"O Brasil não tem povo", observou admirado o biólogo francês Louis Conty quando a República foi proclamada no Brasil. Para ele, a população assistiu a tudo "bestializado" - sem entender um acontecimento aparentemente longe da diária luta pela sobrevivência. Esse foi o imaginário fundador da República. No século XIX, iniciado como tragédia. Agora, no século XXI, como farsa, ardil. O julgamento pelo STF dos indiciados pela PGR por tentativa de golpe de Estado no 8/1, e o principal deles, o líder Bolsonaro, foi acompanhado na TV pela esquerda como uma final de Copa do Mundo: a derradeira "defesa da Democracia". Nem a grande mídia ou a esquerda se esforçam em mostrar o que essa agenda tem a ver com o dia a dia do brasileiro onde precarização e financeirização dominam na luta cotidiana. Ardil da extrema direita: abduzir a esquerda com a judicialização numa agenda sem aderência popular. Enquanto grande mídia cria personagens como a "Débora do Batom" para contaminar as eleições de 2026.