Sugerido pelo nosso
leitor Marcelo Sousa, o filme “The Cabin In The Woods” é definido pela crítica
como um mix de “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” com “Matrix”. Ele
não se limita a fazer exercício de desconstrução do gênero terror, mas quer
oferecer respostas: por que os assassinatos são tão ritualísticos? Por que o
Mal pune os desobedientes e os bons sempre sobrevivem? O filme interessou ao
Blog, pois promete questionar a própria representação do Mal nesse gênero
cinematográfico: o chamado clichê da “quebra-da-ordem-e-retorno-a-ordem”.
The Cabin in the Woods (2011)
Diretor - Drew Goddard
Plot - cinco
jovens universitários se encontram presos em uma situação incrivelmente clichê
de filme de terror em uma localidade descrita pelo título. Se eles conseguirem
de alguma maneira sobreviver aos zumbis caipiras, ainda terão que se confrontar
com alguém que está por trás controlando tudo.
Por que está “Em
Observação”? - A crítica especializada o descreve como um “filme
estranho” e um cruzamento entre “Eu sei o que Vocês Fizeram no Último Verão”
com “Matrix”. Só por isso, “The Cabin In The Woods” reúne qualidades para estar
na mira desse blog para uma futura análise mais detalhada. O filme é um
exercício de desconstrução excêntrico das situações clichês dos filmes de
terror: cinco jovens arquetípicos (a menina virgem, seu namorado mulherengo, o
brincalhão, o atleta e o cara comum tímido) se reúnem em um final de semana em
uma cabana para fazer sexo e jogar o “jogo da verdade”. Inadvertidamente estão
no lugar errado na hora errada ao despertar entidades e pessoas muito más que
ali habitam. Se o leitor assistiu filmes de terror nos últimos vinte anos,
lembra de uma série de filmes com esse plot.
Mas segundo a crítica, o filme não faz apenas uma paródia
dos clichês do gênero (também tão comum quanto os filmes de terror), vai além
ao tentar entender porque sempre a garota promíscua tem que tirar a blusa, a
mais recatada consegue sobreviver e porque os assassinatos são sempre tão
ritualísticos. Se o filme pretende fazer essa metalinguagem do gênero, veremos
se fará uma crítica ao núcleo do clichê da representação do Mal: a chamada “quebra-da-ordem-e-retorno-à-ordem”.
Sempre o roteiro desse gênero
fílmico começa apresentando um cosmos ordenado, com a vigência de normas e
valores normais (primeiro ato: a família feliz, o grupo de amigos, a sociedade
em sua rotina cotidiana etc.). Repentinamente temos a quebra da ordem com a
irrupção do Mal (ponto de virada para o segundo ato onde o Mal se desdobrará:
serial Killer, assaltante de bancos, terroristas, explosões, incêndios,
assassinatos etc.). E finalmente a restauração da ordem original descrita no
primeiro ato (o terceiro ato: o duelo final entre o Bem e o Mal, com a vitória
dos personagens representantes do Bem e o retorno à ordem). Aqui o Mal é
representado como aquilo que vai punir aqueles personagens que transgridem,
desobedecem ou tem comportamentos imorais.
Em outras palavras, vamos ver
se “The Cabin In The Woods” corresponde a esse lado “Matrix” que a crítica
descreve: desmontar essa essência dos clichês – ir além da representação do Mal
como agente punitivo, mas como uma condição da realidade que aprisiona a todos.
Essa seria uma compreensão gnóstica do Mal.
O que promete? – Christopher Orr do “The
Atlantic” afirma: “começa em um território familiar, para entrar
em outro deliciosamente estranho. O mais inventivo no gênero ‘cabana na
floresta’ desde The Evil Dead e a
melhor desconstrução do gênero desde Scream.
Produzido por Joss Whedon, que também co-escreveu
com o diretor Drew Goddard, o filme é uma deliciosa demolição do gênero de
horror, um conto que subverte não apenas os seus próprios medos, mas os de
praticamente todos os filmes assustadores que você já viu. Por que os
protagonistas desses filmes sempre escolhem o pior momento e local para fazer
sexo? Por que eles se separam quando é evidente que eles devem ficar juntos? The Cabin in the Woods promete oferecer
respostas”.