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quarta-feira, fevereiro 08, 2017
Os mortos da escravidão ainda assombram o Brasil em "O Diabo Mora Aqui"
quarta-feira, fevereiro 08, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“O Diabo Mora Aqui” (2015), de Dante Vescio e
Rodrigo Gasparini, filia-se a uma nova safra de filmes de terror brasileiros
como “Quando Eu Era Vivo”, “Trabalhar Cansa” e “Mar Negro” – produções
nacionais que procuram uma terceira via entre a paródia e o “filme de arte”:
filmes com “cara de cinema” por seguirem as convenções do gênero, porém com uma
abordagem brasileira com folclore, religiosidade e lendas urbanas nacionais.
Filmes que revelam a essência do gênero do terror, principalmente o
“exploitation”: um atalho para o inconsciente coletivo de um país e de uma
cultura. No caso de “O Diabo Mora Aqui”, com a clássica narrativa de jovens em
uma fazenda num lugar remoto no interior de São Paulo que sem querer libertam o
Mal, revela como o Brasil supostamente moderno e globalizado ainda é assombrado
pelos fantasmas do seu inconsciente coletivo: o passado escravocrata que não
consegue ser redimido condenando-nos ao ciclo vicioso de ódio e autodestruição.
quarta-feira, novembro 23, 2016
Em "As Filhas do Fogo" o mundo dos mortos encontra os vivos em plena ditadura militar
quarta-feira, novembro 23, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Muitas vezes acusado de fazer filmes “vazios”
ou “sem brasilidade”, em pleno processo da abertura política na ditadura
militar o cineasta Walter Hugo Khouri escreveu e dirigiu o filme “As Filhas do Fogo”
(1978) com um casal lésbico como protagonista em uma clássica trama gótica na qual os universos
dos vivos e dos mortos se encontram, sob a trilha musical sombria e hipnótica
do maestro Rogério Duprat. Um momento onde a abertura a temas espiritualistas,
místicos e parapsíquicos andou ao lado da abertura política brasileira. Um
filme que vale à pena ser revisto, principalmente pela forma como Khouri
constrói uma trama que aspira à universalidade nas locações de Gramado e
Canela/RS – objetos, personagens e a natureza circundante que parecem encarnar
arquétipos tanto freudianos quanto gnósticos. Tudo isso no momento em que a
ditadura militar desmontava o cinema brasileiro por meio da Embrafilmes.
quinta-feira, novembro 03, 2016
O que há em comum entre Cosme e Damião, Halloween e Finados?, por Claudio Siqueira
quinta-feira, novembro 03, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Festa importada
dos Estados Unidos da América, muitos criticam o Halloween como um
estrangeirismo desnecessário. Nos dias 26 (para os católicos) ou 27 de setembro
(para o Candomblé e a Umbanda), comemora-se o dia de São Cosme e São Damião,
mas, ao contrário do que acusam os críticos do sincretismo, o santo doppelgänger
também é fruto de hibridismos gnósticos e representa um arquétipo astrológico.
Quais as conexões entre o sincretismo católico de Cosme e Damião, Halloween e o
Dia de Finados?
domingo, outubro 30, 2016
Curta da Semana: "How to Make A Nightmare" - De onde vêm os pesadelos?
domingo, outubro 30, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O
Halloween está chegando, uma data festiva criada midiaticamente a partir da
matéria-prima dos nossos pesadelos. E de onde eles vêm? Do inconsciente? Ou...
alguém ou alguma coisa os produz para ao mesmo tempo se alimentar do nosso medo
e nos manter “na linha” nesse mundo? O curta “How To Make A Nightmare” (2014)
pretende abordar essa questão. O curta é mais uma evidência de como a
sensibilidade gnóstica vem transformando gêneros como o terror e
ficção-científica – se esses gêneros foram tributários do viés da psicanálise
freudiana, nos últimos tempos tudo está mudando: sonhos e pesadelos não são
mais produtos do inconsciente mas agora construções elaboradas por alguém que
não nos ama.
