sábado, agosto 23, 2025

O declínio do Império Americano no filme 'A Noite Sempre Chega'

 


Poucos filmes conseguem fundir um contexto com o drama do protagonista, como faz “A Noite Sempre Chega” (Night Always Comes, 2025). O contexto é uma América de desemprego, inflação e trabalhos precarizados, com milhões condenado a viver nas ruas. E o drama de uma protagonista que corre contra o tempo para conseguir 25 mil dólares em 24 horas para sua família não ser despejada. Embora seja uma ficção, impacta muito mais do que vários documentários de Michael Moore denunciando a ilusão do sonho americano. Evita cair no mero drama pessoal e subjetivo para contrapor à realidade de uma América atual decadente. O filme é sobre a jornada de Lynette através da noite para tentar juntar o dinheiro necessário e evitar o despejo da sua família (e principalmente, do seu irmão mais velho com síndrome de Dawn), produzindo uma série de encontros tão assustadores que as pessoas que sobreviveram pensarão neles pelo resto de suas vidas. É o retrato do declínio do Império americano.

sexta-feira, agosto 22, 2025

Terra é um prato cheio de data centers para IA alienígena em 'Guerra dos Mundos'


Em 1898, H.G. Wells lançou o cânone da literatura de invasão com o livro “A Guerra dos Mundos”. Ele era ateu e com inspiração socialista e o livro uma alegoria do colonialismo europeu. Certamente não gostaria das várias adaptações de gerações de cineastas, seja com inspirações religiosas ou como peça de propaganda geopolítica dos EUA. Principalmente essa “Guerra dos Mundos”, lançada esse ano pela Prime Video. Dessa vez o alienígena é uma Inteligência Artificial interestelar faminta por dados e que vê na Terra um prato cheio de terabits, repleto de data centers. E mais: descobre no Estado Profundo um aliado involuntário – o governo só pensa em controlar a privacidade das pessoas com sua obsessão regulamentadora. E as Big Techs, vítimas isentas. Do começo ao fim, um merchandising da Amazon, Apple, Google, Tesla, entre outros. Detalhe: quem salvará o mundo será um drone de entregas da Amazon... O filme é um exemplo de como a produção audiovisual reflete o zeitgeist do momento no qual, a cada dia, surgem mais histórias sobre a IA ameaçando a humanidade – a tal de “singularidade” da qual tanto falam os engenheiros computacionais do Vale do Silício. 

terça-feira, agosto 19, 2025

Live Extra: PIX é pretexto para golpe da Faria Lima no BC; regulamentação das redes e Data-centers: soberania só vai até a página dois


Dessa vez adultos acompanharam Zelensky... Para ele não ser mais uma vez humilhado por Trump em Washington. Enquanto a mídia OTAN vê como uma histórica reunião de Cúpula, Trump vê na Ucrânia um mero balcão de negócios. Esses e outros assuntos vamos discutir na Live Extra Cinegnose 360 #97 nessa quarta-feira (20/08), às 18h, no Facebook e YouTube. Começamos com as Conversas Aleatórias para você perguntar o que quiser para o humilde blogueiro... garanto que ele responde a 99% das questões! E depois, a Crítica Midiática: PIX é a “cabeça de ponte” para a Faria Lima dar um golpe no Banco Central; Tarcísio tem mais uma crise de “Síndrome Dr. Fantástico”; Até Trump ajuda a afundar Tarcisão, o ex-Moderado; Grande mídia propositalmente tornam sinônimos “sexualização” e “adultização” nas redes sociais; Mourinho, Karnal e Hytalo: as facetas da pós-meritocracia; soberania até a página dois: projetos de regulamentação das Big Techs ajuda incentivos a data-centers no Brasil; Sextou com prisão de Bolsonaro? E outras bombinhas semióticas.

Mourinho, Karnal e Hytalo Santos: as facetas da Pós-meritocracia

 


O bem-sucedido técnico português de futebol Luís Mourinho. O historiador e palestrante corporativo Leandro Karnal. E o influenciador preso preventivamente Hytalo Santos, denunciado por outro influenciador (Felca) por produzir conteúdo sexualizado de crianças e adolescentes nas redes sociais. São diversas facetas do novo espírito do tempo que emerge em mais um salto mortal do capitalismo: a Pós-meritocracia. O primeiro, em um comercial da SportyBet, revela o paroxismo do individualismo do século XXI; o segundo, performa um personagem que ri da própria meritocracia no comercial do Bradesco para Pessoas Jurídicas; e o terceiro minimizado pela grande mídia como fosse uma notícia policial: um influenciador amoral que vê no conteúdo sexualizado um empreendimento não como outro qualquer, mas que possibilita enriquecimento rápido. Três facetas de um mesmo “zeitgeist”: a perda da confiança no futuro através da miragem da recompensa aqui e agora de um novo tipo de individualismo.

