visam o domínio de corações e mentes do planeta para roubar “energia anímica” da humanidade (o que lembra o filme “Matrix”) forneceriam subsídios para duas abordagens heterodoxas: o Sincromisticismo e a Parapolítica.

Desde que li a primeira vez a série “Nosso Lar”, psicografada pelo médium Chico Xavier e atribuída ao espírito de André Luiz, impressionou-me a descrição da dinâmica dos mundos espirituais repleta de conceitos teosóficos como “formas-pensamento”, pluralidade de mundos que se interpenetram, as inter-relações entre os centros corporais de energia (chakras) e as energias presentes no “plano astral”, projeções astrais realizadas pelo espírito no sono etc.

Surpreendeu-me porque até então a abordagem que tinha sobre o conjunto dessa obra era concentrada na necessidade do que os espíritas chamam de “reforma íntima” (a necessidade da mudança interior moral, espiritual e ética no sentido evolutivo) concentrada no exemplo da trajetória espiritual do médico André Luiz. Palestras, preleções, e lições baseadas principalmente nos princípios do Evangelho cristão e a compreensão da Lei da Ação e Reação à qual todos os espíritos estariam submetidos.

segunda-feira, julho 15, 2013

Encerrada a elaboração da lista do "Cinegnose" dos melhores filmes gnósticos



Está encerrado o prazo do envio das sugestões de filmes para a lista do "Cinegnose" sobre os melhores Filmes Gnósticos da História do Cinema.

Em breve divulgaremos a lista e as três melhores indicações e justificativas dos leitores que ganharão um exemplar do livro "Cinegnose - a recorrência de elementos gnósticos na recente produção cinematográfica norte-americana" da editora Livrus.

Tecnologia do Blogger.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Bluehost Review