terça-feira, abril 25, 2017
A ética e moral da viagem no tempo e o Efeito Mandela na série "12 Monkeys"
terça-feira, abril 25, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Produzida pelo canal Syfy, a série “12
Monkeys” (2015-) procura expandir a narrativa do filme clássico de Terry
Gilliam “Os 12 Macacos” (1995): a humanidade foi devastada por um apocalipse
viral, a Terra ficou fria e em ruínas sob o domínio de gangues saqueadoras. Enquanto
isso, em instalações secretas, cientistas tentam encontrar uma forma de conter
as mutações do vírus. Um grupo constrói uma máquina do tempo para enviar crono-astronautas
para o passado e impedir o vírus, antes das mutações. Isso significaria reescrever
toda a linha do tempo até o futuro. A série propõe uma geografia do Tempo bem
diferente das produções contemporâneas sobre o tema: ao invés de mundos
quânticos alternativos paralelos, uma única linha do tempo que poderia ser
reescrita diversas vezes. Além da série parecer se inspirar no famoso “hoax”
Efeito Mandela, propõe um novo viés sobre a viagem no tempo – as possíveis
implicações éticas e morais: a superação do paradoxo, alterando o passado,
poderia nos empurrar para uma perigosa amoralidade.
sábado, abril 22, 2017
Deus joga dados em não-acontecimento da Champ Élysées
sábado, abril 22, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nas imagens da CNN estranhamente a câmera parece dar a deixa para as ações na Champs Élysées: quando veem a câmera bombeiros e paramédicos começam a correr não se sabe para onde, enquanto cruza a cena policiais antimotim com escudos, capacetes fortemente armados em fila – para onde estão indo se a área foi isolada e o atirador já está morto? Inúmeras anomalias marcaram mais um não-acontecimento às vésperas das eleições presidenciais na França. E como sempre (Londres, Berlim, Nice, Bataclan, Charlie Hebdo etc.) mais recorrências e sincronismos. Enquanto a Ciência tenta compreender a realidade a partir de fenômenos recorrentes e eventos sincrônicos, o Jornalismo ainda crê em acidentes, no acaso e nas fatalidades. Para a grande mídia, fora desse mundo no qual Deus parece jogar dados com os acontecimentos, estão à espera os paranoicos teóricos da conspiração. Mas dessa vez a “coincidência” entre os tiros no boulevard mais famoso do mundo e o debate eleitoral num estúdio de TV foi além da conta...
quarta-feira, abril 19, 2017
"Uberização" da educação: saem pedagogos e Construtivismo, entram gestores e neurociências
quarta-feira, abril 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O País está
hipnotizado pelo show diário de meganhagem midiática de colarinhos brancos
sendo levados presos por cinematográficos policiais federais com suas
reluzentes botas e armas negras. Porém, a passos lentos mas seguros, no
subterrâneo desse espetáculo de moralização nacional está ocorrendo uma
revolução silenciosa que vai determinar o futuro das próximas gerações:
reformas educacionais que estão impondo uma agenda secreta, a gestão de um novo
projeto de nação. Sai o Neodesenvolvimentismo lulopetista para entrar o
Capitalismo Cognitivo. No campo educacional, sai o Construtivismo de Piaget
para entrar as neurociências aplicadas à educação, turbinada por ONGs e
institutos privadas do indefectível mundo financeiro. Saem pedagogos, entram
engenheiros e gestores. No lugar de valores como autonomia e conhecimento
entram “disparos neuronais” e “sinapses” para formar futuros profissionais que
não mais lidarão com conhecimentos, mas com “efeitos do conhecimento” das
plataformas tecnológicas - a "uberização" da educação.
segunda-feira, abril 17, 2017
Propaganda e a demonização do inimigo, por Marcelo Gusmão
segunda-feira, abril 17, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme “1984” foi exibido esse ano em 165
cidades nos EUA como forma de protesto contra o presidente Donald Trump. Ele
demoniza imigrantes e a oposição também o demoniza, definindo-o como o “novo
Big Brother”. Enquanto isso o Brasil está um caos, dividido, semelhante a final
de um campeonato: de um lado do campo os “Coxinhas”, no outro lado os “Mortadelas”.
