sábado, abril 08, 2023

O low rock de Morphine; por que Big Tech está com 'medo' da IA; Globo está morrendo gorda; mídia quer meganhar escolas


Venha fazer conexões, ligações e ligar lé com cré em vários assuntos dentro do espírito “visão 360”. É a Live Cinegnose 360, #102, nesse domingo (09/04), às 18h, no YouTube. Para abrir, vamos discutir o trio “low rock” Morphine: rock e jazz bebop no som estrangeiro e gnóstico de Mark Sandman. Depois, vamos discutir o filme “Luther – O Cair da Noite” (o impulso confessional nas mídias e redes sociais) e a série “Enxame” (cada movimento da cultura pop cria seu próprio tipo de assassino). Por que o mainstream da Big Tech está com medo da Inteligência Artificial? A mitologia da IA criada pelo marketing e ideologia. E na Crítica Midiática da Semana: Como o Jornalismo Corporativo protege seus ativos na cobertura dos ataques a escolas e creches; Globo está implodindo o seu jornalismo porque ela está morrendo gorda; A narrativa canastrona do “espião russo”: déjà vu do caso Snowden. Como o impacto midiático da privatização dos Correios ocultava o cerco geopolítico dos EUA. Primeiros 100 dias de Lula: jornalismo corporativo propositalmente mistura causa e efeito. E mais estranhíssimos Comentários Aleatórios! É nesse domingo!

sexta-feira, abril 07, 2023

Mídia não liga lé com cré no ataque de SC e protege seu ativo: o Exército Psíquico de Reserva


Com um delay de mais de 30 anos, grande mídia agora dá ouvidos a estudiosos e muda política de cobertura a ataques como a da escola em São Paulo e a creche em Blumenau (SC): evitar o chamado “efeito copycat” de imitação de criminosos a partir da repercussão que a mídia oferece a esse tipo de notícia. Mas sabemos que o jornalismo corporativo não dá ponto sem nó. Destaca apenas as medidas do governo (estadual ou federal) para o aumento do patrulhamento e a criação de “protocolos” nas escolas contra esse tipo de crime. Com o seu notório empirismo grosseiro, sob o álibi de não querer dar visibilidade a criminosos, não quer ligar lé com cré: o sincronismo entre o crescimento de células nazistas e neonazistas nas redes sociais e a escalada de ataques a creches e escolas. Por quê? Para manter em stand by um dos seus principais ativos: o Exército Psíquico de Reserva. Uma espécie de exército de zumbis, útil num passado recente, e sempre a postos para entrar em ação a cada “apito de cachorro”.

quinta-feira, abril 06, 2023

Cada movimento da cultura pop cria seu próprio assassino na série 'Enxame'


“Esta NÃO é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, NÃO é mera coincidência”. Com esse alerta abrasivo começa cada episódio da série da Prime Video “Enxame” (Swarm, 2023), inspirado na cultura da base de fãs da celebridade pop Beyoncé. A “Abelha Rainha” da comunidade de fãs chamada “Colmeia”. No século XX fãs se limitavam a rasgar roupas dos ídolos ou, eventualmente, assassiná-los. Agora vemos a ascensão da chamada “cultura stan” das redes sociais cujas comunidades de fãs geram haters. Que decidem fazer justiça rápida, agindo como um enxame contra qualquer um que sequer sugira ofender a “rainha”. Cada movimento na cultura pop cria seu próprio assassino. Esse é o tema da série de humor negro “Enxame”.

quarta-feira, abril 05, 2023

'Luther - O Cair da Noite': somos hackeados pelo impulso confessional


“Luther – O Cair da Noite” (2023, disponível na Netflix) é a continuação nas telonas da série para TV sobre o detetive brilhante, mas com uma questionável bússola moral. O resultado foi um pastiche de “Black Mirror”, o pior de James Bond (da era Craig) e a versão negra do detetive John McClane de “Duro de Matar”. Porém, o argumento central do filme é atual e urgente:  usuários são capazes de compartilhar ou guardar seus maiores segredos, vícios, confissões e toda sorte de detalhes pessoais em plataformas que sabidamente não são públicas - negócio privados e vulneráveis às ingerências políticas e mercadológicas. Como explicar esse “impulso confessional” que torna as pessoas vulneráveis ao hackeamento e chantagem?

sábado, abril 01, 2023

Triumvirat, a perigosa desmontagem de uma bomba semiótica ao vivo e o tempo midiático contra arcabouço fiscal


