sexta-feira, setembro 03, 2021

Grande burguesia vai abandonar Bolsonaro? Esquerda tenta fazer oposição por procuração


A esquerda parece aquele penetra animado que fica na porta da festa tentando entrar de qualquer jeito, enquanto vê, lá dentro, a direita e extrema-direita bebendo e se divertindo. Essa condição faz a esquerda criar aliados imaginários, para inventar uma espécie de oposição por procuração: Biden, Mourão, OEA, Rodrigo Maia etc. Frustrada, agora esquerda comemora um suposto abandono da elite econômica diante de uma “tempestade perfeita” da inflação, desemprego e crise econômica crônica. O “manifesto” Fiesp-Febraban seria uma evidência... só que não:  a grande burguesia (banca financeira, agronegócio e exportadores de commodities) está lucrando ainda mais, desconectada da crise que atinge “apenas” o povão. Imersa na guerra criptografada de informações, a esquerda não percebe a nova reconfiguração do capitalismo: numa “banana plantation” da quarta revolução industrial, grande massa da população nem para ser explorada servirá. O que a esquerda vai fazer?

quinta-feira, setembro 02, 2021

'Não Vamos Pagar Nada' infantiliza crise brasileira com medo, culpa e ressentimento



Nos tempos que a Globo atuou como partido de oposição até o golpe de 2016, a teledramaturgia foi uma das principais armas: novelas e séries para ativar os principais gatilhos imaginários: judicialização e justiçamento. Agora, a teledramaturgia está a serviço da blindagem da política econômica neoliberal apoiada pelos patrocinadores da emissora: banca financeira, agronegócio e exportadores de commodities. A produção Globo Filmes “Não Vamos Pagar Nada” (2020) é exibida na TV aberta no momento quando a política neoliberal cobra seu preço: inflação, desemprego e crise energética. Desempregadas e sem ter como comprar o básico, um grupo de donas de casa saqueia um mercado local. Para depois se confrontarem com seus maridos e a polícia. Uma perfeita peça ideológica em forma de comédia: com uma narrativa infantilizada, explora o medo e sentimento de culpa. Que no adulto se transformam em ressentimento.

quarta-feira, setembro 01, 2021

'Free Guy: Assumindo o controle' - o filme gnóstico na era dos jogos de computador


Se “Show de Truman” e “Matrix” foram os clássicos da era das mídias tradicionais, “Free Guy: Assumindo o Controle” (Free Guy, 2021) é o cinema gnóstico na era dos jogos de computador e dispositivos móveis. Claramente inspirado em Truman e na dupla Neo/Trinity, um anônimo personagem não jogável (NPC) de um game chamado “Free City” ganha autoconsciência e descobre a cruel artificialidade do seu mundo. Do anonimato, ganha a notoriedade no mundo dos games e tenta a quebrar por dentro os códigos de “Free City”. Além de abordar a clássica discussão filosófica entre livre arbítrio vs. necessidade (porém, dentro da cosmogonia gnóstica), passa pela cultura dos jogos. Principalmente a amoralidade dos jogadores que, através da experiência imersiva, emulam a amoralidade dos super-heróis da HQs e das franquias cinematográficas.

terça-feira, agosto 31, 2021

Em 'True Stories' Freud encontra a América Profunda


É uma coincidência significativa o filme de David Byrne e Talking Heads, “True Stories” (1986) ter sido relançado pela Criterium Collection, em DVD e Blu-Ray, em 2018. Assim como o seu relançamento ocorreu em meio do governo de extrema-direita de Donald Trump, seu lançamento nos anos 1980 foi no meio do governo também conservador de Ronald Reagan. Naquele momento, reeleito. Byrne vai ao encontro de personagens inspirados em histórias de tabloides dos EUA: tipos da América Profunda na cidade fictícia de Virgil, Texas. Uma espécie de Vale do Silício texano, na qual o futurismo das novas tecnologias não é o suficiente para alterar a moralidade e a cultura conservadora de pessoas que não querem saber de justiça ou liberdade – tudo que querem é serem “dignas do amor”. “True Stories” ilustra o principal insight freudiano de “Psicologia de Massas e Análise do Ego”: mais do que a morte, o que mais tememos é não sermos amados.

