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terça-feira, julho 18, 2017

O Brasil sob a sombra das maiorias silenciosas


Em questão de horas, de uma vez só, os direitos mínimos dos trabalhadores e seu maior líder trabalhista, Lula, foram condenados – simultaneamente, no Senado e na Vara Federal de Curitiba. Diante desse timing e precisão, jornalistas e intelectuais começam a expressar a perplexidade: cadê o povão? O Congresso não foi cercado e nem as praças ocupadas com massas sem arredar os pés. Massas manipuladas pela Globo? Índole apática do brasileiro? Por que as lutas monumentais e resistência em trincheiras até agora não ocorreram, limitando-se a algumas “batalhas de Itararé”? Talvez seja o momento de revisitar um dos textos políticos mais provocativos: “À Sombra das Maiorias Silenciosas” de Jean Baudrillard. Lá na França um gol de Rocheteau pelas eliminatórias da Copa do Mundo foi mais importante do que a extradição de um ativista político; como aqui Lula e seu pequeno exército de advogados solitários, sem o apoio das ruas, segue para a condenação em segunda instância. Para Baudrillard , não é uma questão de engano ou mistificação – há uma astúcia das massas que o Poder mais teme: não a “revolução”, mas seu silêncio e a indiferença. Um hiperconformismo no qual a política se afunda.

domingo, junho 25, 2017

Curta da Semana: "Robot & Scarecrow" - somos robôs e espantalhos em um amor impossível


Um drama de Romeo e Julieta pós-moderno. Um amor impossível entre um espantalho e um robô em meio a um festival de música eletrônica em uma zona rural qualquer. Esse é o curta “Robot and Scarecrow”, 2017) de Kibwe Tavares, conhecido por produções onde os efeitos digitais se fundem organicamente com “live action” – um robô programado para performar um show musical se apaixona por um espantalho despertado pelas bicadas dos corvos. Se misturam na multidão e tentam viver uma improvável história de amor. O curta é um dos exemplos mais diretos de como o fascínio pelos simulacros humanos (androides, robôs, fantoches, bonecos etc.) no cinema funcionaria como um espelho da própria condição humana. Naquele festival de música a condição tanto das estrelas pop quanto do público - controlados pela indústria do entretenimento, programados como um robô ou espetados em um mastro como um espantalho.

quarta-feira, junho 21, 2017

Réquiem ao Jornalismo na redação-cenário do "novo" Jornal Nacional


Todos os jornalistas da Globo de pé assistindo ao discurso do patrão, Roberto Irineu Marinho, na redação-cenário da “nova casa” do Jornal Nacional inaugurada com toda pompa e circunstância. Todos atentos como se ouvissem a convocação do seu general arregimentado a tropa para uma nova guerra. Um discurso que revela o conflito de interesses da Globo entre manter a “saúde da empresa” e a missão de buscar um “jornalismo independente”. Esse foi o constrangedor réquiem ao jornalismo em um visual que superou a tradicional “space opera” de Hans Donner para ingressar na estética holográfica do filme “Tron: O Legado”. O JN lança seu novo cenário high tech e robótico como mais uma resposta tautista à crise de credibilidade e do negócio da TV aberta - vender espaço comercial em troca de entretenimento. A inauguração da "nova casa" do JN com todo estardalhaço metalinguístico é mais uma reação da emissora ao seu declínio. Agora o JN apresenta cenários com superfícies transparentes e translúcidas para esconder a opacidade do próprio jornalismo.  

terça-feira, maio 30, 2017

Curta da Semana: "High Chaparral" - refugiados sírios perdidos na hiper-realidade


O que tem a ver os filmes de faroeste de Hollywood com um parque temático no interior gelado da Suécia chamado “High Chaparral” e refugiados sírios? Muitos vezes a ironia faz a realidade superar a própria ficção. Dois documentários curta-metragem, “High Chaparral” (2016) e “Return to High Chaparral” (2017) mostram como um parque temático sobre o Velho Oeste dos filmes hollywoodianos se transformou em abrigo para 500 refugiados sírios no inverno sueco. Vítimas do mundo real encontrando abrigo na hiper-realidade criada pelo “soft power” norte-americano. Um parque temático, que encena histórias de heróis com grandes armas derrotando vilões, dá abrigo a vítimas dessas mesmas armas, só que no mundo real. Refugiados de um país distante pouco familiarizados com filmes de faroeste, mas que, mesmo assim, ficam fascinados ao verem atores suecos repetindo narrativas hollywoodianas semelhantes àquelas deixadas em seus países destruídos.

