O governador de São Paulo, Doria Jr., tirou do icônico palco político-midiático da Avenida Paulista (SP) a tradicional manifestação (desde 1995) do “Grito dos Excluídos” e definiu que apenas bolsonaristas poderão se manifestar lá no dia sete. Para além da “ambiguidade” de Doria Jr. (faz oposição a Bolsonaro muito mais por uma razão conjuntural do que ideológica), há um aspecto simbólico mais profundo: dentro do atual roteiro da guerra híbrida e do domínio total de espectro, o “Grito dos Excluídos” é simplesmente um OVNI inconveniente que tem que ser escondido pela grande mídia. Porque vai além da pauta “superestrutural” (Fora Bolsonaro, guerra cultural, anti-negacionismo etc.) - o “Grito” exige renda, trabalho, moradia, saúde dentro da nova reconfiguração do capitalismo que cria “excluídos”. Questões infraestruturais que a guerra híbrida que ocultar para blindar a política neoliberal. Enquanto isso, a grande mídia brasileira se recompõe e descobre o novo tom propagandístico para o Afeganistão: “fuga” virou “resgate” e “colaboradores” viraram “refugiados” para ocultar o retorno do modo “false flag” do Estado Islâmico.