segunda-feira, agosto 30, 2021

Cinegnose e Transaberes lançam curso pré-gravado 'Gnosticismo e Acontecimento Comunicacional'


A parceria Coletivo Transaberes e Cinegnose lança o curso pré-gravado “Gnosticismo e Acontecimento Comunicacional: o encontro da jornada pessoal com a jornada mítica”, ministrado por este humilde blogueiro. O curso transita entre o Gnosticismo, Cinema e Filosofia da Comunicação, com uma questão bem direta: como escapar da Matrix? Seja ela existencial, pessoal ou política. Assista aqui ao vídeo de apresentação, o conteúdo das aulas do curso e como se inscrever.

sexta-feira, agosto 27, 2021

'Gritos dos Excluídos' é um OVNI na guerra híbrida do sete de setembro


O governador de São Paulo, Doria Jr., tirou do icônico palco político-midiático da Avenida Paulista (SP) a tradicional manifestação (desde 1995) do “Grito dos Excluídos” e definiu que apenas bolsonaristas poderão se manifestar lá no dia sete. Para além da “ambiguidade” de Doria Jr. (faz oposição a Bolsonaro muito mais por uma razão conjuntural do que ideológica), há um aspecto simbólico mais profundo: dentro do atual roteiro da guerra híbrida e do domínio total de espectro, o “Grito dos Excluídos” é simplesmente um OVNI inconveniente que tem que ser escondido pela grande mídia. Porque vai além da pauta “superestrutural” (Fora Bolsonaro, guerra cultural, anti-negacionismo etc.) - o “Grito” exige renda, trabalho, moradia, saúde dentro da nova reconfiguração do capitalismo que cria “excluídos”. Questões infraestruturais que a guerra híbrida que ocultar para blindar a política neoliberal. Enquanto isso, a grande mídia brasileira se recompõe e descobre o novo tom propagandístico para o Afeganistão: “fuga” virou “resgate” e “colaboradores” viraram “refugiados” para ocultar o retorno do modo “false flag” do Estado Islâmico.

quinta-feira, agosto 26, 2021

O novo totalitarismo híbrido narco-militar-midiático no filme 'A Ditadura Perfeita'


Quando falamos em ditaduras, logo imaginamos um governo totalitário que suspende as liberdades individuais e o Estado de Direito mantendo uma nação subjugada por um forte aparato repressivo policial e militar. Essa é uma ditadura clássica, mas não perfeita, porque ainda necessita do terror, violência e censura e a mídia é o seu maior inimigo. No filme mexicano “A Ditadura Perfeita” (“La Dictadura Perfecta”, 2014, disponível na Netflix) encontramos o estado da arte de uma ditadura híbrida e perfeita, sob o véu da democracia formal, fundada na relação promíscua entre grande mídia, políticos, narcotráfico e Forças Armadas. Uma sátira mordaz da política do México na qual a gestão dos meios de comunicação e dos escândalos de corrupção fazem eleger qualquer presidente que a aliança narco-militar-midiática queira. Ser o leitor encontrar no filme qualquer semelhança com a realidade política brasileira NÃO é mera coincidência.  

terça-feira, agosto 24, 2021

O vazio existencial do nosso conformismo bovino no filme 'Animal Político'


Uma vaca vive entre os humanos. Teve uma infância feliz e uma família humana amorosa. Vai a restaurantes, shopping, baladas, faz compras e se relaciona com todos. Mas mesmo com todo o seu conformismo bovino, sente que falta algo. Há uma angustiante sensação de vazio em toda essa felicidade. E a vaca sai em busca de uma resposta, seja racional ou espiritual. “Animal Político” (2016) é uma anomalia no cenário cinematográfico brasileiro, um filme estranho no melhor sentido: uma narrativa onírica e surreal sobre nossos problemas existenciais produzidos por fatores bem concretos: a sociedade de consumo numa sociedade marcada pelo abismo da desigualdade. O filme nos faz compreender a célebre afirmação de Aristóteles (o homem é um animal político) interpretando-a ao pé da letra, através da alegoria e de um humor sutil. 