domingo, abril 30, 2017

Curta da Semana: "Edifício Tatuapé Mahal" - a vida secreta dos bonecos de maquete


Estamos no universo dos bonecos daquelas maquetes que vemos em show room de lançamentos imobiliários. Um boneco argentino chamado Javier vem para São Paulo aproveitando o boom imobiliário no bairro do Tatuapé. Através dele conhecemos como esses pobres trabalhadores são explorados por agentes imobiliários e sujeitos a arbitrariedade de filhos de clientes que tratam as maquetes como fossem brinquedos. Mas também conhecemos os dramas existenciais da vida secreta dos bonecos de maquetes. Esse é o curta de animação brasileiro “Edifício Tatuapé Mahal” (2014) da dupla de diretoras Fernanda Salloum e Carolina Markowicz. Um interessante mix de humor negro com paródia ao típico melodrama latino-americano.

sábado, abril 15, 2017

Niilismo e o desejo da morte na Modernidade em a "A Marca do Assassino", por Bárbara Ribeiro


Um filme tão excêntrico que mereceu a expulsão do diretor da produtora japonesa Nikkatsu. Um filme estranho até para uma produtora especializada em filmes “B”. É o filme “A Marca do Assassino” (1967) do diretor Seijun Suzuki (falecido nesse ano), um diretor tão radical que inspirou na atualidade diretores como Jim Jarmuch (pela forma como utiliza a trilha musical) e Tarantino no filme “Kill Bill 1”. Além das muitas referencias ao filme Noir, a narrativa de “A Marca do Assassino” é dominada por personagens que vivem para morrer, na qual sexo e morte são abordados de forma niilista e non sense em um Japão dos anos 1960 já ocidentalizado. É o que nos conta a nova colaboradora do “Cinegnose” Bárbara Ribeiro*.

sábado, abril 08, 2017

A incomunicabilidade produz a Religião e a Política em "A Vida de Brian"


A Vida de Brian” (1979) do grupo inglês de humor Monty Python é um filme que não só se tornou atemporal como, depois de 38 anos, ganhou novas leituras. Paradoxalmente, com a expansão das novas tecnologias de comunicação como Internet e redes sociais. Por que? Porque o filme explora a incomunicabilidade humana: Religião e a Política como subprodutos da mentira, ilusão e ideologias que sempre tentam justificar algum mal entendido resultante da radical incomunicabilidade da espécie: o fato de que cada um vê o que quer ver e ouve o que quer ouvir. Brian é confundido com o Messias e passa a ser perseguido não só pelos romanos como também por uma multidão de seguidores que veem nele apenas aquilo querem ver. Pedem de Brian um “sinal” da sua suposta divindade. Não importa o quanto Brian se esforce para tentar desfazer o mal entendido. Involuntariamente criou uma nova religião. E o que é pior: a multidão está ávida por um mártir que morra por ela na cruz...

quinta-feira, abril 06, 2017

Com o caso José Mayer tautismo da Globo fica na corda bamba


O caso do assédio do ator José Mayer à figurinista Susllem Tonani é marcado por uma ironia fundamental: um ator, conhecido por interpretar nas telenovelas sempre o mesmo perfil de personagens machistas e misóginos, é denunciado por recorrentes assédios nos bastidores da Globo. Mera coincidência ou sincronismo entre ficção e realidade? Desde que o chamado “O Método” (criado pela Actors Studio em 1947) se perverteu em fórmula criadora de um tipo de ator que se limita a interpretar a si mesmo em repetitivos perfis de personagens estimulados pela linha de montagem de TV e estúdios de cinema, casos como esses se tornaram recorrentes. No caso da Globo, marcado por um tautismo (tautologia + autismo) crônico, essa “doença ocupacional” fica ainda mais evidente. Principalmente quando a reação tanto do ator quanto da cúpula da emissora foi idêntica: alheios às mudanças que ocorrem no “deserto do real” (empoderamento feminino, lutas por respeito, diversidade etc.) são pegos de surpresa e tentam dar respostas oportunistas. E a da Globo é a mais equizofrênica: diz respeitar as mulheres enquanto diariamente as submete a papéis subalternos em reality shows, telenovelas e propagandas de cerveja.  

