sábado, maio 13, 2017
Startup britânica promete construir a verdadeira Matrix
sábado, maio 13, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma startup britânica chamada Improbable
pretende criar a verdadeira Matrix: uma simulação em larga escala do mundo
real. E o ponto de partida já existe – a plataforma SpatialOS e o jogo de
computador Worlds Adrift, ainda restrito a acadêmicos e cientistas. O aporte de
milhões de dólares na startup por empresas de capital de risco, além do
interesse militar e indústria de entretenimento pelo projeto revelam evidentes
aplicações nas áreas estratégica, bélica e engenharia social: construir mundo
virtuais para simular o surgimento de extremismos violentos nas populações e
comportamentos econômicos. Mas a iniciativa dos co-fundadores Herman Nerula e
Rob Whitehead é também uma evidência da motivação místico-religiosa que possui
atualmente o Vale do Silício: Tecnognosticismo, imortalidade e a crença de que
já vivemos em uma gigantesca simulação. O game Worlds Adrift seria mais um
exemplo de como a ciência experimental se encontra com a prática religiosa: a
Teurgia.
sexta-feira, maio 12, 2017
Para quê serve a astrologia de massas?
sexta-feira, maio 12, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Na década de 1950 o alemão Theodor Adorno (pelo olhar sócio-psicanalítico) e o francês Roland Barthes (pelo ponto de vista da semiologia) empreenderam pesquisas sobre as colunas de astrologia, respectivamente do Los Angeles Time e do semanário Elle. Ambos chegaram à mesma reposta: a astrologia de massas serve para exorcizar o real. A astrologia deixa de ser uma abertura para o Oculto, o Onírico e o Imaginário para se transformar num espelho realista e disciplinador da própria rotina diária dos leitores. Será que essa resposta pode ser aplicada à astrologia de massas atual, mais de cinquenta anos depois dessas análises?
terça-feira, maio 09, 2017
Cinegnose participa da "Fatecnologia" discutindo semiótica dos jogos e gnosticismo
terça-feira, maio 09, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Semiótica, Jogos e Gnosticismo é a discussão que esse humilde blogueiro levará para a 9a. Fatecnlogia, evento da Faculdade de Tecnologia de São Caetano do Sul. A palestra acontece dia 11/05 e tem como principal objetivo apresentar as contribuições dos estudos das mito-narrativas (do Herói e a Gnóstica) para o mundo dos jogos digitais – principalmente a possibilidade de criação de um nível meta da própria realidade através do entretenimento. Seria o mundo lúdico dos jogos um nível meta no interior do próprio Universo simulado em que vivemos?.
segunda-feira, maio 08, 2017
A construção do super-herói amoral nas capas de "Veja" e "IstoÉ"
segunda-feira, maio 08, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Pela primeira vez em anos as capas as
revistas “Veja” e “IstoÉ” escancaram sinceridade e franqueza: recursos semióticos
como retórica, iconificação e analogia usados não mais para esconder, mas para
explicitar aquilo que sempre essas publicações não ousavam admitir: o juiz de
primeira instância Sergio Moro há muito deixou o campo do Direito para atuar
como um líder político messiânico que não mais julga em posição equidistante
entre promotoria e réu – assumiu uma batalha cujo ápice é o interrogatório de
Lula no Fórum de Curitiba no dia 10/05. Que as revistas simbolizam como algo
entre a luta livre mexicana ou uma contenda de box do século. Mas há algo mais
nessas capas: o juiz Moro não é um herói que segue o modelo clássico (épico ou
trágico), mas é o Super-Herói amoral das HQs e adaptações cinematográficas da
Marvel e DC Comics: aquele que luta pela Justiça e a Verdade, acima do Bem e do
Mal. Cimento ideológico necessário para a opinião pública se resignar ao ver a
própria carne sendo cortada com as supostas “reformas”, como “efeito colateral”
aceitável em nome da Verdade – se for necessário, o Super-Herói pode até
destruir o mundo, mesmo que seja para derrotar vilões que também querem
destruir o mundo.
sábado, maio 06, 2017
"Complicações do Amor": pode algo tão bom não funcionar mais?