domingo, agosto 17, 2025

Drops News: Mourinho e Karnal: os dois lados da moeda da pós-meritocracia; Trump e Putim no Alasca: mídia atônita não entende nada


Excepcionalmente nesse domingo não haverá a Live Cinegnose 360. Mas para não deixar o domingo passar em branco, temos o Drop News Cinegnose 360 #17. Uma versão resumida e “Drop” do tradicional tijolaço de domingo. Que começa com Cinema e Audiovisual: uma análise do filme “A Hora do Mal” – o terror fora da matriz edipiana tradicional do gênero. E nos Comentários Aleatórios: o que o técnico português Mourinho e o filósofo de autoajuda Leandro Karnal têm em comum? A pós-meritoracia. E as drogas psicodélicas cooptadas pela segunda vez pelo capitalismo. E na Crítica Midiática: um comentário bem didático de um espectador do Cinegnose sobre a análise do Felca; Efeito Felca: governo propõe projeto que pode se voltar contra a própria esquerda; Encontro de Putim e Trump no Alasca: grande mídia esperneia e tenta salvar investimento simbólico em Zelensky; TV Globo se alinha automaticamente aos EUA para se blindar; grande mídia e seus esqueletos do armário: Trump e programa Mais Médicos; Maquiada para matar: vice-prefeita da PM sensualiza a meganhagem em meio a denúncias de corrupção em São Bernardo/SP.

Aviso urgente sobre a Live Cinegnose 360 desse domingo

 

sexta-feira, agosto 15, 2025

Tirem os adultos da sala porque as crianças salvarão o dia em 'A Hora do Mal'


 

Zach Gregger é um diretor/roteirista que está chamando a atenção. Principalmente, porque seus filmes de terror (“Noites Mortais”) retiram o gênero da clássica matriz edipiana (sedução da inocência, culpa etc.) para tirar o horror de alegorias contemporâneas. Como em “A Hora do Mal” (Weapons, 2025) que parte da alegoria a um evento tão recorrente nos EUA que se tornou iconicamente pop: tiroteios em escolas. Aqui representado pelo desaparecimento de todas as crianças de uma sala de aula: em estado de transe, deixaram suas casas no meio da madrugada. Para desaparecerem. Uma pequena cidade que não consegue dar uma resposta ao trauma, a não ser procurar um bode expiatório, como a caça às bruxas na História. Crianças veem o mundo adulto, que deveria protegê-las, caótico e irracional. Alargando o abismo daquilo que a sociologia chama de “perda do elo geracional”. Parece que Gregger está querendo nos dizer: “tirem os adultos da sala, porque serão as crianças que salvarão o dia!”.

quinta-feira, agosto 14, 2025

'Efeito Felca': não-acontecimento, reposicionamento de discurso e big techs

 


Pode ser absurdo e paradoxal pensar que todo o hype em torno do vídeo das denúncias do influencer Felca (a adultização de crianças e jovens nas redes sociais) só beneficia o negócio das big techs. O chamado “Efeito Felca” (capaz de pautar a política nacional com projetos de lei na Câmara dos Deputados e uma PL do presidente Lula) rendeu a urgência da regulamentação das redes sociais. “Regulamentação”, reivindicação reativa das nações frente ao poder global das big techs. Mas uma reivindicação compatível aos negócios do Vale do Silício, porque tira de pauta aquilo que mais temem: o impacto geopolítico da ideia da soberania digital. Como a China, por exemplo, que possui suas próprias plataformas e redes. Assim como tentar que um leão vire vegetariano, tentar regulamentar redes sociais é ir contra a própria natureza mercadológica e lucrativa do negócio: ódio e perversões engajam muito mais do que o amor! Aprenderam que na Internet o produto é o próprio usuário. Efeito Felca: um não-acontecimento com características de sincronismo e timing, além de revelar um fenômeno comportamental típico das redes sociais: o reposicionamento de discurso, como nos casos de Felipe Neto e Reinaldo Azevedo.

terça-feira, agosto 12, 2025

Live Extra: o segredo de Polichinelo de Felca; o dono da Ultrafarma e Balzac; Tebet rende-se ao lobby midiático: quer negociar terras raras