A primeira Live das próximas 100+. É a edição #101 da Live Cinegnose 360, nesse domingo (02/04), às 18h, no YouTube. Na sessão dos vinis do humilde blogueiro, o rock progressivo alemão do Triumvirat: morte, exploração e poder contados sob arranjos progressivos. Depois vamos discutir os filmes “The Outwaters” (sangue, areia, deserto e HP Lovecraft) e “Pi” de Aronofsky (a escatologia cabalística do Capitalismo Financeiro). E depois, esse humilde blogueiro mais uma vez desafiará a morte (pelo menos mental): ao vivo, fará a engenharia reversa de um artefato semiótico explosivo – uma bomba capturada diretamente do campo de batalha do “Novo Ensino Médio”. E na Crítica Midiática da Semana: Arcabouço fiscal e a guerra do controle da agenda midiática e da opinião pública: como o tempo está a favor da grande mídia; A sincrônica pneumonia de Lula; dois flagrantes de manipulação do jornalismo corporativo: censura e factóide; Duvivier e a indicação de Zanin ao STF: como funciona a cismogênese na guerra híbrida; dos coletes amarelos aos protestos contra a reforma da previdência na França: uma revolução popular híbrida? E outras bombinhas antes de terminar... Participe da Live e veja o humilde blogueiro desafiar a morte!

Guerra do controle da agenda e arcabouço fiscal: grande mídia tem o tempo a seu favor


Depois dos anos de governos do PT prisioneiros do chamado “efeito fliperama” (sempre reativo à agenda midiática – como bolinhas que batem num fliperama – sem conseguir impor agenda própria), nessas últimas semana o Governo parece ter aprendido: conseguiu reagir à agenda de judicialização e meganhagem que iniciava e conseguiu impor a agenda econômica com anúncio do arcabouço fiscal (no dia da volta de Bolsonaro ao país, evento que “flopou”). Com a ajuda do contra-ataque do depoimento do advogado Tacla Duran incriminando Sérgio Moro. Porém, o tempo está do lado da grande mídia – a âncora fiscal de Haddad precisará combinar com os russos: queda dos juros para o crescimento econômico e da receita; e a colaboração do Congresso para medidas de saneamento fiscal. Rentista, grande mídia avisa que o arcabouço fiscal será uma “longa jornada” e nada será “da noite para o dia”. Isto é, mídia aposta na crise econômica e no “terceiro turno” no Congresso.

“A longo prazo, estaremos todos mortos” (John Maynard Keynes)


O que já estava em germe na obra de Walter Lippmannn “Opinião Pública” (1922), os pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw, na década de 1970, tornaram explícita com a teoria Agenda Setting ou “Agendamento”: consumidores de notícias tendem a considerar mais importantes os assuntos que são mais pautados e destacados na cobertura jornalística.

Lippmann falava como “nossas imagens mentais” (a “opinião pública”) eram formadas por um “pseudoambiente” a partir do embate de diferentes agendas de grupos de interesses, líderes de opinião e meios de comunicação. A teoria da Agenda Setting comprovou empiricamente essa tese de Lippmann no estudo em uma cidade da Carolina do Norte para verificar a correlação entre a agenda midiática, a agenda da opinião pública e a agenda dos candidatos nas eleições presidenciais.

De Lippmann à teoria do agendamento de Shaw/McCombs, o que resultou foi a sofisticação da engenharia da opinião pública e a percepção de que a “opinião pública” nada mais seria do que o resultado da uma luta entre os grupos de interesses pela hegemonia da agenda midiática – uma batalha na qual conceitos como timing, acumulação, consonância e onipresença são fundamentais na guerra da modelagem do “pseudoambiente”.

Nos treze anos os governos do PT nunca conseguiram impor uma agenda própria, para fazer um movimento anticíclico contra a grande mídia. Acabou caindo na armadilha daquilo que chamamos “efeito fliperama” (ou “pinball”) – limitou-se compulsivamente ou à reatividade ou a pura e simples estratégia de controle dos danos sucessivos provocados pelas agendas criadas pela mídia e replicada pela oposição parlamentar.

O que criava efeito análogo ao fliperama: com a mesma dinâmica da diversão eletrônica, a grande mídia disparava a bolinha que começava a rebater em pinos e flips, somando pontos - mensalão; caos aéreo; a descontrolada inflação do tomate; as manifestações de rua do “gigante que acordou”; o “terceiro turno”; o “petrolão” etc. – clique aqui.

Elas rebatiam aleatoriamente nos pinos e flips criando ressonância, recursividade, loopings: numa estratégia reativa de controle de danos o governo era obrigado a dar respostas em notas aqui e ali. Dando legitimidade e pertinência ao jogo... e as bolas batiam e rebatiam... tlim!... tlim!... tlim!.... E pontos eram somados num ciclo vicioso infernal.


Controle da agenda

Depois de todos esses anos de guerra híbrida, pelo menos o PT aprendeu uma lição: a guerra da comunicação começa pelo controle da agenda.