Há quem prefira dizer “esquerda” contra “direita”, ou ainda “amarelos”
(canarinhos) contra os “vermelhos”. Essa divisão não é novidade - desde que o
mundo é mundo há violência e luta pelo poder. “Nós contra Eles” sempre foi um
princípio de identidade entre os “Iguais” das diversas irmandades, seja times
de futebol, equipes em gincanas escolares, entre bairros, cidades, países,
partidos políticos e, é claro, ideologias. Demonização e a divisão do inimigo
são grandes princípios de propaganda e persuasão. Como lidar com essa
dualidade? Qual a sua origem? Há como
anular sua força?
domingo, abril 16, 2017
Curta da Semana: "El Empleo" - o emprego que te espera no futuro
domingo, abril 16, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com mais de 100 prêmios na sua trajetória em
festivais, o curta de animação argentino “El Empleo” (2008) é uma produção bem
oportuna para os tempos atuais em que vivemos onde o melhor remédio prescrito
para a crise econômica e o desemprego são eufemismos como “terceirização”,
“empreendedorismo” etc. O curta é o paroxismo da situação atual: para gerar
emprego uma sociedade parece consumir a si mesma - pessoas começam a assumir a função de objetos
cotidianos em “inovadoras” formas de “prestação de serviço”: a mulher-cabide, o
homem-abajur e assim por diante. Um curta surreal e tragicômico, mas que dá
muito no que pensar. Curta sugerido pelo nosso leitor A.Lex.
sábado, abril 15, 2017
Niilismo e o desejo da morte na Modernidade em a "A Marca do Assassino", por Bárbara Ribeiro
sábado, abril 15, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um filme tão excêntrico
que mereceu a expulsão do diretor da produtora japonesa Nikkatsu. Um filme
estranho até para uma produtora especializada em filmes “B”. É o filme “A Marca
do Assassino” (1967) do diretor Seijun Suzuki (falecido nesse ano), um diretor tão radical que inspirou
na atualidade diretores como Jim Jarmuch (pela forma como utiliza a trilha
musical) e Tarantino no filme “Kill Bill 1”. Além das muitas referencias ao
filme Noir, a narrativa de “A Marca do Assassino” é dominada por personagens
que vivem para morrer, na qual sexo e morte são abordados de forma niilista e
non sense em um Japão dos anos 1960 já ocidentalizado. É o que nos conta a nova
colaboradora do “Cinegnose” Bárbara Ribeiro*.
sexta-feira, abril 14, 2017
"Nocturama": explodam estátuas e palácios, mas deixem os shopping centers!
sexta-feira, abril 14, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O cenário é a crise
econômica e desemprego na França pós crise do Euro de 2008. Um grupo de jovens
de diversas origens étnicas caminha pelas ruas de Paris. Silenciosos trocam
olhares, pegam pacotes em cestos de lixo e descartam telefones celulares após utilizarem.
Aparentemente cansados da sociedade, planejam um ousado atentado: explosões
simultâneas na cidade, mandando pelos ares símbolos do poder financeiro e
político. “Nocturama” (2016), do francês Bertrand Bonello, mostra como a
própria energia utópica e contestadora naturais da juventude, hipnotizada pela
rebeldia da cultura de consumo, é cooptada por uma irônica “rebeldia
conformista”. Desafie a sociedade explodindo palácios, estátuas e torres do
poder financeiro. Mas mantenha intacto os shopping centers. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
terça-feira, abril 11, 2017
Lapso de Trump previu ou antecipou agenda do atentado na Suécia?
terça-feira, abril 11, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em fevereiro, Donald Trump citou um atentado inexistente na Suécia, para justificar suas medidas anti-imigratórias. A grande mídia tratou o episódio como “gafe” de um presidente “desequilibrado”. Dois meses depois ele jogou dezenas de mísseis na Síria e em seguida um atentado ocorreu em Estocolmo, Suécia. Coincidência? Ato falho de um presidente que sem querer antecipou a agenda? Ou mais sincronismos como ocorreu antes e durante “não-acontecimentos” como os de Nice, Berlim e Londres? Mais sincronismos ocorreram horas antes dos ataques à Síria, à bordo do avião presidencial, dessa vez envolvendo Trump e o filme “Star Wars Rogue One”. O fato é que agora tudo mudou: a grande mídia trata o presidente dos EUA como estadista e até humanitário. Como sempre, esses atos falhos e sincrônicos levantam a suspeita da existência de um script pré-estabelecido. São verdadeiros “espasmos da realidade” pelos quais passamos despercebidos.