terça-feira, outubro 11, 2016
Cineteratologia: a ciência dos monstros no Cinema
terça-feira, outubro 11, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Assim
como a Teratologia, ramo da ciência médica conhecida também como “ciência dos
monstros” (o estudo de como o meio ambiente pode produzir deformações pré-natal),
seria necessário um estudo sobre como as transformações dos ambientes
sócio-culturais alteram as expressões da monstruosidade e a sensibilidade ao
terror e o horror no cinema e audiovisual – a Cineteratologia. A partir de “A
Noite dos Mortos Vivos” (1968), de George Romero, acompanhamos a quebra o
paradigma da monstruosidade clássica e a criação de uma nova galeria de
monstros com mudanças estéticas (não são mais “disformes”, mas agora “informes”
– os chamados “monstros moles”) e éticas – o comportamento violento é
inimputável de qualquer julgamento moral. São apenas manifestações virais ou
predadores que lutam para sobreviver. Por que essa alteração na natureza da
monstruosidade moderna?
domingo, outubro 02, 2016
A banalidade do Mal do ocultismo nazi no filme "O Cremador"
domingo, outubro 02, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um operador de um crematório na antiga Tchecoslováquia, às vésperas da
invasão nazista, é um respeitado e aparentemente equilibrado chefe de família
que recita nos jantares teses do Livro Tibetano dos Mortos, é obcecado em
budismo e reencarnação. E também acredita na missão messiânica da sua
profissão: acelerar o trabalho de Deus de fazer o homem retornar ao pó. Essa
mistura de cristianismo e budismo na sua cabeça vai encontrar o esoterismo nazi
que começa a se espalhar pelo país – a pureza da raça ariana cujas origens
milenares estariam no Tibete e a sabedoria guardada pelos lamas. O filme “O
Cremador” (Spalovac Mrtvol, 1969) do diretor tcheco Juraj Herz é um mergulho no
psiquismo da chamada “banalizadade do Mal”, motor psicológico do nazi-fascismo:
como um homem aparentemente equilibrado e sem precedentes violentos mistura
cristianismo, budismo e ocultismo nazi para se auto-investir com um propósito
sinistro: eliminar a dor e a impureza desse mundo através das fornalhas do seu
crematório.
terça-feira, setembro 27, 2016
Coleção "Curta da Semana" do Cinegnose: o Gnóstico, o Estranho e o Surreal
terça-feira, setembro 27, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
No ano passado o "Cinegnose" iniciava a sessão "Curta da Semana". A ideia era celebrar a presença do Surreal, do Gnóstico, do Estranho no universo das produções em curta metragem. Esse gênero de filme vem se tornando verdadeira incubadora de novos diretores, roteiristas, e teasers para futuros filmes. Um tipo de produção que permite liberdade em experimentar novos temas, estéticas, linguagens e efeitos especiais. Visite a Coleção com, até agora, 40 curtas com atualizações semanais.
1 - "Puppets" - Eu sou aquilo que não penso? - clique aqui
2 - "Life and the Mirror" e "Goodbye" - Perdemos a fé na vida pós-morte? - clique aqui
3 - "The Horribly Slow Murderer With The Extremely Inefficient Weapon" - a colher e a gota chinesa - clique aqui
4 - "O Sanduíche" - e no final do abismo tinha um sanduíche - clique aqui
5 - "Estado de Suspensão" - o "estar entre" o sonho e a realidade - clique aqui
6 - "Getting Fat in the Healthy Way"- a Terra, a Lua e a obesidade - clique aqui
7 - "O Homem na Multidão" - Allan Poe se encontra com Física Quântica - clique aqui
8 -"Gnosis" - Monstros, bebês e Gnosticismo - clique aqui
9 - "The Black Hole" - escritórios são as Matrix atuais - clique aqui
10 - "Os Filmes Que Não Fiz" - o fascínio pelos perdedores - clique aqui
MAIS CURTAS
terça-feira, setembro 20, 2016
O estranhamento gnóstico de "Eraserhead" de David Lynch
terça-feira, setembro 20, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Considerado o mais influente dos filmes cult, clássico do chamado
“Cinema da Meia-Noite”, “Eraserhead” (1977) foi o filme de estreia na carreira
do diretor David Lynch. Num mix de terror gótico, surrealismo e humor negro, o
filme manteve os seus mistérios simbólicos ao longo dos anos. Embora se baseie
em um simples plot (a namorada engravida e leva seu namorado para que seus pais
o conheçam), os cenários alucinatórios, o design de som hipnótico e uma das
melhores fotografia em PB da história do cinema fazem desse filme o fundador do
tema que acompanhará David Lynch por toda a carreira: por mais banal que pareça a realidade, nosso psiquismo a interpreta por meio de sonhos, pesadelos e
alucinações que criam uma relação de estranhamento com o mundo. Mas alguém controla essa
realidade, e não somos nós. Para chegarmos a esse Demiurgo, somente através do
conhecimento dos mecanismos do psiquismo. Por isso, “Eraserhead” tem um
evidente sabor gnóstico.