Estratégia que a direita alternativa (alt right) conhece desde sempre: controlar a agenda através do caos como método. Basta ver a máquina de promoção semanal de “caneladas” do governo Bolsonaro com o vice Mourão como a “tecla SAP” para traduzir os coices do presidente nos jornalistas no “cercadinho”, a crise do “golden shower” no Carnaval de 2019 que ganhou capa na revista Veja, esporros nas lives semanais, participação em atos golpistas, motociatas, o “manifesto do apocalipse” compartilhado por Bolsonaro nas redes sociais (clique aqui), Xvideos compartilhados pelo Carluxo no perfil do presidente etc.

 Aquilo que o linguista Chomsky falou sobre a estratégia de Trump, facilmente aplica-se a Bolsonaro:

Olhe a televisão e as primeiras páginas dos jornais. Não há nada mais que Trump, Trump, Trump. A mídia caiu na estratégia traçada por Trump. Todo dia ele lhes dá um estímulo ou uma mentira para se manter sob os holofotes e ser o centro da atenção. Enquanto isso, o flanco selvagem dos republicanos vai desenvolvendo sua política de extrema direita, cortando direitos dos trabalhadores e abandonando a luta contra a mudança climática, que é precisamente aquilo que pode acabar com todos nós – clique aqui.

Mesmo fora do Governo (auto exilou-se na Flórida para não passar a faixa presidencial a Lula), Bolsonaro não sai das escaladas dos telejornais e capas de jornais: vídeo fazendo compras num mercado e supostamente sinalizando um “apito de cachorro”; o ex-presidente teria estimulado a invasão de Brasília no 08/01? A denúncia do senador Marcos “Swat” do Val sugerindo a participação do ex-presidente numa “tentativa de golpe de Estado”; o episódio da “minuta do golpe”; Bolsonaro discursa em eventos de extrema direita nos EUA; e finalmente o escândalo das joias das arábias – Bolsonaro será preso quando voltar para o Brasil? Não percam os próximos episódios!


Ilustração: Roberto Negreiros, 2019

Agenda de Governo, Agenda de Estado

Desde o Gabinete do Governo de Transição, a grande mídia dava sinais de que não iria respeitar o tal handicap dos “cem dias”: já partiu para o ataque com lobby de jornalistas em frente ao CCBB montando a chantagem da “responsabilidade fiscal”.

O divisor de águas certamente foram os episódios do 08/01: a princípio, os ataques aos prédios dos três poderes deveria ser o evento que complementaria o emparedamento do governo, forçando-o a cair mais uma vez no efeito fliperama: sempre reagir ao invés de pro-agir. 

Lula contra-ataca com mais um evento de forte poder simbólico: cruzar a Praça dos Três Poderes caminhando lado a lado com governadores e políticos de todo espectro político, ao vivo nos canais de notícia, todos indo na direção do prédio do STF destruído. Lula ao lado da presidenta do STF Rosa Weber.

Tudo num dia em que presidentes de vários países, além de um telefonema de Biden a Lula, deram apoio irrestrito ao governo eleito.

Resultado: por algumas semanas, Lula passou a ter uma agenda não só de Governo, mas principalmente de Estado.

As duas últimas semanas o timing dos plot twists para reverter a agenda da grande mídia foram perfeitos. 

Seguindo o modus operandi de outros episódios (p.ex., o dia da aprovação da Reforma da previdência no Congresso), a Juíza lava-jatista Gabriela Hardt e a PF do Paraná desfecharam a “Operação Sequaz” para desarticular um plano do PCC para sequestrar e matar autoridades, supostamente envolvendo também o senador ex-juiz Sérgio Moro. Foi o contra-ataque lavajatista para responder à hegemonia da pauta econômica que dominava a agenda midiática: primeiro, pelos ataques de Lula ao Banco Central e os juros altos; e depois, o aprofundamento da discussão econômica com evento no BNDES que promoveu o retorno da pauta econômica em alto nível na grande mídia, com debates em torno das críticas à racionalidade da taxa Selic em 13.75% feitas pelo prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz e pelo economista de renome mundial Jeffrey Sachs.

Voltava para a ribalta midiática a judicialização e a meganhagem com o bordão “policiais nas ruas!” exortado por apresentadores na TV.

Apesar do “bate cabeças” entre Flávio Dino e Lula (Lula sugeriu armação na operação da PF... mas Dino tinha conhecimento da ação meses antes), o ministro da Justiça respondeu com a impecável performance na sabatina na CCJ da Câmara. 

E Lula saindo sincronicamente de cena acometido por uma “pneumonia leve”, após uma semana de “caneladas” contra o governo. 

“Colonistas” da grande mídia festejaram o destempero de Lula e o ex-juiz Moro, até então condenado ao esquecimento pela sua intrínseca mediocridade como “marreco de Maringá”, foi revivido como o cruzado anticrime. 



O contra-ataque da agenda econômica

Mas o contra-ataque governista veio já na segunda-feira (27) quando o advogado Tacla Duran prestou depoimento ao juiz Eduardo Appio no âmbito do processo em que é réu por lavagem de dinheiro para a empreiteira Odebrecht. O advogado apresentou provas incriminando Sérgio Moro em práticas criminosas de extorsão na Lava Jato.    