domingo, abril 09, 2017
Curta da Semana: "At The End of The Cul-de-Sac" - o prazer voyeurista com um drone
domingo, abril 09, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois de filmar
curtas com Iphone e snorriCam, o diretor Paul Trillo aceitou o desafio de fazer
um curta com um único plano sequência (sem cortes) com imagens captadas por um
drone. É o curta “At The End of Cul-De-Sac” (2016). A câmera fixa em um drone
paira, desliza e gira em torno dos atores que nos mostram um protagonista
invadindo um condomínio fechado para bater na porta de uma residência. Ele está
transtornado e à beira de um colapso nervoso. Os moradores observam à
distância, tentam entender o que acontece. Mas assim como nós espectadores
vendo tudo através da onisciência do drone, os moradores parecem ter um prazer
voyeurista em observar a cena e registrar tudo através de smartphones. Apesar
do experimentalismo tecnológico, o curta aborda uma tradicional representação
do cinema: os condomínios fechados suburbanos mostrados como enclaves de
intolerância e preconceito.
sábado, abril 08, 2017
A incomunicabilidade produz a Religião e a Política em "A Vida de Brian"
sábado, abril 08, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“A Vida de Brian”
(1979) do grupo inglês de humor Monty Python é um filme que não só se tornou
atemporal como, depois de 38 anos, ganhou novas leituras. Paradoxalmente, com a
expansão das novas tecnologias de comunicação como Internet e redes sociais.
Por que? Porque o filme explora a incomunicabilidade humana: Religião e a
Política como subprodutos da mentira, ilusão e ideologias que sempre tentam
justificar algum mal entendido resultante da radical incomunicabilidade da
espécie: o fato de que cada um vê o que quer ver e ouve o que quer ouvir. Brian
é confundido com o Messias e passa a ser perseguido não só pelos romanos como
também por uma multidão de seguidores que veem nele apenas aquilo querem ver. Pedem
de Brian um “sinal” da sua suposta divindade. Não importa o quanto Brian se
esforce para tentar desfazer o mal entendido. Involuntariamente criou uma nova
religião. E o que é pior: a multidão está ávida por um mártir que morra por ela
na cruz...
quinta-feira, abril 06, 2017
Com o caso José Mayer tautismo da Globo fica na corda bamba
quinta-feira, abril 06, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O caso do assédio do
ator José Mayer à figurinista Susllem Tonani é marcado por uma ironia fundamental:
um ator, conhecido por interpretar nas telenovelas sempre o mesmo perfil de personagens
machistas e misóginos, é denunciado por recorrentes assédios
nos bastidores da Globo. Mera coincidência ou sincronismo entre ficção e
realidade? Desde que o chamado “O Método” (criado pela Actors Studio em 1947)
se perverteu em fórmula criadora de um tipo de ator que se limita a interpretar
a si mesmo em repetitivos perfis de personagens estimulados pela linha de
montagem de TV e estúdios de cinema, casos como esses se tornaram recorrentes. No caso da
Globo, marcado por um tautismo (tautologia + autismo) crônico, essa “doença
ocupacional” fica ainda mais evidente. Principalmente quando a reação tanto do
ator quanto da cúpula da emissora foi idêntica: alheios às mudanças que ocorrem
no “deserto do real” (empoderamento feminino, lutas por respeito, diversidade
etc.) são pegos de surpresa e tentam dar respostas oportunistas. E a da Globo é
a mais equizofrênica: diz respeitar as mulheres enquanto diariamente as submete
a papéis subalternos em reality shows, telenovelas e propagandas de cerveja.
terça-feira, abril 04, 2017
"Guerra Total" na crise política com os filmes "Polícia Federal" e "Real"
terça-feira, abril 04, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Espera-se para esse
ano o lançamento de dois filmes nacionais que aproveitam a atmosfera da atual
crise política. O thriller judiciário “Polícia Federal: A Lei é Para Todos” e
um “thriller econômico” - “Real: O Plano por Trás da História”, sobre o Plano Real
e a derrota da hiperinflação. “Esculhambação da Polícia Federal e do
Judiciário” (pelo fato da PF ter cedido equipamentos, gravações de vídeos e
informações sigilosas para uma produção privada sobre uma investigação ainda em
andamento) e “propaganda tucana” foram algumas reações das esquerdas. Qual é a
surpresa? Como em toda a História, os conquistadores chegam ao poder
determinados a exterminar os vencidos. Desde o nazi-fascismo esse extermínio
tornou-se simbólico por meio da “Guerra Total”: a conquista de corações e
mentes através do cinema e audiovisual. Assim como o Governo dos EUA fornece
armas, aviões e soldados reais para as produções patrióticas hollywoodianas, a
PF transforma sua sede de Curitiba em “laboratório de interpretação” para os
atores. Dentro do espectro político, quanto mais nos dirigimos à direita vemos
uma aplicação mais eficiente das armas da comunicação. Como demonstrou Donald
Trump na semana passada em suas incursões pela Internet e redes sociais nas
madrugadas.