domingo, setembro 11, 2016
O terror do passado assombra a vida doméstica em "O Espelho"
domingo, setembro 11, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O gênero terror atual persegue uma fórmula básica: combinar os medos
atávicos do horror clássico com os medos domésticos da vida cotidiana: o
ladrão, a infidelidade, o abandono na infância, pais ausentes etc. “O Espelho”
(Oculus, 2013) é um exemplo dessa combinação perfeita que consegue contornar os
clichês do gênero – a história de um espelho assombrado por uma suposta força
maligna que vem colecionando vítimas por séculos. Os medos de uma típica
família de classe média são potencializados por um conjunto de simbolismos
arquetípicos que povoa esse simples objeto doméstico – o medo do reflexo e seu
duplo. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
sábado, junho 04, 2016
Em "Regressão" Religião e Ciência trazem medo e histeria
sábado, junho 04, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com o filme “Regressão” (Regression,
2015) o diretor Alejandro Amenábar retorna ao seu tema predileto de filmes como
“Abre Los Ojos” ou “Os Outros”: as ilusões criadas pela nossa percepção. Um
detetive e um psicólogo investigam o caso de uma jovem vítima de abuso sexual
pelo seu pai. A aplicação de terapia de regressão por hipnose revela evidencias
de uma seita secreta de cultos satânicos envolvendo estupros, raptos e
sacrifícios. O que transforma uma pequena comunidade em vítima do medo e
histeria coletiva. Mas Amenábar nos mostra outro tipo de regressão: como a
Religião e, principalmente a Ciência, que deveriam ser instrumentos de verdade
ou esperança, transformam-se em incitadores do medo, ignorância e histeria. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
terça-feira, abril 12, 2016
Em "A Bruxa" a mente é o combustível do horror
terça-feira, abril 12, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Bruxas e a moralidade de puritanos da América colonial do século XVII
narrado com explícitas alusões à família que se autodestrói no filme "O
Iluminado" de Kubrick e a referência visual do quadro de Goya "O Sabá das
Bruxas". Tudo leva a crer que “A Bruxa” (The Witch, 2015) é mais um filme do
gênero terror com sustos, sangue e perseguições. Mas o estreante diretor Robert
Eggers sabe que a mente é o verdadeiro combustível
do horror: mantém o espectador no fio da navalha entre a realidade e a ficção:
a dúvida se o elemento sobrenatural sugerido no filme é real ou se atmosfera claustrofóbica da
moralidade puritana foi capaz de criar bruxas e demônios. O resultado é uma
verdadeira psicanálise dos arquétipos do horror e das bruxas que sempre foram
“bodes expiatórios” dos horrores que povoam nossas mentes.
sábado, março 26, 2016
Em "Closer To God" o mito de Frankenstein enfrenta a Ciência, Mídia e Religião
sábado, março 26, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Como o clássico terror gótico “Frankenstein” seria contado no século
XXI? Certamente o cientista teria a sua disposição a clonagem e contra ele o
sensacionalismo midiático alimentando uma turba enfurecida de fundamentalistas
religiosos pregando o fim da Ciência e uma nova Idade Média. Esse é o terror
independente “Closer To God” (2014) de Billy Senese, onde vemos o drama de um
geneticista criador do primeiro clone humano e que terá que enfrentar uma
extensa cobertura midiática que o transforma em alvo de diversos grupos
religiosos radicais e violentos. Um filme que evita os clichês hollywoodianos
do “cientista louco” e do maniqueísmo “Ciência versus Religião”. Todos os lados
(Ciência, Mídia e Religião) têm suas mazelas e culpas. E o único ser próximo de
Deus é a pequena Elizabeth, o bebê clone inocente de toda a tragédia ao redor. Filme sugerido pelo nosso leitor Antonio Oliveira.
sábado, janeiro 02, 2016
Em Observação a lista dos 10 filmes mais estranhos de 2015
sábado, janeiro 02, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um samurai travesti em uma floresta na Alemanha persegue um policial; o ar pode acabar num submarino porque as massas das panquecas servidas à bordo criam bolhas de ar; uma sociedade secreta japonesa agencia mulheres ninjas dominatrix para atacarem em público homens de negócios que querem ter prazeres sadomasoquistas. Esqueça os blockbusters e os filmes “oscarizáveis”. Estamos no universo dos filmes mais “estranhos” de 2015. Uma lista de dez filmes que mostram até onde o cinema pode chegar ao explorar o excêntrico, o estranho e o incomum.