Embora escondido nas prime time da grande mídia, o depoimento foi o suficiente para a grande mídia esquecer Moro e retornar à agenda econômica do chamado “arcabouço fiscal” – a demora do anúncio da âncora fiscal parece que foi até proposital: só alimentou a ansiedade dos “colonistas” que quiseram ver nisso uma “crise” interna no governo. A isca foi jogada e a pauta da economia permaneceu na semana.

E, por último e não menos importante, o Dia D do anúncio do “arcabouço fiscal” pelo ministro Haddad (quinta-feira, 30) propositalmente colocado no mesmo dia da chegada de Bolsonaro ao Brasil, esvaziou a estratégia de comunicação do PL. Bolsonaro apostava em mais um momento de caos: ser recebido por milhares de bolsonaristas enlouquecidos, dominando as manchetes e as redes sociais. Alguns até apostavam que algum juiz de primeira instância decretaria a prisão do ex-presidente, propositalmente para criar um fato político explosivo. 

Mas a agenda econômica, prioridade para Lula, dominou - estudo realizado pela consultoria Genial Quaest revelou que as novas regras fiscais do país foram mais comentadas nas redes sociais do que o retorno do ex-presidente.

De acordo com o levantamento, a chegada de Bolsonaro ao Brasil foi o assunto mais comentado das redes até as 10h. Porém, foi superado pelo arcabouço fiscal, que foi anunciado em coletiva de Fernando Haddad por volta das 12h – clique aqui.



Projeções

A luta do controle da agenda das últimas semanas entre o Governo e bolsonarismo/lavajatismo leva a algumas projeções:

(a) Grande mídia tem uma predileção pelo lavajatismo. Tanto pela retórica da judicialização e meganhagem (a despolitização é uma das ideologias midiáticas) mas, principalmente, porque seus “colonistas” jamais farão a mea culpa (quem sabe, só daqui a 60 anos – p. ex., Globo News só AGORA está apresentando documentário sobre o Golpe de 1964 sob a perspectiva da intervenção da CIA) sob pena de perderem definitivamente a credibilidade. Moro poderá ser um fusível a ser queimado para salvar a Lava Jato – esse movimento já começa a ser feito por alguns analistas;

(b) Mas também a grande mídia é rentista e os grupos midiáticos cada vez mais se tornam holding financeiras – a Globo, p. ex., apresentou em 2022 receita financeira de R$ 2,1 bi e lucro líquido inferior de R$1,2 bi – clique aqui. Por isso é sensível à agenda econômica como arena de combate em defesa do hiperliberalismo, da independência do Banco Central e da estratégia dos juros elevados como única forma de combater a inflação.

Essa é a isca para o Governo manter a agenda econômica na pauta do dia, acentuando a contradição do jornalismo corporativo: de um lado, forçosamente admite que juros altos prejudicam o desenvolvimento; por outro, aceitam a ortodoxia do BC como fatalidade e tecnicalidade.

Mas a mídia corporativa joga com o tempo a seu favor: o discurso é que a âncora fiscal não terá efeito a curto prazo, que será o início de uma "longa jornada", apostando que o atual viés ortodoxo do BC só mudará no ano que vem. Como dizia o economista John Maynard Keynes, “a longo prazo, estaremos todos mortos” – o jornalismo corporativo aposta na crise econômica com os juros elevados para desgastar do governo Lula, principalmente junto àqueles que o elegeram: a faixa de até dois salários-mínimos, mais sensível às crises.

Anteve-se até o futuro mote dos "colonistas": "Lula não entrega promessas de campanha"...

(c) Os “colonistas” da grande mídia sabem que o arcabouço fiscal costurado por Haddad é frágil porque depende da combinação com os “russos”: primeiro, que os juros caiam para possibilitar crescimento econômico e aumento da receita; segundo, que o Congresso apoie as medidas de saneamento fiscal (fazer aqueles que não pagam impostos começarem a pagar). 

O Governo parte do wishifull thinking de que o Congresso não poderá ficar contra as medidas que beneficiam a Nação (medidas que até volátil mercado financeiro deu, pelo menos nesse início, sinalização positiva). Mas pode! A ex-presidenta Dilma Rousseff sentiu na pele como a grande mídia pode transformar a batalha no Congresso em uma espécie de terceiro turno eleitoral. 