domingo, abril 02, 2017
"The Discovery": devemos saber o que existe depois da morte?
domingo, abril 02, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em um futuro próximo, finalmente a Ciência conseguiu a prova definitiva da existência após a morte. Porém, o resultado foi catastrófico: uma onda de suicídios varre o planeta com pessoas angustiadas em busca da terra prometida no outro lado. A produção Netflix "The Discovery” (2017) é um filme que aborda o recorrente tema cinematográfico da “segunda chance”: motivados por culpa e arrependimento por decisões erradas na vida, buscamos sempre a segunda chance, seja através da viagem no tempo, em um novo planeta Terra ou por meio de alguma experiência espiritual. Porém, “The Discovery” inova a abordagem do tema ao mostrar protagonistas que buscam a segunda chance dessa vez na possibilidade da vida pós-morte. A chance de um recomeço ou, pelo menos, a oportunidade de corrigir decisões erradas. Mas a mesma máquina que deu a prova científica da imortalidade da alma, pode revelar algo maior e inesperado.
sábado, abril 01, 2017
O projeto "Lance Limpo" da Globo e os "idiotas da objetividade" no futebol
sábado, abril 01, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A doença crônica do
tautismo (tautologia + autismo), em processo de metástase na TV Globo, assume formas cada vez mais
imprevisíveis na emissora. Agora contamina seus jornalistas que começam
a levar a sério a própria visão de mundo de uma TV fechada em si mesma. O
apresentador do Globo Esporte, Ivan Moré, “teve uma ideia” que prontamente
recebeu as bênçãos do indefectível Galvão Bueno em seu programa “Bem, Amigos!”:
o projeto “Lance Limpo” no qual serão apresentados “exemplos de nobreza e
honestidade” – jogadores que confessam que cavaram pênaltis, por exemplo,
fazendo árbitros corrigirem seus próprios erros. Para Moré e Bueno, na situação
atual de “corrupção, desonestidade e ladroagem que dominam o País”, o esporte
deve dar bons exemplos para ajudar a resolver o “problema sério de formação do
cidadão”. Uma espécie de “Pan-Lava Jato” histérico que agora vê em qualquer coisa a necessidade de receber o
raio moralizador. Mas pode matar o maior produto global: o futebol – assim como Nelson Rodrigues alertava que os
“idiotas da objetividade” queriam destruir o futebol pelo complexo de
vira-latas, da mesma forma a moralização (que não consegue moralizar a si mesma) quer limpar a
natureza imaginária de todo jogo: o drama e o lúdico. Mas há também uma agenda secreta por trás do tautista projeto: o anarcocapitalismo no esporte.
sexta-feira, março 31, 2017
Por que ninguém pode ficar sem TV digital? A "Família Dinossauros" sabia porque
sexta-feira, março 31, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Na época que a série
“Família Dinossauros” (1991-1994) ia ao ar no início dos anos 1990 não existia
a TV digital. Mas um episódio da série em 1993 explicava o porquê do atual
esforço concentrado e inédito envolvendo Governo, emissoras, Federação de
indústrias e ONGs para evitar que massas de telespectadores ficassem sem
televisão com o desligamento do sinal analógico na Grande São Paulo. Praça
responsável por 70% do faturamento das emissoras, apenas as possíveis
consequências financeiras da perda de telespectadores não explicam esse esforço
que até envolveu a entrega de Kits de TV digital gratuitos através do “assistencialista” e “populista” Bolsa Família. O humor ácido da “Família
Dinossauros” dizia que jamais em uma crise econômica o Governo permitiria que cobradores
tirassem a TV de pessoas endividadas: o sistema que as endivida precisa que a
TV mantenha os endividados distraídos e confiantes. Conhecemos bem a função da TV
em momentos de conflagração política (censura e manipulação das notícias) mas
prestamos pouca atenção à sua função cotidiana e silenciosa: fazer as pessoas
acreditarem que a força de vontade, o mérito e o trabalho são moralmente bons e
que vale à pena acordar toda manhã confiantes e cheios de esperanças.
