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quinta-feira, agosto 12, 2021

Shyamalan faz thriller sobre a fratura da finitude humana no filme 'Tempo'


Paira em todas as cenas do novo filme de M. Night Shyamalan o espírito de Rod Serling, da série cult “Além da Imaginação”. “Tempo” (Old, 2021) é um filme sobre doença, envelhecimento e mortalidade. Mas principalmente sobre a condição existencial da finitude num universo que implacavelmente caminha para a entropia e o fim. Tentamos esquecer isso com o hedonismo tecnológico e do entretenimento. Mas, e se caíssemos numa praia paradisíaca e isolada onde misteriosamente o tempo está fora de controle e tudo envelhece de forma acelerada? Então essa condição cósmica viria à nossa consciência como uma fratura exposta. Shyamalan é um dos poucos cineastas contemporâneos que tem um compromisso kamikaze com as próprias ideias: depois de filmes com uma série de plot twists iconoclastas, em “Tempo” o diretor chega ao estado da arte – vai do metafísico e gnóstico para a crítica social numa virada que mistura gêneros: do thriller e terror para a pura ficção científica, combinando conceitos de magnetismo e regeneração celular.

quarta-feira, julho 21, 2021

Ciência vs. Religião e a peste humana na série "Raised By Wolves"



Monstros à espreita, androides que parecem ser mais humanos do que os humanos, um planeta alienígena desolado, tudo somado a questões como o quanto a humanidade é solitária num universo sem propósito, as armadilhas da fé e as formas que o futuro distópico pode assumir. Criada por Aaron Guzilowski e com Ridley Scott como produtor executivo, é inegável que a série “Raised By Wolves” (2020-) tem alusões diretas à mitologia da filmografia sci-fi de Scott. Nos episódios da primeira temporada estão os replicantes de “Blade Runner” e os demiurgos e a monstruosidade de “Alien”, “Prometheus” e “Alien: Covenant”. Uma guerra entre ateus e religiosos fundamentalistas destrói a Terra e a última esperança é um exoplaneta. Mas junto com ateus e religiosos vem a peste: o choque Ciência versus Religião. Restando como esperança a missão de um casal de androides cuidar de um punhado de crianças que fuja de toda essa loucura. Ou será que não?

sexta-feira, julho 02, 2021

O horror cósmico no vazio entre a magia e a ciência no filme 'In the Earth'



A pandemia global vem rendendo duas vertentes temáticas no cinema: de um lado, um novo subgênero, o “Covid Exploitation”; e do outro, a recorrência de filmes sobre o horror cósmico – a pandemia parece ter despertado em nós a consciência de que o universo é totalmente indiferente à humanidade. E isso pode ser uma notícia nada boa. “In the Earth” (2021) é mais um filme que ecoa o horror cósmico de HP Lovecraft: cientistas se perdem entre a magia e a racionalidade científica em uma floresta tentando comprovar que toda a vida vegetal está interligada por uma espécie de rede neural psíquica que pode se comunicar consigo mesma e conosco. Fazendo alusões à hipótese Gaia, se a Natureza for um sistema vivo, então ela não precisa ser salva por nós: a Natureza poderá salvar a si mesma, nos expulsando como fossemos meros parasitas. 

sábado, junho 12, 2021

Uma fábula sombria e gnóstica da pandemia na série 'Sweet Tooth'


A crítica especializada parece confusa diante da série Netflix “Sweet Tooth” (2021- ), adaptada das HQs de Jeff Lemire: uma fábula infanto-juvenil sombria? Uma aventura infantil ao estilo Steven Spielberg? Mais um produto Netflix cujos algoritmos tentam fazer um mix entre fábula e a crueldade num mundo distópico sob a pandemia que dizima a humanidade? Gus é um jovem híbrido de cervo que vive numa idílica floresta, protegido pelo seu pai de um mundo que lá fora está sendo destruído. Com sua bondade e otimismo radiantes cruzará uma América devastada e violenta em busca da sua mãe. A suposta ausência de tom narrativo (é uma fábula ou distopia?) na verdade é proposital: é onde pulsa a mitologia gnóstica de anjos decaídos e da luz espiritual (traduzida no otimismo, fé e positividade de Gus) em confronto com um mundo niilista cujo apocalipse distópico começa e termina numa ciência demiúrgica. 