EXTRA! EXTRA! DENÚNCIA: as redes sociais estão sexualizando crianças e promovendo a adultização da infância! Com a ajuda dos algoritmos! O youtuber Felca denuncia um segredo de Polichinelo e alcança 30 milhões de views... e deu no Jornal Nacional! Quais as sincronias e o timing de um “segredo” que até as pedras do cais de Santos sabem? Vamos discutir esse e outros temas na Live Extra Cinegnose 360 #96, nessa quarta-feira (13/08), às 18h, no YouTube e Facebook. Mas, em primeiro lugar, teremos o quadro “Conversas Aleatórias” onde todos podem perguntar o que quiserem para o humilde blogueiro. E na segunda parte, a “Crítica Midiática” do meio da semana: depois de Xandão, o herói da Democracia, agora temos Felca, o paladino da infância e o seu segredo de Polichinelo; Israel mata jornalistas: modus operandi da grande mídia lá e aqui; mesmo com crise militares brasileiros mantém agenda com o exército norte-americano; Tarifaço: “O Globo” dá chilique com BRICS; ministro Fux será a pièce de résistance de Bolsonaro? Dono da Ultrafarma preso por sonegação: Balzac estava certo! Tebet rende-se a lobby da grande mídia: quer negociar terras raras com os EUA; Trump vai ao fim do mundo negociar paz com Trump... e grande mídia “OTAN” não entende nada. E outras bombinhas semióticas.

Amor, trabalho e conhecimento deveriam governar a vida em 'Nossos Tempos'

 

“Amor, trabalho e conhecimento são as fontes de nossa vida. Deveriam também governá-la”, escreveu certa vez o psicanalista e ativista Wilhelm Reich. Há um descompasso entre o psiquismo (resistente a mudanças) e o conhecimento (cheio de rupturas e saltos). O que torna a sociedade frágil diante da cooptação política das chamadas “guerras culturais” reacionárias de extrema direita. A ficção científica mexicana Netflix “Nossos Tempos” (Nuestros Tiempos, 2025) é uma comédia romântica que transcende os limites do gênero, que habilmente mescla física teórica, viagem no tempo, sexismo, desigualdade de gêneros e as incertezas em relação ao futuro. Um casal de físicos apaixonados, na década de 1960, constrói uma máquina do tempo e acidentalmente saltam 59 anos no futuro. Pulando, de uma sociedade mexicana conservadora, patriarcal, marcada pela submissão feminina, para o futuro do empoderamento feminino e da crítica da desigualdade dos gêneros. Involuntariamente, o filme aborda essa questão reichiana.

sábado, agosto 09, 2025

O OVNI 'Júpiter Maçã'; Neta de Lula e o ardil da Internet; pesquisismo Nem-Nem do DataFolha; a bomba semiótica da 'Geração Z" do jornalismo



Por uma ligação! Por uma simples e prosaica ligação telefônica que Lula se recusou a fazer por orgulho, o tarifaço atingiu o Brasil. Bastava Lula fazer uma ligaçãozinha para Trump e evitar a catástrofe econômica que jogará o país na crise. Essa crítica dos “colonistas” do jornalismo corporativo é um dos assuntos da Live Cinegnose 360 #203, nesse domingo (10/08), às 18h, no Youtube e Facebook. Que começa com outro OVNI na música brasileira, na sessão dos Vinis e CDs: Júpiter Maçã e o espectro da Antropofagia do Modernismo brasileiro. Depois, os filmes Nuestros Tiempos (a Física não resiste à Cismogênese) e Expresso do Amanhã (A Dialética do Senhor e do Escravo). E depois dos Comentários Aleatórios, a Crítica Midiática: A “Geração Z” do jornalismo e as eleições de 2026; ABL empossa Miriam Leitão como imortal e vira puxadinho ideológico da Globo; presidenta da Suíça humilhada e esnobada em Washington: isso é porque Lula não liga; Neta de Lula quer furar a bolha da esquerda: o ardil da Internet contra a esquerda; Jones Manoel, Big Techs e Síndrome de Brian; Pesquisismo DataFolha e a estratégia Nem-Nem; Dólar despenca e Bolsa sobe: tarifaço é uma marolinha?  

quarta-feira, agosto 06, 2025

Live Extra - Demissões: 'Geração Z' do jornalismo incomoda grande mídia; Jornalismo Engov contra Xandão; por que Lula não liga para Trump?