sábado, agosto 21, 2021

Live Cinegnose 360: rock eletrônico de 'Harry', o Reset do Capitalismo em filmes e mídia a ver navios no Afeganistão


Todos sabem... Domingo é dia da Live Cinegnose 360, às 18h00 com transmissão simultânea no Youtube e Facebook. Como também todos sabem, nessa edição #17 (22/08) começamos com a sessão dos vinis do humilde blogueiro: a materialidade histórica do rock eletrônico da banda santista Harry. Depois, precisamos conversar sobre o Grande Reset do Capitalismo com o documentário “Generation Wealth” (2018) e dois filmes brasileiros surreais com vacas protagonistas: “1,99: Um Supermercado Que Vende Palavras” (2003) e “Animal Político” (2015). A grande mídia brasileira sem entender a guinada geopolítica dos EUA com a “perda” do Afeganistão – e porque a esquerda deve se preocupar. E para terminar, as 10 táticas de manipulação de Chomsky.

quinta-feira, agosto 19, 2021

Afeganistão: guinada geopolítica dos EUA deixa mídia a ver navios... e com mais-valia semiótica


Diante das imagens de um helicóptero estadunidense sobrevoando a embaixada de Cabul e de afegãos se agarrando em um avião na desesperada retirada de Cabul diante da blitzkrieg da retomada do país pelo Talibã, acompanhamos na TV brasileira correspondentes e apresentadores entre a irritação e consternação: depois de décadas dando apoio propagandístico à guerra contra o terror e a Doutrina do Destino Manifesto dos EUA, sentem-se agora órfãos e desamparados diante do reposicionamento geopolítico do Império. Já falam em “queda” na aprovação de Biden, revelando a natureza totalmente tautista da grande mídia: ao se apegar com fidelidade canina a uma narrativa hegemônica, torna-se cega à realidade. Mas, a crise do Afeganistão oferece uma mais-valia semiótica: a “turbulência política” internacional e brasileira servem de desculpa para inflação e o aumento dos combustíveis e energia. 

terça-feira, agosto 17, 2021

Documentário 'Generation Wealth': quando o império americano cair, levará o mundo junto



Um super-rico que ostenta uma casa que é a réplica da Casa Branca; um rapper que perambula com 14 quilos em ouro e pedras preciosas em anéis, colares e piercings, a bordo das maiores limousines da América; uma motorista de ônibus que perdeu as finanças e a família com caras cirurgias plásticas; um ganancioso especulador workholic condenado pela Justiça por fraude financeira e que vive recluso na Alemanha, longe da família. O documentário “Generation Wealth” (2018, disponível na Amazon Prime Video), da fotógrafa Lauren Greenfield, tenta montar o quebra-cabeças da mudança da noção de felicidade no capitalismo com um alerta:  a patologia social da busca da felicidade através da ostentação material e estética (que esconde a própria imobilidade social) esteve presente na queda dos grandes impérios na História. A diferença atual é que quando o império americano cair, levará o mundo inteiro junto.

segunda-feira, agosto 16, 2021

Live Cinegnose 360 #16: Rock, esoterismo e bombas semióticas do golpe militar híbrido


Nesse domingo aconteceu mais uma Live Cinegnose 360, a edição #16. Começamos discutindo rock e esoterismo na sessão dos vinis desse humilde blogueiro: o jazz-rock da Mahavishnu Orchestra do guitarrista John McLaughlin. Depois, a incursão gnóstica do diretor Night Shyamalan no filme “Tempo” (Old, 2021) e a mitologia do empreendedor no filme francês “A Nuvem” (La Nuée, 2020). No bloco da guerra híbrida brasileira, a bomba semiótica do desfile dos tanques fumegantes em Brasília e a continuação do kit semiótico de manipulação discutindo o filme “Como Fazer Carreira em Publicidade” (How to Get Ahead in Advertising, 1989). Veja no canal Cinegnose do Youtube, com minutagem, bibliografia e discografia. A Live Cinegnose 360 vai ao ar todos os domingos, às 18h00, no Youtube e Facebook.

