Sabemos que a pandemia tem o timing da conveniência: é uma janela de oportunidades que se abriu para que o Capitalismo reorganizasse suas peças diante do inevitável crash financeiro que ocorreria esse ano. Graças à pandemia, roda uma agenda oculta (reengenharia social, necropolítica etc.) para produzir a mais violenta concentração de riqueza da História moderna. E a grande mídia tem o papel fundamental de naturalizar tudo isso com um empirismo jornalístico tosco: para a grande mídia, qualquer forma de oposição política cria “aglomerações que contrariam as normas blá-blá-blá...”. Esse "modus operandi "do jornalismo asséptico no álcool em gel tomou a invertida de uma bomba semiótica ao vivo no Bom Dia SP: Bocardi questiona greve de metrô e o líder sindicalista, citando matéria da própria Globo, transforma a abstrata crítica da “desigualdade” (agora está na moda no discurso dos milionários) em bomba semiótica da luta de classes que explodiu no meio do estúdio da Globo.