sábado, maio 06, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Não se perca no infeliz título em português,
que faz parecer uma comédia romântica de sessão da tarde. “Complicações do
Amor” (The One I Love, 2014) é uma crítica ambígua e até sombria (ao melhor
estilo das atmosferas da série “Além da Imaginação”) contra todo aparato
fármaco, psicoterapêutico e neurocientífico atual mobilizados para supostamente
nos fazer felizes. Porém o efeito colateral prático é viciosidade, dependência
e compulsão. Afinal, é a alma do negócio para manter todos sob controle – as
chamadas “tecnologias do espírito”. Um casal em crise terminal procura um
terapeuta para tentar resgatar os momentos felizes que foram perdidos no
passado e que fizeram Ethan e Sophie ficarem juntos. O terapeuta sugere um
final de semana a sós em uma remota casa de campo onde tentem resgatar o que foi perdido na relação. O problema é que lá
encontrarão uma espécie de sala de espelhos cada vez mais perturbadora com
resultado imprevisível e ambíguo - e até elementos CosmoGnósticos. Matrix nas relações conjugais?
quinta-feira, maio 04, 2017
A morte de Belchior e a construção do estereótipo do "maluco beleza"
quinta-feira, maio 04, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Belchior foi um verdadeiro objeto voador não
identificado na MPB. Por décadas a mídia corporativa tentou enquadrá-lo em
alguma categoria: “rapaz romântico”, “brega”, “figura de voz fanhosa e bigodão”
etc. E nos últimos anos, procurou encaixá-lo na narrativa “desaparecido/aparecido” e, por
fim, na sua morte, transformá-lo no estereótipo do “maluco beleza”. Para quê?
Para enquadrá-lo na derradeira narrativa do modelo negativo moralizante: o
“maluco beleza” irresponsável que não conseguiu dar a “volta por cima” numa suposta
carreira que descia ladeira abaixo. Belchior sabia que a mídia fazia tábula
rasa da sua obra e, por isso, de forma autoconsciente virou um OVNI da MPB. A
forma como a grande mídia “reciclou” a morte de um ser inclassificável confirma
uma tese do pensador Theodor Adorno sobre a função do entretenimento na
Indústria Cultural: apertar ainda mais os arreios que nos prendem à disciplina
do mundo do trabalho.
quarta-feira, maio 03, 2017
Xamanismo, viagem no tempo e fenômenos quânticos em "Tiempo Muerto"
quarta-feira, maio 03, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme argentino “Tiempo Muerto” (2016) é
mais uma incursão do cinema atual no tema da viagem do tempo, mas por um viés
bem particular – loops temporais e paradoxos como obstáculos para a “segunda
chance” que possa alterar a linha do tempo. Inconformado com a morte da sua
esposa, o protagonista contrata um “tempo morto” – um estranho ritual que
envolve xamanismo, ocultismo e fenômenos quânticos. Tempo, psiquismo e memórias
são contínuos que esbarram em um traço da natureza humana: a compulsão a
repetição. Sem conseguirmos seguir em frente, ficamos neuroticamente fixados em
experiências de prazer ou dor no passado, repetindo a cena do trauma. Quem sabe
pensando que um dia o Titanic não afunde.
terça-feira, maio 02, 2017
Em "Almas à Venda" a chave do sucesso é a perda da alma
terça-feira, maio 02, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com ironia e com humor negro, "Almas à Venda" (Cold Souls, 2009), tematiza criticamente como o mundo dos negócios (management + tecnologias do espírito) invade nossa última morada que ainda tenta resistir: a alma. No mundo atual dominado pelo paradigma da financeirização na qual qualquer coisa (ações, títulos, carros, pessoas, sentimentos e até a alma) tem que ser submetida aos princípios da liquidez e mercantilização totais, um homem descobre a chave do sucesso: o "Armazém de Almas" - clínica especializada em estocar a sua alma para substituir por outra de um doador anônimo, mais bem sucedido. Mas o protagonista descobre algo mais: quando estamos vazios e sem alma conseguimos ser mais bem sucedidos profissionalmente.