sábado, agosto 14, 2021

Gafanhotos e o mito do empreendedor no filme 'A Nuvem'


Um mito cresce com o aumento do desemprego e das profundas transformações das relações trabalhistas no capitalismo: o mito do empreendedor. Como em todo mito, promete uma transformação mágica: a da força de trabalho se converter em capital. Claro, desde que você tenha força de vontade e dê o sangue para o seu negócio. Às vezes, literalmente! O filme francês “A Nuvem” (La Nuée, 2020) narra a perfeita metáfora da ideologia do empreendedorismo quando acompanhamos o drama de uma fazendeira que tenta salvar o seu negócio: uma crocante e nutritiva farinha de gafanhotos. Obcecada por salvar o empreendimento, coloca em risco os filhos e a si mesma ao descobrir acidentalmente que sangue humano turbina os insetos e as vendas. É o paradoxo do empreendedor: a força de trabalho só pode se transformar em capital na medida em que consome a si mesma.

sexta-feira, agosto 13, 2021

O significado oculto das máscaras no rock Nu Metal, por Claudio Siqueira


Joey Jordison, ex baterista do Slipknot, vulgo Nº 1, como os membros da banda se auto-intitulavam, morreu dia 27 de julho deste ano, aos 46 anos, por causas desconhecidas. Segundo consta, morreu dormindo. Mas não vamos falar de Joey e sua morte, nem da banda em si, mas do nu metal e suas máscaras. O Cinegnose mostra as bandas que deram origem ao estilo, seus precursores, os personagens de filmes de terror slasher que serviram de inspiração e o significado oculto do uso de máscaras em culturas ancestrais – a máscara como incorporação de espíritos.

quinta-feira, agosto 12, 2021

Shyamalan faz thriller sobre a fratura da finitude humana no filme 'Tempo'


Paira em todas as cenas do novo filme de M. Night Shyamalan o espírito de Rod Serling, da série cult “Além da Imaginação”. “Tempo” (Old, 2021) é um filme sobre doença, envelhecimento e mortalidade. Mas principalmente sobre a condição existencial da finitude num universo que implacavelmente caminha para a entropia e o fim. Tentamos esquecer isso com o hedonismo tecnológico e do entretenimento. Mas, e se caíssemos numa praia paradisíaca e isolada onde misteriosamente o tempo está fora de controle e tudo envelhece de forma acelerada? Então essa condição cósmica viria à nossa consciência como uma fratura exposta. Shyamalan é um dos poucos cineastas contemporâneos que tem um compromisso kamikaze com as próprias ideias: depois de filmes com uma série de plot twists iconoclastas, em “Tempo” o diretor chega ao estado da arte – vai do metafísico e gnóstico para a crítica social numa virada que mistura gêneros: do thriller e terror para a pura ficção científica, combinando conceitos de magnetismo e regeneração celular.

quarta-feira, agosto 11, 2021

Bomba semiótica e 'apito de cachorro' no blefe do golpe militar do desfile dos tanques fumegantes


“Baionetas e sirenes jamais nos calarão!”, grita histericamente esquerdas e oposição diante do pífio desfile de velharias blindadas fumegantes diante do Palácio do Planalto. Tudo simulação ou blefe porque o golpe militar que já aconteceu - híbrido e, por isso, ninguém viu. Blefe que sequestra a pauta pela exploração do imaginário “old school” do golpe, timing e polissemia – cada posição no espectro político criou sua própria interpretação, induzido pela guerra semiótica criptografada que objetiva criar caos e enxame cognitivo. É o “piloto automático”, o “efeito borboleta” da Teoria do Caos que fundamenta a ação de guerra híbrida: dado um pequeno empurrão, cria-se um sistema dinâmico não linear e exponencial. Para quê? Enquanto todos pagavam o blefe da psyOp militar da iminência do golpe no dia da votação da PEC do voto impresso, a mesma Câmara deixava passar tranquilamente a boiada neoliberal: uma minirreforma trabalhista que provocará mais precarização e desregulamentação do trabalho. E um “apito de cachorro” nos Jogos Olímpicos contagiava metonicamente essa simulação de “crise institucional”.

