À primeira vista, parece mais um filme pós-apocalíptico padrão, com uma paleta de cor sombria e uma cidade em ruínas. Mas “Exodus” (2021) vai além, indo à raiz daquilo que inspirou todos os filmes pós-apocalípticos do cinema: a releitura gnóstica do apocalipse bíblico através de uma narrativa que sempre começa do fim – como se a Bíblia fosse lida de trás para frente, do Apocalipse ao Gênesis. Uma fita VHS e um pager são as pistas para uma mítica Porta que estaria pairando no deserto, longe de um governo totalitário que mantém a ordem do que restou da civilização. Dissidentes tentam se aventurar no deserto em busca da saída desse mundo. Quanto mais a Porta está próxima, mais a realidade é distorcida. Tornando a jornada enigmática e obscura, tanto para os protagonistas quanto para o espectador.