domingo, abril 30, 2017
Curta da Semana: "Edifício Tatuapé Mahal" - a vida secreta dos bonecos de maquete
domingo, abril 30, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Estamos no universo dos bonecos daquelas
maquetes que vemos em show room de lançamentos imobiliários. Um boneco
argentino chamado Javier vem para São Paulo aproveitando o boom imobiliário no
bairro do Tatuapé. Através dele conhecemos como esses pobres trabalhadores são
explorados por agentes imobiliários e sujeitos a arbitrariedade de filhos de
clientes que tratam as maquetes como fossem brinquedos. Mas também conhecemos
os dramas existenciais da vida secreta dos bonecos de maquetes. Esse é o curta
de animação brasileiro “Edifício Tatuapé Mahal” (2014) da dupla de diretoras
Fernanda Salloum e Carolina Markowicz. Um interessante mix de humor negro com
paródia ao típico melodrama latino-americano.
sábado, abril 29, 2017
Globo tenta abafar o barulho do seu silêncio na greve geral
sábado, abril 29, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A Globo, acompanhada do restante da mídia
corporativa, ressente-se de um cada vez mais grave processo de negação da
realidade. Os sintomas são cada vez mais agudos, como demonstrou o silêncio dos
últimos dias sobre a articulação da greve geral pelas centrais sindicais e movimentos
sociais. Um silêncio bem barulhento, pois revelou a sua autoconsciência do
poder de duas armas semióticas que sempre dispara em contextos de
desestabilização política: a “profecia autorrealizável” e o “efeito copycat”. O
constrangimento e “saia justa” dos apresentadores nas primeiras horas da manhã
de sexta-feira também revelou uma aposta: "as nossas armas semióticas são tão poderosas que, se ficarmos em silêncio, nada vai acontecer! Mas a negação tautista da mídia corporativa descobriu da pior forma
possível que existe vida lá fora, no deserto do real.
quinta-feira, abril 27, 2017
A monstruosidade ideologicamente amoral no filme "Vida"
quinta-feira, abril 27, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A um mês do lançamento de “Alien: Covenant”
no qual Ridley Scott dá continuidade ao anterior "Prometheus", o filme "Vida" (Life, 2017) de Daniel Espinosa é lançado. Com o mesmo plot de Scott para
“Alien” (1979): astronautas aprisionados em uma nave encurralados por um
espécime predador extraterrestre praticamente indestrutível. Em 1979, Scott
rompeu com uma tradição da figuração dos monstros no cinema: dos seres
disformes e mórficos para os informes, xenomórficos e híbridos – os “monstros
moles”. Seres amorais que matam não por maldade, mas por sobrevivência.
Em "Vida" Espinosa retoma essa monstruosidade contemporânea, porém sem o cinismo crítico e gnóstico
de Scott: lá, o alien xenomórfico fazia parte de conspirações de demiurgos;
aqui em “Vida”, o parasita-predador é uma amostra de que o evolucionismo de
Darwin rege o próprio Universo e o monstro é o ápice da perfeição das leis da adaptação e seleção natural. As mesmas leis que também regem os mercados aqui
na Terra.
quarta-feira, abril 26, 2017
Um trem desaparece em anomalia topográfica no metrô de Buenos Aires em "Moebius"
quarta-feira, abril 26, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Ao contrário dos filmes sci-fi que exploram os paradoxos temporais, o filme argentino "Moebius" (1996) explora os paradoxos espaciais, transformando-se numa espécie de thriller matemático. Inspirado na enigmática figura topológica da "fita de Möbius", a narrativa interpreta-a como um portal dimensional, lembrando das origens sagradas da Geometria na antiguidade. Um trem desaparece no metrô de Buenos Aires. A rede do metropolitano ficou tão complexa que assumiu a forma da "fita de Möbius" - figura geométrica paradoxal que não possui o lado de "dentro" e de "fora". Sem saber os engenheiros projetaram um portal por onde o trem passou. E ele continua viajando, invisível e prisioneiro de uma anomalia espacial.