sábado, agosto 07, 2021

Live Cinegnose 360 Facebook/Youtube: Dave Brubeck, cinema quântico e canastrice semiótica na guerra híbrida


Nesse domingo, 18h00, mais uma Live Cinegnose 360. Transmissão simultânea Facebook e Youtube! Oscar Niemayer e Dave Brubeck faleceram no mesmo dia: quais as implicações sincromísticas? Vamos explicar isso com o álbum “Time Out” do jazzista Brubeck. Depois, uma noite quântica com os filmes “The Mandela Effect” e “Coherence”: o Efeito Mandela, a experiência do gato de Schrödinger e as hipóteses dos Muitos Mundos e do Universo Simulado. A bomba semiótica da canastrice política na série da Globo “Ilha de Ferro”. Os últimos lances da Guerra Híbrida brasileira, Bolsonaro e a psyOp militar para a banalização da crise institucional. E o Kit semiótico de manipulação liminar e subliminar na mídia, seitas, religiões, corporações etc.

sexta-feira, agosto 06, 2021

Globo detona bomba semiótica de canastrice política com série 'Ilha de Ferro'


Uma das principais armas na guerra semiótica que levou aos bem-sucedidos impeachment e o golpe militar híbrido (que ninguém viu) foi a “canastrice semiótica”: legitimar a agenda política através da ficção (novelas, minisséries e filmes) por meio da hiper-realidade: quanto mais os fatos políticos se pareçam com a ficção, paradoxalmente ficam mais verossímeis e aceitos pela opinião pública. Com produções como “O Brado Retumbante” e “Questão de Família”, a Globo cumpriu esse papel. E agora, com timing e sincronia com o cenário da agenda de privatização fatiada da Petrobrás, a Globo lança a série “Ilha de Ferro” na TV aberta como exemplar bomba semiótica. O mesmo “modus operandi”: ambientada numa plataforma de petróleo da “Companhia Nacional de Petróleo” reforça todos os estereótipos que justificariam a lendária ineficiência das estatais. Momento crucial em que a grande mídia tenta levantar o baixo astral da patuleia desalentada com medalhas nos Jogos Olímpicos e a campanha da Fundação Roberto Marinho: “Não Desista do Seu Futuro”.

quarta-feira, agosto 04, 2021

Descendo a toca do coelho quântico no filme "The Mandela Effect"


Muita gente possui em comum falsas memórias: de filmes que jamais foram feitos, de lembranças de nomes, logotipos, caixas de jogos de mesa e personagens de desenhos animados bem diferentes do que são na realidade. Mas qual realidade? Essa é a questão principal do chamado “Efeito Mandela”, fenômeno viral no qual muitas pessoas começam a descobrir que têm as mesmas falsas memórias dos mesmos eventos – produzindo conspirações quânticas como a experiência do gato de Schrödinger, a hipótese dos Muitos Mundos e a teoria do Universo como uma simulação computacional. Tudo isso inspirou o filme independente “The Mandela Effect” (2019): inconformado com a morte da sua pequena filha em um acidente, um designer de games de computador desce pelo buraco da toca do coelho quântico do Efeito Mandela acreditando que em alguns desses mundos das suas falsas memórias ela esteja ainda viva. Mas o filme apresente indícios de que a explicação do Efeito Mandela pode estar no fenômeno da hiper-realidade. 

domingo, agosto 01, 2021

'Doutor Sono' aprofunda visão gnóstica de 'O Iluminado' de Stephen King e Kubrick