O jornalismo corporativo já começou seu movimento de ajuste para o jornalismo de guerra no ano eleitoral de 2026... demitindo! Vamos discutir que ajuste midiático é esse na Live Extra Cinegnose #95, excepcionalmente nessa quinta-feira (07/08), às 18h, no YouTube e Facebook. Que começa com as Conversas Aleatórias: a oportunidade de o participante fazer qualquer pergunta sobre qualquer tema para o humilde blogueiro... Que promete responder a quase todas as perguntas! E depois, a Crítica Midiática do meio da semana: demissões na Globo e a “Geração Z” do jornalismo: preparando-se para 2026; Por que Lula não liga para Trump? Indaga o jornalismo declaratório...; Itaú e Lei Magnitsky: Faria Lima não tá nem aí para soberania; mundo invertido: Gilmar Mendes e Zambelli se apropriam da iconografia esquerdista; empresários bolsonaristas irão engolir, por ideologia, os prejuízos do tarifaço? Jornalismo Engov contra Xandão: como o STF gera o Efeito Firehose com prisão domiciliar de Bolsonaro. E outras bombinhas semióticas.

Demissões na Globo e a naturalização do 'modus operandi' do jornalismo de guerra



Muito já se escreveu sobre os males do jornalismo de guerra dos tempos do Mensalão e Lava Jato: destruição da Política, dissonância cognitiva, ascensão da extrema direita etc. Mas pouco se fala sobre os efeitos a médio prazo na prática profissional no campo jornalístico. Que só agora começamos a perceber com as ruidosas demissões de nomes notórios como Rodrigo Bocardi e Daniela Lima, ambos da Globo. Jornalistas que poderíamos considerar integrantes da “Geração Z” do Jornalismo – jornalistas profissionalmente nativos nos tempos do jornalismo de guerra. Cujo modus operandi era o jornalismo declaratório, o “colonismo” e suas relações promíscuas com as fontes e informantes de pauta. Que acabou se normalizando nessa nova geração. Ao ponto de jornalistas exporem esse  de forma autoindulgente e autoelogiosa, como em alguns episódios que envolveram Daniela Lima. E, involuntariamente, colocando em xeque a mitologia publicitária do jornalismo profissional: jornalistas que corajosamente apurariam e investigariam a notícia para o distinto público.

sábado, agosto 02, 2025

'Os Mulheres Negras'; jornalista e prefeitos sentem o próprio veneno! Alckmin no 'Mais Você'; Salão Oval e telefone são armadilhas de Trump


Tarifalso? Blefe? Se pensar assim, estará na boa companhia do Nobel da Economia Paul Krugman. Ele também pensa assim! Menos o jornalismo corporativo, que não pode deixar a pauta cair: vai ter apocalipse, sim! Vamos discutir esse e muitos outros assuntos na Live Cinegnose 360 #202, nesse domingo (03/08), às 18h, no YouTube e Facebook. Que começa com os vinis do duo “Os Mulheres Negras”: a antropofagia no underground paulistano. E depois, um filme para discutir a Geração Z: “Juntos” (quando a busca da alma gêmea vira horror corporal).  E mais: Comentários Aleatórios e Livros do Humilde Blogueiro. E na Crítica Midiática: gosto do próprio veneno: lobby sionista demite Catanhede da Globo News; Alckmin no “Mais Você” da Ana Maria Braga: é para Lula começar a se preocupar? Trump pede para Lula ligar: vai cair na armadilha? Prefeitos bolsonaristas de SP experimentam a privatização... e protestam! Trump e o “Projeto 25”: vai começar o “Handmaid´s Tale” nos EUA?... e outras bombinhas semióticas.   

Na segunda-feira, Minutagem, Bibliografia e Discografia na Descrição do vídeo da Live Cinegnose 360 #202 no YouTube.



sexta-feira, agosto 01, 2025

Quando o mito da busca da alma gêmea vira horror corporal em 'Juntos'



Supostamente, no diálogo “O Banquete”, o filósofo Platão teria criado o Mito da Alma Gêmea: fomos separados em gêneros distintos por conta de Zeus temer o poder humano. Então, passamos a vida inteira atrás da contraparte perdida. Uma poética abordagem da questão do gênero, com o seu valor filosófico. Mas que a Geração Z (os nativos digitais) transformou num conto de horror corporal. É o filme “Juntos” (Together, 2025) que reflete a visão do amor dessa geração, não mais uma “busca de completude”, mas uma “jornada” na qual cada um tem que dar ao outro o espaço para a autorrealização. O amor vira uma questão de logística. Que às vezes pode se tornar “tóxica”. E virar uma claustrofóbica história de terror. Um casal, com sérias fissuras no relacionamento, decide se mudar para o interior para um novo recomeço. Mas um incidente sobrenatural altera drasticamente seu relacionamento, suas existências e, principalmente, suas formas físicas.

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