terça-feira, abril 25, 2017
A ética e moral da viagem no tempo e o Efeito Mandela na série "12 Monkeys"
terça-feira, abril 25, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Produzida pelo canal Syfy, a série “12
Monkeys” (2015-) procura expandir a narrativa do filme clássico de Terry
Gilliam “Os 12 Macacos” (1995): a humanidade foi devastada por um apocalipse
viral, a Terra ficou fria e em ruínas sob o domínio de gangues saqueadoras. Enquanto
isso, em instalações secretas, cientistas tentam encontrar uma forma de conter
as mutações do vírus. Um grupo constrói uma máquina do tempo para enviar crono-astronautas
para o passado e impedir o vírus, antes das mutações. Isso significaria reescrever
toda a linha do tempo até o futuro. A série propõe uma geografia do Tempo bem
diferente das produções contemporâneas sobre o tema: ao invés de mundos
quânticos alternativos paralelos, uma única linha do tempo que poderia ser
reescrita diversas vezes. Além da série parecer se inspirar no famoso “hoax”
Efeito Mandela, propõe um novo viés sobre a viagem no tempo – as possíveis
implicações éticas e morais: a superação do paradoxo, alterando o passado,
poderia nos empurrar para uma perigosa amoralidade.
sábado, abril 22, 2017
Deus joga dados em não-acontecimento da Champ Élysées
sábado, abril 22, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nas imagens da CNN estranhamente a câmera parece dar a deixa para as ações na Champs Élysées: quando veem a câmera bombeiros e paramédicos começam a correr não se sabe para onde, enquanto cruza a cena policiais antimotim com escudos, capacetes fortemente armados em fila – para onde estão indo se a área foi isolada e o atirador já está morto? Inúmeras anomalias marcaram mais um não-acontecimento às vésperas das eleições presidenciais na França. E como sempre (Londres, Berlim, Nice, Bataclan, Charlie Hebdo etc.) mais recorrências e sincronismos. Enquanto a Ciência tenta compreender a realidade a partir de fenômenos recorrentes e eventos sincrônicos, o Jornalismo ainda crê em acidentes, no acaso e nas fatalidades. Para a grande mídia, fora desse mundo no qual Deus parece jogar dados com os acontecimentos, estão à espera os paranoicos teóricos da conspiração. Mas dessa vez a “coincidência” entre os tiros no boulevard mais famoso do mundo e o debate eleitoral num estúdio de TV foi além da conta...
quarta-feira, abril 19, 2017
"Uberização" da educação: saem pedagogos e Construtivismo, entram gestores e neurociências
quarta-feira, abril 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O País está
hipnotizado pelo show diário de meganhagem midiática de colarinhos brancos
sendo levados presos por cinematográficos policiais federais com suas
reluzentes botas e armas negras. Porém, a passos lentos mas seguros, no
subterrâneo desse espetáculo de moralização nacional está ocorrendo uma
revolução silenciosa que vai determinar o futuro das próximas gerações:
reformas educacionais que estão impondo uma agenda secreta, a gestão de um novo
projeto de nação. Sai o Neodesenvolvimentismo lulopetista para entrar o
Capitalismo Cognitivo. No campo educacional, sai o Construtivismo de Piaget
para entrar as neurociências aplicadas à educação, turbinada por ONGs e
institutos privadas do indefectível mundo financeiro. Saem pedagogos, entram
engenheiros e gestores. No lugar de valores como autonomia e conhecimento
entram “disparos neuronais” e “sinapses” para formar futuros profissionais que
não mais lidarão com conhecimentos, mas com “efeitos do conhecimento” das
plataformas tecnológicas - a "uberização" da educação.
segunda-feira, abril 17, 2017
Propaganda e a demonização do inimigo, por Marcelo Gusmão
segunda-feira, abril 17, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme “1984” foi exibido esse ano em 165
cidades nos EUA como forma de protesto contra o presidente Donald Trump. Ele
demoniza imigrantes e a oposição também o demoniza, definindo-o como o “novo
Big Brother”. Enquanto isso o Brasil está um caos, dividido, semelhante a final
de um campeonato: de um lado do campo os “Coxinhas”, no outro lado os “Mortadelas”.