sexta-feira, março 17, 2017

Em "Rubber" um pneu quer se vingar da civilização



Surpresa em festivais de cinema fantástico pelo mundo, a comédia francesa de horror “Rubber” (2010) nos brinda com a bizarra estória de um pneu assassino com poderes telepáticos que rola pelas estradas e desertos em busca de vingança. Somente o olhar de um diretor francês para ter a ironia e o distanciamento necessários para criar uma alegoria sobre o centro espiritual da civilização americana: o automóvel e o deserto.

quinta-feira, março 09, 2017

O suicídio ao vivo de uma estrangeira em "Christine"


Em 15 de julho de 1974, ao vivo, no Canal 40 de Sarasota, Flórida, a jornalista investigativa Christine Chubbuck leu uma breve nota. Sacou um revólver, colocou atrás da orelha e puxou o gatilho. O filme "Christine" (2016) busca o porquê esse histórico suicídio diante das câmeras procurando fugir dos tradicionais clichês: depressão, solidão, frustração profissional diante das pressões do sensacionalismo televisivo, machismo e misoginia que dominavam as redações nos anos 1970 etc. “Christine” se desvia dessas armadilhas narrativas ao privilegiar uma abordagem mais existencial e gnóstica: há uma constante e insuperável sensação de deslocamento e alienação de uma personagem que não encontra lugar nesse mundo, muito além de ideologias, profissão e vida pessoal. Christine sempre foi uma Estrangeira mesmo nos ambientes mais familiares porque sempre pressentiu que estava em um jogo cujo propósito ela nunca entendeu. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

quinta-feira, fevereiro 23, 2017

Fissuras no monopólio da Globo: Atletiba, blocos de rua e impeachment no Corinthians


O muro do monopólio da Rede Globo está trincando. Nos últimos dias, uma série de fissuras começaram a surgir: o histórico cancelamento do clássico Atletiba como reação ao monopólio das transmissões esportivas da emissora; o impeachment mal sucedido no Corinthians, no ápice de recorrente pauta negativa da emissora envolvendo a arena do Itaquerão; e o crescimento exponencial do carnaval de blocos, atraindo verbas publicitárias que migram do sambódromo para as ruas, ameaçando um dos principais produtos oferecidos pela emissora ao mercado. Por trás dessas fissuras estão tecnologias de convergência, mídias sociais, empreendedorismo e competição. Tudo aquilo que o telejornalismo e colunistas globais raivosamente defendem como o futuro ético para o País. Mas que, na prática, o monopólio tautista da Globo foge, assim como o diabo foge da cruz. 

segunda-feira, outubro 03, 2016

Com Doria Jr. mídia não quer mais intermediários


Desde a chamada “crise hídrica”, o Estado de São Paulo é o laboratório de testes para tudo aquilo que espera o restante do País para o futuro. Lá, foi a engenharia de opinião pública para demonstrar que a água é um bem escasso e que, portanto, deve ser regulado pelo mercado como uma mercadoria qualquer. E o Parque Victor Civita na cidade de São Paulo foi o seu showroom. Agora, o teste bem sucedido do primeiro “gestor-midiático” vitorioso nas eleições municipais de São Paulo. João Doria Jr. representa a impaciência da grande mídia em cumprir sua agenda: chega de intermediários! Políticos tradicionais, com a sua melodramática “mise-en-scène teatral”, não têm timing midiático. Doria Jr. é o novo espécime da transpolítica futura: egresso do mundo da mídia e publicidade, aquele que nega a si mesmo como político. Assim como aquela campanha publicitária de um banco que foi adquirido pelo Itaú: “nem parece banco...”. Enquanto isso, as esquerdas lamentam mais uma “revolução traída”.