 

 

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quinta-feira, março 30, 2023

Sangue, areia e Lovecraft no filme 'The Outwaters'



Quatro jovens vão ao deserto no Oeste americano para gravar um videoclipe. E lá encontrarão o horror cósmico lovecraftiano. A produção independente "The Outwaters" (2022) mergulha no universo simbólico de um dos arquétipos mais recorrentes na produção cultural: O Deserto, ambíguo na tradição religiosa e esotérica, mas unívoco na mitologia contemporânea: a condição humana gnóstica de exílio, alienação e estranhamento. Além do filme fazer uma metalinguagem de um gênero que já é em si metalinguístico: o “found footage”. “The Outwaters” acompanha o terror minimalista ao estilo do filme “Skinamarink” ao oferecer poucas explicações para o espectador. Um filme para cinéfilos amantes dos filmes estranhos: sangue, areia e Lovecraft.

sábado, março 25, 2023

Live #100: Banda Metrô; Capitalismo financeiro acelera reset global; Lula sem plano de comunicação


A histórica CENTÉSIMA Live Cinegnose 360, neste domingo (26/03), às 18h, no YouTube. E, como sempre, o motivo da longevidade da Live: esse mundo não deixa o humilde blogueiro em paz! Na pior semana para o Governo Lula. Mas calma... Vamos começar com assuntos mais leves, com a sessão dos Vinis e CDs: a banda brasileira “Metrô” - o que esta banda dos anos 80 tem a ver com Woody Allen? Depois vamos discutir os filmes “Glorious” (HP Lovecraft se encontra com a simbologia oculta do buraco) e “Excluídos” (o terror social e de gênero no século XXI). Em seguida, vamos cair de cabeça na Economia Política: agora e a crise no Deutsche Bank – Capitalismo Financeiro em crise? E na Crítica Midiática da Semana, a pior de Lula: o timing da Operação da PF e o que o deslize na entrevista de Lula teve a ver com isso; a canastrice da sentença da juíza; a guerra do controle da pauta midiática; Por que grande mídia acha que Dilma Roussef não é uma mulher? Efeito Heisenberg midiático na greve do metrô em SP; Grande Mídia faz vistas grossas para a censura ocidental na Guerra Fria 2.0. E outras bombinhas semióticas na Live #100. Venha também participar e comemorar!

Sem estratégia de comunicação Lula tem Governo, mas não o Estado


O que deveria ser uma operação psicológica de retomada do controle da agenda política, transformou-se numa crise tanto de comunicação como política, que poderá render efeitos exponenciais – a não ser que o Governo transforme a visita à China numa oportunidade para retomada de pauta. O modus operandi é previsível e recorrente: diante do debate econômico (juros, independência do BC, desenvolvimento etc.) PF e lavajatismo preparavam-se para desfechar uma operação para retomada de agenda: a volta da República de Curitiba, dessa vez não mais para combater a corrupção, mas o crime organizado – fabricar conexões entre PT e PCC, tese criada pelo Partido Militar, pelo menos desde 2017: o suposto projeto da facção tornar-se um partido político ao estilo das FARC. Mas a fala infeliz de Lula numa exclusiva a um site progressista e as cabeças batendo na estratégia de comunicação do Governo criam uma grave suspeita: Lula tem o governo, mas não o Estado.

quinta-feira, março 23, 2023

O terror social e racial no filme 'Excluídos'


Em “Excluídos” (The Strays, 2023) o terror racial de Jordan Peele (Corra, Nós) se encontra com o terror social de Joon-ho Bong (Parasita). Uma mulher vive uma vida aparentemente perfeita em um subúrbio de classe média alta, trabalhando como vice-diretora em uma prestigiosa escola privada e vivendo ao lado de seu marido e dois filhos. Negra, ela vive perpetuamente tensa e paranoica, querendo a todo custo tornar-se “branca” para ser definitivamente aceita pela comunidade. Quando começa a desconfiar que está sendo seguida por dois estranhos que poderão colocar em xeque sua desesperada escalada social. “Excluídos” é mais um exemplo de um novo campo aberto para o gênero: como as desigualdades sociais e de gênero podem ser propulsoras para uma nova dimensão do terror. Filme disponível no Netflix.

quarta-feira, março 22, 2023

H.P. Lovecraft em um buraco no filme 'Glorious'


“Glorious” (2022) é para os cinéfilos amantes dos filmes estranhos: ao mesmo tempo pomposo e sujo. Um protagonista que amarga o fim de uma crise conjugal da maneira mais alucinante e nojenta possível: em um banheiro público dentro de um local de descanso em uma estrada remota, conversando através do buraco de uma cabine adjacente com uma voz que parece vir de um ser híbrido lovecraftiano. “Glorious” merece a atenção pela originalidade de uma narrativa ambientada em um espaço claustrofóbico que parece encerrar algum tipo de batalha cósmica que definirá o futuro da própria Existência. Um filme que faz um curioso mix de arquétipos muito antigos, associados à simbologia fantástica dos buracos e... do fígado.

sábado, março 18, 2023

Live #99: The Clash; Coaches: o golpe do século XXI; crise bancária global? Mercado financeiro NÃO é bolsonarista... é pior!