Há quem prefira dizer “esquerda” contra “direita”, ou ainda “amarelos”
(canarinhos) contra os “vermelhos”. Essa divisão não é novidade - desde que o
mundo é mundo há violência e luta pelo poder. “Nós contra Eles” sempre foi um
princípio de identidade entre os “Iguais” das diversas irmandades, seja times
de futebol, equipes em gincanas escolares, entre bairros, cidades, países,
partidos políticos e, é claro, ideologias. Demonização e a divisão do inimigo
são grandes princípios de propaganda e persuasão. Como lidar com essa
dualidade? Qual a sua origem? Há como
anular sua força?
domingo, abril 16, 2017
Curta da Semana: "El Empleo" - o emprego que te espera no futuro
domingo, abril 16, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com mais de 100 prêmios na sua trajetória em
festivais, o curta de animação argentino “El Empleo” (2008) é uma produção bem
oportuna para os tempos atuais em que vivemos onde o melhor remédio prescrito
para a crise econômica e o desemprego são eufemismos como “terceirização”,
“empreendedorismo” etc. O curta é o paroxismo da situação atual: para gerar
emprego uma sociedade parece consumir a si mesma - pessoas começam a assumir a função de objetos
cotidianos em “inovadoras” formas de “prestação de serviço”: a mulher-cabide, o
homem-abajur e assim por diante. Um curta surreal e tragicômico, mas que dá
muito no que pensar. Curta sugerido pelo nosso leitor A.Lex.
sábado, abril 15, 2017
Niilismo e o desejo da morte na Modernidade em a "A Marca do Assassino", por Bárbara Ribeiro
sábado, abril 15, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um filme tão excêntrico
que mereceu a expulsão do diretor da produtora japonesa Nikkatsu. Um filme
estranho até para uma produtora especializada em filmes “B”. É o filme “A Marca
do Assassino” (1967) do diretor Seijun Suzuki (falecido nesse ano), um diretor tão radical que inspirou
na atualidade diretores como Jim Jarmuch (pela forma como utiliza a trilha
musical) e Tarantino no filme “Kill Bill 1”. Além das muitas referencias ao
filme Noir, a narrativa de “A Marca do Assassino” é dominada por personagens
que vivem para morrer, na qual sexo e morte são abordados de forma niilista e
non sense em um Japão dos anos 1960 já ocidentalizado. É o que nos conta a nova
colaboradora do “Cinegnose” Bárbara Ribeiro*.
sexta-feira, abril 14, 2017
"Nocturama": explodam estátuas e palácios, mas deixem os shopping centers!
sexta-feira, abril 14, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O cenário é a crise
econômica e desemprego na França pós crise do Euro de 2008. Um grupo de jovens
de diversas origens étnicas caminha pelas ruas de Paris. Silenciosos trocam
olhares, pegam pacotes em cestos de lixo e descartam telefones celulares após utilizarem.
Aparentemente cansados da sociedade, planejam um ousado atentado: explosões
simultâneas na cidade, mandando pelos ares símbolos do poder financeiro e
político. “Nocturama” (2016), do francês Bertrand Bonello, mostra como a
própria energia utópica e contestadora naturais da juventude, hipnotizada pela
rebeldia da cultura de consumo, é cooptada por uma irônica “rebeldia
conformista”. Desafie a sociedade explodindo palácios, estátuas e torres do
poder financeiro. Mas mantenha intacto os shopping centers. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
terça-feira, abril 11, 2017
Lapso de Trump previu ou antecipou agenda do atentado na Suécia?