sexta-feira, setembro 02, 2016

Impeachment, o não-acontecimento e a psico-história


Comparam a consumação do impeachment de Dilma Rousseff com as circunstâncias do golpe militar de 1964. Lá estavam a força de armas e coturnos. Aqui em 2016, todas as “data venias” dos rapapés de juízes, juristas e parlamentares. Mas os eventos são incomparáveis: lá em 1964 tivemos a tragédia de um evento histórico. Hoje, assistimos ao vivo pela TV a farsa de um “não-acontecimento” que simulou ser um evento histórico. Desde a seminal Guerra do Golfo em 1992, os não-acontecimentos dominam o horizonte de eventos das sociedades, seja por guerras, atentados terroristas ou golpes parlamentares. Em todos eles, um complexo jurídico-midiático inverte as relações de causa-efeito: não se trata mais de acontecimentos que geram informação, mas o inverso – a História transforma-se em “Psico-História”, para usar uma expressão de Isaac Asimov. Compreender os mecanismos dos não-acontecimentos é fundamental para uma ação política que vise não apenas ocupar as ruas. É urgente também ocupar o contínuo midiático que compreende a zona virtual de interface entre a mídia e a realidade. Lá estão estão os “agentes Smiths”  (repórteres e editores) a serem enfrentados por guerrilhas midiáticas.

quinta-feira, julho 28, 2016

Carma, metalinguagem e Fernando Pessoa no filme "Zoom"


“Zoom” é uma expressão inglesa com um duplo significado: poder ser “zunir” (“to zoom past” como “passar zunindo” ) ou a lente fotográfica que pode aproximar ou afastar-se de um objeto cujo movimento de ajuste produz um “zunido”. O filme “Zoom” (2015, Brasil-Canadá) de Pedro Morelli explora esse duplo sentido do termo ao criar três universos meta-narrativos (literatura, HQ e cinema) onde os protagonistas ignoram as existências paralelas, sem saber que suas decisões se afetam mutuamente: uma desenhista faz uma HQ sobre um diretor de cinema que faz um filme cuja protagonista escreve um romance sobre a desenhista de HQ. Zoom explora o simbolismo carmico de “ouroboros”, a cobra que come o próprio rabo. E o misticismo do silêncio do poeta português Fernando Pessoa.

sábado, julho 09, 2016

Ligações perigosas em comerciais na grande mídia


Que ligações existem entre as ex-jornalistas Fátima Bernardes, Ana Paula Padrão, Friboi, os intervalos comerciais dos telejornais da grande mídia, a holding J&F e o ministro da fazenda Henrique Meirelles? Certamente ligações perigosas que constituem aquela área cinza do chamado “conflito de interesse” no jornalismo. Desde o caso do milionário comercial da Samarco veiculado no horário nobre dos telejornais, em plena crise humana e ambiental de Mariana, as ligações perigosas entre anunciantes e conteúdo jornalístico têm se ampliado. Agora, acompanhamos a massiva campanha publicitária da JBS Friboi, com milionários cachês para artistas da Globo, e comerciais do Banco Original em telejornais da grande mídia. Banco pertencente ao mesmo grupo (J&F) cujo presidente do Conselho Administrativo desde 2012 até recentemente foi o atual ministro da fazenda. A mídia estaria sendo silenciada com grossas verbas publicitárias?

quinta-feira, julho 07, 2016

Filme "Sonho Tcheco" pergunta: publicitários mentem?