Antes de conferir se a sua grana ainda está banco, depois da ameaça de crise sistêmica financeira global nessa semana, venha participar da Live Cinegnose 360. Nesse domingo (19/03) será a edição #99 (rumo à histórica centésima edição), às 18h, no YouTube. Vamos começar com um vinil do The Clash: London Calling – Punk e o eterno retorno. E depois dos comentários aleatórios, dois filmes para discutir: “65 – Ameaça Pré-Histórica” (realismo capitalista e hipo-passado na ficção científica) e “Greener Grass” (esquizofrenia e sociedade pós-moderna). Coaches, golpistas financeiros e gurus motivacionais: como o “Novo Pensamento” e autoajuda alimentam a ascensão da direita alternativa. O Cinegnose foi na manifestação contra a Reforma do Ensino Médio em SP: uma reportagem. E na Crítica Midiática da Semana: mídia tenta ignorar a ameaça de crise sistêmica financeira: o que está por trás da ameaça dos crashs bancários; Pesquisa Genial/Quest: será mesmo que o mercado financeiro é bolsonarista? Por que Macron quer fazer AGORA a reforma previdenciária na França? Mídia ignora manifestações contra a Reforma do Ensino Médio... até a “esquerda”... e mais outras bombinhas semióticas! 

Na segunda-feira, minutagem, bibliografia e discografia na Descrição da Live #99 no YouTube.


sexta-feira, março 17, 2023

Coaches motivacionais, golpes financeiros e a ascensão global da direita alternativa


O episódio da perda milionária de dois ex-colegas do Palmeiras com investimentos de criptomoedas foi emblemático, dentro da onda atual de notícias sobre golpes envolvendo coaches e gurus de autoajuda através de perfis em redes sociais. Para além da repercussão midiática, há elementos recorrentes em todos esses casos: bolsonarismo, neopentecostalismo, autoajuda, canastrice e uma certeza mágica de que com a atitude otimista diante das oportunidades, recompensas virão. Essa é uma geração que foi formada pelo tripé religião-educação-informação. Tripé aparelhado por uma ideologia cujas origens estão no movimento filosófico-esotérico do “Novo Pensamento”. Movimento que inspira a direita alternativa (“alt-right”) do século XXI e que mantém ativo o “exército psíquico de reserva”: um ativo psíquico geracional, eventualmente acionado para apoiar líderes extremistas de direita. Assim que as crises econômicas cíclicas do Capitalismo exigirem, como foi na recente ascensão global alt-right.

quinta-feira, março 16, 2023

Realismo capitalista e hipo-passado no filme '65 - Ameaça Pré-Histórica'


Se no final do século XX falava-se no “fim da História” (o triunfo do liberalismo político e econômico), agora nesse século temos uma ideologia mais expansiva e fluida, na cultura, entretenimento, jornalismo e publicidade: o “realismo capitalista” - uma percepção fluida, desesperançosa e impotente de que a realidade é incontornável. Tão incontornável que o realismo do presente pode ser projetado no passado, mesmo que seja em 65 milhões de anos atrás. Um astronauta cai na Terra, em pleno final do período Cretáceo, no meio de uma cadeia alimentar na qual os dinossauros dominam. Não, não é viagem no tempo. Ele vem de uma avançada civilização extraterrestre. Tão avançada que possui as mesmas mazelas econômicas da nossa Terra atual. É o filme “65 – Ameaça Pré-Histórica” (65, 2023), um thriller enxuto e direto de sobrevivência. Tão direto que as mazelas econômicas do presente estão em todo Universo, na pré-história. O capitalismo tão realista que se tornou interplanetário. Bem-vindo ao hipo-passado.

segunda-feira, março 13, 2023

'Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo': Matrix na era quântica vence Oscar 2023


Passamos metade da nossa vida cometendo erros, e a outra metade tentando corrigi-los. O impacto da física quântica na cultura moderna foi estender ainda mais a angústia existencial: e se tivéssemos feito outras escolhas? Quais teriam sido minhas outras linhas do tempo? Viagens exponenciais no tempo e multiversos são os impactos na cultura pop de paradoxos quânticos como “o gato de Schrödinger” e a Interpretação dos Muitos Mundos de Hugh Everett. “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (2022) é uma rara visão cinemática que extrapola ao limite esses paradoxos, levando sete dos 11 prêmios que concorria no Oscar 2023: uma estressada sino-americana dona de uma lavanderia quase falida e com relações familiares em crise é arrastada para uma batalha cósmica em um anárquico redemoinho narrativo de multiversos - uma verdadeira Matrix da próxima era da computação quântica.

domingo, março 12, 2023

Live desse domingo: Iron Butterfly e a ideologia californiana, joias e bombas semióticas das arábias