O escritor Stephen King sempre deixou bem claro sua discordância com a adaptação cinematográfica de Kubrick do seu livro “O Iluminado” de 1977. Achou o filme clássico uma “experiência mórbida, niilista e vazia”. Foi pensando em se livrar do filme que acabou sobrepondo o próprio livro, que em 2013 escreveu o livro “Doutor Sono”, continuação de “O Iluminado” no qual aprofunda o insight gnóstico sobre a “iluminação” que Kubrick não aprofundou: existem forças ocultas nesse mundo que prosperam com a dor e a miséria dos vivos, explorando egoisticamente a luz encontrada dentro dos outros. Coube ao cineasta Mike Flanagan a difícil missão de juntar no filme de 2019 “Doutor Sono” os legados de King e Kubrick. Acompanhamos o menino Danny, agora adulto, lidando com seus dons paranormais de “iluminado” e tendo que enfrentar essas forças ocultas, para retornar ao icônico Hotel Overlook. Agora transformado num parque temático de pesadelos para os fãs do gênero.  

sábado, julho 31, 2021

Live Cinegnose 360: materialidade histórica da banda "Os Mutantes"; a armadilha do Borba Gato e a crítica das Olimpíadas midiáticas


A edição #14 da Live Cinegnose 360 (01/08/2021, 18h00) para espantar o tédio de final de domingo! Na sessão dos vinis desse humilde blogueiro, vamos discutir a materialidade histórica da banda “Mutantes”: da Tropicália ao Rock Progressivo; depois vamos falar sobre a continuação do filme “O Iluminado”: “Doutor Sono” (2019) – por que Stephen King não gostou da adaptação de Kubrick?; a série francesa “L’Effondrement” (O Colapso, 2019): do país berço do Iluminismo surge a ciência da Colapsologia; a guerra híbrida nossa de cada dia: a armadilha do incêndio da estátua do Borba Gato e como a grande mídia transformou os Jogos Olímpicos de Tóquio num seminário remoto motivacional para os brasileiros; e o Kit Semiótico de Manipulação – segunda parte.

sexta-feira, julho 30, 2021

Grande mídia transforma Jogos Olímpicos de Tóquio em seminário remoto motivacional



Desde 2019, o baixo astral domina a pauta do jornalismo corporativo com uma sucessão de desgraças: começou com Brumadinho, jovens mortos no incêndio do CT do Flamengo, o massacre de Suzano etc. Para piorar com a pandemia, aprofundando a crise econômica, desemprego e... o esperado incêndio do galpão da Cinemateca, em SP. Essa escalada quase diária praticamente faz apresentadores e repórteres terem que pedir desculpas: “infelizmente, más notícias”. E o esforço hercúleo de encontrar a “boa notícia” na “má notícia”. A cobertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio é a esperança da grande mídia elevar o moral em baixa, na sua política de morde-assopra com o governo Bolsonaro: o jornalismo esportivo deu lugar ao “jornalismo de personagens” – buscar contos maravilhosos de histórias de superação, transformando a cobertura num seminário remoto motivacional com lições de superação para a patuleia desalentada. Soma-se a isso, a mitologia do Japão como lição moral para os preguiçosos e indisciplinados brasileiros. 

quarta-feira, julho 28, 2021

O inferno da repetição é o que ardeu nas chamas da estátua do Borba Gato


O grande escritor Stephen King fala que “o Inferno é a repetição”. Então, o Inferno é aqui. As chamas da estátua do Borba Gato dão uma sensação de “déjà vu” sobre algo que não terminou bem. Sensação da qual a mídia progressista parece estar imune na sua amnésia: “um brinde para a “Revolução Periférica!”, clamam uns. “A roda da história caminhando!”, exaltam outros. False flag? Mini incêndio do Reichstag? Pouco importa saber se a tal “Revolução Periférica” (o nome, em si mesmo, já é paródico) é fato ou fake. Desde já, a ação já é um produto da cismogênese incitada no imaginário nacional pelos estratagemas diversionistas do golpe militar híbrido que já aconteceu, e ninguém viu. Arrasta o espectro político para o campo semiótico no qual a extrema direita sente-se mais à vontade: o da “guerra cultural”. Para ocultar a infraestrutura da economia política e da luta de classes no caos cognitivo da luta contra os “símbolos fascistas”. Sincronicamente, Bolsonaro encontra-se com deputada da extrema-direita alemã: articulação da extrema-direita internacional como arma, sempre em stand by, aguardando os futuros momentos mais agudos do Grande Reset Global do capitalismo.

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