Dois estudantes da Academia de Cinema de Praga (FAMU), República Tcheca, têm a ideia de produzir um documentário cínico e irônico sobre a campanha publicitária de um hipermercado. Ele se chama “Sonho Tcheco”, tem jingle, logotipo, folhetos distribuído por toda cidade, outdoors em rodovias, o rosto carismático dos gerentes em comerciais de TV, spots de rádio, mas... o hipermercado não existe! O filme “Sonho Tcheco”(Cesky Sen, 2004) nos mostra como na República Tcheca pós-comunismo os hipermercados viraram para muitos o único programa de lazer.  E como a Publicidade e Relações Públicas, por meio de estratégias etnográficas e neuromarketing, conseguiram levar três mil pessoas a um descampado para a inauguração de um hipermercado fictício  onde apenas havia uma fachada sustentada por andaimes metálicos. De forma estranhamente engraçada, o documentário mostra como publicitários são capazes de mentir de forma consciente, sob o pretexto de apenas “atender a um cliente”.

quinta-feira, maio 26, 2016

A solidão da comunicação fática no filme "Anomalisa"


Indicado ao Oscar de Melhor Animação, “Anomalisa”(2015) é uma estranha pequena obra-prima de Charlie Kaufman, roteirista de filmes como “Quero Ser John Malkovich” e “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”. Uma realista animação em stop motion sobre um palestrante autor de livros sobre comunicação motivacional que ironicamente passa uma noite solitária e infeliz em um hotel na cidade onde dará um seminário no dia seguinte. “Anomalisa” explora o paradoxo onde, apesar de vivermos em uma sociedade centrada numa variedade de tecnologias de comunicação, a solidão e alienação continuam a ser a principal fonte de mal estar. Talvez porque de todas as formas possíveis de comunicação (poética, emotiva, metalinguística etc.), exercitamos no trabalho e nas redes de relações pessoais e profissionais a forma mais pobre de comunicação: a fática.

domingo, maio 15, 2016

A profecia autorrealizável de Temer: assim nascem as crises


No discurso de posse como vice-agora-presidente-interino-em-exercício, mais uma vez Michel Temer exibe a sua tradicional canastrice telegência (gestual, entonação e postura corporal alusivos a apresentadores de TV), atualmente elemento importante na propaganda político. Mas Temer foi além. Já no final, mais descontraído, exortou os brasileiros a “não falar mais em crise” a partir de um outdoor que teria lhe inspirado, onde lia-se: “Não fale em crise... trabalhe!!!”. Temer quer espalhar outdoors como esse pelo País. Ironicamente, depois de três anos onde a grande mídia cultivou meticulosamente o baixo astral para reverter as expectativas dos agentes econômicos. Dessa maneira, Temer sem querer revelou como nascem as crises econômicas: profecias autorrealizáveis. Crises cujas causas estariam muito mais no campo semiótico do que nas conjunturas dos fatores econômicos.

terça-feira, abril 19, 2016

Em Observação: "Zoom" (2015) - a metalinguagem até as últimas consequências



Um filme inspirado nas imagens recursivas e metalinguísticas do artista plástico M.C.Escher. São três histórias interligadas onde o desenrolar de uma determina o destino de outra como fossem narrativas dentro de outras narrativas, produzindo uma circularidade infinita. É o filme “Zoom”, uma co-produção Brasil/Canadá dirigida por Pedro Morelli. Recursividade e metalinguagem são temas do filme gnóstico – são formas linguísticas de desvelar a ilusão e mostrar o multifacetamento da realidade ao serem exploradas até as últimas consequências. Mas também são recursos perigosos onde o filme pode se transformar em mero exercício vazio de estilo. É o que o “Cinegnose” vai conferir.

domingo, março 27, 2016

Curta da Semana: "This House Has People In It" - o terror em transmídia


Esse curta tornou-se viral e muitos internautas tentam desvendar o mistério que envolve o destino daquela família. “This House Has People In It” é um curta assustador que aponta para o futuro do gênero terror: as narrativas transmídias onde os espectadores participam de forma imersiva em um ARG – Alternate Reality Game. Um site de uma suposta empresa que comercializa vídeos de vigilância e um misterioso vídeo de um escultor em argila disponível no YouTube são as pistas para que cada usuário monte sua narrativa e crie hipóteses para o que aconteceu naquela casa onde todos pareciam estar preparando uma inocente festa de aniversário.  O gênero “found footage” encontra-se com o tema “drama familiar”, argumento que vem fascinando os cineastas nos últimos anos.

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