Do Oscar 2023 às joias das arábias, a Live Cinegnose 360 #98 será agitada, nesse domingo (12/03), às 18h, no YouTube. Vamos começar com mais um vinil que esse humilde blogueiro achou no sótão: “In-a-Gadda-da-Vida” do Iron Butterfly – algo mais sombrio estava acontecendo na psyOp rock psicodélico. Depois dos comentários aleatórios, vamos falar do Oscar 2023 e dois filmes indicados: “Triângulo da Tristeza” (Hegel, Marx e luta de classes no Oscar) e “Elvis” (mais uma vez Tom Hanks passa pano na mitologia pop americana). “Os ricos querem comprar o barulho”: o que Chaplin quis dizer com essa advertência? E fechando a discussão da Live anterior: qual o modelo de mente por trás da Reforma do Novo Ensino Médio? E na Crítica Midiática da Semana: como a mídia cria uma realidade paralela: os “presentes” das arábias e a profecia autorrealizável da terra arrasada no Congresso – as anomalias eleitorais que criaram o Congresso atual; o auditor da Receita que estrelou reality show do canal Discovery: media life? O deputado e o livro “Mein Kampf”: flagrante de sintoma da demência como patologia social; o golpe das Lojas Americanas: livro de Michael Hudson explica; Associação dos Engenheiros da Petrobrás denuncia cavalo de troia no governo. E outras bombinhas semióticas. Antes de assistir ao Oscar, venha conspirar!

sexta-feira, março 10, 2023

Realidade paralela midiática: "presentes" de Bolsonaro e a terra arrasada do Congresso


Bolsonaro, o aventureiro que quer humilhar as Forças Armadas, quis embolsar, sem pagar imposto, um presente com joias no valor de milhões de reais dado ao presidente-aventureiro pela Arábia Saudita. O jornalismo corporativo suspeita de que o presente na verdade poderia ser uma “comissão” por alguma coisa, mas parece não muito motivada para investigar essa pauta. Mas mostra-se muito mais motivada em anunciar que o governo “já perdeu” na terra arrasada do Congresso. Em desespero, Lula marcou um jantar com Arthur Lira para reverter a derrota certa. Bem-vindo à realidade paralela do jornalismo corporativo, zelosa em blindar um dos seus ativos (o Partido Militar), queimar o fusível Bolsonaro e dar pernas a não-notícias para criar as profecias autorrealizáveis do “já perdeu” e da ingovernabilidade.

quinta-feira, março 09, 2023

'Elvis': mais uma vez Tom Hanks passa pano nos incômodos da mitologia pop americana


Depois de filmes sobre ícone pop como Elton John e Freddie Mercury, agora foi a vez de Elvis Presley. Mas com uma ajuda de peso: Tom Hanks no papel de vilão. “Elvis” (oito indicações ao Oscar, entre eles Filme, Ator e Fotografia) é um musical que pretende mais do que renovar a mitologia do rei do rock para as novas gerações. Mas, principalmente, pasteurizá-la dentro do atual imaginário “woke” dos “Novos Democratas” no poder global. E Tom Hanks é o especialista em resgatar e defender as bases da mitologia pop norte-americana, como em Forrest Gump, Apolo 13, O Náufrago, O Círculo, entre outros. Hanks é tão “all american” quanto uma torta de maçã. O filme transforma a histórica relação simbiótica entre Elvis, o infame agente Coronel Parker e a Guerra Fria em “relação tóxica”. Para passar o pano nos detalhes mais incômodos da trajetória do ícone e transformá-lo na “esperança branca” que buscava uma América racialmente igualitária. Esquecendo de como o mito “Elvis The Pelvis” foi instrumento de guerra cultural e política.

terça-feira, março 07, 2023

Filme 'Triângulo da Tristeza' leva Hegel, Marx e luta de classes para o Oscar 2023


Depois de “Parasita” ganhar o Oscar de Melhor Filme em 2020 levando a luta de classes para as telas, agora é a vez de “Triângulo da Tristeza” (Triangle of Sadness, 2022, disponível na Amazon Prime) concorrer ao Oscar desse ano: Melhor Filme, Diretor e Roteiro Original. O cineasta sueco Ruben Östlund (“Força Maior” e “The Square”) é o principal nome da onda de filmes em que os obscenamente ricos são objetos da vingança das forças sociais e até mesmo naturais. Dessa vez com uma cruel e impiedosa sátira contra os super-ricos globais, incluindo a exploração do mercado da moda e o insípido mundo dos influenciadores das mídias sociais. Dividido em três episódios, “Triângulo da Tristeza” une os segmentos com o fio condutor dos temas do poder, submissão, humilhação, ruína e ressentimento. Ecoando principalmente a famosa dialética hegeliana do senhor e do escravo – o ponto de partida para as reflexões de Karl Marx.

domingo, março 05, 2023

Ultraje a Rigor; a pièce de résistance da Petrobrás; Folha obcecada na morte de Lula; Zelensky virou uma laranja mecânica?


