“Por que o mundo tem que acabar? –
Neo-apocalíptica e Escatologias Líquidas”. Esse será o tema da palestra deste
humilde blogueiro no Simpósio “Do Mundo Arcaico às Cosmologias Modernas”,
evento organizado pela
revista eletrônica “Cosmos e Contexto” juntamente com o Centro de Estudos
Avançados de Cosmologia (CEAC). O Simpósio
acontecerá de 22 a 24 de agosto no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Rio de Janeiro, com a
participação de filósofos, historiadores, cosmólogos, pesquisadores e
sacerdotes, procurando um saber antidogmático que questione o monopólio da
Ciência na construção da realidade.
Este humilde blogueiro participará do Simpósio “Do Mundo
Arcaico às Cosmologias Modernas – Natureza, Universo e Caos” no Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Rio de Janeiro. O evento ocorrerá no
dia 24 de agosto às 10h15, dentro de uma intensa programação de palestras e
debates que terá início dia 22 – abaixo link com a programação completa.
Este editor do “Cinegnose” discorrerá sobre o tema “Por
que o mundo tem que acabar? – Neo-apocalíptica e Escatologias Líquidas”. Tema
este que surgiu dentro de uma série de postagens aqui nesse blog onde
discutíamos o porquê da recorrência no cinema desse início de século dos temas em torno do fim dos
tempos: futuros apocalípticos e catástrofes cósmicas, climáticas e geológicas
que põem sempre em xeque a existência da espécie humana e do próprio planeta.
O que estaria por trás dessa onda apocalíptica no cinema
e audiovisual? Duas hipóteses que discutirei:
(a) Com a liquefação das religiões tradicionais monoteístas
e suas “escatologias” (narrativas sobre o fim dos tempos) com a globalização financeira
e cultural, surge a necessidade de criar uma nova narrativa escatológica para
uma nova religião, dessa vez ecumênica, que dê legitimidade as novas bases
materiais. Uma nova religião igualmente sem pátria,
global, feita a partir do pastiche dos escombros dos grandes sistemas
religiosos. Uma espécie de “neo-apocalíptica”: uma narrativa sobre o fim
que junte convicções eco-ambientais, geofísicas e astrofísicas.
(b) Apesar
do mito do fim do mundo ter se transformado em uma franquia cinematográfica e
um próspero mercado de produtos que vão desde as promessas de salvação
espiritual até a salvação física em abrigos nucleares, há um elemento
verdadeiro em tudo isso: o de ser um sintoma da condição humana alienada nesse
mundo.
O Evento
O Simpósio é organizado pela revista eletrônica Cosmos e Contexto juntamente com o
Centro de Estudos Avançados de Cosmologia (CEAC). Tem como objetivo percorrer o caminho desde a ordem mítica
à orquestração científica do que existe, aquém e além da ciência, a história
que as diferentes civilizações produziram e que tratam do mundo, do universo,
do cosmos e do caos.
E, como deve ser
todo o verdadeiro saber antidogmático, questionando se devemos aceitar que
somente a ciência tenha o monopólio de construção do real.
Para conhecer a
programação completa do evento com o resumo das palestras dos participantes clique aqui.