quarta-feira, março 29, 2017
O Coringa retorna com mais "efeitos copycat"
quarta-feira, março 29, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O palhaço do crime está de volta. Só nesse mês de março, dois episódios
em países diferentes tiveram o Coringa como elemento motivador em situações
violentas: um adolescente abriu fogo em uma escola na França após posar armado
e mascarado como o Coringa em fotos no Facebook; e um homem carregando uma
espada e maquiado e fantasiado como o vilão do Batman foi preso pela polícia caminhando
ameaçadoramente pelas ruas em uma cidade na Virginia, EUA. São mais casos de
uma extensa lista daquilo que os psicólogos chamam de “Efeito Copycat” (efeito
de imitação) iniciado com o filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas" (2008) e a
controversa morte de Heath Ledger que interpretava o Coringa. Uma extensa lista
cujo caso mais famoso foi o Massacre de Aurora (2012) no qual o atirador dizia
ser “o verdadeiro Coringa”. Pesquisadores em Sincromisticismo acreditam que o Coringa é
um arquétipo vivo, uma forma-pensamento. Se no passado, esses arquétipos eram
dissipados em rituais sagrados, hoje tornam-se narrativas midiáticas
repetitivas cuja energia psíquica procura receptores vulneráveis para serem
“descarregadas” em ações catastróficas e imprevisíveis.
terça-feira, março 28, 2017
Ocultismo midiático e a psicanálise em Justin Bieber, por Marcelo Gusmão
terça-feira, março 28, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O grande dia para muitos jovens e adolescentes fãs da cultura pop está chegando. Dia 29 de março acontece no Rio de Janeiro o show tão esperado do cantor canadense de 23 anos e fenômeno midiático, Justin Bieber. Para muitos este momento é esperado com ansiedade desde fevereiro de 2016. Criticados por muitos e admirados por outros estes fãs se revezaram em um acampamento no local do show para garantir os melhores lugares. Mas afinal o que explica tamanha dedicação? Expressão incômoda de amor, ou pura alienação moldada por uma indústria midiática mestre no controle mental manipulando anseios e desejos de toda uma geração? Apenas as técnicas de publicidade e relações públicas não explicam o sucesso de Justin Bieber, assim como de tantos ídolos pop. Haveria um lado obscuro composto pelo psiquismo coletivo e o "ocultismo midiático" - a introdução de antigos e milenares símbolos de tradições esotéricas oriundas das escolas de mistérios.
domingo, março 26, 2017
Curta da Semana: "The Internet Warriors" - o lado oculto dos "haters"
domingo, março 26, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Haters”, “trolls”, “comandantes do caps lock”. Eles são os “guerreiros
da Internet”. Depois de uma pesquisa de quatro anos entrevistando-os por todo o
mundo, o cineasta e fotografo norueguês Kyrre Lien produziu uma série de
documentários curta-metragem chamada “The Internet Warriors”(2017). Lien ouviu
usuários que dedicam a maior parte do seu tempo para ficar diante da tela do
computador, “opinando” sobre qualquer coisa através de um discurso polarizado,
agressivo, intolerante, racista e preconceituoso. O documentário quer entender
como pessoas comuns, pessoalmente agradáveis e educadas com seus filhos e
esposas, são capazes de ocupar redes sociais e fóruns de discussão com um
discurso tão carregado de ódio.
sábado, março 25, 2017
A celebração da loucura e destruição na viagem do tempo em "Os 12 Macacos"
sábado, março 25, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma ambiciosa releitura do clássico francês “La Jetée”(1962), o filme
que mudou a perspectiva da viagem no tempo no cinema. Em “Os 12 Macacos” (1995)
Terry Gilliam explora o tema do protagonista prisioneiro em um loop temporal,
tema dominante naquela década como em “Feitiço do Tempo” ou “12:01”. A
humanidade foi devastada por uma praga viral, os animais dominaram o planeta e
os sobreviventes vivem em subterrâneos. A esperança é voltar para o passado e
trazer uma amostra do vírus antes da sua mutação para que a humanidade retorne
à superfície. Em busca de perdão, um presidiário chamado James Cole é enviado
ao passado para a difícil missão. Paranoico e perseguido como um louco
esquizofrênico, a partir de um estranho sonho recorrente, Cole descobrirá que
sua vida rebobina e avança rapidamente numa espécie de
fita do tempo, como em um filme antigo.