Tá difícil colocar gasolina dolarizada no tanque do carro? Então, é mais fácil ficar em casa e participar da Live Cinegnose 360 #97, nesse domingo (05/03), às 18h, no YouTube. De cara esse humilde blogueiro pede desculpas aos cinegnósticos: vamos discutir a banda Ultraje a Rigor na sessão dos vinis e CDs. Mas por uma justificada curiosidade antropológica e política: “porque os roqueiros dos anos 80 viraram reaças” é uma questão mal formulada. Vamos explicar o porquê. Depois, vamos debater o oscarizável “Tár” (virtudes públicas e vícios privados numa estrutura de poder) e o filme norueguês “O Cidadão do Ano” (vingança e justiça em Nietzsche). Depois, a série “A Família Dinossauro” explica como a Reforma do Ensino Médio é uma arma na guerra híbrida brasileira. E na Crítica Midiática da Semana: bombas semióticas semânticas na grande mídia e; PPI e Petrobrás: a pièce de résistance da guerra híbrida; Zelensky virou uma “laranja mecânica”? PT e mídia seguem a gramática da ONGs de George Soros; Elon Musk confirma golpe na Ucrânia e vereador de Caxias do Sul quer argentinos no lugar de baianos: os sincericídios da extrema-direita. E outras bombinhas para terminar. Deixe seu carro e venha participar da Live Cinegnose 360.

sexta-feira, março 03, 2023

Nietzsche e o sabor gelado, muito gelado, da vingança no filme 'O Cidadão do Ano'


Nils foi homenageado como “O Cidadão do Ano” numa pequena e gelada comunidade norueguesa próxima do Círculo Polar Ártico. Ele mantém as estradas limpas da neve, o funcionário público modelo que acredita que o interesse público sempre vem primeiro. Até o seu filho ser assassinado e a polícia local encerrar o caso apenas como overdose. Será o início de uma escalada de vingança tragicômica, lembrando filmes como “Fargo” e a estética da violência de Tarantino. “O cidadão do Ano” (Kraftidioten, 2014, disponível no MUBI) acompanha o pacato servidor público que vira um implacável assassino vingando a morte do filho, revelando uma rede de tráfico de drogas. O filme é bem nietzschiano: se a vingança social (Justiça, o Direito) falha, aquilo que está latente, o ressentimento, retorna na vingança pessoal. As religiões salvacionistas tentam sublimar esse perigo, prometendo a verdadeira justiça só depois da morte. Mas o Nils quer a justiça aqui e agora: ele procura nesse mundo a simetria entre potências que somente poderá ser através da vingança.

quinta-feira, março 02, 2023

Todas as virtudes públicas e vícios privados do gênio preso em um labirinto no filme 'Tár'


Indicado ao Oscar de Melhor Filme, Diretor e Atriz, “Tár” (2022) é um filme sobre uma brilhante maestra e compositora chamada Lydia Tár (numa interpretação visceral de Cate Blanchett) cuja vida e carreira desabam após chegar ao topo da cadeia alimentar no circuito promocional altamente predatório da música clássica. O diretor Toddy Field quer discutir algo que vai muito além da cultura de cancelamento: como a criação artística brilhante e original pode se perder num labirinto em que a necessidade de ser personalista e arrogante faz parte essencial do negócio para acumular capital simbólico num mercado tão competitivo.  Por isso a simbologia do labirinto é central (recorrente em diversas cenas): virtudes públicas e vícios privados combinados com o mix da arte, poder e influência criam o inferno para a protagonista, enquanto a genialidade vai se perdendo pelos becos sem saída de um labirinto.

sábado, fevereiro 25, 2023

Nesse domingo: banda Traffic; Teoria da Estupidez e o Poder; OTAN prepara false flag na Ucrânia? Lula e o anel de Biden


Não é o desfile das campeãs... Na contramão do Carnaval, é a Live Cinegnose 360 #96, nesse domingo (26/02), às 18h, no YouTube. Mais vinis que este humilde blogueiro achou no sótão: o folk psicodélico da banda Traffic: a tensão entre tradição e niilismo na “geração baby boomer”. Também vamos discutir a série “Olá, Amanhã!” (por que o retrofuturismo ainda nos fascina?) e o filme “The Sunset Limited” (niilismo e ateísmo fazem acerto de contas com a Religião e Filosofia. Teoria da Estupidez de Bonhoeffer e “viés da auto-seleção” de Brian Klaas explicam porque o poder sempre atrai pessoas erradas. E na crítica midiática da semana: Um ano da guerra na Ucrânia e OTAN/EUA podem estar preparando algo: Operação False Flag com ajuda da mídia; voto do Brasil favorável a resolução da ONU contra Rússia: Lula foi beijar o anel de Biden? A cobertura midiática da tragédia do Litoral Norte de SP: como esconder a luta de classes; Grande mídia e Carnaval: do discurso motivacional à hiper-realidade da neocolônia digital. E mais algumas bombinhas semióticas no final. É nesse domingo... venha conspirar no Carnaval. 

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