terça-feira, maio 11, 2021

Filme 'Titã': a patafísica tecnológica como sintoma do nosso tempo


“Titã” (“The Titan”, 2018) é um dos piores filmes que este humilde blogueiro já assistiu, com sérios problemas com o princípio básico de qualquer roteiro: verossimilhança e suspensão da incredulidade. E com um ator protagonista tão inexpressivo que os diretores insistem em transformá-lo em híbrido ou alienígena. Um filme destinado a ficar aninhado naquela lista do Netflix “Por que você assistiu...”. E por que este Cinegnose se interessou pela produção? “Titã” revela um sintoma do espírito do nosso tempo: o momento em que a tecnologia se torna tão hipertrofiada e invasiva que acaba inviabilizando as próprias finalidades para as quais surgiu para cumprir, cruzando um “vanish point”. É a patafísica dos sistemas, quando a tecnologia se torna non sense: a “hipertelia”. O nosso planeta está acabando. Temos que fugir para uma das luas de Saturno chamada Titã. Como salvar a humanidade? Resposta patafísica: deixando de ser humanos!

domingo, agosto 30, 2020

Com Neuralink, Elon Musk quer privatizar a mente humana com interface bio-eletrônica


Quem assistiu ao filme “Matrix” deve lembrar de como o protagonista Neo (Keanu Reeves) aprendia lutas marciais pelo simples download de programas em sua mente. Pois essa realidade sci-fi está próxima, pelo menos para o bilionário tecnológico sul-africano Elon Musk. Depois de anunciar o envio de colonos a Marte com sua empresa SpaceX, agora através da sua nova empresa, a Neuralink, o empresário pretende fazer um “upgrade” na mente humana: criar a interface bio-eletrônica definitiva entre mente e a “nuvem” de inteligência artificial, criando o que chama de “telepatia consensual”. Por que? Para Musk, as máquinas nos ameaçarão no futuro, tornando a humanidade irrelevante. Por isso, devemos impulsionar nossas habilidades cognitivas, nos livrando da linguagem (signos, palavras, símbolos etc.) ao nos conectar diretamente nas “nuvens de bites”. Musk fez esse anúncio numa live no Youtube nessa última sexta-feira em uma demonstração com três porcos. Para quê essa chicana pseudocientífica? Depois de querer privatizar Marte, agora Musk pretende privatizar a mente e a linguagem, atraindo a atenção de gigantes como Facebook, já interessada na Neuralink.

sexta-feira, agosto 28, 2020

Quando o eletromagnetismo abriu portas para estranhos mundos no filme "A Vastidão da Noite"

Estamos no final dos anos 1950. Há algo no céu nos arredores de uma pequena cidade em uma noite em que todos estão no ginásio assistindo à uma partida de basquete. Menos dois jovens em seus empregos noturnos: ele, na estação de rádio; e ela como telefonista da central da cidade. Rádio e telefone, eletromagnetismo e eletricidade: essas duas descobertas abriram a humanidade para o mundo desconhecido micro e macro (o quântico e o cósmico): e a possibilidade de formas de comunicação com outros mundos ou dimensões. O filme “A Vastidão da Noite” (“The Vast of Night”, 2019) capta essa atmosfera misteriosa que cercou o eletromagnetismo, desde 1899 quando o físico Tesla acreditou ter recebido sinais codificados vindos do espaço. Paranoia da invasão soviética na Guerra Fria, interferência da CIA, visitantes alienígenas, fantasias adolescentes, tudo envolve uma misteriosa transmissão de rádio que invade as linhas telefônicas naquela noite.

sábado, junho 27, 2020

A incerteza quântica do Detetive em "O Turista Suicida"


Os impactos da descoberta do Princípio da Incerteza na mecânica quântica de Heisenberg foram muito além do campo científico – transformou o modo de constituição da subjetividade na modernidade: de qualquer ponto que pensemos a nossa vida, encontraremos um mundo fragmentado e incompreensível povoado por gente cujos compromissos e motivações não são claros. Por isso somos todos Detetives, personagem principal da Modernidade da literatura ao cinema. Sua tentativa de solucionar um enigma sempre se voltará contra ele mesmo. “O Turista Suicida” (Selvmordsturisten, 2019) é mais um exemplo de como a incerteza quântica faz parte da sensibilidade moderna: um investigador de uma seguradora tenta solucionar o enigma da morte de um segurado, envolvendo o “Hotel Aurora” – um resort elegante nas montanhas escandinavas que promete uma “morte assistida” ou “um belo final”. Porém, sem saber o detetive está investigando a si mesmo. Filme sugerido pelo nosso colaborador Felipe Resende.