Mais um ano de
cinema se foi. Mas se o leitor cavar mais fundo para além da superfície cheia
de remakes de grandes sucessos como Mad
Max e Star Wars ou dramas
conservadores que aparecem a cada final de ano para tentar abocanhar um Oscar,
vai encontrar algumas criaturas estranhas se mexendo no porão da indústria do
cinema.
sábado, dezembro 05, 2015
O sobrenatural pode ser digital?
sábado, dezembro 05, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Até aqui nos filmes de terror o Mal, fantasmas e maldições sempre se
espalharam principalmente por meio de linhas telefônicas, monitores de TV e
ondas de rádio. Isso sem falar das contaminações biológicas pelo sangue ou ar.
Ou seja, o Outro Mundo sempre nos alcança no mundo cinematográfico através das
tecnologias analógicas e meios físicos. O que dizer então de filmes recentes
onde o sobrenatural manifesta-se através das tecnologias digitais como Internet
e dispositivos móveis? É verossímil espíritos agirem através de sinais
fragmentados e binários? Se os fenômenos ocultos, mágicos ou espirituais
baseiam-se em um princípio de semelhança (o Outro Mundo precisa sempre de um
meio físico ou contínuo para estabelecer uma ponte com o mundo físico), seria
possível fantasmas ou forças espirituais manifestarem-se por meio das mídias digitais?
domingo, novembro 01, 2015
Em Observação: "Flowers" e "I Am a Ghost" - Espiritismo e Psicanálise no filme gnóstico
domingo, novembro 01, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
"Flowers" (2015) e "I Am a Ghost" (2012) são duas pequenas gemas da atual safra de filmes independentes que comprovam uma recorrência nos filmes desse início de século: narrativas sobre protagonistas presos em algum lugar entre a vida e a morte - a morte pode não ser um libertação, principalmente se você deixou essa existência sem fazer um acerto de contas com seus traumas e fantasmas. Filmes que fazem um surpreendente encontro entre Espiritismo e Psicanálise, merecendo estar "Em Observação" pelo Cinegnose. Além de serem filmes que comprovam a atual mudança de foco dos filmes gnósticos.
sábado, setembro 05, 2015
Curta da Semana: "Gnosis" - Monstros, bebês e Gnosticismo
sábado, setembro 05, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O curta dessa
semana é “Gnosis” (2013), uma gótica mistura
de monstros, bebês e diversas referências ao Gnosticismo, esoterismo e
iluminação spiritual. Tudo isso ao som hipnótico do piano de Erik Satie,
precursor das conexões da música de vanguarda moderna com esoterismo e
gnosticismo. Dê uma conferida nesse curta.
sábado, junho 13, 2015
No curta "Alma" o fascínio gótico pelos bonecos e brinquedos
sábado, junho 13, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Trabalhando
desde 2002 na Pixar, o animador espanhol Rodrigo Blaas resolveu em 2009 colocar
em prática algumas ideias pessoais que não podiam se encaixar nas produções
comerciais do estúdio. O resultado é o curta “Alma” que trás para uma animação
aquilo que a assepsia comercial da Pixar retira dos seus produtos: o Estranho e
o Gótico, a essência do fascínio humano pelos bonecos, marionetes e,
modernamente, androides, robôs e animações. Blaas devolve ao universo infantil
dos bonecos e brinquedos o seu arquétipo central: a rememoração das relações homem/Deus – através da brincadeira e do jogo a rememoração da
própria condição humana prisioneira em um universo onde alguém nos manipula.Curta sugerido pela nossa leitora Luiza Hernandez.