sexta-feira, março 24, 2017
Uma ponte para a gnose no filme "Os Famosos e os Duendes da Morte"
sexta-feira, março 24, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
"Os Famosos e os Duendes da Morte" (2009) é uma das raras
incursões da produção do cinema nacional no imaginário arquetípico gnóstico. A
narrativa é um exemplo de como, através do cinema, a subjetividade
contemporânea é representada por meio de personagens gnóstico. No filme,
caracterização do protagonista como o "Viajante" - aquele que
através do silêncio, melancolia e introversão busca um particular estado
alterado de consciência: a "suspensão": a busca de uma ponte (no
filme, ao mesmo tempo simbólica e literal) entre esse mundo e a iluminação
espiritual.
quinta-feira, março 23, 2017
Ataque em Londres: mais um atentado que não aconteceu
quinta-feira, março 23, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Mais um atentado, desta vez em Londres com
atropelamento em série de civis e invasão dos jardins do Parlamento Britânico
por um homem armado com duas facas. O local é ao mesmo tempo icônico e
sincrônico: escolhido pelos roteiristas para as cenas mais espetaculares do
filme “V de Vingança”, cuja famosa máscara foi inspirada em Guy Fawkes, líder
da “Conspiração da Pólvora” no século XVII – considerada a primeira “False
Flag” da História, que pretendia mandar pelos ares o rei junto com o
Parlamento como parte de uma propaganda de guerra. Novamente o ataque revela as mesmas recorrências e anomalias dos
atentados desde o ataque ao WTC em 2001: a execução final do vilão, o “lobo
solitário”, as conclusões rápidas da mídia e da polícia e a “coincidência” de
72 horas antes do ataque exercícios antiterror foram realizados no rio Tâmisa,
com lanchas rápidas, resgatando hipotéticas vítimas civis. Assim como aconteceu
no atentado “real”. Mais uma vez, o atentado “não aconteceu”: foi uma forma de
meta-terrorismo para irradiação midiática.
terça-feira, março 21, 2017
Filme "Nuit Noire": sonhamos os sonhos ou os sonhos é que sonham conosco?
terça-feira, março 21, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Oscar é um entomologista solitário que
trabalha no museu de história natural e em casa cria insetos em estufas numa
monótona rotina. Ele vive num mundo que parece ser um purgatório noturno: há
um eterno eclipse solar que só deixa o Sol aparecer por quinze segundos. Até
que um dia volta para casa e encontra uma mulher negra, doente e grávida, na
sua cama. Oscar usará a ciência da Entomologia para lidar com o problema
inesperado. No filme belga “Nuit Noire” (2005) o diretor Olivier Smolders faz
um mix do cinema surrealista de Buñuel e David Lynch com a paranoia de “A
Metamorfose” de Kafka. O filme mostra como o cinema europeu lida com os temas
da mente e do inconsciente de forma bem diferente das produções
norte-americanas: não há mais a luta e vitória da Razão sobre a mente, mas como
os sonhos e o inconsciente contaminam os diversos níveis da realidade. Será que
sonhamos os sonhos ou os sonhos é que sonham conosco?
domingo, março 19, 2017
Curta da Semana: "Beleza Americana 2" - a vingança dos descartados
domingo, março 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
No filme "Beleza Americana"(1999) o diretor
Sam Mendes via em um saco plástico que girava ao vento um momento no qual uma
“força benevolente” mostrava o sublime por trás das coisas banais. Mas, e se
essa força não for assim tão benevolente e se revoltar contra a humanidade que
teima em banalizar as coisas através do descarte e obsolescência? O resultado
pode ser uma sangrenta perseguição protagonizada por uma sacola plástica em
busca de vingança. Esse é o curta “Beleza Americana 2” (2017) de Zak Stoltz,
uma bizarra e surreal releitura da poética sequência do filme original. O curta
se integra a uma tradição no cinema de objetos que ganham vida e parecem querer
se vingar do homem: tomates, carros, bonecos, pneus, árvores de natal. E agora,
sacos plásticos. Uma tendência que reflete o novo mal estar da civilização: de
ver na descartabilidade dos objetos a expressão da própria obsolescência
humana.
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