domingo, junho 14, 2020

Filme "1BR": quando a Ciência vira um pesadelo religioso totalitário


Se aprendemos alguma coisa com a História é que duas ideias não costumam terminar bem: primeiro, a ideia de um Deus demiúrgico, sempre presente por trás de religiões que estimularam cismas, guerras, genocídios e conquistas; e a outra, a propaganda dos valores da comunidade e da família que sempre desagua no totalitarismo. O thriller “1BR” (2019) transforma um condomínio de apartamentos em Los Angeles no microcosmo dessa trágica recorrência histórica: uma jovem solitária vai morar num condomínio de apartamentos que é uma comunidade incrivelmente perfeita – multicultural, inclusiva e acolhedora Mas aos poucos descobrirá que essa pequena utopia é de fato uma prisão – um brutal sistema de condicionamento que busca a conformidade absoluta. Outra seita de malucos ao estilo Charles Mason? Ou um sofisticado experimento de psicologia comportamental na qual Deus baixa à Terra sob a forma de Ciência? Filme sugerido pelo nosso colaborador Felipe Resende.

quinta-feira, maio 07, 2020

Na série "Tales From The Loop" o futuro já passou e a gente não percebeu


Sempre estamos à espera do futuro, seja no gênero ficção científica na literatura e no cinema, seja nas utopias políticas ou religiosas. Ou então deixamos de acreditar no futuro, por meio de distopias ciberpunks ou totalitarismos tecnológicos. Mas, e se o futuro já aconteceu e nós não percebemos? As maravilhas tecnológicas já foram realizadas, mas ainda a humanidade se debate angustiada com velhas questões universais como morte, solidão, luto, amor e identidade. Na série “Tales From The Loop” (2020-) estamos em uma década de 1980 alternativa em uma cidadezinha pastoral e agridoce na qual os cidadãos convivem com robôs e tecnologias quase extraterrestres com a mesma naturalidade com que experimentam a hora do chá ou fazem a lição de casa escolar. Com delicadeza e calma, cada episódio lida com uma questão universal humana numa abordagem dos temas sci-fi que a crítica vem definindo como “anti-Black Mirror”: não há utopias ou distopias – o futuro já passou e a humanidade ainda se debate com o “demasiado humano” ainda sem respostas. 

sexta-feira, abril 17, 2020

A atualidade de "O Enigma de Andrômeda" em tempos de pandemia


Um filme oportuno para ser revisto em meio a atual crise do COVID-19: “O Enigma de Andrômeda” (The Andromeda Strain, 1971), do mestre Robert Wise (“O Dia Em Que a Terra Parou, 1951). Primeiro, por propor a hipótese da “panspermia”, cuja relação com a atual pandemia COVID-19 é sustentada por alguns cientistas - vida está presente em todo o universo e espalhada através de meteoros, cometas e poeira espacial. Segundo, pela suspeita de que armas biológicas seriam a alternativa para desequilibrar o empate nuclear durante a Guerra Fria. Um thriller científico assustador e esteticamente tão realista e preciso que esquecemos que estamos assistindo a uma obra de ficção. Um satélite espacial cai num pequeno vilarejo em uma região desértica do Arizona. Todos morrem de formas bizarras. O mistério é que sobrevivem apenas um bebê e um idoso. Quatro cientistas em um complexo subterrâneo correrão contra o tempo para descobrir a natureza desse vírus extraterrestre. E, principalmente, a cura.

sábado, novembro 30, 2019

A tecnologia toma o lugar do sobrenatural no gótico norte-americano em "The Room"


O gênero Gótico tem suas origens no Velho Mundo europeu com seus castelos e masmorras de sociedades que desapareceram. Já o gótico norte-americano é um interessante subgênero originado numa sociedade puritana que produziu ficções em torno de culpa, pecado original, abominações humanas decorrentes da miscigenação racial, incesto etc. E ainda mais interessante quando um filme desse subgênero é escrito e dirigido por um olhar europeu. Esse é o filme franco-belga “The Room” (2019): cansado de viver em Nova York, um jovem casal muda-se para um casarão vitoriano no interior de New Hampshire. Lá encontrarão não o sobrenatural, mas o horror produzido por uma misteriosa tecnologia por trás das paredes daquele casarão, capaz de materializar qualquer desejo que for dito. Mas, como em todo conto fantástico há um alerta: “A única coisa mais perigosa do que alguém que não consegue o que quer, é uma pessoa que possa ter tudo o que quiser”. Filme sugerido pelo nosso colaborador Felipe Resende.