Rodrigo Blaas é um artista
gráfico espanhol que trabalha nos estúdios da Pixar desde 2002, animando
personagens como a Dory em Procurando
Nemo, a dupla Luigi e Guido em Carros,
as cenas de ação em Os Incríveis e a
sequência final da luta do capitão da nave Axion contra o piloto automático em Wall-E. Depois de muito trabalho em equipe
e aborrecido em ter muitas ideias que não podiam ser encaixadas nas produções
de um estúdio mainstream, resolveu
reunir alguns colegas para fazer um curta.
O resultado é Alma (2009), com uma protagonista
infantil com olhar doce e um visual que lembra o estilo da Pixar. Mas as
semelhanças param por aí: há algo de estranho, tão sinistro quanto a atmosfera
dos episódios da clássica série de terror e mistério Além da Imaginação - veja o curta abaixo.
sábado, abril 18, 2015
"Lost River": o estranho filme incompreendido pela crítica
sábado, abril 18, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Vaiado no
Festival de Cannes e trucidado pela crítica, o filme de estreia na direção do
ator Ryan Gosling, “Lost River” (2014), teve um destino injusto. Filmado em
Detroit, Gosling transformou-a numa cidade gótica que lembra Louisiana pós
furacão Katrina – crise econômica, ruínas e um mistério que envolve uma parte
submersa pela construção de uma represa na fictícia cidade de Lost River. Por
trás das camadas de estilizações da fotografia, personagens e cenografias (que
fizeram a crítica chamar o filme de “um David Lynch de segunda mão”), estão
alusões à crise econômica dos EUA pós explosão da bolha especulativa de 2008
combinados com misticismo gnóstico: qual o mistério que torna os protagonistas
prisioneiros daquela cidade? O filme tem estreia prevista nos cinemas
brasileiros em julho desse ano.
Recentemente
poucos filmes foram tão destruídos pela crítica como Lost River, produção que marca a estreia na direção do ator Ryan
Gosling - A Passagem (2007) e Drive
(2011). Quando estreou no Festival de Cannes em 2014 foi muito mal recebido
pelo público: nos créditos finais a plateia respondeu com assovios e vaias como
uma torcida irritada em um estádio de futebol. Depois disso Gosling e seu filme
desapareceram e nada foi falado deles por dez meses.
Mas
agora Lost River reaparece com nova
edição (foram retirados 10 minutos da edição original) para ser exibido em
alguns cinemas selecionados em Nova York e Los Angeles, além de canais de TV
pay-per-view e arquivos torrent na Internet – no Brasil é esperado nos cinemas
em julho.
sexta-feira, janeiro 02, 2015
Em Observação a lista dos 10 filmes mais estranhos de 2014
sexta-feira, janeiro 02, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma das fontes de informações cinematográficas
alternativas para o Cinegnose é o
site 366
Weird Movies, uma espécie de radar de filmes cinematicamente estranhos,
bizarros e surreais. O seu interessante conceito de “filme estranho” muitas
vezes coincide com a noção de “filme gnóstico” explorada por esse blog.
A espinha dorsal do site é a construção
sempre mutante de uma lista de 366 filmes estranhos. Por que 366? Essa é uma
explicação também estranha: um filme para cada dia do ano (um a mais para os
anos bissextos). Como cada dia do ano está associado a um santo católico, os
autores do site acreditam que todos os dias deveriam ter seu próprio filme
estranho...
quarta-feira, dezembro 03, 2014
O Inferno alquímico de Dante no filme "O Reflexo do Medo"
quarta-feira, dezembro 03, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Conhecida como "Cidade Luz", Paris também é escura e misteriosa: sob a cidade se estende uma vastíssima rede de mais de 300 quilômetros de túneis e labirintos. São as chamadas “catacumbas de Paris” ou “cidade dos mortos” onde jaz os restos de seis milhões de pessoas, além de vestígios de cultos celtas, franco-maçons, gravuras e sinais ritualísticos sagrados. Nessa atmosfera claustrofóbica e sombria se movem os arqueólogos urbanos do filme “O Reflexo do Medo” (As Above, So Below, 2014), misturando terror com thriller psicológico no estilo falso documentário ou “found footage”. Como informa o título original, a narrativa explora o princípio alquímico da Correspondência, repleto de referencias ao chamado esoterismo cristão presente na obra de Dante Alighieri “A Divina Comédia”, na qual o diretor John Erick Dowdle se inspirou para escrever o roteiro.
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