terça-feira, abril 11, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em fevereiro, Donald Trump citou um atentado inexistente na Suécia, para justificar suas medidas anti-imigratórias. A grande mídia tratou o episódio como “gafe” de um presidente “desequilibrado”. Dois meses depois ele jogou dezenas de mísseis na Síria e em seguida um atentado ocorreu em Estocolmo, Suécia. Coincidência? Ato falho de um presidente que sem querer antecipou a agenda? Ou mais sincronismos como ocorreu antes e durante “não-acontecimentos” como os de Nice, Berlim e Londres? Mais sincronismos ocorreram horas antes dos ataques à Síria, à bordo do avião presidencial, dessa vez envolvendo Trump e o filme “Star Wars Rogue One”. O fato é que agora tudo mudou: a grande mídia trata o presidente dos EUA como estadista e até humanitário. Como sempre, esses atos falhos e sincrônicos levantam a suspeita da existência de um script pré-estabelecido. São verdadeiros “espasmos da realidade” pelos quais passamos despercebidos.
domingo, abril 09, 2017
Curta da Semana: "At The End of The Cul-de-Sac" - o prazer voyeurista com um drone
domingo, abril 09, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois de filmar
curtas com Iphone e snorriCam, o diretor Paul Trillo aceitou o desafio de fazer
um curta com um único plano sequência (sem cortes) com imagens captadas por um
drone. É o curta “At The End of Cul-De-Sac” (2016). A câmera fixa em um drone
paira, desliza e gira em torno dos atores que nos mostram um protagonista
invadindo um condomínio fechado para bater na porta de uma residência. Ele está
transtornado e à beira de um colapso nervoso. Os moradores observam à
distância, tentam entender o que acontece. Mas assim como nós espectadores
vendo tudo através da onisciência do drone, os moradores parecem ter um prazer
voyeurista em observar a cena e registrar tudo através de smartphones. Apesar
do experimentalismo tecnológico, o curta aborda uma tradicional representação
do cinema: os condomínios fechados suburbanos mostrados como enclaves de
intolerância e preconceito.
sábado, abril 08, 2017
A incomunicabilidade produz a Religião e a Política em "A Vida de Brian"
sábado, abril 08, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“A Vida de Brian”
(1979) do grupo inglês de humor Monty Python é um filme que não só se tornou
atemporal como, depois de 38 anos, ganhou novas leituras. Paradoxalmente, com a
expansão das novas tecnologias de comunicação como Internet e redes sociais.
Por que? Porque o filme explora a incomunicabilidade humana: Religião e a
Política como subprodutos da mentira, ilusão e ideologias que sempre tentam
justificar algum mal entendido resultante da radical incomunicabilidade da
espécie: o fato de que cada um vê o que quer ver e ouve o que quer ouvir. Brian
é confundido com o Messias e passa a ser perseguido não só pelos romanos como
também por uma multidão de seguidores que veem nele apenas aquilo querem ver. Pedem
de Brian um “sinal” da sua suposta divindade. Não importa o quanto Brian se
esforce para tentar desfazer o mal entendido. Involuntariamente criou uma nova
religião. E o que é pior: a multidão está ávida por um mártir que morra por ela
na cruz...
quinta-feira, abril 06, 2017
Com o caso José Mayer tautismo da Globo fica na corda bamba
quinta-feira, abril 06, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O caso do assédio do
ator José Mayer à figurinista Susllem Tonani é marcado por uma ironia fundamental:
um ator, conhecido por interpretar nas telenovelas sempre o mesmo perfil de personagens
machistas e misóginos, é denunciado por recorrentes assédios
nos bastidores da Globo. Mera coincidência ou sincronismo entre ficção e
realidade? Desde que o chamado “O Método” (criado pela Actors Studio em 1947)
se perverteu em fórmula criadora de um tipo de ator que se limita a interpretar
a si mesmo em repetitivos perfis de personagens estimulados pela linha de
montagem de TV e estúdios de cinema, casos como esses se tornaram recorrentes. No caso da
Globo, marcado por um tautismo (tautologia + autismo) crônico, essa “doença
ocupacional” fica ainda mais evidente. Principalmente quando a reação tanto do
ator quanto da cúpula da emissora foi idêntica: alheios às mudanças que ocorrem
no “deserto do real” (empoderamento feminino, lutas por respeito, diversidade
etc.) são pegos de surpresa e tentam dar respostas oportunistas. E a da Globo é
a mais equizofrênica: diz respeitar as mulheres enquanto diariamente as submete
a papéis subalternos em reality shows, telenovelas e propagandas de cerveja.
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