quarta-feira, outubro 30, 2019

O buraco negro e o Mal no filme "Portals"


Portais interdimensionais têm uma má fama no cinema: em uma longa lista de filmes como “Stargate”, “Quero Ser John Malkovich”, “Monstros S/A”, “Alice no País das Maravilhas”, “Bandidos do Tempo”, “Donnie Darko”, “Os Vingadores” etc. portais são aberturas para mundos estranhos, desequilíbrios cósmicos e passagem através da qual demiurgos tentam invadir nosso mundo. “Portals” (2019) traz inovação ao tema: é uma antologia não episódica de curtas sci-fi e terror cujas narrativas correm em paralelo e se conectam no mesmo tema – o primeiro buraco negro artificial foi criado, provocando um apagão energético global e o aparecimento de misteriosos portais que podem surgir em qualquer lugar a qualquer momento: no meio de um Call Center, num estacionamento subterrâneo de shopping center e no meio de uma estrada. A Ciência tenta compreender as leis últimas da realidade. Mas pode se deparar com o elemento que participa da Criação desde o início: o Mal. Mais uma sugestão do nosso colaborador Felipe Resende.

domingo, abril 28, 2019

Nos profundos vales da galáxia e da solidão humana em "High Life"


Uma nave em algum lugar no espaço profundo, para além do sistema solar, ruma a 99% da velocidade da luz na direção de um buraco negro. Um homem dedica-se a cuidar da sua pequena bebê, em meio aos corredores escuros e um desordenado jardim de onde tira alimentação e oxigênio. Como pararam ali? De quem são os cadáveres mantidos em uma câmara criogênica? Quais os efeitos da viagem na velocidade da luz em uma tripulação perdida no vazio em uma missão potencialmente suicida? High Life (2018), da diretora francesa Claire Denis, não é propriamente um sci-fi convencional: em uma narrativa elíptica e em flash-backs tentamos reconstituir o passado e estimar o futuro daquela estranha missão. Uma viagem estranha e surreal pelos profundos vales da galáxia e da solidão humana. No espaço cósmico o homem nada descobrirá, a não ser a si mesmo. E isso pode não ser uma boa coisa.

domingo, junho 10, 2018

Mulheres com testosterona demais para fazer Ciência em "Aniquilação"


O que de imediato é notável em “Aniquilação” (“Annihilation”, 2018) é o elenco de protagonistas totalmente feminino e alusão à ficção científica soviética de “Stalker” do mestre Andrei Tarkovsky. Mas estamos numa produção hollywoodiana de um estúdio traumatizado com o fracasso do filme “Mãe!” no ano passado – uma reflexão gnóstica e metafísica fora da curva.  Por isso, o que era para seguir uma reflexão metafísica (a queda de um meteoro cria uma área de distorção magnética e biológica que se expande), resultou em um sci-fi com mais armas e militares do que Ciência e Filosofia. Um grupo de cientistas forma uma expedição para tentar desvendar o enigma da “Cintilação”. Mas elas passam a maior parte do tempo dando tiros. Mulheres com testosterona demais para fazer Ciência.

sábado, março 03, 2018

O estranho senso de justiça no filme "O Sacrifício do Cervo Sagrado"


Os deuses exigem de nós sacrifícios para que provemos nossa devoção. Mas, e se for exigido um sacrifício pessoal a eles? Um cirurgião bem sucedido e respeitado parece pairar como um Deus sobre a vida e a morte, até que encontra com um garoto que o faz se confrontar com algum tipo de justiça cósmica, que exigirá dele o sacrifício de um membro da sua família. “O Sacrifício do Cervo Sagrado” (“The Killing of a Sacred Deer”, 2017), do diretor grego Yorgos Lanthimos (“The Lobster” e “Dente Canino”), segue a tendência atual de filmes estranhos dirigido por gregos que misturam horror, violência, amor e culpa em thrillers com situações bizarras. Aqui, Lanthimos lança seu olhar para os mundos assépticos dos hospitais e condomínios suburbanos que vendem para as massas as ilusões de controle patrocinado pela Ciência e racionalidade tecnológica. E, como em todos os filmes de Lanthimos, consegue extrair desses universos o estranho e o incontrolável.

