O velho semiólogo Roland Barthes usava a “técnica de comutação” para descobrir as unidades mínimas de significados em um sistema linguístico ao substituir arbitrariamente um signo por outro, para descobrir os sentidos ocultos no sistema. No caso da guerra semiótica híbrida basta algo mais simples: o exercício de jornalismo comparado - por que casos semelhantes no passado não foram pautados pelo jornalismo corporativo e agora monopolizam a pauta com direito a infográficos caprichados e extensos holofotes midiáticos sobre figuras vaidosas como a do presidente do STF, Luiz Fux? Os casos André do Rap, do dinheiro na cueca do senador Chico Rodrigues e da contratação do jogador Robinho pelo Santos mostram que o gênio da guerra híbrida é o fato dela funcionar como uma “macro” em ciência da computação: regra ou padrão que especifica uma certa rotina de atividades determinada por um macrocomando invisível. A partir desse macrocomando (a “guerra cultural”) todos os lados começam a agir no automático, criando a polarização política que é a própria atmosfera na qual a extrema-direita respira e se reproduz.