domingo, dezembro 03, 2017

Em "Cosmodrama" Ciência, Religião e Filosofia travam duelo sem rumo


Sete astronautas, acompanhados por um cachorro e um chipanzé, acordam em uma espaçonave depois de saírem do estado de criogênico. Nenhum deles sabe o que está fazendo ali ou qual o destino final da viagem. Aparentemente a nave (um mix vintage da “Discovery” de “2001” e a “Enterprise” da série de TV “Star Trek”) está programada para funcionar automaticamente. Eles apenas terão que confiar na própria capacidade de observação para especular o propósito de tudo aquilo. Logo descobrirão que cada um é especialista em um área do conhecimento: Psicologia, Astronomia, Semiótica, Jornalismo, Filosofia, Biologia e Genética. Esse é o filme francês “Cosmodrama” (2015) de Phillipe Fernandez. Com delicadeza e humor, através de gags e situações absurdas, introduz o espectador às grandes especulações cosmológicas sobre o início e o fim do Universo: o Big Bang, a Eternidade, o design inteligente e o universo holográfico. Ciência, Religião e Filosofia duelam entre si para entender o propósito da existência. Porém, o mistério maior permanece: mas afinal, o quê é aquela espaçonave? Com a colaboração do nosso infalível leitor Felipe Resende.

quarta-feira, novembro 22, 2017

O niilismo gnóstico de Tarkovsky contra Ciência, Religião e Arte em "Stalker"


“Stalker” (1979), segundo filme de ficção científica do soviético Andrei Tarkovsky após “Solaris” (1972), está conectado tanto com o passado quanto futuro: com a misteriosa explosão em Tunguska, Sibéria, em 1908 e com o acidente nuclear de Chernobyl em 1986, cujo argumento do filme foi estranhamente profético. Um stalker (guia ilegal) conduz um cientista e um escritor para “A Zona” – região misteriosa desértica e em ruínas (lá teria caído um asteroide ou nave alienígena) cercada por forte aparato policial. Nessa zona proibida existiriam estranhos poderes capazes de realizar os desejos mais recônditos de quem sobrevivesse a suas armadilhas mortais. Para Tarkovsky, “A Zona” seria o microcosmo da própria vida: Ciência, Arte e Religião se confrontam em uma batalha niilista para ver quem herdará o que restou da sociedade moderna – mesmo depois do fim, a ilusão, a fé vulgarizada e oportunismo lutam entre si.

sábado, novembro 04, 2017

Fantasma do Gnosticismo ronda CERN: para pesquisadores Universo não deveria existir!


Quanto mais a Ciência se distancia do antigo modelo mecanicista de Universo, curiosamente mais se aproxima da antiga Cosmogênese do Gnosticismo e da mitologia grega na qual mesmo o poderoso Zeus estava submetido às leis do Senhor do Tempo – Cronos. Pesquisadores do CERN perplexos afirmam: o Universo não deveria existir! Sem conseguirem encontrar assimetria entre matéria e anti-matéria, os pesquisadores atestam que o Universo deveria ter se auto-aniquilado no segundo seguinte à Criação após o Big Bang. Ao mesmo tempo, cientistas do Instituto Max Planck na Alemanha chagaram a dados relativos à energia interna de um buraco negro que inesperadamente confirmam a hipótese do Universo Holográfico – em algum lugar nos limites do Universo existiu uma superfície 2D que “codificou” toda a informação que descreve a nossa realidade 3D + Tempo. A improbabilidade do Universo seria mais uma evidência do cosmos ser uma simulação finita? 

quinta-feira, setembro 14, 2017

A controvérsia da "Queermuseu", o software que detecta gays e a animação "Divertida Mente"


O cancelamento unilateral da exposição “Queermuseu” em Porto Alegre após protestos de grupos neoconservadores; o desenvolvimento de um software por pesquisadores da Universidade de Stanford cujo algoritmo reconhece a orientação sexual e até a tendência política através das feições faciais de uma foto; e a animação da Pixar “Divertida Mente” (2015) cujo argumento foi inspirado em pesquisas psicológicas da CIA. O atual “revival” do bestiário pseudocientífico do século XIX (antropologia criminal de Lombroso, Eugenia de Galton etc.) favorecido pela escalada planetária do neoconservadorismo está criando bizarras ligações perigosas entre eventos aparentemente distantes no tempo e no espaço. O cancelamento do “Queermuseu” é mais uma amostra do “zeitgeist” do século XXI: como um zumbi que retorna dos mortos , o bestiário pseudocientífico anterior ao século XX retorna com roupagem high tech (algoritmos e Inteligência Artificial) ou sob o discurso da “nova política” das chamadas “revoluções coloridas”.

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